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História Poço de Espero - Segundas Intenções


Escrita por: prettywinx

Capítulo 6 - Segundas Intenções


Fanfic / Fanfiction Poço de Espero - Segundas Intenções

ESPAÇO

Quando o trio chega na nave, decolam rapidamente para fora de Andros, antes que qualquer suspeita dos motivos pelo qual Nex estivesse no castelo surgissem. Depois de vinte minutos em plena quietação, cada um com seus pensamentos, o silêncio ensurdecedor é cortado.

“Vamos colocar a rota para o planeta Espero e deixar no piloto automático.” Riven começa a falar. “Pelo que eu olhei no mapa, a viagem demora em torno de quatro horas.” E a conexão com outros lugares é praticamente nula. Escondeu essa informação.

“Boa ideia, capitão Riven!” Nex enaltece o especialista, tentando se redimir pela sua irresponsabilidade. Estava se sentido preocupado e culpado, e se as câmeras o tivessem pego? Ele se tornaria o principal suspeito do sumiço de Nabu.

“Aproveitando que estamos no começo, vou tentar descansar um pouco, podem prometer cumprir o trabalho de vocês de ficar atentos no trajeto?” Pergunta, sem ter certeza se é o melhor a fazer. Os dois assentem com a cabeça. Riven não queria deixá-los, principalmente depois do incidente no castelo, mas precisava descansar, não dormia a três dias. Preferia aproveitar que estava no começo da rota para pregar os olhos um pouco. Por garantia, leva sua mochila e o Legendarium junto consigo.

Sem ter noção de quanto tempo dormiu, Riven acorda com um barulho vindo da cabine principal da nave. Olha no relógio. Ótimo, nem trinta minutos e eles já estão destruindo a nave. Pensa, irritado, levanta rápido, mas começa a escutar vozes vindo do autofalante de comunicação do piloto com o resto da nave. Percebe que Selina e Nex estão discutindo e começa a prestar atenção. A conversa está baixa, mas escuta perfeitamente.

“...seu plano é ridículo, garota...” Insulta Nex.

“Por acaso você nunca teve obsessão por alguma coisa na vida?” Pergunta a bruxa, indignada.

“Porque quer tanto esse livro? Acha que Riven vai deixar você sumir com o Legendarium?” Pergunta, curioso para entender a bruxa.

“Eu vou roubar dele, e antes que perceba, estarei a quilômetros de distância. E eu já terei espalhado o caos, aí os queridinhos de Magix teriam muito mais problemas para resolver, do que só se preocupar com alguém que roubou um livro.” Explica, atrevidamente.

“Aham, sei...” Debocha o paladino.

“Você nunca entenderia Nex! Não sabe o que é ter uma reputação como a minha! Com o livro eu era a bruxa, a vilã, eu tinha fama, eu era idolatrada por todas as bruxas que me conheciam. Elas tinham inveja de mim.” Dá uma pausa pensando em seu discurso. “Quando tranquei o Legendarium, achei que poderia mudar, mas fiquei conhecida como a bruxa capacho das Trix ou a fada que virou bruxa e depois quis ser fada novamente... Eu não aguento mais isso! Quero minha vida de volta, quero ser uma bruxa de verdade! Não quero que as pessoas me olhem com pena.” Exclama, Selina. Riven fica paralisado com o que escuta.

“Falando assim sua vida parece miserável e patética. Como de todas as bruxas que já conheci. Então não é nenhuma novidade.” Dá de ombros.

“Cala a boca! Sei que você também tem segundas intenções nessa missão! Minha intuição nunca falha.” Grita mais alto, desde que se envolveu na missão, Nex despertava uma fúria inexplicável em Selina, ela sentia que toda raiva do mundo a consumia.

“Shiu! Fala baixo! O Riven pode acabar escutando esse seu comentário ridículo!” Reclama Nex, preocupado.

“Ridículo? Eu sou uma bruxa, sei reconhecer um traidor de longe! Além do mais quem ajudaria alguém a voltar a vida do ex-noivo da própria namorada?” Desafia.

“Quer falar mais baixo!! Você não entende! Não tem direito de julgar! É uma bruxa que nunca se apaixonou por alguém. E sabe que ninguém nunca faria isso por você.” Tenta ofendê-la para que pare de falar sobre ele. Selina também despertava uma antipatia imensa em Nex.

“Posso até ser uma bruxa, mas não sou burra, sei muito bem que quando se ama alguém, nunca impedirá essa pessoa de ser feliz.” Dá de ombros.

