“Olhe dentro de sua mente pequena,
Olhe um pouco mais.
Estamos desanimados, injuriados e cansados
De todo esse ódio que você guarda.
Você diz que não é certo ser gay,
Eu te acho maligno,
Você é só um racista
Que não consegue amarrar meu cadarço,
Seu ponto de vista é medieval.
Vá se foder,
Vá se foder gostoso,
Nós odiamos o que você e sua turma faz,
Então, por favor, não mantenha contato.
Vá se foder,
Vá se foder gostoso,
Porque suas palavras são intraduzíveis
E está ficando tarde.
Então, por favor, não mantenha contato.
Você curte ser bitolado?
Quer ser como seu pai,
Aprovado a qualquer custo,
Mas não vai conseguir.
Você curte viver uma vida tão odiosa?
No lugar da sua alma, existe um buraco,
Você está perdendo o controle.
Isso é muito desagradável.
Vá se foder,
Vá se foder gostoso,
Nós odiamos o que você e sua turma faz,
Então, por favor, não mantenha contato.
Vá se foder,
Vá se foder gostoso,
Porque suas palavras são intraduzíveis
E está ficando tarde.
Então, por favor, não mantenha contato.
Você diz que acha que precisamos ir à guerra,
Bem, você já está em uma.
Pessoas como você precisam de uma lição,
Ninguém quer a sua opinião.
Então, por favor, não mantenha contato.”
Hoseok havia voltado para casa, depois de uma tarde de trabalho, e foi direto tomar seu banho, tentando refrescar sua mente dos mais recentes acontecimentos, saiu do banheiro e vestiu a primeira roupa que encontrou jogada por qualquer lugar, logo indo até a sala e sentando em seu sofá, enquanto segurava Yugyeom em seus braços. Não demorou muito para que alguém batesse em sua porta e ele fosse até lá.
– Hoseok! – Taehyung pulou em seu pescoço, enquanto o mais velho se esforçava para trancar a porta com o Kim pendurado nele.
– Tae!
O Jung afastou o corpo do cantor e logo os dois se beijaram, Taehyung sentiu o mais velho puxar seus cabelos com uma extrema necessidade, ao mesmo tempo em que tinha sua língua sugada e seus lábios mordidos com uma imensa vontade. As mãos do cantor deslizavam pelo corpo do mais velho, sentindo cada parte do corpo que tanto sentiu falta, do corpo que achava tão incrivelmente perfeito, parando seus movimentos por um momento para que pudesse apertar com força a bunda de Hoseok.
– Você tá bem? – Perguntou o cantor, em meio aos seus suspiros.
– Eu tô. – Hoseok segurou o queixo do mais novo, mordendo seu lábio inferior mais uma vez. – E você?
– Tô melhor agora. – Hoseok sentiu seu corpo ser empurrado contra a parede, enquanto Taehyung passava suas mãos por dentro de sua camisa, tocando em seus mamilos e chupando seu pescoço. – Eu senti sua falta, Hobi.
– Também senti sua falta. – O Jung suspirou e apertou a cintura do mais novo com força, lhe trazendo para mais perto e sugando sua língua com extrema necessidade, foram interrompidos apenas para que o Kim tirasse sua camisa e pudessem voltar a se beijar.
– Tá tudo bem com os gatos?
– Tá, sim. – Taehyung sentiu seu corpo ser virado e empurrado contra a parede, enquanto o Jung retirava sua camisa e erguia seus braços, prendendo-os no alto de sua cabeça, depois passando a se concentrar em beijar toda a extensão do peitoral e abdômen do cantor, que suspirava cada vez mais. – Você já se acertou com seus irmãos?
– Sim, a Jennie não me odeia mais tanto assim. – As mãos do cantor foram soltas, fazendo com que ele se apressasse em passá-las ao redor do pescoço do Jung, logo sentindo seu corpo ser erguido, enquanto passava suas pernas ao redor do mais velho, que ainda beijava seu pescoço e o levava até seu quarto. – Você conseguiu emprego?
– Sim, eu sou garçom em uma lanchonete, o Jimin trabalha na cozinha.
O corpo de Taehyung foi jogado na cama e logo sua calça começou a ser retirada, o Jung se atrapalhou algumas vezes, o que fez com que o mais novo risse e o puxasse pela nuca para beijá-lo mais uma vez. Hoseok colou seu corpo ao do cantor, fazendo com que sentissem seus membros excitados tocarem um no outro, assim como todo o resto de seus corpos, o que fazia com que Taehyung se movimentasse em busca de mais contato.
