História Playland - Capítulo um - O tecido rasgado

A rotina era monótona, levantar, se arrumar e ir para a escola, ao chegar ás lições e deveres de casa, entre essas obrigações, restava um tempo ou outro pra fazer o que um adolescente faz redes sociais, músicas, notícias sobre famoso ou pessoas da escola, e quem sabe um tempo com as amigas.

Era o exemplo perfeito que eu seguia, aos 16 anos, mas aí veio ele, eu não entendia e até hoje não entendo o que ele viu numa garota como eu, afinal cabelos pintados de rosa e olhos verdes numa garota magra e com seios medianos, não é lá A mulher, nada contra meu corpo, na verdade sempre gostei muito dele, mas então você vai crescendo e suas inspirações muda, num dia eu idolatrava alguma protagonista de anime que passava na TV, no outro lá estava eu escutando Lana del Rey, usando uma meia 4/5 e esperando ansiosamente os 18 para poder beber e fumar.

Claro que todas as idades são marcadas por uma fase, lembro que aos 13 eu me sentia a dona do mundo, se você quer saber, sim, os 13 é como o trecho do livro "Um conto de duas cidades", "foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos", a merda dos treze anos, e o ponto em que você abandona aquele ar infantil e toda sua mentalidade de criança, e passa ser um adolescente ou algo do tipo, porém essa regra se aplica somente para as garotas, e é meio explícito o motivo, meninos crescem de outro jeito, um jeito mais lerdo e lento, enquanto nós da noite pro dia evoluímos como um Digimon, ou Pokémon a você preferir, mas é a vida, a brincadeira é essa.

Mas voltando ao assunto, ele era o garoto que toda garota sonha, ele não é romântico, ou um amor de menino, não, ele tem aquele ar de garotos que você ver no Tumblr, ele tinha estilo, tinha personalidade, ninguém derrubava o imponente Uchiha Sasuke, as garotas caíam aos seus pés e os meninos seguiam suas ordens, Sasuke era lindo, os cabelos ébanos sempre viviam bagunçados, os ônix tão gélidos quanto sua personalidade, os lábios finos que faziam maravilhas, a pele branca pálida sem nenhuma mancha, Kami ele me fazia subir aos céus apenas com um sorriso de canto, que era bem raro.

Eu gostava dele, e aquilo eram explícitos, somente pra ele, mas era explícito, mau nos olhávamos na escola, não conversávamos em público ou muito menos ficávamos juntos em algum lugar, mas entre quatro paredes fazíamos loucura, entre as mensagens dos nossos celulares você poderia encontrar frases picantes e imagens íntimas, entre nossos pensamentos sacanas as imagens do nossos corpos em movimentos eróticos, mantínhamos segredos dos demais, eles não precisavam saber sobre nossa vida, era o que ele dizia, podíamos até manter o segredo dos outros mas eu não entendia o fato dele pegar todas as garotas da escola, era insuportável vê-lo beijar outras bocas, tocar outras pessoas, eu não podia dizer "NÃO", não éramos namorados mesmo, eu até podia parar de ser uma babaca e parar de sair com ele, mas eu já tentei isso, e quatro dias depois eu estava gemendo o nome dele.

Eu era o parque de diversões particular do Sr. Uchiha, mesmo que não fosse tão divertido assim na minha opinião. Afinal o amor é uma merda, ele te faz fazer coisas idiotas apenas pelo seu amado, e eu fazia, não me importava de ser ele me usasse eu gostava e eu não podia negar. Ah...eu adorava!

Sakura...

Tóquio acordou agitada, ou melhor, nem dormiu, 5:20 o sol já aparecia, mesmo que a luz ainda fosse fraca a insônia me permitia vê-la tomar mais clareza, me mexi devagar na cama, não queria acorda Sasuke.

Me virei ficando e frente para o moreno que dormia tranquilamente, observava cada aspecto, o nariz arrebitado, o maxilar meio arredondado, as sobrancelhas grossas com os fios negros, os cílios curtos porém em excesso, os lábios finos em linha reta, coloquei o indicador sobre seu peitoral fazendo círculos.

- você precisa corta suas unhas. - a voz baixa me assustou.

- nem deve estar doendo. - disse simplória.

- aí não, mas minhas costas estão ardendo. - explicou se afastando para levantar.

- desculpa. - sussurrei baixo, me virei apoiando minha cabeça na mão.

Ao se levantar, se espreguiçou, caminhou até a janela abrindo um pouco mais a cortina, observei as covinhas que ele tinha na parte de baixo nas costas, os ombros largos acompanhados de braços fortes, ele de costas era bonito, mas eu preferia de frente, peitoral definido com aquelas entradas no quadril.

Ele se virou me fitando, passou a mão pelo rosto, voltou até a cama, inclinou-se sobre meu corpo me fazendo corar, me deu um selinho que logo se tornou um beijo intenso, puxou o lençol deixando meu corpo nu a mostra, ele me empurrou na cama ficando por cima, continuamos o beijo variando entre selinhos e mordidas no lábio inferior, ele desceu a boca até meu pescoço dando um chupão tão forte que fez um estalo a terminar.

- vai ficar roxo. - disse ofegante.

- assim você saberá que é minha. - falou possessivo no meu ouvido.

- assim Sasuke, todos vão saber. - falei.

- passe uma maquiagem então. - instruiu mordendo a região.

- vamos nos atrasar, preciso de um banho. - disse entre gemidos ao percebe seus dedos brincarem com minha intimidade.

- ótimo, vamos banhar.

Ele se levantou novamente estendendo a mão pra mim, agarrei seu pulso e ele me puxou me fazendo levantar abruptamente, cambaleei pra frente me apoiando nele, soltei uma risada abafada notando o lençol enrolado nos meus pés, ele me arrastou até o banheiro mantendo um sorriso bobo em meu rosto.

*

A água quente escorria pelos nossos corpos, minhas costas coladas na parede enquanto ele se movimentava dando estocadas firmes, minhas mãos enlaçadas em seu pescoço e minhas pernas em sua cintura, palavrões e gemidos proclamados, Kami tão bom!

*

- você rasgou minha blusa. - disse o olhando o tecido.

- qual é o problema? Pega uma minha.

- o problema mocinho, é que além de ser a única blusa que eu tinha cada uma delas tem o nome do aluno. - expliquei.

- pega logo uma minha, compro uma nova pra você depois.

Ri baixo, abri seu closet pegando a peça, vesti a blusa a ajeitando dentro da saia rodada. Calcei as meias ¾ e amarrei os fios bagunçados em um coque, Sasuke já estava pronto trajava a calça preta e a camisa social branca, por cima o suéter amarelado sem mangas.

- você fica estranha com esse uniforme, por isso prefiro você sem. - falou me analisando.

Eu sorri tímida sentindo minhas bochechas queimarem, tinha um motivo pra ele conseguir me deixar hipnotizada sempre e eu sabia qual, eu amava ele.