“Eu posso fazê-la feliz! Aisha não precisa mais dele para ser feliz! Ela é minha agora! Não vou perdê-la, não depois de tanto tempo lutando por ela!” Exclama Nex.

“Se você tem tanta certeza do amor dela por que seria um problema o cara sair do coma?” Perguntou sarcástica.

“Tenho certeza do amor dela por mim, o problema é que a situação é diferente de outros ex-namorados, tipo, ela nunca terminou a relação com o Nabu, foi interrompida. Tudo vale na guerra do amor.” Defende-se.

“Aham, ok. E como pretende fazer isso, queridinho? Vai matar um morto?” Selina revira os olhos. Cada vez que um dos dois retrucava, a distância entre eles diminuía.

“Não! Não vou mata-lo diretamente, simplesmente vou acabar com o Riven. Ninguém sente falta dele mesmo, todos só pensarão que ele sumiu para sempre e depois vou devolver esse morto pro lugar de onde veio. Ninguém mais vai saber sobre essa história de poço de Espero, vou me certificar disso extinguindo o Legendarium da face dessa dimensão!” Expõe sua ideia. Sentindo-se péssimo, após falar em voz alta percebeu quantos sentimentos ruins havia reunido. Quando foi que se tornou tão desumano? Suas emoções estavam confusas e sua cabeça parecia prestes a explodir.

Uma lágrima escorreu no rosto de Riven ao ouvir a parte de que ninguém sentia falta dele no seu antigo grupo de amigos. Seguiu escutando o resto da conversa impassível.

“Você não pode fazer isso! O Legendarium não é direito seu!” Exclama.

“E nem seu! E aliás, como me contou, você aproveitou nossa paradinha no covil do capitão para soltar um reinado sombrio inteiro, pense que maravilha não existir mais um livro para prendê-lo? Ele poderá atacar para sempre sem ser detido e o mérito será todo seu.” Nex completa tentando convencê-la.

Riven não consegue acreditar em tudo que escutou, parecia cenas de filmes, quando o vilão conta todo seu plano. Começa a arquitetar um esquema, precisava agir depressa ou seria tarde demais. Segura o pingente do Legendarium com força ao relembrar todos os momentos e histórias que já teve com o Nabu, e se culpa em como poderia tê-lo perdido por ser descuidado e confiar nas pessoas erradas. Estava se sentindo ridículo por ser tão ingênuo, logo ele, o mestre em enganar os outros.

A Selina era uma bruxa, estava perdida e desesperada por atenção, talvez já fosse esperado... Mas Nex? O namorado de Aisha? Um Paladino? Como isso foi acontecer? Percebe o quanto sente falta dos verdadeiros amigos, aqueles que nunca o trairiam... Então começa a se preocupar com a informação, uma criatura sombria está solta em Magix? “Pensa Riven, pensa!”

Encontra uma solução, não tinha certeza se teria êxito, mas talvez ajudasse. Devia colocá-lo em prática imediatamente. Esconde o Legendarium dentro de sua roupa, disfarçadamente e sai do quarto nos fundos da nave.

“E aí? Onde estamos? Tentei descansar, mas a ansiedade está acabando comigo.” Diz. E outras coisas também. Pensa.

Selina e Nex se calam rapidamente, fingindo completa distração, porém Riven percebe o quão próximos os dois estavam. Aproveita a situação.

“Se quiserem usar o quarto, fiquem à vontade.” Brinca, tentando disfarçar ao máximo sua raiva. Os dois trocam um olhar cúmplice.

Nex coloca os braços em volta de Selina amigavelmente. “Nem todos temos quedas por bruxas...”  e se defende cutucando uma ferida antiga de Riven.

“Algumas situações as deixam tentadoras, não é mesmo, Selina?” Retruca, o especialista, a bruxa tenta esconder quão constrangida ficou com esse comentário e esboça um sorriso amarelo.

“Ele só estava me ensinando a pilotar a nave.” Finge Selina dando de ombros e se desvencilhando dos braços do paladino.

“Exato, me senti mal por ter desprezado as habilidades dela anteriormente. Nada de cenário romântico, não acha?” Brinca Nex entrando na mentira, socando o ombro de Riven, sufocado. Selina dá uma olhada em volta, e percebe que a mochila de Riven não veio com ele.

“Eu vou aproveitar mesmo para descansar.” Selina começa a caminhar, Riven volta-se para o painel, procurando os comandos que vai precisar para colocar seu plano em prática. A bruxa faz um sinal, chamando Nex.

