História Please Dry My Eyes - Mama

“Uma viagem no tempo,

Até o ano de 2006.

Eu era louco pela dança,

Então coloquei o cinto da minha mãe.

Meu pai era contra e eu continuei perseverando.

Ela fez um barco de papel flutuar nos meus sonhos,

Apesar de tudo que ele dizia.

Mas eu não sabia que a maior contribuição da minha mãe

Não foi criar um atalho,

Ao invés disso, criou um caminho brilhante dos sonhos.

(Sempre) o dinheiro foi um problema,

Então minha mãe

(Vá embora) teve que trabalhar fora.

No telefone,

A voz da minha mãe era clara.

O que eu lembro é que

A determinação da minha mãe foi a minha salvação.

Eu jurei que eu deveria me tornar famoso,

E com aquela única promessa,

Eu me tornei o filho que sou hoje em dia.

Hey, Mama!

Agora você pode confiar em mim, estarei sempre ao seu lado.

Hey, Mama!

Por você ter se doado para mim e ter sido meu suporte.

Hey, Mama!

Agora você acreditar no seu filho, você pode sorrir.

Hey, Mama!

Me desculpe, Mama!

Agora eu conheço sua bondade sem limites, mamãe.

Hey, Mama!

Muito obrigado, Mama!

Você se tornou minha carne e o meu sangue, mamãe.

(Você se lembra, mãe?)

...

Uma veterana que corre com ambos os pés por sua família.

A falha é a mãe do sucesso, mamãe.

Eu aprendi com aquela sinceridade e paixão como quero ser.

Agora que eu me tornei um adulto,

Porque você fertilizou o pequeno broto,

Eu me tornarei uma flor e me tornarei o seu próprio caminho florido,

E você andará por ele.

Hey, Mama!

Agora você pode confiar em mim, estarei sempre ao seu lado.

Hey, Mama!

Por você ter se doado para mim e ter sido meu suporte.

Hey, Mama!

Agora você acreditar no seu filho, você pode sorrir.

Hey, Mama!

Você me fez perceber o mundo,

O sopro de vida que você criou.

Hoje, mais do que nunca,

Quero que você me pegue em seus braços.

Mais alto do que qualquer coisa sob o chão,

Maior do que tudo abaixo do céu,

A única, as mãos de mãe que são as mãos que curam,

Você será para sempre o meu remédio.

...

Te amo, mamãe.

...

Hey, Mama!

Agora você pode confiar em mim, estarei sempre ao seu lado.

Hey, Mama!

Por você ter se doado para mim e ter sido meu suporte.

Hey, Mama!

Agora você acreditar no seu filho, você pode sorrir."

 

– Isso não vai dar certo, Taehyung. – Hoseok suspirou de frustração.

– Hobi, a gente ainda nem saiu da sua casa e você já tá dizendo que não vai dar certo. – O mais novo lhe puxou para um abraço. – Relaxa.

– Tae, a gente acabou de chegar de viagem, vamos descansar primeiro. – Hoseok apoiou a cabeça no ombro do mais alto.

– Hoseok, a gente passou a tarde dormindo, já descansamos até demais. Do que você está com tanto medo?

– Da sua família! Não tem como eles gostarem de mim. – Choramingou o Jung.

– Hobi, é só minha vó, minha mãe e o Namjoon, outra que o Jin também vai tá lá. Outra maior ainda que você prometeu que a gente veria isso depois que voltasse da viagem, lembra?

– Lembro. – Resmungou o mais velho.

– E você também prometeu me apresentar sua família, lembra?

– Não seja por isso. – Hoseok se afastou e chamou seus gatos, vendo os três se aproximarem imediatamente e erguendo de um por um. – Jisoo, seis anos de idade, carinhosa e carente demais. V, cinco anos, convencido, não gosta de se misturar. Yugyeom, três anos, gordo, preguiçoso e mimado. Essa é a minha família.

– Eu já conheço nossos filhos muito bem. – Riu o cantor.

– Meus filhos, você quis dizer.

– Como assim?

– É comigo que eles vão ficar, caso você peça o divórcio.

– E por que com você, Hoseok? Os filhos também são meus. – Taehyung fingiu irritação.

– Eu que adotei eles. – O Jung riu. – Você acha que podemos adotar um, juntos, Tae?

– Claro, Hobi! Vai ser complicado por sermos um casal gay e você sabe como funciona a justiça quando se trata de casos assim, também temos que ver com que idade vamos adotar a criança.