– O Jimin e Jungkook voltaram, os dois vivem aqui. – Hoseok ergueu seu corpo um pouco mais para que pudesse tocar no membro do mais novo, apertando o local e o escutando gemer.
– Você e o Jungkook estão se dando bem? – Taehyung mordeu o pescoço do mais velho, depois o chupou no mesmo local, já ciente da marca que ficaria ali.
– Sim, mas ele é um tanto insuportável ainda. – Os mamilos do cantor eram chupados com vontade, fazendo com que ele contorcesse seu corpo, sentindo um imenso prazer. – Tenho vontade de matar ele boa parte do tempo.
– Hoseok-ah. – O chamado de Taehyung saiu arrastado, enquanto sentia seu mamilo na boca do Jung, ao mesmo tempo em que seu membro era apertado cada vez mais.
– Sim. – Hoseok parou por um momento para observar o mais novo.
– Tem coisas melhores pra você me dizer agora, no lugar de ficar falando do Jungkook. – Os dois riram e voltaram se beijar.
– O que você quer que eu diga?
Taehyung ergueu seu corpo, empurrando o mais velho e fazendo ele deitar na cama, puxando sua calça fora em seguida. Se aproximou mais, beijando o pescoço de Hoseok e se aproveitando de seu anonimato para deixar quantas marcas quisesse em seu pescoço. Mordeu o lóbulo do Jung, sentindo seus poros se arrepiarem.
– Quero que diga que me perdoa, mas não sei se é pedir demais. – O cantor apoiou seus cotovelos na cama e se aproximou do rosto de Hoseok, lhe olhando fixamente, analisando cada traço que ele tanto amava no rosto do outro, acariciando as bochechas fofas que ele tanto se acostumou a beijar.
– Não pode fazer isso comigo.
– Isso o quê? – Taehyung lhe lançou um olhar confuso.
– Não pode me olhar assim, enquanto espera que eu te perdoe por tudo que fez, é uma chantagem grande demais. – Os dois sorriram e uniram seus lábios mais uma vez, de forma calma e apaixonada.
– Desculpe. – Disse o mais novo, enquanto beijava o pescoço do Jung. – Eu fui muito horrível com você, Hobi, eu...
– Você tá me fazendo broxar, fala sério. – Hoseok deu um tapa no ombro do mais novo, que não conseguiu conter seu riso.
– Ok, eu sou muito broxante mesmo. – Taehyung riu e sentou na cama, puxando a cueca de Hoseok fora e segurando seu membro excitado, voltou a beijar o pescoço do mais velho, enquanto o masturbava lentamente. – Desculpe por ser tão broxante, Hobi.
– Vai se foder, Taehyung! – O Jung não conseguia conter seu riso de nervosismo e satisfação.
– Você me daria a honra, Hoseok? – O cantor acompanhou o riso do mais velho, enquanto acelerava seus movimentos e mordia o peito do Jung.
– O que eu quero é justamente tirar sua honra, Tae. – A voz do mais velho saia com dificuldade, graças a maldita mão do Kim que continuava pressionando seu membro.
– Senti saudades de tirar a sua também, Hobi. – Para Hoseok, era um golpe extremamente baixo que Taehyung fizesse questão de sussurrar aquilo em seu ouvido.
– E o que tá esperando pra matar essa sua saudade? – Taehyung riu e desceu até o baixo ventre de Hoseok, beijando e mordendo o local.
– Você tá me provocando? – Hoseok tentou dizer algo, mas foi silenciado pela sensação de prazer que preencheu seu corpo ao sentir seu pênis dentro da boca do mais novo. – Você devia tomar mais cuidado com o que deseja, Hobi.
– Eu deveria tomar cuidado com você, então?
O cantor mordeu os próprios lábios e ergueu o tronco do mais velho, inclinando seu corpo e passando sua língua na entrada do Jung, que mal podia conter seus gemidos, enquanto continuava a masturbá-lo. Um dos dedos do Kim penetrou o mais velho, depois mais um, fazendo com que Hoseok gemesse lentamente sempre que sentia os dedos entrarem e saírem de seu interior.