“Pensando bem, acho que vou também, você sabe fazer tudo sozinho, não é, Capitão?” Comenta Nex.

Uhum, fiquem bem tranquilos. Mas antes, vou buscar minha mochila. Guardei lá na cela, sabe... só para ter certeza de que estava segura.” Comentou inocentemente.

“Relaxa capitão, podemos buscar. Fica tranquilo aí.” Nex se adianta e leva Selina consigo.

“Perfeito, vamos pegar o livro!” Sussurra a bruxa para seu novo parceiro de crime, ele estava nauseado pelos seus sentimentos confusos.

Os dois chegam na cela, mas as luzes não acenderam, tornando a busca mais difícil, Riven estava por trás dessa falha, porém ansiosos, começaram a procurar pela mochila mesmo assim, quando o especialista percebe que eles estão dentro, ativa a proteção da cela.

Como se sentem caindo na minha armadilha pela própria ganancia?” Pergunta Riven acendendo a luz e se materializando na porta.

“Riven, o que você está fazendo!?” Selina exclama em dúvida.

“Só estou me prevenindo. Essa cela é mágica. Não permite uso da magia dentro e nem é afetada pela força bruta.” Explica triunfante.

“Cara, o que está acontecendo?” Pergunta Nex ingênuo, na tentativa de se salvar. “Por que me prendeu numa cela com uma bruxa?” O ataque verbal deixa Selina exasperada. 

“Não se faça de desentendido, Nex. Eu não sou idiota. Mas você, tenho certeza de que é. Eu escutei tudo. Não sei como o microfone ligou, mas eu ouvi, ouvi todo o plano de vocês, suas segundas intenções egoístas! Estou indignado.” Riven finalmente desabafa. “A Selina é uma bruxa, maldade faz parte da vida dela, mas você? Um paladino? Namorado da Aisha, uma das melhores fadas da dimensão mágica? Não posso acreditar...” Lamenta-se.

“Você não pode contar para ela! Eu falei tudo aquilo por impulso, estava confuso!” Suplica, Nex arrependido. “Você me deve uma, o salvei de ser pego com a Selina no bar!”

“Está brincando comigo? Não te devo nada! A Fada Madrinha me alertou sobre vocês. Você foi mesquinho, Nex, te dei o benefício da dúvida e agora perdi toda a confiança em você!” Riven sai irritado.

Riven, volta aqui!” Nex grita segurando as grades da cela, e acaba arremessado para trás com o choque das barras.

 

♥  ♥  ♥

 

DOMINÓ

“Eu não posso atender elas e no momento não quero.”  Aisha se lamentou em pensamentos. Estava pilotando sua moto a caminho de Thoren, queria tirar satisfações sobre o sumiço de Nex. Ela perguntou na escola dos Paladinos e teve a surpresa de descobrir que ninguém tinha conhecimento sobre essa tal missão secreta. Sua última esperança era Thoren, o melhor amigo de Nex. “Se ele mentiu sobre tudo para mim... Eu juro que...”. Interrompeu os pensamentos e sacudiu a cabeça para espantá-los.

Aisha sabia que Nex era uma boa pessoa apesar de alguns comportamentos infantis. Se ela realmente o amava tinha que dar esse voto de confiança, afinal todo esse sentimento confuso traduzia-se em preocupação. E até que era bom ter uma desculpa pra ficar longe de Musa, Aisha ainda estava muito magoada com as palavras da amiga. Ao lembrar disso, lágrimas escorreram em suas bochechas e ela acelerou a moto pra tentar esquecer tudo.

Finalmente chegou a Dominó e entrou no palácio, procurando por Thoren.

“Princesa Aisha, que surpresa agradável, o que faz aqui?” Perguntou Daphne abraçando-a.

“Oi, Daphne. Bom te ver também, mas eu preciso falar com o Thoren.” A urgência em sua voz fez com que Daphne mudasse a expressão e assentisse levando-a ao encontro do seu marido.

Ele estava no trono parecendo até um pouco entediado e ficou feliz em ver Aisha, provavelmente ela teria algo interessante para contar. Sem mais delongas a fada questiona o conhecimento dele sobre uma missão secreta, o sumiço de Nex e como não consegue contato há dias.