– Eu tava falando de um gato, mas ok. – Disse Hoseok, caminhando até a porta.

– Mas também podemos adotar uma criança. – Taehyung o seguiu, enquanto colocava seu capuz e sua máscara.

– Eu não quero. – O mais velho respondeu de forma simples.

– Mas por que não? – Taehyung lhe olhou com surpresa.

– Porque eu já tenho meus gatos. – Hoseok sentou no banco do passageiro.

– Não quer dirigir? – Perguntou Taehyung, dando o assunto da adoção por encerrado.

– Não, estou muito nervoso pra isso. Eu estou bonito? – Perguntou o Jung, nervosamente.

– Você sempre está bonito, amor. – Taehyung bagunçou o cabelo do namorado antes de dar a partida.

– Não bagunce meu cabelo, Tae! – Reclamou o Jung. – Posso colocar o álbum novo da Jisoo?

– Deve!

O resto da viagem se seguiu com os dois cantando juntos as músicas da cantora favorita de ambos, enquanto riam e Hoseok se inclinava uma vez ou outra para beijar o ombro do mais novo. Porém, bastou que o cantor estacionasse o carro para que o mais velho sentisse toda sua alegria indo embora e o nervosismo se instalando novamente em si.

Taehyung desceu do carro e caminhou apressadamente para o interior da casa, sendo seguido pelo mais velho, que caminhava a passos lentos. Quando o cantor abriu a porta, tirou seu capuz e máscara e segurou a mão do namorado.

– Ora, ora, eles não estão aqui me esperando do jeito que eu disse pra ficarem. – Taehyung fez uma careta de decepção. – Mãe! Vovó! – Chamou o garoto, e logo as duas mulheres apareceram, acompanhadas por Namjoon e Seokjin.

– Hobi! – Seokjin foi até o melhor amigo e o abraçou, sussurrando em seu ouvido, em seguida. – Tente ficar mais calmo, eu posso ver seu nervosismo de longe.

– Eu não consigo evitar. – Choramingou o Jung.

– Mãe, vovó, hyung... – O cantor apertou o ombro do convidado, que parecia paralisado de nervosismo, trazendo-o para mais perto. – Esse é Jung Hoseok, meu namorado e homem da minha vida!

– Eu sabia. – Disse sua avó. – Você também tinha um namorado e estava me escondendo isso, vocês são os netos mais ingratos que alguém poderia ter!

– Mas eu estou apresentando ele pra você agora, vovó. – Tentou se explicar o mais novo dali.

– E há quanto tempo está com ele? – Perguntou a senhora, não se dando por convencida.

– É... – Taehyung hesitou por algum tempo. – Oito meses.

– Você é pior que o Joonnie! – Ralhou a mulher.

– Mamãe, o Taehyung trouxe o namorado aqui para nos apresentar ele, não pra causar confusão, por favor. – A mulher mais jovem tentou acalmar a de mais idade.

– Olá, Jung Hoseok. – A senhora estendeu a mão e Hoseok a apertou com nervosismo. – Você está bem? Parece que vai desmaiar a qualquer hora.

– Mamãe! – A mãe dos irmãos Kim afastou a senhora para que pudesse ela mesma cumprimentar o convidado. – Olá, eu sou Kim Naeun, mãe do Namjoon e Taehyung.

– Jung Hoseok...

– Meu namorado! – Completou Taehyung.

– Eu já entendi, Tae Tae. – Riu a mulher. – É um prazer conhece-lo, Hoseok.

– O prazer é todo meu. – Se curvou o Jung.

– Hoseok é o melhor namorado que seu filho poderia arrumar. – Disse Jin, chamando a atenção de todos na sala. – Eu realmente o admiro muito.

– Obrigado, hyung. – Seokjin sabia que Hoseok estava agradecendo mais por ele o estar ajudando com aquilo do que por suas palavras em si.

– Não é nada, Hobi. – Sorriu Jin.

– Senta aqui, Hoseok, vamos conversar. – Disse a avó dos Kim, mas o Jung apenas encarou o namorado, que lhe puxou para sentarem juntos ao lado da senhora. – Então, como se conheceram? – Começou ela.

– Eu... eu faço jornalismo... e estagio na revista Aigoo!, Taehyung foi até lá dar uma entrevista e acabamos nos conhecendo. – Hoseok suspirou, tentando afastar seu nervosismo. – Nós acabamos acertando um ao outro enquanto eu subia a escada e eu cai rolando todas elas e machuquei o tornozelo... daí o Tae me ajudou e.… nós namoramos há oito meses agora. – O Jung não estava com coragem suficiente para explicar os detalhes.