Hoseok ergueu seu corpo e puxou Taehyung para perto, beijando o garoto enquanto fazia um carinho em seus cabelos, depois virou o corpo do mais novo e o empurrou, fazendo com que os dois deitassem na cama ao mesmo tempo em que ainda se beijavam.
Hoseok beijou o pescoço do Kim e foi traçando um caminho de beijos por toda sua barriga, sentindo os poros do mais novo se arrepiarem conforme ele descia mais e mais. O Jung puxou a cueca do cantor rapidamente, que àquela altura já incomodava demais à ambos, e se apressou em colocar o pênis de Taehyung em sua boca, engolindo-o por completo e ouvindo o outro gemer seu nome toda vez que sentia a língua de Hoseok fazer movimentos circulares em sua glande e depois sugar seu membro por completo.
Taehyung puxava o cabelo do Jung, sentia ele lhe chupar com mais vontade ainda e apertava seus olhos, tudo o que queria fazer era repetir o nome de Hoseok, várias e várias vezes. Seus quadris se movimentavam, forçando seu pênis a ir ainda mais fundo na boca do mais velho, que dava seu melhor em levar o Kim à loucura.
– Ah... Hobi... eu vou... – O cantor não terminou sua fala, mas sentiu Hoseok se aproximar e lhe beijar.
– Quando foi que você ficou tão frágil, Tae? – O mais velho riu e beijou a testa de Taehyung.
– Eu passei dois meses sem você, eu tô sensível, ok? – Taehyung fez um biquinho irritado, que o Jung fez questão de morder.
– Ok, amor.
Hoseok se afastou novamente e pegou o lubrificante que havia feito questão de deixar próximo, espalhou o líquido pelo pênis do mais novo e sentou em cima de suas coxas, ergueu seu corpo novamente, tentando encaixar o membro de Taehyung em si, fechando seus olhos enquanto sentia o pênis do mais novo lhe penetrar cada vez mais fundo.
Quando Taehyung já estava completamente dentro de si, o Jung suspirou e relaxou um pouco, colocando a mão no peito do mais novo e lhe encarando com um meio sorriso, mas aquilo não durou por muito tempo, pois logo Hoseok se apressou em começar a rebolar no colo do cantor, que suspirava com cada novo movimento e apertava mais forte a cintura do namorado.
Hoseok jogava sua cabeça para trás, ao mesmo tempo em que o membro de Taehyung entrava e saía de si, a imagem era excitante demais para o mais novo, que sempre acabava gemendo junto ao mais velho. Sentindo seu corpo esquentar cada vez mais, o Kim passou a mover seu quadril, enquanto apertava a bunda do Jung.
Taehyung sempre soube que Hoseok era demais para ele em todos os sentidos, portanto, precisava se esforçar no que fazia. O cantor ergueu seu corpo, sentando na cama e mantendo o Jung em seu colo, passou sua mão pela nuca do mais velho, o beijou com uma extrema necessidade, interrompendo o contato para soltar mais um gemido enquanto sentia o namorado continuar a rebolar em seu colo.
O garoto mais novo sentia tanto prazer com cada movimento e a imagem do Jung que podia sentir seu corpo tremer, logo ele chegaria em seu ápice, não seria diferente para o mais velho, seus movimentos estavam começando a ficarem mais lentos, ele estava cansando. Taehyung segurou o membro de Hoseok e passou a masturbá-lo, beijando-o mais uma vez e mordendo seu lábio inferior, depois indo até seu pescoço, deixou uma outra mordida ali e mais uma no lóbulo do mais velho.
– Hoseok, você é incrível. – O Jung sentiu seu corpo fraquejar e passou seus braços em volta dos ombros de Taehyung. – Eu senti tanta falta disso, senti tanta falta do seu corpo e de beijar cada pedacinho dele, isso parece até um sonho.
– Tae... – A voz de Hoseok saiu arrastada demais.
– Sim.
– Vai mais rápido, por favor.
Taehyung suspirou e fez com que Hoseok deitasse na cama, beijou o rosto e pescoço do mais velho e mordeu seu ombro ao acelerar seus movimentos mais ainda, os gemidos do Jung ficavam cada vez mais altos, até se transformaram em gritos, o nome do cantor que saía de sua boca era interrompido sempre que o Kim dava uma nova estocada.