Thoren balança a cabeça tão surpreso quanto Daphne. “Ele não conversa comigo faz umas semanas já e eu não tenho ideia de que missão secreta seria essa da qual você está me falando, somos da mesma equipe, se chamassem ele, me chamariam também. Além do mais sou o chefe da equipe. Se fosse secreta ou até mesmo de risco eu seria o primeiro a ser convocado." Acrescentou.

A fada tenta não parecer decepcionada, mas deu passos para trás como se buscasse afastar todas as suposições que começavam a surgir em sua cabeça.

“Aisha, vamos sentar e conversar um pouco, tenho certeza que ele deve ter uma explicação e... Aisha!” Daphne exclama tentando chamá-la de volta, mas a fada corre em velocidade máxima para sua moto finalmente conseguindo soltar as lágrimas que estavam presas nos seus olhos. "Guardas, segurem ela!" Daphne orderna rapidamente.

“Já chega de tudo isso. Vou pra casa, dessa vez.” Grita internamente e liga a moto com destino a Andros, ignorando os amigos e desviando dos guardas que se aproximavam.

“Chegamos tarde, ela já foi!” Disse Daphne desolada.

“Vou contatar todos os paladinos que conheço.” Afirmou Thoren convicto.

“E eu vou ligar pra Bloom!” pegou o magicphone digitando apressadamente. “Bloom, preciso falar com você, é urgente!”

“Fala Daphne!” Ela parecia impaciente.

“É uma longa história, mas Nex sumiu há dias para uma missão e hoje a sua amiga Aisha veio perguntar para o Thoren se ele sabia de algo! Só que o problema é, aparentemente ele estava mentindo, nenhum paladino sabe sobre a missão e muito menos o Thoren. Ela saiu tão rápido daqui, não fazemos ideia de para onde ela foi!”

“Tá brincando? Então foi por isso que ela voltou mais cedo da viagem com a Musa!” Bloom faz uma pausa, processando tudo o que sua irmã havia lhe contado. “Vou tentar entrar em contato com ela e depois te aviso! Muito obrigada, te amo.”

 

♥  ♥  ♥

 

SOLARIA

“Quando vamos saber a melhor hora para entrar no palácio sem que nos notem?” Pergunta Brandon impaciente andando de um lado para o outro na nave.

“Fica tranquilo, Brandon.” Disse Helia. “Pensamos em tudo.” Flora e o namorado falaram juntos e riram baixinho da ansiedade do amigo.

“Quando o as luzes se apagarem na maior parte do castelo, vou fazer um feitiço que vai nos deixar do tamanho de insetos e em um dos origamis do Helia, um tsuru, para ser mais exata, voaremos até o quarto da Stella. Vai ser fácil, fácil. Ninguém irá suspeitar.” Sorriu Flora orgulhosa ao explicar o plano.

“Maneiro, mal posso esperar.” Concluiu Brandon animado, estava com saudades da Stella e queria muito ser aceito pela família real de Solaria.

Depois de mais alguns minutos finalmente todas as luzes cessaram e Flora não perdeu tempo, lançou os feitiços e eles voaram para o interior do grandioso castelo.

“Eu não lembrava que ele era tão imenso” Comentou Brandon durante o caminho.

“Acho que isso tem mais a ver com a perspectiva que estamos” Explicou Helia.

“Hm... Faz sentido, nunca fui tão pequeno em toda a minha vida.” Aceitou Brandon enquanto continuava olhando ao redor assimilando cada detalhe, pensando que era exatamente assim que se sentida, pequeno. “Ei, olhem ali, não é aquela tal de Chimera?”

Oh! É ela mesmo, o que ela está fazendo andando pelo palácio a essas horas?” Questiona Flora.

“Espero que nada errado, vamos descobrir!” Falou Brandon com um tom decidido.

“Não concordo, Brandon. Precisamos nos infiltrar o mais discretamente no palácio, então correr o risco dela nos notar não é a melhor opção.” Sugere Helia.

“Você tem razão, vamos encontrar a Stella e deixar isso para depois.” Brandon dá de ombros.

“Já estamos quase chegando, as plantas do palácio estão me guiando. É naquela porta a esquerda.” Aponta Flora.

 

♥  ♥  ♥

 

ESPAÇO

Nex bufou pela centésima vez, completamente arrependido. Estava se sentindo sujo, indigno, envergonhado só de imaginar no que a Aisha pensaria dele quando descobrisse. Talvez fosse melhor ele nem voltar da missão, não queria encarar a decepção que seria para a namorada.