– A verdade é que eu fiquei encantado pelo Hobi no momento em que o vi subindo as escadas! – Disse o mais novo. – E depois que eu o ajudei, minha vontade de conhecê-lo melhor só aumentou.

– Isso é verdade? – Hoseok o encarou. – Você nunca me disse isso antes.

– Claro que é, Hobi! Pensei que fosse bem claro que eu me apaixonei primeiro por você, perdidamente. – O Kim sorriu largamente.

– Nhooon, que fofo, amor. Eu te amo. – Disse o mais velho.

– Eu ainda estou aqui. – Disse a avó de Taehyung.

– Desculpe! – Hoseok curvou sua cabeça, nervosamente.

– Tudo bem, eu gostei de você. – Ela lançou um sorriso cúmplice para o namorado do neto.

– Obrigado! Também gostei da senhora! – Sorriu o Jung.

– Viu, Hobi, não foi tão horrível quanto você achou que seria. – Sentados os três no sofá, cada um soltou um largo sorriso, só por estarem ali naquele momento.

 

Hoseok conferiu uma última vez se tudo estava em ordem na sua casa, antes de ir até a porta e abri-la, Rosé passou direto por ele, junto com seu primo, Minhyuk. Ele continuou encarando a mãe que não via desde o ano passado, e eles estavam em agosto. Não sabia se devia abraça-la ou se desculpar por todo o seu descaso com sua própria progenitora.

– Desc... – Antes que pudesse completar sua fala, sentiu o abraço apertado de sua mãe, que parecia não querer lhe soltar mais.

– Meu amor, eu senti tantas saudades de você, por favor, não suma assim, Hoseok.

– Desculpe, mamãe. – Disse o garoto, afundando seu rosto da curvatura do pescoço da mulher. – Prometo não fazer mais isso.

– Onde estão meus netos? – Sua mãe se afastou e segurou seus ombros.

– Ah, eles estão bem aqui na sala, entre logo, mãe. – O anfitrião abriu mais a porta, dando passagem para que a mulher entrasse e visse Rosé e Minhyuk, cada um, segurando os gatos de Hoseok.

– Oh, Yugyeom está realmente gordo, ele é muito mimado. – Disse sua mãe, enquanto pegava o gato em seus braços. – Ainda me reconhece, certo? Eu te comprei muita comida, seu gordo folgado, não pode esquecer de mim.

– Mãe, pare de falar como se ele fosse só um interesseiro. – Reclamou o Jung.

– Mas ele é, meu filho, olha pra esse rostinho dele. Se bem que você tem um gato pior ainda, que é o V. Jisoo está bem? – Perguntou a mulher enquanto acariciava a gata que estava nos braços de sua filha.

– Sim, ela ainda vai viver por muitos anos. – Sorriu o anfitrião.

– Então, Hobi, cadê a pessoa tão especial que você tem pra nos apresentar? – Rosé já sabia que se tratava do namorado de Hoseok, mas sua mãe, não.

– Vai chegar logo, logo. – O Jung desviou sua atenção para o primo. – Você tá bem, Minhyuk?

– Claro! Vou prestar vestibular no fim do ano, então estou estudando bastante. – O garoto deu seu sorriso radiante de sempre.

– Esse é o meu garoto! – Disse Hoseok, abraçando o primo. – Vamos sentar, soltem meus gatos, eles não são brinquedos.

Sua irmã revirou os olhos e soltou Jisoo, enquanto se sentava ao lado do irmão no sofá e sussurrava algo para que sua mãe não os ouvisse.

– Não acha que é melhor dizer logo a ela que é um namorado e não namorada?

– Eu nem disse que ia apresentar ele como meu namorado, só vou apresentar ele. Fica na sua. – Disse o Jung.

– Seria melhor assim pra você, Hobi.

– Tudo bem, Noona, eu tenho tudo... – Quando foi interrompido pela batida na porta, Hoseok sentiu seu coração falhar algumas vezes. – Acho que a visita chegou. – Disse para os outros três, enquanto soltava um sorriso forçado e se levantava para ir abrir a porta.

– Oi. – Cumprimentou Taehyung, nervosamente. – Elas já estão aqui.

– Tudo bem, eu vou adorar conhece-las. – Sorriu o cantor.

