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História Playing Pretend - Mudanças


Escrita por: Chrissy_RDC03

Notas do Autor


Oi oi!

Aaaa não acredito que estou aqui de novo! É a minha terceira história aqui no spirit, e eu acho que nunca vou me acostumar kkkkk
Enfim...quero dizer um “oi de novo” se algumas das leitoras que já me conhecem e já leram as minhas histórias estiverem aqui, e um “sejam bem-vindos” aos que estiverem aqui me acompanhando pela primeira vez! E também, muuuuito obrigada por estar aqui!

Tudo que tenho a dizer sobre essa história é que ela é bem antiga, eu pensei nela há muito tempo e então a reescrevi e adicionei algumas coisinhas. Eu acredito que ela será uma história bem gostosinha de se ler, apesar de alguns assuntos sérios, é claro, e é bem provável que seja longa (se tudo correr como o planejado) então...espero que gostem!

Eu me inspirei um pouco no filme “A Proposta” da Sandra Bullock e do Ryan Reynolds, mas a história terá um rumo completamente diferente no decorrer dos capítulos, vocês vão entender!

Espero que vocês se divirtam lendo essa história como eu me diverti escrevendo ela, e boa leitura! ❤️

Capítulo 1 - Mudanças


Fanfic / Fanfiction Playing Pretend - Mudanças

 

*Lucille*

 

Coloquei a última caixa pesada no chão, ainda perto do meu carro, e então passei a mão pela testa, limpando o suor e me apoiando no porta-malas, ofegante.

 

Louis era mesmo um tratante quando se tratava de ajudar as pessoas. 

 

Esperei ele por mais alguns minutos de frente para o meu novo apartamento, e o calor de Seattle já estava me fazendo derreter em minha blusa branca e minhas calças jeans, mais simples impossíveis. E então, quando criei coragem para pegar a primeira caixa e levar até o último andar do prédio, um carro preto e grande estacionou logo na frente do meu, fazendo um grande contraste com a minha lata velha azul clara. Fiquei mais surpresa ainda quando o meu irmão desceu dele, com o jeito desengonçado de sempre, assim como o sorriso brincalhão estampado no rosto.   

 

— Louis! — Gritei seu nome quando o reconheci, e então sorri abertamente e corri até ele, que obviamente me deu um de seus abraços de urso, me tirando do chão. — Senti tanto a sua falta, boo bear. — Eu disse, lutando contra as lágrimas que insistiam em querer cair.

 

— Eu também senti a sua falta, anãzinha. — Ele sorriu para mim, me afastando pelos ombros para poder me olhar melhor. — Acho que não posso mais te chamar assim, está quase mais alta que eu. Cresceu o que? Uns dez centímetros desde a última vez que te vi? 

 

Louis também estava um pouco diferente. Seu cabelo estava menor do que eu lembrava, o que significa que ele adotou um novo corte de cabelo. Ele também tinha um ar mais adulto e sério, coisa que nunca imaginei dizer sobre o meu irmão, mas parecia que ele finalmente havia criado juízo. Eu podia ver isso em seus olhos azuis. Eu só preciso saber a causa dessa mudança. 

 

— Você me viu seis meses atrás, Louis, não é pra tanto. — Eu ri enquanto ele ainda me olhava de maneira profunda. — O que foi? Peguei um avião de Londres para cá, devo estar toda descabelada, não me julgue. 

 

— Não é por isso, Lucy, é só que... — Ele sorriu de lado mais uma vez. — ...você está a cada dia mais parecida com ela.

 

Ele não precisava dizer de quem ele estava falando.

 

Nossa mãe.

 

Senti meus olhos lacrimejarem e ele me abraçou de volta, sabendo que esse era o meu ponto mais fraco. Eu admirava tanto Louis por ser tão forte ao praticamente citar a nossa mãe em uma conversa e não desabar, como eu fazia toda vez que isso acontece. 

 

As palavras da minha psicóloga vieram à tona e eu rapidamente me recompus e limpei as lágrimas embaixo de meus olhos, respirando fundo e tentando pensar em algo bom. Muffins de chocolate e filhotinhos brincando foram a minha escolha da vez. 

 

— Você está bem? — Louis segurou o meu rosto e me fez olhar em seus olhos. Forcei um sorriso, me afastando dele.

 

— Sim. Pode me ajudar com as caixas? — Eu perguntei de forma retórica, me agachando para pegar a primeira e andar apressadamente até a porta de vidro do meu prédio. 

 

— Temos muito o que conversar, Lucy. — Ele disse alto para que eu ouvisse. 

 

— Eu sei. — Dei de ombros, lhe lançando um sorriso que eu sabia que o irritava.    