Preso ao lado de uma bruxa só o fazia se sentir mais malvado, mas quando se comparava a Selina acreditava que nem o sentimento dela havia sido tão egoísta. Ela estava certa anteriormente quando indagou sobre a certeza do amor de Aisha. Quem devia estar se questionando era ele. O que sentia por Aisha era amor ou possessividade?

“Escuta, Paladino. Vamos ficar presos aqui por algumas horas ainda, então que tal você parar de bufar antes que eu te estrangule?” Ameaçou Selina, tirando-o de seus pensamentos.

“Dá um tempo, bruxa.” Respondeu e depois balbuciou. “Aposto que nem está arrependida.” Eles estavam sentados lado a lado, Nex de pernas cruzadas e Selina com os joelhos elevados. A presença dela o deixava inflamado.

“Como é que é?” perguntou irritada. “Repete se tiver coragem.”

Nex olhou com raiva para a bruxa e repetiu “Aposto que nem está arrependida.”

“Claro que est...”

“Para de falar. Não ligo a mínima para o que você diz.” Interrompeu secamente.

Selina grunhiu. “Você é insuportável! Aceita que estava errado ao bolar o seu plano e pronto.”  Retrucou.

“Meu erro foi entrar nessa missão idiota e depois te contar meus planos! Que merda. É tudo culpa sua. Agora além de tudo tenho que aguentar ficar preso com você e o seu nariz arrebitado estúpido.”

Selina o encara possessa. “Culpa minha? Quem está sendo infantil aqui dentro dessa cela é você, eu nem estou te julgando pelos seus sentimentos confusos.” Faz uma pausa dramática. “Estou tão confusa quanto” Murmura baixinho consigo mesma. Ela estava arrependida de sua atitude, iria decepcionar a Fada Madrinha mais uma vez, as Winx, quem ela tinha conquistado a confiança mesmo depois de tê-las traído.

“Não fale dos meus sentimentos, você não sabe nada sobre eles!” Disse na defensiva.

Selina deu de ombros. “Ser grosso não favorece em nada. Sou a única com quem você pode falar sobre suas decisões egoístas.” Finalizou tentando não demonstrar o quanto estava chateada, pois sabia que Nex não acreditaria nela, afinal tudo o que ele enxergava era uma bruxa egoísta e seria assim que o resto da dimensão mágica pensaria dela.

“Nossos planos eram parecidos, a diferença é que ninguém esperava isso de você... Já de uma bruxa como eu...” Ela não entendia bem o motivo de querer que Nex mudasse a opinião sobre ela. Talvez porque eles passaram algum tempo juntos e ela acabou se familiarizando com sua presença. Selina sentia tanta raiva dele que parecia até simpatizar em alguns momentos.

“Desculpe.” Nex respondeu depois de alguns minutos, que pareceram horas. Seu tom mudou, ele parecia mais calmo. “Estou tão envergonhado da minha atitude mesquinha, nunca achei que seria capaz disso.”
                “Pelo menos você foi impedido antes de fazer alguma coisa, se isso tivesse acontecido provavelmente não conseguiria se perdoar nunca mais. Talvez sua namorada entenda seu ponto de vista, foi apenas ciúmes.” Comentou tentando reconforta-lo.

“Sou um canalha, o Nabu com certeza é uma pessoa melhor pra Aisha do que eu.” Admitiu amargamente batendo a cabeça contra os joelhos.

Por um ato de reflexo, Selina colocou sua mão em cima da de Nex, e ele não pareceu se incomodar. Sentiram uma eletricidade incomum e ela voltou a falar, o Paladino direcionou o olhar para ela.

“Eu também sou uma pessoa ruim, sei que me considera apenas uma bruxa mesquinha, e que a minha opinião não vale para você, mas... Nex, se você precisa de perdão, eu dou a você, está perdoado.” Naquele momento ela parecia tão sincera, compreensiva e vulnerável era como se ele pudesse ver a alma dela, a bruxa não estava o julgando, só queria ajudá-lo a se sentir melhor.

Foi como se Nex tivesse realmente notado Selina pela primeira vez, e aquele seu narizinho arrebitado que tanto o chamava atenção passou a ser mais charmoso.

Quando ela ofereceu o perdão para ele, Nex realmente sentiu que sua culpa diminuiu. Agradecido, abraçou Selina, a eletricidade entre os dois apareceu novamente, os deixando sem jeito, e quando voltaram às posições ela acomodou a cabeça em seus ombros, ambos estavam exaustos. O silêncio não era mais perturbador.