O mais novo segurava seus quadris e se movimentava tão rápido que a cama toda se movia junto, Hoseok agarrou o cobertor abaixo de si com força, enquanto sentia seu corpo tremer por inteiro, Taehyung ia cada vez mais rápido e fundo.
O Kim passou a masturbar o mais velho, ao mesmo tempo em que continuava a penetrá-lo, até que o observou gozar e sujar a mão do cantor e sua própria barriga. Taehyung enfiou seus dedos sujos na boca do namorado, sentindo Hoseok chupá-los e continuando seus movimentos por mais algum tempo até que saísse do interior do Jung e expelisse seu próprio líquido também na barriga de Hoseok.
O corpo de Taehyung caiu por cima do de Hoseok, que segurou seus cabelos e beijou sua bochecha, a respiração de ambos estava agitada demais, mal podiam abrir seus olhos de tão cansados que se sentiam.
– Tae, precisa tomar um banho e vestir algo quente. – Sussurrou Hoseok, ainda com a voz cansada.
– Espera um pouco, eu mal posso sentir minhas pernas, Hobi. – Os dois riram e Taehyung ganhou um novo beijo em sua bochecha.
Já era madrugada, Taehyung e Hoseok já estavam bem agasalhados e dormiam, ou era o que deviam estar fazendo, pelo menos, pois o Kim não estava conseguindo dormir e levantou para ir ao banheiro. Se olhou no espelho e sorriu, se sentia bem estando com as roupas do namorado, voltou até o quarto e observou o Jung dormindo tranquilamente, afastou os cabelos de sua testa e lhe beijou.
– Eu te amo, Hobi. – Sussurrou, antes de se deitar novamente.
Procurou seu celular, simplesmente para que pudesse ver a hora, porém, viu algumas notificações e decidiu olhá-las rapidamente, haviam muitos comentários em sua última foto, claro que isso também tinha relação com seu encontro repentino com Hoseok no mesmo dia, nunca conseguiria ler todos, mas sempre tentava ler alguns.
“Esse cantorzinho é uma vergonha pro nosso país, vá embora!”
“Se você gosta de homens, suma da mídia! Não precisamos que nossos filhos vejam uma pouca vergonha como você!”
“Gosta de dar sua bunda pro garoto que te abraçou? Por que não pega seu dinheiro e vai fazer isso fora da Coréia do Sul?”
“Sempre soube que ele era uma bicha, uma bichinha fresca que não sabe se esconder.”
“Vocês viram a forma como eles se abraçaram? Pensei que fossem se beijar, foi tão nojento!”
“Não tenho nada contra ele ser gay, desde que não fique se pegando daquele jeito desesperado na frente das minhas filhas, elas adoram ele, é muita falta de respeito.”
“Ahh... não vou mais deixar minhas filhas irem aos seus eventos, não sei o que ele pode fazer nesse tipo de lugar, sinto que ele é sujo.”
“Se pegando com outro homem de forma desesperada na frente de todos, você me dá muito nojo, suma duma vez! Simplesmente suma”
“Eu sempre fui fã dele, mas agora estou arrasada, eu sinto raiva e nojo dele. Isso é tão triste.”
“Por que você não se mata?”
“Apenas se mate, V, deixe nossos filhos longe da sua sujeira.”
“V, eu espero que você morra.”
Taehyung sentiu o peso do mundo em suas costas, sentiu o ódio que emanava de todas aquelas pessoas, sentiu-se pequeno por ser quem era, e acima de tudo, ele sentiu medo, muito medo, como nunca havia sentido na vida. O garoto soluçava mais e mais a cada comentário, por um momento, quis se odiar, mas isso significaria ficar do lado de todos aqueles homofóbicos, isso significaria odiar Hoseok, isso significaria odiar todo o amor que sempre sentiu pelo garoto deitado ao seu lado, e isso Taehyung nunca permitiria existir dentro de si.
Ele ainda tinha fãs que o defendiam, que diziam que ele devia oficializar se realmente tinha um caso com o “garoto louco do abraço”, que eles eram fofos e coisas do tipo, mas sempre havia o outro lado da moeda, o lado agressivo que o machucava, pior do que isso, que poderia machucar Hoseok. Taehyung jurou a si mesmo que nunca deixaria que fizessem mal ao garoto que amava por sua causa, Hoseok permaneceria seguro, não importava o que teria que fazer.