 

Ouvi ele suspirar e resmungar alguma coisa em resposta, enquanto eu dava um jeito de abrir a porta sem usar as mãos. 

 

[...]

 

— É bom saber que você continua dançando. — Louis disse, com o meu par de sapatilhas de ballet rosa nas mãos. — Gostaria de te ver dançado de novo qualquer dia desses. Vai ser reconfortante. 

 

— Pode deixar. — Eu sorri, pegando as mesmas e as guardando em um lugar especial em meu guarda-roupa. 

 

— Esse apartamento é um ovo, Lucille, deveria ter me avisado e eu acharia um lugar melhor para você. Eu juro que o meu banheiro é maior que esse quarto. — Ele disse, emburrado, se apoiando perto da porta para olhar tudo ao seu redor. 

 

— Ele está dentro do meu orçamento. É a minha única exigência. — Dei de ombros, guardando os três últimos livros de uma caixa de papelão em uma estante perto da minha cama. 

 

— Você sabe que merece mais que isso. — Ele abriu e fechou a porta do meu quarto, fazendo uma careta quando ela rangeu de forma estridente. Eu acabei rindo, cruzando os meus braços, vendo que ele ficou pensativo do nada. — Você já tem algum emprego fixo aqui em Seattle? 

 

— Esse é um assunto delicado. — Fiz uma careta, me jogando em minha cama, olhando para o teto. — Não, Louis, mas prometo que acho qualquer coisinha até o fim dessa semana. Só pra me manter viva por um tempo, depois eu penso em algo mais definitivo e...

 

— Irmã minha não trabalha com “qualquer coisinha”, Lucille. — Ele se aproximou, sério. — Eu acho que sei onde você pode trabalhar. 

 

— É? Onde? — Me sentei na cama, voltando a olhar para ele. 

 

— Você pode trabalhar na empresa que eu trabalho. Eu tenho um amigo que está precisando de uma secretária e...

 

— Tá doido?! Eu lá gosto de escritórios, William! — O chamei pelo seu segundo nome, coisa que eu fazia quando estava brava com ele. Me remexi desconfortavelmente na cama. 

 

— Eu sei, eu sei. — Ele suspirou, se sentando ao meu lado e olhando para as mãos tatuadas. — Você é como a mamãe, não pode ser presa atrás de uma mesa, eu te conheço bem. — Eu sorri de forma triste. 

 

— Eu amo dançar, Louis, assim como ela. Não posso e não quero deixar o ballet de lado. — Puxei as minhas pernas para junto de meu peito, encarando o chão de madeira levemente sujo. — É o que eu amo fazer. 

 

— Eu sei. — Ele sorriu, me puxando para um abraço de lado e beijando a minha têmpora. — É por isso que estou te oferecendo esse emprego, Lucy. Para você poder arcar futuramente com alguns possíveis custos com o ballet. Tenho certeza que tem uma ótima academia por aqui. 

 

— Eu não quero ficar aqui para sempre, Louis. Estou só tentando organizar as coisas, colocar meus pensamentos em ordem. Preciso focar no que eu quero, e não é Seattle. — Eu suspirei, desviando o meu olhar, com medo de o decepcionar. Só eu sei o quanto o meu irmão ama essa cidade. — O que eu quero está em Londres e se chama Royal Ballet School. 

 

Ele assentiu, enquanto eu fechava os meus olhos. Seria difícil chegar até uma das melhores academias de ballet do mundo, mas eu sempre quis estudar lá, e minha mãe sempre me apoiou desde que me conheço por gente, e essa tem sido a minha meta há muito tempo. Com certeza eu perdi o foco por seis anos, mas não há nada que me impeça agora. 

 

— Eu entendo perfeitamente. — Ele suspirou, se pondo de pé na minha frente e enfiou as mãos nos bolsos da frente da calça jeans. — Mas mesmo assim, enquanto estiver aqui, quero que trabalhe em algo digno. Eu vou falar com o meu chefe, ok? 

 

— O amigo que você estava falando é o seu chefe? 

 

— Sim. — Ele riu, pegando o celular do bolso de trás e saindo do meu quarto, nem mesmo ouvindo o que eu tinha a dizer sobre isso. 

 

Teimoso pra caramba, como sempre.  

 

Caminhei até o meu guarda-roupa e peguei as sapatilhas de ballet um pouco surradas, sorrindo para elas. Voltei a me sentar na cama e as encarei, pensando em tudo que aconteceu para que eu viesse parar aqui, em outro país, tão distante de casa. 