 

♥  ♥  ♥

 

MAGIX

Depois de receber a ligação de Daphne, Bloom e Tecna entendem o possível motivo de Aisha ter voltado mais cedo da viagem.

“Tudo bem, deixa eu ver se anotei todos os dados...” Analisa Tecna. “Aparentemente Nex disse para Aisha que tinha uma missão secreta na manhã do dia dezesseis de outubro, mas eles estavam se falando normalmente no dia quinze...”

“Que coincidentemente é a data de aniversário do Riven.” Acrescenta Timmy.

“Mas o que isso tem a ver?” Pergunta Sky.

“Nada, acho... Só uma data de referência...” Diz Bloom.

“Aisha descobriu que era mentira hoje à tarde, dois dias depois do início dessa missão, quando conversou com Daphne...” Continua Tecna. “Então a melhor coisa a fazer é começar a olhar as câmeras de Magix, a partir do dia quinze.“

“Afinal ele estava em Magix esperando por elas no bar e mudou de ideia, talvez tenha acontecido algo nesse dia.” Conclui Timmy pegando os seus aparelhos tecnológicos e abrindo uma tela grande para invadir as câmeras de segurança da cidade usando um programa de reconhecimento facial com o rosto de Nex.

“Ali! Ele está entrando no bar!” Exclama Sky. Os amigos começam a analisar a movimentação do bar. Adiantam as imagens da gravação.

“Olha só, a Musa e a Aisha estão na fila agora.” Tecna percebe.

“Mas como? O Nex ainda não saiu...” Bloom indaga. “E que eu saiba, ele a avisou por mensagem de texto que não ia ficar com elas no bar... Ou seja, eles não se viram pessoalmente.”

“Vamos continuar assistindo.” Timmy aconselha. Adiantando o vídeo, horas se passam, Musa e Aisha saem do bar e nem sinal de Nex.

“Será que perdemos ele saindo?” Pergunta Sky.

“Não é possível, Sky, os sensores captariam o rosto dele... Isso está muito suspeito.” Afirma Tecna. “Vamos tentar achar o rosto dele em outra gravação. A busca inicia novamente.

“Olha! Ali, na rua de trás, a câmera pegou o rosto dele!” Timmy se apressa para ligar o vídeo na tela maior. Os quatro amigos arregalam os olhos ao perceber que ele estava acompanhado.

Riven!?” Todos exclamam. O vídeo mostra os dois saindo de moto juntos.

“Isso pode ser importante.” Tecna começa a anotar.

“Vou ligar para ele agora!” Sky pega o magicphone e começa a discar.

“Não sei se vai funcionar, Sky. Liguei algumas vezes, mas depois de um tempo telefone dele ia direto na caixa postal. Estava tentando telefonar novamente, pois queria desejar parabéns, mas ele sumiu.” Comenta Timmy. A ligação cai na caixa postal, Sky arremessa o magicphone com raiva.

“Olha, pelo que vi nas câmeras, Riven entrou no bar meia hora antes do Nex entrar. Ele não estava acompanhado, tive a impressão de vê-lo um pouco depois na porta com alguém, mas acredito que seja só uma pessoa que trabalhe no estabelecimento.” Tecna comenta.

“Tecna, tem algum jeito de você localizar Riven pelo celular?” Pergunta Bloom. “Se ele está tramando alguma, vamos descobrir de uma vez por todas. Talvez essa missão envolva os dois.”

“Talvez... Mas se está desligado... É improvável.” Lamenta Tecna.

“Temos que tentar! É nossa única pista... Ele deve saber onde Nex está.” Diz Bloom. Tecna assente e inicia sua busca pela localização com o auxílio de Timmy.

Bloom e Sky ficam pensativos enquanto esperam, a fada da chama do dragão começa a se preocupar, o que Riven poderia estar fazendo com Nex, quais os planos? Sky se sente terrivelmente culpado por não ter mantido contato com seu amigo, talvez pudesse impedi-lo de se meter em confusão, afinal só poderia ser algo ruim para Nex não poder contar nem a sua própria namorada.

“Olha só, não conseguimos encontrar a localização atual, mas temos sua última localização com o magicphone ligado, e foi bem no horário em que liguei para ele a última vez antes de começar a ir para a caixa postal.” Anuncia Timmy.

“Onde?” Os dois perguntam.

“Perto do bosque da clareira.” Mostra Tecna. “Analisei a região e parece que tem um edifício próximo ao local.”

“Bom, o que estamos esperando? Vamos!” Bloom levanta, os quatro amigos saem em busca de respostas.

 

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