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História Pleasure Pact - Capítulo 5


Escrita por: fucksnsd e instavel

Capítulo 5 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Pleasure Pact - Capítulo 5

Tiffany a afetava. Sabia disso desde o início. E agora ela não tinha escapatória. Na espaçosa diretoria da Kim Advertising, à cabeceira da mesa de mogno, Taeyeon reclinou na cadeira presidente e admirou aqueles brilhantes cabelos negros e a voz suave. Um segundo depois, mordeu o lábio quando o ímpeto do desejo despertou no seu íntimo.

Tiffany conversava com John, diretor de criação, e Burt Foggle, redator, sobre a campanha publicitária que ela e Jessica Jung desenvolveram. E ela não estava fazendo um trabalho brilhante? Nem nervosa, tampouco insegura. Nem um pouquinho. Tiffany aprendera bem a lição. Acaso ela não soubesse, imaginaria que ela sempre se comunicou nesse nível. Na verdade, passaram-se apenas quatro semanas desde que ela a promovera para o segundo cargo mais importante na campanha do Kim Ad. — 31 dias e noites desde o incidente no Estúdio — E, daquele dia em diante, Taeyeon não foi capaz de tirar Tiffany da cabeça. O sabor da boca e do corpo de Tiffany não desapareceram da memória. A textura macia da pele ainda era nítida. O sexo foi inacreditável. Carinhoso. Divertido. Mais excitante do que ela jamais experimentara. Contrariando o bom senso, ela estava pronta para repetir a dose. Mas Tiffany deixou tudo bem claro: tratou-se de uma oferta única. Ela a respeitava por tomar a decisão certa — ela era mais madura do que pensava — Porém, lá no fundo, ela não ficou feliz. E isso era assustador. Ela não era estúpida. Conhecia os sinais. O jeito como o corpo abrasava quando a via. O jeito como a mente desligava ao vê-la sorrir. Ela estava a bordo de um trem descarrilado, correndo rumo a uma estação chamada "risco de se apaixonar".

Por uma funcionária.

Pensou em Nana e se encolheu. Esperta e atrevida, Nana foi contratada na época em que a agência era pequena e as expectativas dela tiniam de novas. Ainda inexperiente, ela estava ansiosa para provar o próprio valor e Nana lhe dera confiança, em vários sentidos. Quando a promoveu, Nana fizera um trabalho razoável na firma, mas a sua natureza aventureira deflagrou a libido dela, deixando o resto em segundo plano. Ambas formavam um casal feliz, pensava ela. Então, um dia, sem mais nem menos, Nana anunciou que deixaria o país. Pretendia encontrar a si mesma, aprender e crescer. Sem mágoas. É claro. Como se isso não bastasse, Nana se mandou no meio de uma campanha importante na qual trabalhavam juntas. Tanto a agência quanto o coração sofreram em nome do que ela chamava de amor naquela época. Porém, essa situação recente era uma faca de dois gumes ainda mais afiada. Tirando a Montblanc presa atrás da orelha, Taeyeon franziu a testa e tocou o layout do anúncio classe A de Tiffany com a caneta. Se ela resolvesse tentar uma relação íntima, o que podia sentir que desejava muito, e Tiffany concordasse, o que aconteceria se ela arruinasse a campanha? Havia inúmeras possibilidades de acontecer uma mancada antes que Jessica voltasse. Como isso afetaria o relacionamento dela com os clientes? Com os colegas do ramo? Diriam que ela não pensou com a cabeça. Todos lembrariam como fora estúpida ao apostar todas as fichas em Nana e sofrer tão desastrosamente por conta disso. Naquele tempo, ela era jovem e tola. Que desculpa usaria agora? E se a campanha fracassasse, ela não precisaria se preocupar com as fofocas. Estaria fora dos negócios e, dessa vez, não haveria uma segunda chance.

— Tudo bem com você, Taeyeon?

Ela tomou um susto. Ao invés de admitir que estava no mundo da lua, resmungou:

— Lógico, Tiffany. Tudo ótimo.

Enquanto ela continuava relatando as suas idéias geniais, Taeyeon contemplava aquele rosto encantador, depois o corpo. Absorveu o brilho gentil dos olhos dela, o contorno vigoroso dos membros, a maneira como a calça de cintura baixa se amoldava à silhueta como se fossem feitas sob medida para os seus quadris. Sob a blusa branca justa, um vislumbre do abdome e também havia a sua personalidade jovial. Aquela risada sem som. A expressão compenetrada quando mordia um lápis e olhava fixo para o chão, enquanto pensava em algum ponto importante. O jeito como os olhos dela brilhavam, como agora, com uma paixão que ela ansiava por experimentar outra vez. Queria erguê-la nos braços, fugir para algum lugar e esquecer tudo e a todos, menos Tiffany. O seu abraço, o abandono, as mãos em tomo do pescoço dela enquanto ambas giravam no espaço vertiginoso. A resposta era mesmo muito simples. Ela precisava beijar Tiffany Hwang. Não, mais que beijar. Possuí-la. Tomá-la de novo. Arrancar-lhe as roupas e fazer amor sem censura. Senão num relacionamento estável, o que claramente seria melhor, então apenas mais uma vez. Descobriria uma maneira de garantir que seria o bastante.