Quando o Kim passou pela porta, a reação de Rosé e sua mãe, e até mesmo a de Minhyuk, que já sabia de quem se tratava, não foi nem um pouco normal, afinal, elas estavam vendo um dos cantores jovens mais famosos da Coréia bem ali na frente delas.

– Hoseok, você tá brincando com minha cara!? – Disse sua irmã, levando uma de suas mãos até sua boca.

– Meu filho! – Sua mãe cobriu a boca assim como Rosé. – Esse menino parece muito com aquele cantor que você gosta, eu tô chocada.

– Mãe, é ele! – Disse Rosé, nervosamente.

– Meu filho! O que o seu cantor favorito tá fazendo aqui!? Meu Deus! É mesmo ele... o...

– V! – Respondeu Taehyung, fazendo um “V” com os dedos e levando até seu rosto. – O cantor favorito do Hobi e... – O Kim fez uma pausa dramática. – Namorado dele!

Um silêncio mortal se instalou no local. As cinco pessoas ali quase podiam ouvir os pensamentos um do outro, e se pudessem, eles seriam mais ou menos assim: “Taehyung, meu amor, você tem merda na cabeça, seu miserável? ” “Que tipo de chantagem meu irmão fez pra se aproximar do V? ” “O V é muito lindo, socorro, quero morrer. ” “Esse garoto disse que era namorado do meu filho? Foi namorado mesmo? Eu tô doidona? ”

Taehyung encarou o namorado de forma confusa, como se não estivesse entendendo nada, e não estava de fato. Se aproximou do mais baixo e sussurrou.

– Você tinha dito que ia apresentar seu namorado, né? Eu ouvi você dizer isso pra Rosé.

– Pra Rosé, sim, mas não pra minha mãe, Tae! Ela ainda nem sabia que eu sou gay! – Hoseok olhou de soslaio para a expressão de surpresa de sua mãe e soltou um suspiro.

– Tudo bem, Hobi. – Taehyung lhe abraçou. – Agora eu já estraguei tudo mesmo. – Riu.

– Hoseok, o V é o seu namorado? Que espécie de pegadinha é essa? Eu achei que fosse o Jimin, meu Deus! – Disse sua irmã, ainda surpresa. – Ah, desculpa, V.

– Namorado? – Sua mãe mantinha uma expressão confusa.

– Eu posso explicar isso, mãe. – Hoseok se afastou do cantor.

– Desculpe, senhora Jung. – O cantor se curvou. – Eu achei que o Hobi já tivesse falado com você sobre isso. Eu sou Kim Taehyung, o namorado dele. – O garoto estendeu a mão, mas a mulher continuou lhe encarando com estranheza. – Desculpa, mas seu filho é gay, caso você não tenha percebido ainda.

– Tae! – Hoseok cobriu o próprio rosto.

– Eu também sou. – Concluiu Taehyung, pegando a mão da mulher ele próprio e a cumprimentando meio que forçadamente.

– Mãe, vem cá. – O Jung puxou a mão da mulher e a levou até seu quarto.

Ao entrar no quarto do filho, a mulher olhou em volta, vendo tudo que havia de V ali, constatando que o garoto estranho na sala era mesmo o cantor famoso que Hoseok amava há anos. Observou o mural com fotos dos dois e concluiu também que, de fato, eles eram namorados.

Enquanto isso, Hoseok apenas observava sua mãe analisando seu quarto, e em seguida, analisando a ele próprio. Ele estava pensando em quais palavras diria a ela, mas antes que pudesse chegar a uma conclusão, observou melhor e viu os olhos de sua mãe se encherem de lágrimas.

Nervosamente, o garoto a fez sentar em sua cama, enquanto ela soluçava, e ajoelhou-se a sua frente, segurando o rosto de sua mãe e usando seus dedos para enxugar as lágrimas que escorriam pelo rosto dela.

– Mãe, eu sinto muito, eu não sabia como te contar isso. Desculpe por ter te feito saber dessa forma, eu realmente...

– Por isso passou tanto tempo sem dar um sinal de vida? – A voz de sua mãe estava carregada de tristeza. – Hoseok, eu sempre ralei pra criar você e sua irmã da melhor forma possível, eu dei o máximo de mim, tentei protege-los de todo mal e especificamente, tentei proteger você do seu próprio pai. Por mais que eu sentisse sua falta, eu sempre achei que era por conta dele que você não estava indo mais nos visitar, mas agora eu pude concluir que também era por minha causa.