Hoseok coçou seus olhos e achou ter ouvido algum barulho estranho, virou para o lado e encarou Taehyung, que estava deitado de costas para ele e parecia soluçar. O Jung olhou por cima de seu ombro, encarando a tela do celular, o que estava acontecendo?
“Eu espero que você pegue uma doença e morra junto com aquele outro demônio, você é um lixo humano.”
Sentindo-se completamente nervoso, Hoseok tomou o celular das mãos do mais novo e o jogou no chão, do outro lado da cama, Taehyung se assustou com o movimento repentino e se virou para encarar o namorado, enquanto enxugava seu rosto.
– Taehyung... – Hoseok não sabia bem o que dizer, apenas puxou o cantor para mais perto, lhe abraçando apertado e sentindo as lágrimas do Kim molharem seu pescoço. – Não liga pra isso, por favor, Tae.
– Hobi. – O apelido do Jung saiu em formato de choramingo, apertando seu coração e fazendo com que ele não pudesse conter suas próprias lágrimas.
– Tae, tudo bem, você tá comigo, tá bem? Eles não vão encostar em você, tá tudo bem, vai ficar tudo bem. – O Jung dizia aquilo para si mesmo também.
– Eu não quero que ninguém te machuque. – A voz de Taehyung saía entrecortada por seu choro e o Jung lhe apertava mais forte ainda.
– Não vai acontecer nada, eu vou pintar meu cabelo de novo, Tae.
– Hobi, o cabelo não é o suf...
– Taehyung! – Hoseok aumentou seu tom de voz, sentindo-se completamente nervoso. – Não pense nisso, tá bom? Tá tarde, vamos dormir e descansar.
– Hoseok, eu não posso...
– Tae. – O mais velho se afastou e segurou o rosto do cantor, fazendo com que se encarassem fixamente. – Me prometa que não vai pensar em nenhuma besteira, tá bom? Não vai se desesperar, não vai perder o controle, não vai tentar fazer nenhuma idiotice, não vai se afastar de mim, você ouviu?
– Mas... Hobi...
– Taehyung, eu quero que me prometa! – As lágrimas de Hoseok começaram a descer mais rapidamente, os dois estavam chorando desesperadamente agora. – Vai ficar tudo bem, ok!? Eu vou ficar bem! Quero que pare de pensar em mim e pense em você, quero se mantenha forte, Taehyung! Se não puder fazer isso por você, faça por mim, você tá me ouvindo?
– Eu não sei se consigo, Hobi. – Taehyung apertava a camisa do Jung com força.
– Taehyung, se você cair agora, eu vou cair junto com você. – Hoseok enxugou as lágrimas do mais novo e beijou sua testa, puxando-o para mais perto e fazendo com que o cantor encostasse o rosto em seu peito. – Me prometa que vamos nos manter firmes, Tae, por favor.
– Ok. – A voz do mais novo saiu abafada por seu choro e por pressionar seu rosto no peito de Hoseok cada vez mais, enquanto lhe abraçava com força. – Eu te amo, Hobi, eu te amo muito, não importa o que digam, eu te amo muito, muito.
– Eu também te amo muito, Tae. Eu sei que você tá assustado, mas eu tô aqui com você, eu vou te proteger.
– Você promete? – Choramingou Taehyung.
– Eu prometo, Tae. Agora pode dormir, porque eu sempre vou estar aqui pra você.
Os cabelos de Hoseok estavam vermelhos, seu corpo repousava em uma cadeira, na cozinha da casa de seus pais, sua mãe e Rosé conversavam, seus pensamentos se mantinham fixos em Taehyung. Sabia que o cantor estava tentando levar sua vida normalmente, mas também estava incrivelmente assustado e preocupado, o Jung queria poder protegê-lo de tudo, mas não era possível, infelizmente, não podia lhe proteger do ódio das pessoas.
– O que foi, Hoseok? Você chegou, sentou aí, não falou nada. Gostei do cabelo, inclusive. – Disse sua mãe, enquanto sentava à sua frente.
– Não é nada, não. – Suspirou o Jung.
– Não é o que parece. Está preocupado com o quê? – Insistiu sua mãe.
– Deve ser algo com o Taehyung, com certeza. – Disse Rosé.
– Oh, você brigou com ele?
– Não, mãe, nós estamos bem, por enquanto... mas eu estou mesmo preocupado com ele depois do que eu fiz, não tem como não me preocupar, né? É o meu namorado.
