"Brooke Matthews Point Of View"
Emma me puxou para trás nos afastando da briga. As pessoas que estavam em volta abriram espaço, provavelmente com medo de serem acertadas.
Juan acertou um segundo soco no rosto de Justin que desequilibrou cuspindo um pouco de sangue.
-JUAN PARA! – gritei me soltando de Emma e indo até eles. Por uma fração de segundo Juan me olhou e Justin acertou um soco em seu estômago fazendo o mesmo se curvar
- EU VOU ACABAR COM VOCÊ! – Juan partiu para cima dele novamente e gritei tentando fazer os dois se separarem
As pessoas próximas a nós apenas olhavam a briga sem qualquer intenção de separa-los.
-Emma! Procura algum segurança! – falei para a garota ao meu lado
Quando voltei minha atenção a briga novamente Justin estava em cima de Juan acertando vários socos em seu rosto. Sua camisa branca estava vermelha de sangue e o mesmo tentava empurrar Justin a todo custo.
-CHEGA! – um garoto gritou ao meu lado me assustando ao mesmo tempo que um segundo puxava Justin de cima de Juan
- VOCÊ ENLOUQUECEU CARA? PUTA QUE PARIU BIEBER! – ele gritou empurrando Justin para trás
Bieber! Aquele era o tal Bieber que Juan falava? Puta merda! Eu estava inteiramente fodida.
Justin me olhou cuspindo um pouco de sangue e saiu empurrando algumas pessoas até se afastar de onde estávamos. Eu continuei parada no mesmo lugar tentando assimilar tudo o que aconteceu até perceber que Juan ainda continuava no chão. Corri até ele abaixando ao seu lado. Seu olho esquerdo estava totalmente fechado e havia um corte enorme em seu supercílio.
-Juan! – o chamei e ele apenas balançou a cabeça em negação
Me levantei o puxando pelo braço para levanta-lo também. Emma apareceu ao meu lado me ajudando a carrega-lo.
As pessoas próximas a nós apenas nos olhavam com desdém e se eu pudesse matava qualquer um agora.
[...]
- JÁ TE FALEI QUE NÃO CONHEÇO ELE! - gritei pela quinta vez
Depois que voltamos para o hotel ajudei Juan a cuidar dos ferimentos e agora estávamos discutindo sobre Justin. Nem morta eu contaria a verdade para ele.
- BROOKE! ME FALA A PORRA DA VERDADE! EU TO CANSADO DISSO! EU NÃO SOU OTÁRIO SUA FILHA DA PUTA!
- VOCÊ ME TRATA DIREITO SEU IDIOTA! EU NÃO TO MENTINDO, CARALHO JUAN! EU NÃO FAÇO IDEIA DE QUEM ELE É!
-VOCÊ NÃO TA MENTINDO? ÓTIMO! ENTÃO EU QUERO SABER DE ONDE VOCÊ CONHECE ELE!
- VOU TE FALAR PELA ÚLTIMA VEZ! EU NÃO CONHEÇO ELE! COLOCA ISSO NA TUA CABEÇA – respondi e ele me encarou
- EU NÃO ACREDITO EM VOCÊ! COMO VOU SABER QUE NÃO FOI VOCÊ QUE CONTOU DAS CARGAS PARA ELE? UH? ME RESPONDE ISSO! COMO VOU SABER QUE NÃO É VOCÊ QUE CONTA TUDO O QUE FAZEMOS?
- QUAL O SENTIDO DE EU CONTAR PARA ELE E TE AJUDAR A FODER ELE? QUAL O SENTIDO JUAN?
- EU NÃO QUERO SABER O SENTIDO DE PORRA NENHUMA! - gritou dando um soco na parede ao seu lado
Ótimo, já estava com a cara estourada agora iria estourar a mão também.
