Marinette.
Ar, era isso que faltava. Marinette estava se segurando na pia do colégio depois de ter destransformado e a Tikki a olhava, preocupada.
— Você deveria ir na enfermaria. — A kwami disse e ela tentou respirar fundo, mas seus pulmões doía.
— E dizer o que? — Ela questionou, quase chorando. — Que fui pega de jeito? Alya me viu, Tikki. Ela sabe que seria mentira. — Marinette ergueu um pouco a blusa diante do espelho e as marcas arroxeadas começavam a surgir em sua pele clara. Os dois impactos a havia machucado e só depois da descarga de adrenalina ter passado que ela começou a sentir as dores fortes.
— E se tiver quebrado algo? — Tikki perguntou com os pequenos olhos assustados.
— Eu vou ficar bem. — Ela engoliu em seco quando tentou se endireitar. — Vamos embora, Tikki. — Ela abriu a bolsa e a Kwami logo tratou de entrar. — Em casa, a gente vê isso okay? Só relaxe. — Marinette dizia mais para si mesma do que para Tikki. Ela fechou a bolsa e envolveu um braço logo abaixo do seu peito, como se quisesse de alguma forma aliviar a dor que vinha na lateral do seu corpo. Ela saiu do banheiro sentindo seu corpo suar frio.
— Finalment… — Adrien começou a falar mas parou no meio do caminho. — Mari, você está pálida. — Sua voz saiu fraca quando encostou a mão sobre a testa dela. — E com febre. — Disse. A garota sentia sua visão ficar turva enquanto tentava balbuciar algo, mas antes de conseguir, sentiu seu corpo fraquejar e cair para frente, apenas não atingiu ao chão porque sentiu Adrien a segurou com firmeza e depois tudo se tornou um grande borrão.
Adrien.
Adrien a procurou, não para deixar Marinette com vergonha para falar com ele. Mas por preocupação, embora ele havia ganhado alguns arranhões durante a luta, ele percebeu o quanto Marinette havia sofrido muito mais impactos. E só o fato de saber que ela podia se machucar feio durante a batalha, apertava seu coração ao se lembrar quando em uma vida distante, ela morreu em seus braços pelo mesmo motivo.
— Finalmente... — Ele disse, mas seu tom saiu mais desesperador para o seu próprio gosto. Entretanto, ele tinha um motivo quando viu o estado da menina. — Mari, você está pálida. — Ele encostou a mão na testa dela e sentiu o quanto sua pele parecia pegar fogo. — E com febre. — Disse e antes que Marinette caísse no chão, ele a segurou com firmeza. — Mari? — Sussurrou mas ela havia apagado em seus braços. Adrien sentiu um desespero tomar conta dele quando passou os braços por baixo das pernas dela e a segurou com firmeza em seus braços. — Vai ficar tudo bem ok? — Ele sussurrou mais para si mesmo do que para ela, encostou seus lábios contra a testa de Marinette e depositou um beijo calmo. — Você vai ficar bem. — Repetiu para si mesmo quando caminhou em direção a saída da escola. Os alunos estavam tão focados em saber que todos estavam bem, que não perceberam quando Adrien passou com Marinette em seus braços.
***
Adrien andava de um lado para o outro na sala da casa de Marinette. Sabine e Tom estavam no quarto da filha junto com o médico, ele achou, embora a insistência de Sabine em subir com eles, que seria melhor que o casal ficasse com a filha.
— Você está me deixando nervoso. — Plagg reclamou e Adrien soltou um longo suspiro.
— Vendo o que está acontecendo, só me faz lembrar daquele sonho louco. — Ele se encostou na estante da sala. — Plagg, me diga que ela não estará mais em perigo. — Ele soltou em um murmurou.
— Infelizmente não posso dizer isso. — O kwami sussurrou. — Mas Marinette é forte, você viu como ela foi hoje? — Adrien encarou Plagg.
— Também a vi se machucar.— Uniu as sobrancelhas e soltou o ar de seus pulmões.
— Mas se machucar faz parte do currículo de herói, Adrien. — Plagg disse e logo se escondeu dentro do seu casaco quando movimentos da escada chamou atenção dos dois. Era o médico, Sabine e Tom.
— Ela está bem? — Perguntou e o médico sorriu.
— Sim. Felizmente não quebrou nada, só foi um impacto forte. — O médico disse e Sabine o olhou.
— Você quer fazer companhia a ela, Adrien? — Sabine perguntou e ele sorriu.
— Eu posso? — Perguntou.