– O que disse? – Os três se assustaram com a presença de seu pai, que havia acabado de entrar na cozinha. – Você disse “meu namorado”, Hoseok?
– O quê? – Sua mãe riu. – Claro que não, não foi isso que ele disse, o que Hoseok quis dizer...
– É, foi isso que eu disse. – Hoseok virou e encarou seu pai, estava cansado de todo o ódio que sentiam dele, apenas por ser quem ele era, sentia-se extremamente revoltado, pois ninguém é de ferro, ninguém é capaz de aguentar tanto por toda uma vida de forma pacífica, todos tem um limite, Hoseok havia acabado de atingir o seu. – Eu estava falando justamente do meu namorado agora, quer que eu te conte sobre ele, pai?
– É o quê!? – Seu pai se aproximou, puxando Hoseok pela gola da camisa e fazendo com que ele saísse da cadeira, que foi chutada para longe. – Não brinque com a minha cara, moleque!
– Eu não estou brincando! – Hoseok gritou com vontade. – Eu gosto de homens, eu tenho um namorado, estamos juntos há mais de um ano!
– Eu não te criei pra ser uma bichinha que dá a bunda, Hoseok! – O homem gritava, sentia seu sangue ferver. O corpo do mais novo foi jogado contra o chão com força, seu pai subiu em cima dele e socou seu rosto.
– Para com isso! – Gritou a mãe de Hoseok, tentando segurar o braço do marido e sendo afastada brutalmente.
– Quem tem que parar com algo é seu filho! Parar de ser um viadinho!
– Eu sou viadinho mesmo! – Hoseok gritou, tomado pela raiva que o gosto de sangue em sua boca lhe dava. – Eu dou a minha bunda, sim! Eu já dei e vou continuar dando até o dia que eu aguentar!
– Cala essa sua boca! – Seu pai voltou a lhe socar, uma vez mais, duas, três, quatro, cinco, ele não parecia cansar.
– Pai, para com isso! – Rosé chorava, tomada de desespero, mas o homem parecia não ouvir nada.
– Eu disse pra parar! – O grito da mãe de Hoseok foi o mais alto de todos, seguido da tábua de cortar de madeira que foi acertada com uma incrível força na cabeça de seu marido, que gritou e se afastou de seu filho. – Vai embora!
– Você vai defender esse lixo do seu filho!? Por isso que ele não presta!
– Quem não presta é você! Vai embora! – Os gritos da mulher eram de puro desespero.
– Pai, vai embora, por favor.
O pedido de Rosé acertou o homem em cheio, ele olhou para as lágrimas da filha, para o nervosismo de sua esposa e para o sangue do próprio filho no chão. Então baixou sua cabeça e foi embora.
– Ai, ai, ai! Jimin, tenha mais cuidado. – Disse Hoseok, enquanto segurava sua bochecha.
– Você tá muito sensível, sabia? Eu tô sendo o mais cuidadoso possível. – Jimin terminou o curativo no rosto do mais velho, depois de muitas reclamações, e se afastou.
– Dói muito, hyung? – Perguntou Jungkook, lhe observando de longe.
– Ah, não muito... existem dores maiores. – Hoseok sorriu forçado e deu de ombros. – Acho que meus pais vão se separar, mas não tem nada que eu possa fazer, vou deixar que eles se resolvam.
– E quanto ao seu pai? – Jimin hesitou, mas fez a pergunta mesmo assim.
– Hm.… eu deveria denunciá-lo, mas sou medroso, vou acabar não fazendo nada. De qualquer forma, não é como se eu precisasse dele pra viver, vou apenas evitá-lo enquanto eu puder. Não quero que ele me aceite mais, acho que tanto faz... eu não vou mais perder meu tempo pensando nisso, vou focar na minha própria felicidade, se ele não pode gostar de mim como eu sou, bem, não há mais nada que eu possa fazer.
– É, você tá certo. – Jungkook suspirou, lembrando de seus próprios pais.
A porta da casa do Jung foi aberta de forma desesperada, fazendo com que os três garotos olhassem na mesma direção rapidamente, encontrando um Taehyung apressado que corria para abraçar Hoseok, enquanto se afastava minimamente para analisar seus machucados.
– Você tá bem? Como se sente? Não foi no hospital?
– Não foi nada demais, Tae.