- Eu não vou ficar aqui vendo você surtar! Quando estiver mais de boa me liga e a gente conversa – falei pegando meu cartão de acesso e celular em cima da cama
-VOCÊ VAI ONDE? CONTAR PARA ELE QUE BRIGAMOS?
- PARA DE SER SURTADO! – gritei de volta batendo a porta do quarto
Cruzei a recepção do hotel saindo pela porta em seguida. Apertei a jaqueta contra meu corpo colocando as mãos nos bolsos. Estava cerca de 10°C e eu vestia apenas uma calça legging, camiseta e uma jaqueta jeans.
A cidade estava vazia, algumas pessoas se arriscavam no frio enquanto andavam rapidamente, provavelmente querendo chegar logo em casa. Eu não conhecida nada daqui, então a cada paisagem diferente que eu via tirava algumas fotos para ter como recordação. Eu sempre gostei de guardar fotos, ingressos, embalagens e qualquer outra coisa que marcavam os meus dias. Na casa do meu pai havia uma caixa onde eu colocava todas essas coisas, principalmente as fotos da minha mãe, pois era a única recordação que eu tinha dela.
Eu queria ter minha mãe comigo em momentos como esse, as coisas seriam diferentes, talvez eu ao menos estivesse aqui, talvez nunca teria saído de casa e muito menos conhecido Juan. Com certeza eu não faria tanta burrada como faço agora.
Sequei algumas lagrimas que insistiram em cair com a manga da blusa. Eu ficava muito sentimental quando lembrava de minha mãe, esse afeto de mãe era algo que eu gostaria muito de ter, claro que tinha meu pai e avós, mas não era a mesma coisa.
Puxei o celular de dentro do bolso conferindo as horas. Marcavam exatamente 2:50 e não havia nenhuma ligação ou mensagem de Juan.
[...]
- Brooke! – acordei com Juan me chacoalhando
- Oi? – abri os olhos lentamente vendo que ele estava bem próximo a mim
- Você vai voltar para os Estados Unidos e eu quero meu apartamento e minha casa sem suas coisas em uma semana – ele se virou arrumando a touca em sua cabeça
- Como assim? Para onde eu vou? – perguntei me sentando. Eu não estava entendendo nada.
- Isso já é um problema seu. Eu só quero que saia da minha casa – respondeu sem me olhar
- JUAN! COMO ASSIM? EU NÃO TENHO PARA ONDE IR! – gritei me levantando
Ele só podia estar de brincadeira. Era isso. Era brincadeira dele.
- Já te falei Brooke. Não me importo se você tem ou não para onde ir! Só quero você fora – ele ao menos me olhou para dizer isso
Como assim ele me queria fora? Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara, porque não era possível.
- ÓTIMO!
- Sim. Vou sair e espero não te encontrar aqui quando voltar. Sua passagem está junto com seu passaporte. Classe econômica., corredor. – falou indo até o banheiro
Revirei os olhos. Juan sabia o quanto eu odiava sentar no corredor.
Ele cruzou o quarto ignorando minha presença, borrifou um pouco de perfume, pegou seus óculos escuros e saiu batendo a porta com força. A minha vontade era bater a porta na cabeça dele.
Levantei seguindo até o banheiro, tomei um banho demorado, passei uma maquiagem leve para cobrir minha cara de sono, me vesti e desci até o restaurante do hotel para tomar café.
Eram cerca de 11 horas quando voltei ao quarto. Juan ainda não havia voltado. Fui até minha bolsa encontrando meu passaporte com a passagem para Los Angeles.
- Filho da puta! – resmunguei jogando o passaporte dentro da bolsa novamente
Arrumei minhas malas novamente jogando todas as roupas dentro dela de qualquer jeito. Minha maior preocupação no momento era ter um lugar para ficar. Eu não tinha outro lugar se não o apartamento que ele havia feito questão de me mandar sair. Poderia voltar para casa, mas duvido muito que meu pai me deixaria entrar.
Juan me pagaria por isso.
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