– O quê!? Não, mãe! Eu parei de ir por causa do papai e.… talvez por achar que você não me visse mais como antes. Mãe, sempre que eu apareço em casa, eu gero uma confusão porque ele me odeia, você sabe disso, eu não queria te causar mais problemas, isso não quer dizer que eu não te ame, mãe.

– Por que acha que eu não te veria mais como antes? Por que você gosta de garotos? – A mulher soluçou. – Meu filho, por favor, fui eu que te criei. Você acha mesmo que eu nunca notei o jeito que você olhava pros seus colegas ou pra algum adolescente bonito que passasse por nós na rua? Ou como você nunca parecia pensar em garotas? Como você se irritava quando seu pai insistia que você devia namorar uma? Eu sabia que você era gay, Hobi, afinal, você é meu filho, e eu esperei que você me contasse isso, mas eu nem mesmo mereci sua confiança.

– Mãe, mãe! – Hoseok segurou o rosto da mulher com mais firmeza, fazendo com que ela o encarasse. – Isso não é verdade, mãe, eu senti medo de te decepcionar, só isso. Eu sempre senti medo de te decepcionar, na verdade. Rosé é mil vezes melhor que eu, já sou uma decepção pro papai, eu não aguentaria ser uma decepção pra você também, mamãe.

– Mas meu filho, você nunca me decepcionou! – Dessa vez, foi a mulher que segurou seu rosto. – Olha pra você, Hobi! Por que você me decepcionaria? Você é uma pessoa linda e eu te amo mais que tudo, eu só sinto orgulho de você. Não importa o que seu pai acha de você, eu ainda te amo, te amo muito e senti muito sua falta nesses últimos meses. Eu senti sua falta não porque você é meu filho, Hoseok, mas sim porque eu te amo. Você me ensinou a te amar do jeito que você é, meu amor, eu não quero você distante de mim, não suporto isso.

Após ouvir as palavras de sua mãe, Hoseok sentiu seu corpo fraquejar e sentou-se no chão, com o rosto sendo coberto pelas próprias lágrimas. Pensou em todos os meses que havia passado longe dela, no medo que sentiu de encará-la, no nervosismo que sentia ao pensar que dormia com um garoto à noite e talvez ela nunca viesse a saber disso e como aquilo parecia tanto com uma traição ou uma mera atuação. Eu algum momento, seu medo se tornou sua prisão, e essa prisão o impedia de ver quem ele mais amava no mundo, aquela mulher ali a sua frente.

Pensou em como ela sempre havia se dedicado tanto a ele, e como havia lhe pago? Com a distância, com o descaso, com a omissão de sua própria vida. Sua mãe nunca havia lhe tratado mal sem que ele merecesse, assim como seu pai fazia, sua mãe nunca havia desistido dele, sua mãe nunca havia deixado de ama-lo e querê-lo junto a ela, então, por que ele havia demorado tanto tempo para notar isso? Para notar algo tão simples como o amor de sua mãe por ele?

Sentiu a mulher se ajoelhar a sua frente e o puxá-lo para lhe acalentar, assim como fazia quando Hoseok era apenas uma criança ainda. Sentir novamente o calor de sua mãe lhe fez chorar ainda mais, pensando no que havia perdido ao se distanciar da pessoa que havia dedicado a vida toda por ele.

Naquele momento, Hoseok prometeu a si mesmo, prometeu que não faria aquilo novamente, que não se afastaria de sua mãe ou ocultaria coisas dela por medo. Aquela mulher ali, ajoelhada no chão de seu quarto, merecia todo o seu amor e dedicação e era isso que ele faria, daria tudo de si que pudesse a sua mãe, era o mínimo que poderia fazer para vê-la sorrir.

– Você realmente gosta dele, certo? – Perguntou sua mãe, lhe apertando com mais força.

– Ele me ensinou a dirigir, mãe. – Hoseok não precisava dizer mais nada, ela sabia que aquela resposta já significava muito.

 

Depois do mal-entendido causado pela desinformação de Taehyung e sua boca grande, a irmã e mãe de Hoseok ainda demoraram um pouco para processarem a ideia, não por Taehyung ser um garoto, mas por ele ser o V. Mas depois de todos terem acalmado um pouco mais seus ânimos, o cantor se ofereceu para ir deixar a sogra e Minhyuk em Gwangju, junto com o namorado.

Inicialmente, a senhora Jung não queria aceitar, mas o Kim erainsistente e Minhyuk torcia internamente para que ela aceitasse logo. Depois de combinarem tudo, Hoseok informou brevemente que não gostaria que ele e o namorado vissem seu pai e sua mãe entendeu o recado na mesma hora e até lhe disse que talvez fosse melhor assim.