– Como não foi nada demais, Hobi? Olha pro seu rosto... não acredito que ele fez isso, eu...
– Taehyung, não vamos falar disso. – Hoseok parecia mesmo muito abatido. – Foi até melhor isso ter acontecido logo, agora não tenho mais nada pra esconder dele e já sei o que ele acha de mim, já foi, já passou.
– Mas eu sei que você tá triste com isso.
– É, eu tô, mas vai passar. – O Jung puxava um fio solto de sua camisa, fungando baixinho, conforme as lágrimas começavam a escorrer por seu rosto. – Mas... eu não vou esquecer do medo que senti dele, ou de como eu me senti errado só por ter nascido. O ódio de alguém que você ama pode te ferir bem mais do que de um desconhecido ou alguém que você odeia, você sabe disso.... Nossos pais são a primeira figura de afeto que temos na vida, nós esperamos que eles possam nos amar independentemente de tudo, quando você não tiver mais ninguém, você espera que tenha seus pais, mas... vai ficar tudo bem.
– Hoseok. – Taehyung enxugou suas lágrimas e beijou sua testa. – Você tem razão, vai ficar tudo bem, tá bom?
– Jimin. – Jungkook chamou a atenção do namorado, só então o Park notou as lágrimas do mais novo. – Vamos embora.
– Tudo bem. – Jimin sorriu forçado e apertou a mão de Jungkook.
Antes de irem para casa, Jimin e Jungkook decidiram passar em algum supermercado e comprar algo para jantar. O mais velho contava piadas sem graça, na tentativa de fazer o outro se animar, nem que fosse só um pouco, o Jeon entendia a gentileza do namorado e sorria meio sem graça.
– Mas já pensou se minha roupa rasga, aí eu não ia poder parar de dançar, todo mundo ia ver meu corpo nu, Kookie. – Jimin ria enquanto falava.
– Ah, eu ficaria louquinho pra te beijar se visse isso. – Jungkook sorriu.
– Mas você já me vê assim todo dia, não é nenhuma novidade.
– Mas é você, então eu sempre vou querer te beijar. – Jimin sentiu suas bochechas corarem e pensou no que dizer, mas foi interrompido por uma terceira voz.
– Olha só, se não é o Jeon Jungkook. – A fala veio acompanhada de uma risada sarcástica, chamando a atenção dos namorados.
– Lee Minsik. – Jungkook pronunciou o nome do colega, que estava acompanhado por mais três. – O que está fazendo aqui?
– Jungkookie virou dona da rua? – Riu seu colega.
– Tecnicamente, estamos em um beco, não em rua. – Respondeu o Jeon.
– E por que você estava passando em um beco escuro? Mais fácil pra se pegar? – Quis saber um dos outros garotos.
– Porque estamos a pé e por aqui fica mais perto da nossa casa. – Jungkook apertou as sacolas que segurava com uma de suas mãos, com a que estava livre, segurou a mão de Jimin.
– Olha lá, eles tão juntos mesmo, até andam de mãos dadas. – Lee Minsik se aproximou mais dos dois. – Não era você que dizia pegar metade das meninas da faculdade?
– Era, mas eu menti, eu namoro com o Jimin. – O Jeon estava tentando disfarçar seu incômodo e nervosismo com tudo aquilo.
– Além de ser boiola, ainda namora com Park Jimin? Você já foi melhor, Jungkook. – Minsik riu novamente.
– Qual o problema comigo? – Jimin não conseguiu se conter.
– Além de você ser a putinha rodada do curso de música? Todo mundo soube da sua fama, assim que a gente chegou lá, o Jungkook também soube, alguns veteranos diziam que qualquer garoto que estivesse carente podia ir lá e te pegar, Jimin. Por isso foi atrás dele, Jungkook?
– Vai pro inferno. – Jungkook apertou a mão de Jimin e começou a puxá-lo.
– Tá fazendo um favor e tapando o oco do Jimin? – Os três garotos foram ignorados pelos namorados, mas Minsik se irritou e puxou o braço do Park de volta. – Será que teria algum problema se eu quisesse comer o Jimin também? Quer dizer, quantas caras já fizeram isso mesmo?
– Me solta! – Jimin gritou, então sentiu Minsik lhe puxar para mais perto e apertar seu pescoço.
– Cala boca! – O braço em volta do pescoço do Park foi apertado com mais força ainda.