 

Quando eu tinha dez anos e Louis dezesseis, meus pais resolveram que iríamos passar as nossas férias em Londres, já que morávamos em Doncaster e nunca havíamos visitado a capital. Acho que foi a melhor uma semana da minha vida, onde ficamos hospedamos em um hotel sem luxo algum, apenas suficiente para nós quatro, e foi ali que eu descobri o meu amor pelo ballet. A minha mãe, Angelina, era uma ótima bailarina, e fazia parte de uma pequena academia em Doncaster, mas quando ela me levou até a Royal Ballet School, em Londres, todos a conheciam por lá, por ser tão boa no que fazia. Ela teve que parar com as atividades para cuidar de mim e do meu irmão quando engravidou, mas nunca parou de dançar, e eu cresci a assistindo. E é óbvio que, assim como ela, eu passei a amar as sapatilhas também. 

 

Tudo ia às mil maravilhas, até que tivemos que voltar para Doncaster. Meu pai, Richard, dirigia enquanto nós quatro cantávamos uma música qualquer no rádio alegremente, e então eu me soltei do meu cinto de segurança e toquei o ombro dele, que olhou para mim e sorriu com seus olhos azuis. Eu pedi para que ele aumentasse o volume, e então, quando ele voltou a olhar para a frente para ajustar o volume do rádio, um caminhão nos atingiu em cheio quando o meu pai perdeu o controle do carro e atingiu a pista contrária à nossa. 

 

Por minha culpa. 

 

Meus pais morreram na hora e eu e Louis fomos os únicos que sobreviveram. Fiquei quase um ano em coma, e por muito pouco meu irmão não ficou paraplégico. Acredito que até hoje não me recuperei, e dói só de olhar para algumas cicatrizes espalhadas pelo meu corpo. Mas nada se comparada a dor emocional. 

 

Eu e Louis fomos morar em Londres com nossos tios por cinco anos, mas quando fiz quinze, eu já não suportava mais. Eu estava acabada emocionante, a culpa me corroía a cada segundo do meu dia, eu e Louis já não conversávamos mais da mesma forma que conversávamos antes, e a minha adolescência foi um lixo. E eu acreditava que nada iria mudar a minha situação. Então eu tentei cometer suicídio com alguns remédios. 

 

Quase deu certo, mas Louis chegou em casa e me viu desmaiada em meu banheiro. Fui levada ao hospital, fui diagnosticada com depressão reativa, que geralmente ocorre após algum acontecimento traumático, e a minha família decidiu que iria me internar em uma clínica de reabilitação para depressivos ainda em Londres. Eu podia sair em alguns momentos e acabei conhecendo alguém que acabou ainda mais com o pouco que restava de mim, e tudo piorou ainda mais. E então eu fiquei lá por seis anos, fazendo a chamada “psicoterapia”, com algumas visitas da minha família de vez em quando, incluindo Louis, tentando me recuperar. Mas eu sei. 

 

Eu nunca vou me curar inteiramente. 

 

Fiquei por tanto tempo naquele lugar porque em seis anos, foram três tentativas de suicídio, e a última foi a dois anos atrás. Em meus momentos sóbrios, eu não consigo entender como tive a coragem de tentar me matar no passado. Mas quando tive as minhas crises, parecia ser a única saída. 

 

Tive alta um mês atrás, e então Louis praticamente me obrigou a vir para Seattle para ficar perto dele, já que, nas palavras dele, ele não queria mais ficar tão longe de mim. E eu também não, honestamente. Louis é literalmente tudo o que tenho. 

 

Encarei as sapatilhas por mais algum tempo antes de as colocar de forma rápida e desleixada em meus pés, sorrindo ao ficar de pé, na ponta dos dedos, novamente. Dei alguns rodopios e alguns passos pelo quarto, ouvindo o chão de madeira ranger, mas foi algo breve, apenas para marcar território ali. 

 

Apenas parei quando meu irmão entrou pela porta com o sorriso grande e típico dele no rosto, guardando o celular no bolso. Ele sorriu ainda mais quando viu que eu usava as sapatilhas. 

 

— Adivinha só?! Ele ainda precisa de uma secretária! — Eu revirei os meus olhos pelo seu bom-humor, apenas para irritá-lo, e fiquei de costas, voltando a girar pelo quarto. — Indiquei você. Ele gostaria que você começasse amanhã. 

 

— Amanhã?! — Parei onde estava, de olhos arregalados. 

 

— É. Ele é bem exigente. E mandão. — Ele fez uma careta, colocando as mãos na cintura. — Vocês vão se dar bem, eu acho. 

 

— Eu espero. — Resmunguei, desanimada. — Qual é o nome dele? Posso saber? 

 

— Claro. — Louis mudou o peso do corpo de uma perna para a outra. — É Zayn. Zayn Malik.


Notas Finais


Dependendo dos comentários, talvez eu poste mais alguns capítulos ainda hoje (até porque começo de qualquer história é sempre um saco, né? kkkk), o que acham?

Beijinhosss ❤️


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