Durante todo o caminho até Gwangju, Taehyung não parava de conversar com a mãe de Hoseok, ele era realmente comunicativo. No banco de trás, o Jung também não parava de conversar com seu primo. Outra hora, estavam os quatro falando coisas ao mesmo tempo e rindo juntos, mal viram o tempo passar e já haviam chegado na casa dos Jung.

Hoseok e Taehyung se despediram dos dois e o Kim notou o namorado olhando fixamente para o interior da casa, com um certo pesar.

– Você não quer entrar? – Perguntou o mais novo. – Eu te espero aqui.

– Não. – Respondeu o Jung. – Desculpe não poder te convidar pra entrar também.

– Tudo bem, Hobi. Eu também não quero que conheça meu pai, acho que estamos na mesma. – O cantor sorriu com pesar.

– Não vamos pensar nisso, Tae. – Hoseok lhe cutucou. – Se sairmos agora, ainda tá tempo de chegarmos cedo e passarmos um tempinho juntos. Eu dirijo.

– Você tá bem apressado, hoje. – Riu o mais novo.

– É que eu esqueci meu celular em casa e faz um tempinho que Jennie não me manda nenhuma mensagem, tenho medo dela se afastar de novo. – O riso do Kim sumiu.

– Ela só deve estar ocupada, Hobi.

– Sim, mas faz um bom tempo, acho que desde que você chegou lá em casa, mais ou menos. – Hoseok pareceu pensativo.

– Vamos nessa? – Disse o mais novo, enquanto colocava uma música qualquer para tocar. – Também quero chegar logo.

– Tudo bem. – O Jung sorriu inocentemente, ele sempre era inocente demais.

 

A viagem dos dois se seguiu com eles ouvindo o novo álbum de Jisoo juntos pela milésima vez, enquanto cantavam loucamente, até que, quando estavam quase entrando em Seul novamente, Hoseok sentia que havia algo de estranho no carro.

– Estou achando o carro estranho, vou parar e descer pra ver o que é. Fica aí. – Disse o Jung para o mais novo, enquanto estacionava na beira da estrada e saia do carro.

Analisou todos os pneus, presumindo que o defeito estava no pneu esquerdo da frente, suspirou ao constatar que ele estava secando e não parecia ser muito lentamente. Levantou-se, enquanto batia uma mão na outra e se virava para voltar ao carro, dando de cara com seu namorado, que usava um boné agora.

– O que aconteceu? – Perguntou o Kim.

– Taehyung, eu tinha dito pra você ficar no carro. – Resmungou o mais velho.

– Eu só vim ver o que tinha acontecido. – Se justificou o cantor.

– Esse pneu está secando, acho que furou ou algo assim, mas nós já estamos perto de Seul, podemos ver o que a gente faz lá. – Explicou o Jung.

– Aish.... Acho que tenho um problema agora, não posso deixar meu gerente descobrir que viajei até Gwangju e também não posso levar o carro pro conserto eu mesmo. – Suspirou o mais novo.

– Desculpe, eu vou dar um jeito nisso, a culpa foi minha. – Hoseok estava envergonhado e evitou o olhar do Kim.

– Ei, ei, ei, não foi isso que eu quis dizer, não é culpa sua, amor. Tá tudo bem, é só um pneu furado, não é nada demais. – Taehyung o puxou, abraçando-o apertado.

– Eu faço tudo errado. – Continuou o estudante.

– Hobi, isso não é verdade. – O Kim segurou seu rosto e lhe beijou rapidamente. – Foi um acidente, acidentes acontecem. Agora, vamos logo antes que o pneu seque completamente, tá bom?

– Tá. – Assentiu o mais velho e em seguida os dois voltaram ao carro. Taehyung observou a expressão triste do namorado, pensando no que fazer para animá-lo, ele já tinha uma lista imaginária para momentos como aqueles.

 

Quando chegaram na casa do estudante de jornalismo, o mesmo já estava pensando em como fariam para levar o carro do mais novo ao conserto, porém, seus pensamentos foram interrompidos ao entrar e apenas V e Yugyeom correrem para recebe-lo.

– O quê? – Hoseok parecia confuso.

– O que foi, Hobi? – Perguntou o Kim.

– Jisoo. – Disse, enquanto andava pela casa e procurava a gata, encontrando-a, por fim, deitada em sua cama. – Ei, princesa.

– Ela tá aí? – Perguntou o mais novo, entrando no quarto.