Taeyeon não percebeu que a reunião terminara. Quando as pessoas passaram, ela se levantou para alcançar Tiffany. Ela olhou para Taeyeon, com o costumeiro eye-smile, quando as duas saíram da sala. Mas algo sutil naquela expressão mudara, e ela não conseguia bem dizer o quê. Talvez porque ela a via de um jeito diferente agora. Ou talvez o contrário.

Taeyeon ajeitou a gola de sua camisa social.

— Você conversou com a Jessica essa manhã? — Ultimamente, as duas só falavam de trabalho. Mais seguro que as insinuações, lógico, mas nenhum pouco tão divertido. — Ela vai comparecer ao lançamento amanhã à noite?

O lançamento promocional da Kim Ad. aconteceria na casa ampla, alguns diriam o palácio de Taeyeon. A residência de dois andares em estilo mediterrâneo, mobiliada com todos os objetos de luxo, era perfeita para os eventos sofisticados da empresa. Como a sessão de amanhã à noite. Com os braços abarrotados de panfletos, o olhar fixo no horizonte, Tiffany seguia corredor abaixo.

— A perna da Jessica ainda dói. Ela está tomando antibióticos.

— Não a veremos amanhã à noite, então?

— Tomara que sim, mas talvez não.

— O que significa que você deve assumir o comando lá, inclusive.

— Acha que sou capaz?

Desde o incidente na cabine, Tiffany mudara de atitude. Mais positiva e confiante. Ótimo. Mas, às vezes, como agora, ela podia soar defensiva ou aborrecida. Por causa daquela noite juntas? Não havia motivo para isso — ela se divertira tanto quanto ela. E foi Tiffany quem estabeleceu a regra de uma única noite, mesmo quando ela admitiu que estava aberto à sugestão de tornar a sair com ela. Quanto a administrar as responsabilidades do lançamento, naturalmente ela esperava que Tiffany ficasse nervosa ao assumir o comando diante de centenas de desconhecidos curiosos. Mas ela estaria lá para apoiá-la.

— Você vai arrasar — garantiu Taeyeon. — A multidão cairá a seus pés. — O sorriso dela poderia ser mais convincente, portanto, ela acrescentou... — A lista de convidados é impressionante. Críticos, agentes, jornalistas, executivos de gravadoras e artistas internacionais em visita ao país. Você fez um excelente trabalho compilando tudo.

Tiffany simplesmente anuiu com a cabeça.
Será que estava tão intimidada pela idéia de bancar a anfitriã para a creme de Ia creme da sociedade? Um mês atrás, ela não se surpreenderia. Mas Tiffany parecia ter crescido muito desde então.

Ao passarem pelo bebedouro, ela ajeitou os panfletos que carregava.

— A Juniel vai? — Taeyeon assentiu.

— Os meus outros clientes gostariam. — Um pressentimento terrível lhe ocorreu. — Ela anda se comportando direito? —

Nenhuma reclamação da inveja de Juniel por Tiffany assumir a campanha vazara até agora. Apesar dos surtos de genialidade, ela devia estar com titica na cabeça quando concedeu a Juniel aquele contrato de cinco anos. Temperamental demais. Taeyeon não conhecia uma única pessoa na empresa que se desse bem com ela, incluindo ela mesma. Consultaria os advogados de novo. Aquela mulher tinha o ego do tamanho da China, mas se ela oferecesse um cheque polpudo o bastante, certamente ela cairia fora.

— Eu posso cuidar da Juniel. — afirmou Tiffany. Taeyeon estendeu os braços para tomar-lhe os panfletos. Tiffany hesitou um segundo, antes de entregá-los.

— Preciso saber de algo antes do lançamento acontecer? — indagou Taeyeon.

— Precisamos resolver alguns detalhes do bufê. Mas além disso, tudo está em ordem.

— Bom, bom. — Com um sorriso patético, Taeyeon anuiu, quando tudo que ela queria era enterrar o rosto nas mechas de cabelo que cascateavam pelos ombros de Tiffany. O olhar divagou por um dos braços. Ela já podia sentir o gosto da pele de mel. Pela centésima vez, Taeyeon se perguntou: o que Tiffany sentia por ela agora? As duas jamais discutiram o episódio da cabine. Concordaram que seria melhor assim. Porém, cada vez mais ela se sentia compelida a romper o silêncio. Sob aquela fachada civilizada, será que Tiffany também sofria? Seguiu Tiffany até o escritório originalmente preparado para Jessica Jung. Ela apontou o aparador e Taeyeon depositou a pilha próximo a um aparelho de fax que não parava de cuspir a lista de orçamentos de uma exclusiva agência de modelos.

— Você trabalhou muito nessas últimas semanas. — Taeyeon a encarou. — O final de semana será agitado. Por que não tira uma folga na segunda-feira? Faça um tratamento facial. — "Ou vá para a cama comigo", sua mente não parava.

Tiffany se mostrou chocada.