— É claro que sim, meu filho. — Tom riu, embora antes parecesse preocupado, agora estava se sentindo aliviado. — Graças a você, Marinette está bem. Eu te agradeço por isso. — Tom disse.
— Obrigado mesmo. Não sabem o quanto me importo com a filha de vocês. — Adrien sorriu, um pouco envergonhado, por suas palavras.
— A gente sabe sim, vai, sobe. — Sabine disse e sem pensar duas vezes, Adrien acabou subindo as escadas que davam acesso ao quarto de Marinette. Por um momento, sentiu seu corpo ficar gélido e parar no meio do caminho, ele não sabia exatamente como a garota iria reagir, entretanto, seu coração sentia medo de ver a forma que ela também estava. Mesmo que o médico havia dito que estava tudo bem, talvez seu coração acalmaria quando realmente certificasse que tudo estava bem. Ele abriu a porta e entrou no quarto da menina, nem sequer, percebendo as fotos suas espalhadas pela parede. Seus passos tomaram rumo para onde Marinette estava. Quando ela o viu, seus olhos arregalaram em surpresa.
— A-adrien? — Ela soltou em um sussurro e seu rosto corou. — Eu não sabia que estava aqui ainda. — Disse.
— Eu não iria embora até saber que tudo está bem. — Adrien se sentou na beirada da cama e Marinette sorriu para ele.
— Obrigada. — Murmurou e levou sua mão até a dele. — Por ter me trazido até em casa. — Ela disse e levantou o olhar. — Eu não sabia que… seja lá o que fosse aquele homem… tivesse me machucado tão forte. — Ela disse. Mesmo que Adrien soubesse que ela tinha sido jogada como Ladybug, não perguntou nada quando abriu um sorriso. — Ai meu Deus, Adrien! — Ela exclamou quando levou o indicador até a bochecha esquerda dele. — Eu não sabia que você havia sido atingido também. — Seu tom de voz era preocupada. Pela primeira vez em muito tempo, Adrien se sentiu bem diante do toque dela. Era uma mistura de carinho e compaixão, era uma mistura de cuidado e preocupação. Fazia tanto tempo que ele não sentia isso, mesmo que seu pai continuasse a tentar prendê-lo como se fosse para o seu bem, a frieza chegava a dissipar qualquer sentimento que ele tivesse por Adrien. Levou sua mão até a dela e segurou em seu rosto.
— Eu estou bem. Foi só um corte pequeno comparado ao que houve com você. — Ele sussurrou. Acabou deitando sua cabeça sobre as pernas de Marinette e a abraçou ali mesmo. — Eu fiquei preocupado com você hoje. — Sussurrou e a menina parecia ter paralisado por um segundo, mas no outro minuto, ele sentiu seus dedos afundarem em seus cabelos e acariciar.
— D-desculpa. — Ela sussurrou e Adrien não pode evitar de sorrir.
— Por que está pedindo desculpas? — Ele ergueu um pouco a cabeça apenas para olhá-la. Seu rosto ficou em um tom rubro e sorriu.
— Por tê-lo deixado preocupado. Eu achei que conseguiria vir para a casa sozinha. — Sussurrou e ele se levantou. Adrien levou a mão até o rosto dela e acariciou com o polegar, Marinette baixou o olhar, ele pensou que fosse por timidez.
— Você não tem que pedir desculpas. Quando gostamos de alguém, se preocupamos não é verdade? — Ela ergueu o olhar e ele sorriu. — Eu gosto de você, então, eu me preocupo. Você se sente melhor? — Perguntou. Marinette assentiu com a cabeça freneticamente e sorriu.
— O remédio para a dor ajudou. — Exclamou e Adrien sorriu. Se sentia melhor em saber que pelo menos ela estava bem. Aproximou seu rosto do dela e levou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.
— Eu fico feliz com isso. — Sussurrou. — Muito feliz, em saber, que você está bem. — Sussurrou e a olhou. Era fácil se perder na imensidão do mar que eram seus olhos, seu rosto estava tão próximo de Marinette que era possível sentir o hálito quente dela bater contra seu rosto. Quando Adrien encostou seus lábios contra ela, o barulho da porta do quarto o fez se afastar em susto e Marinette arregalou os olhos.
— AM.. — Alya parou no mesmo instante. — Eu não sabia que já estava acompanhada. — Ela soltou um risinho.
— Eu já estava indo. Ainda terei uma sessão de fotos para fazer. A gente se vê depois, Mari. — Ele inclinou seu corpo e depositou um beijo na testa da garota.
— Até mais, Adrien. — Murmurou e sorriu. Quando Adrien passou por Alya, ainda podia escutar a risada e o gritinho que a garota soltou.
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