– O que aconteceu com você, hein? – Hoseok se deitou ao lado da gata e começou a acaricia-la, analisando o olhar triste que ela lhe lançava. Se levantou e pegou um sachê para Jisoo, voltando para junto dela em seguida e lhe oferecendo. – Você quer comer?

A felina apenas cheirou a oferta de Hoseok e voltou a deitar sua cabecinha, fazendo com que o Jung se sentisse nervoso.

– Ela não tá normal. – Disse Hoseok, nervosamente. – Eu vou levar ela no veterinário. Desculpe, Taehyung, o que fazemos com seu carro?

– Ei, não se preocupe com isso, eu vou ligar pro meu gerente e pedir pra que ele dê um jeito nisso. Jisoo é sua prioridade agora. – Taehyung beijou o topo da cabeça do mais velho.

– Eu não entendo, ela parecia bem antes de sairmos. – Hoseok apoiou sua cabeça na cama e observou a gata, com tristeza. – O que foi, Jisoo?

– Calma, Hobi. Não deve ser nada demais, vai ficar tudo bem. – O cantor se abaixou, abraçando-o por trás. – Relaxa, amor.

– Tem razão. – Suspirou o Jung. – Eu não vou deixar que nada de mau te aconteça, Jisoo. – Concluiu, enquanto segurava a patinha da gata entre seus dedos.

 

Seokjin caminhou de um lado para o outro em sua sala, precisava se manter calmo, precisava relaxar, estava pensando em coisas demais, daquela forma, ia acabar se precipitando e fazendo alguma besteira da qual se arrependeria depois. Quando finalmente ouviu sua campainha tocar, abriu a porta apressadamente, puxando Namjoon para dentro e indo direto ao ponto que queria.

– Onde estava esse tempo todo? – Perguntou nervosamente.

– Vindo pra cá, Jin. – O rapper explicou de forma simples.

– Namjoon, não leva tanto tempo assim pra você chegar aqui, por favor! – Seokjin elevou sua voz.

– Ei, calma aí, eu acabei de chegar e é assim que você me recebe, Jinnie? – Namjoon lhe olhou com espanto.

– Ah, olá, grande amor da minha vida que sempre se atrasa por estar fazendo sei lá o quê com sabe se lá quem! – Disse o jornalista, usando o tom mais irônico que pôde e indo até a cozinha, ele precisava de um copo d’água para acalmar seus nervos.

– O que aconteceu pra você me tratar assim, Jin? – Namjoon lhe seguiu.

– Hyung pra você! – Seokjin tomou três copos d’água seguidos, enquanto o namorado lhe encarava sem entender nada.

– O quê? Você sempre disse que eu não devia te chamar de hyung.

– E você sempre diz que vai chegar no horário!

– Jin, eu só atrasei poucos minutos e não é sempre que isso acontece. Eu não sei o que aconteceu com você pra que esteja agindo assim, mas...

– Comigo!? – Seokjin elevou sua voz novamente. – Você faz o que bem entende e a culpa é minha, Namjoon!?

– Jin, do que você tá falando!? Eu não estou entendendo nada! – Namjoon também elevou o tom de sua voz, por puro nervosismo.

– Eu ouvi a voz dele quando te liguei! – Gritou o jornalista.

– Dele quem, Jin!?

– O rapper metido e imbecil que você finge ser seu amigo, Jackson Wang! – Seokjin lançou o copo que segurava em direção a parede e Namjoon encolheu seus ombros quando ouviu o barulho do vidro se despedaçando.

– Jin, para com isso! – Gritou Namjoon de volta.

– Por que você não disse que estava com ele!? Você acha que eu sou burro ou o quê!? Seokjin é idiota o suficiente pra você, pra nunca perceber que está ganhando um par de chifres seu, Namjoon!? – O olhar do jornalista era de puro ódio e Namjoon nunca o havia visto daquela forma antes.

– Jin, eu não tenho nada com o Jackson! Para com isso! Eu não estou te dando nada!

– E o que estava fazendo com ele!? – Perguntou o mais velho, impacientemente.

– Ok, eu estava com ele, ele é meu amigo, é normal estarmos juntos. – O rapper mantinha certa distância do namorado.

– E por que você faz isso escondido de mim!? Por que se atrasa pra me ver quando está tendo algum encontrozinho secreto com seu grande amigo!?

– Para de insinuar que eu tenho algo com ele! – Namjoon se aproximou, segurando os ombros do mais velho. – Eu nunca teria nada com o Jackson, eu nunca trairia você, nem com ele e nem com ninguém!