— Não posso. Tenho muito a fazer. — Taeyeon diminuiu a distância entre ambas. Mas ela a driblou e sentou atrás da mesa.

Aquilo foi um fora?

— Eu já ia apanhar um café. Quer um?

— Eu não tomo café.

— Por que eu não sei disso? — Tiffany deu de ombros.

— Você nunca perguntou.

Taeyeon cruzou a sala e recostou na mesa mais próxima da cadeira dela. Tiffany girou para encará-la. Para que ela percebesse que não estava intimidada? Não fazia muito sentido. Taeyeon sorriu por dentro. Ou para mostrar que tinha tanto autocontrole quanto ela.

— Então, por que a caneca em cima da mesa? — Taeyeon a pegou e leu a frase impressa em rosa choque no fundo de cerâmica branca. — "Fighting", hein? Que fofinho.

— Eu a tenho há séculos. — Tiffany tomou-lhe a caneca e a colocou no lugar.— Água. Eu bebo litros de água o dia inteiro. — Taeyeon ergueu as sobrancelhas. Que bom para ela.

— O que você bebe à noite? — Uma implicância sutil? Então revide. Ela sentia saudades dos jogos de palavras das duas.

— Chardonnay. Com refrigerante sabor cereja.

— Eu tomo uma cerveja ou outra. — Tiffany torceu o nariz.

— Detesto cerveja.

— Não há nada melhor durante um jogo importante.

— De futebol? — Ela assentiu.— Odeio futebol. — Tiffany estava determinada a provar seu argumento.

Elas eram diferentes. Incompatíveis? Mas os opostos não se atraem?

— Do que você gosta?

As faces coraram, mas o semblante não se alterou.

— Gosto do meu trabalho.

— Disso eu sei. O que mais?— "Sei ao menos uma coisa", pensou.

— Gosto de comida tailandesa.

— Eu também. Macarrão de arroz frito, ou Pad Thai. Mas precisa levar muita pimenta.

— Não gosto de nada picante.

— Eu acho que sim. — Tiffany deu uma olhada na relógio levantou em um salto. A cadeira voou para trás. O peito ofegava. Manchas vermelhas se alastraram pescoço acima.

— Tenho muito o que fazer.

As coisas não acabariam assim. E hoje ela descobrira que queria que ela soubesse disso. Ambas fizeram amor uma vez e a desgraça não se abatera sobre nenhuma das duas. Ela podia, e deveria, tomá-la de novo nos braços. Embora Tiffany não comentasse, no fundo ela sabia que ela queria também.

Taeyeon rumou para a porta.

— Conversaremos mais tarde. — No meio do corredor, Tiffany a chamou de volta. — Eu quase esqueci. Ontem conversei com uma tal Hwasa, produtora fonográfica.

Virando-se para ouvir, Taeyeon tirou a caneta do bolso da camisa e começou a apertar o botão da tampa sem parar.

— Nos esbarramos algumas vezes nas últimas semanas — explicou Tiffany — e Hwasa teve a idéia maravilhosa de organizar um minileilão amanhã à noite.

A caneta parou de clicar.

— Continue.

— Poderíamos oferecer tíquetes e fazer as pessoas darem lances em, digamos, meia dúzia de itens. O dinheiro poderia servir para levar um telespectador de fora do estado para o programa de estréia como convidado especial. Oferecer hospedagem, serviço de limusine, o pacote completo. A publicidade seria sensacional.

Para variar, Taeyeon admirou tanto entusiasmo e visão — foi por isso que a contratara em primeiro lugar — Porém, respondeu profissionalmente:

— Algo deste gênero precisaria de muitos preparativos até amanhã à noite. Você tem tempo? — Ela duvidava. Tiffany já estava atolada até o pescoço.

— Eu posso tentar. A Hwasa disse que pode me dar uma mãozinha.

— Você falou com a Jessica sobre isso?

— Ainda não.

Taeyeon pensou e repensou. Acaso Tiffany conseguisse organizar tudo, a publicidade seria uma ótima recompensa. Entretanto, ela não queria arriscar os outros trunfos que Tiffany tinha na manga. Podia confiar na opinião de Jessica a respeito, para saber exatamente se a idéia era viável.

— Pergunte a ela, e se a Jessie achar que funciona. — deu-lhe as costas para sair — Você tem todo o meu apoio.

— Eu não poderia esperar outra coisa. — Quê? Taeyeon se virou, mas Tiffany estava novamente com a cabeça enterrada na papelada. Mais intrigada que nunca, Taeyeon percorreu o corredor até o próprio escritório. Até aquela noite com Tiffany, ela passara um período de seca. Sexo bom era melhor que ótimo, porém, assim como a vibração, ela sentia falta do conforto de uma parceira íntima, de conversar baixinho na escuridão com uma mulher aninhada nos braços, de uma doce companhia feminina respirando levemente fora de sincronia com ela. Mas não uma mulher qualquer.

Tinha que ser Tiffany.

Correu para o escritório e bateu a porta.
Estaria enganando a si mesma? Mais uma noite bastaria? Amanhã ela pretendia descobrir.


Notas Finais


Olá!


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