– Solta ele, Minsik, por favor. – Jungkook estava tentando se manter calmo, apesar de toda aquela situação.
– Cala boca você também! Pagando de machão, querendo ser nosso amigo e escondendo a verdadeira bicha que você sempre foi, eu tenho nojo de você! De vocês dois! – Gritou Minsik.
– Solta ele! – O Jeon gritou, indo na direção de Minsik e sentindo os outros dois garotos lhe agarrarem, seu corpo foi empurrado contra o chão com força.
– Não tenham pena dele. – Disse Minsik, apertando mais ainda o pescoço de Jimin, que começava a se debater, sem conseguir respirar direito.
Jungkook encolheu seu corpo, sentindo os socos e chutes que acertavam todas as partes de seu corpo, ele queria reagir, queria poder bater em todos eles de volta, mas estava assustado, imensamente e incrivelmente assustado, sentindo-se pequeno, inferior demais, como um grão de areia.
Quando sentiu uma luz atingir seu rosto, achou mesmo que estivesse morrendo, devia ser assim que a morte anunciava sua chegada, mas estava enganado, ficou ciente disso quando ouviu algumas vozes e sentiu os dois garotos que lhe batiam se afastarem. Ergueu sua cabeça o pouco que pôde, observando Jimin de joelhos no chão, segurando a própria garganta, os dois tentaram dizer algo, mas nenhum conseguiu.
Então Jungkook adormeceu.
Jungkook sentia sua cabeça girar, não sabia bem onde estava, até encarar o teto branco e logo notar os olhos de Jimin lhe observando com preocupação. Sorriu minimamente e levantou o braço para acariciar os cabelos do Park.
– Como você tá se sentindo? – Jimin se inclinou e beijou a testa do mais novo.
– Eu tô bem, eu acho.
– Aparentemente, você não teve nada muito grave, além de alguns machucados, eu estou esperando o resultado dos outros exames pra ter certeza. – Jungkook sorriu pela forma como Jimin falava calmamente e com uma voz baixa, enquanto acariciava seus cabelos, transmitindo o imenso cuidado que sentia.
– E você?
– Melhor agora que você acordou. – Os dois sorriram docemente. – Hoseok e Jin hyung estão aí fora, eles querem te ver.
– Ah, não, diga pra irem embora. – O Jeon fez uma careta, depois riu.
– Seus pais também vieram, junto com o seu irmão. – Jungkook ficou sério. – Eles podem entrar ou não?
– Eu vou ficar aqui por quanto tempo?
– Até saírem os resultados dos exames, que deve ser logo. Acredito que os resultados vão ser todos bons, então vamos logo pra casa.
– Então diga a eles que podem falar comigo depois que eu voltar pra nossa casa.
– Tem certeza disso? – Jimin parecia nervoso.
– Se eu tive que esperar ser espancado na rua pra quererem vir atrás do próprio filho, eles também podem esperar um pouco mais por mim.
Hoseok checou a hora em seu celular, eram quase sete da noite, Jimin havia faltado ao trabalho para cuidar de Jungkook, estava sozinho e caminhava até o ponto de ônibus mais próximo, pensando no que faria para jantar ou se poderia pedir a Rosé, Jin ou Jennie para lhe fazerem um pouco de companhia, provavelmente a única que poderia mesmo seria a mais nova dos três.
Não precisou de muito tempo para notar o comportamento estranho do homem que caminhava atrás dele, bem, Hoseok estava certo de que seria assaltado naquele momento, tudo bem, era só se manter calmo e não reagir, entregue tudo que lhe pedirem. Os passos do homem tornaram-se mais rápido e o Jung sentiu algo tocar suas costas, enquanto um carro parava ao lado dos dois na calçada.
– Se você gritar ou correr, eu vou atirar, se entendeu bem o que eu disse, entre no carro sem dizer nada.
Mesmo sentindo suas pernas tremerem, Hoseok achou que não tinha nenhuma outra opção, poderia até correr e ganhar um tiro logo, acabaria com tudo mais rápido, mas era medroso demais até para morrer. Sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto, o garoto entrou no carro e observou as duas armas apontadas em sua direção.
– A partir de agora, você deve fazer tudo que nós mandarmos, entendido?
Hoseok apenas balançou sua cabeça, havia se tornado impossível dizer qualquer outra coisa que fosse. O que mais seria impossível agora?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.