– Não é verdade.... – A voz de Jin saiu quase inaudível, junto com suas lágrimas que começaram a escorrer. – Você vai me trair, é só questão de tempo, eu sei disso...

– Jin, do que você está falando? Eu não vou fazer isso.

– Não importa o quão bonito eu seja, ou se eu beijo bem, ou se eu consigo te satisfazer na cama... isso não é o suficiente... – Soluçou Seokjin.

– E você acha mesmo que isso são as únicas coisas que eu gosto em você? Por favor, Jinnie, eu gosto de tudo em você, até dos seus defeitos, talvez não de todos, mas eu gosto de alguns. – Riu Namjoon. – Eu não sei porque se sente tão inseguro em relação a nós, mas eu nunca faria algo assim com você, Jin.

– Namjoon... – Jin não disse nada, apenas abraçou o namorado e deixou que o fluxo de suas lágrimas aumentasse ainda mais, com o rosto enfiado no ombro do mais alto.

– Desculpe, Jinnie. Se eu não pareço te amar o suficiente ou se eu te dou desconfianças, me desculpe, não é minha intenção. Eu nunca faria algo assim com você, Jin, eu não conseguiria.

Entretanto, Seokjin não poderia aceitar aquelas desculpas, afinal, o namorado não tinha mesmo nenhuma culpa. O mais velho estava tentando esconder a verdade de si mesmo, estava tentando esconder algo tão podre que estava crescendo mais e mais, a cada dia, em seu interior: sua obsessão por Kim Namjoon.

 

Hoseok voltou tarde para casa naquele dia, já passavam das onze da noite, havia ido direto para a clínica depois do trabalho, buscar Jisoo. Passou algum tempo tentando abrir a porta, enquanto segurava sua bolsa, a bolsa de Jisoo (sim, ele tinha uma bolsa para cada um de seus gatos) e a caminha da felina. Depois de algumas tentativas, conseguiu abrir e se jogou em seu sofá.

Abriu o zíper que protegia Jisoo, tirando a gata de lá e a trazendo para seus braços, enquanto a acariciava e beijava o topo de sua cabeça. Hoseok se levantou e começou a cantar sua música favorita da cantora que dera origem ao nome de sua gata. Rodou pela sala, enquanto dançava com a felina em seus braços e a sentia olhá-lo com interesse, fazendo-o sorrir.

– Eu disse que você ia ficar bem, vamos só tomar seus remédios direitinho e fazer mais quimioterapias e você vai continuar comigo por anos e anos. – A gata se contorceu e Hoseok entendeu o recado, colocando-a no chão na mesma hora e sorrindo satisfeito ao ver a felina indo direto para sua comida.

Levantou-se, pegando suas coisas e as de Jisoo para guardar. Lembrou que precisava avisar a Jennie que estava tudo bem com sua gata de estimação, sua amiga realmente estava preocupada, já que haviam escolhido o nome da felina juntos. Porém, o Jung se surpreendeu ao ver quinze chamadas do namorado, retornando as ligações na mesma hora.

– Hobi? – Taehyung não conseguia esconder o nervosismo em sua voz. – Como a Jisoo está?

– Ah, ela tá bem. Só vamos intensificar o tratamento dela. – Hoseok sorriu. – Aconteceu algo, Tae?

– Você não entrou em nenhuma rede social nessas últimas horas, certo? – A voz do Kim estava trêmula.

– Não. – O Jung sentiu seu corpo ficar tensionado.

– Olha, isso ainda não saiu em nenhum jornal ou revista, talvez pelo horário, mas...talvez amanhã... pode me prometer uma coisa?

– O que foi, Taehyung? – Hoseok já estava abrindo seu twitter e vendo o nome do namorado em primeiro nos trends.

– Hoseok, por favor, não saia de casa amanhã, por favor. Eu queria poder ir aí agora, mas as coisas também estão um pouco complicadas pra mim, então, por favor, faça o que estou te pedindo. – A voz do cantor não parava de tremular, assim como a mão do Jung que vacilava na hora de verificar aquele trend.

Hoseok arregalou seus olhos e levou uma de suas mãos até sua boca, enquanto continuava verificando os vários comentários de fãs ou mesmo pessoas que estavam apenas surpresas, todas reproduzindo a mesma imagem.

Uma foto de Hoseok e Taehyung, quando saíram do carro para verificar o pneu na volta da viagem à Gwangju. E os dois estavam se beijando.