1. Spirit Fanfics >
  2. Poison baby (um conto SasuNaru) >
  3. Confissão

História Poison baby (um conto SasuNaru) - Confissão


Escrita por: Dr_Lua

Capítulo 21 - Confissão


Fanfic / Fanfiction Poison baby (um conto SasuNaru) - Confissão

 Itachi passou meio segundo quieto, mas para Naruto foi uma eternidade. Shisui deixou o queixo cair olhando para o Uzumaki esperando igualmente uma reação do namorado.

— Você... Você o que? — A voz do Uchiha era um fio de som, mas sua expressão era de indignação — Seu maldito!

A primeira reação dele Itachi foi avançar na direção de outro, mas Shisui o segurou pela cintura o impedindo de continuar.

— Ele é uma criança! — Itachi gritou contra Naruto tentando se desvencilhar do primo.

— Itachi, por favor. — Naruto disse mantendo o tom baixo. O loiro continuava parado apertando os dedos tentando manter-se firme, ele compreendia completamente a reação de Itachi. Queria ter mais tempo para sentar, conversar e explicar os fatos da melhor forma possível, mas naquele momento Sasuke era prioridade.

— Por favor?! — disse alto desistindo de tentar avançar contra ele, mas Shisui não o soltou por precaução — Eu confiei em você! Deixei que entrasse na minha casa! E você seduz o meu irmão? Conheço sua fama, seu desgraçado, eu sei o que você faz com garotos como Sasuke!

— Eu nunca o machucaria, Itachi! — o interrompeu — Eu nunca forcei Sasuke a nada, ele esteve comigo porque quis e eu sempre o respeitei muito de todas as formas, até mesmo seus limites.

— Ele tem dezoito anos, seu doente! Ele é influenciável e você sabe disso! — vociferou o moreno tentando respirar fundo, estava claramente tendo um acesso de raiva e uma crise de ansiedade — Meu Deus, tudo faz sentido agora! Como pude ser tão cego? Diante dos meus olhos!

— Itachi, eu juro que entendo você e estou disposto a lidar com as consequências das minhas ações, mas agora eu preciso saber onde o Sasuke está — o Uzumaki se mantinha firme, mesmo com o outro o olhando de forma incrédula e quase homicida — Ele partiu por um mal-entendido e eu posso concertar.

— Acha mesmo que vou deixar que se aproxime do meu irmão de novo? — questionou jogando os cabelos para trás — Você nunca mais vai vê-lo, nunca mais vai chegar perto dele! Se você causou isso, significa que além de seduzir o meu irmão você o magoou profundamente a ponto dele me deixar e ir embora!

— Eu não queria isso. — Naruto fungou respirando fundo — Tudo o que eu fiz foi buscando protegê-lo, mas eu falhei e quero concertar isso. Por favor, Itachi, me deixe trazê-lo pra casa, pra perto de você! Então eu aceito o que você decidir.

— Sai da minha casa. — ordenou e Naruto negou — EU MANDEI VOCÊ SAIR, SEU MALDITO!

— Itachi. — Shisui voltou a segurá-lo.

— Eu não vou deixar que você faça com o meu irmão o que você costuma fazer com suas presas, eu conheço homens do teu tipinho! Devia se envergonhar por ir atrás de garotos — Itachi tremia — Eu vou proteger o Sasuke de você.

— Por favor. — Naruto deu um passo desesperado em sua direção — Eu o amo, precisa acreditar em mim.

— SAI! AGORA! — berrou Itachi.

— É melhor você ir, Naruto. — disse Shisui em tom seco quase de escárnio.

O Uzumaki sentiu como se tivesse perdido uma batalha, mas aquela era apenas a primeira e o melhor era retirar-se para lamber as feridas. Passou pelos Uchiha e saiu da casa a passos apressados. Entrou em seu carro permitindo-se respirar e sentiu a raiva tomar seu corpo lentamente, odiava fracassar e tinha fracassado com aquilo. Sua primeira confissão tinha sido desastrosa e ele se sentia fraco, imaginou aquela conversa com Itachi de inúmeras maneiras, mas em nenhuma delas ele saia como perdedor. Arrancou com o carro sem saber direito para onde ir, quando se deu conta estava diante da abadia de Seattle e entrou procurando por um ponto de conforto, o lugar cheirava a cimento e removedor de tinta, inúmeros operários se dividiam entre os vastos tipos de restauração, mas Naruto seguiu em frente em busca da mãe.

Kushina estava próxima ao altar e supervisionava a restauração do presbitério de mármore, não o ouviu chegar e assustou-se com o toque repentino no ombro, no primeiro momento sorriu ao encontrar o filho, mas ao ver seu estado preocupou-se e essa foi a deixa que Naruto encontrou para abraçá-la.

— Meu amor, o que foi? — ela perguntou apertando mais o filho contra si.

— Eu o perdi, mãe. — sussurrou — E nada nunca doeu tanto.

Kushina suspirou guiando o filho para um lugar mais privado.

∞∞∞

Itachi não conseguia pensar o que seria de sua vida sem Shisui ao seu lado, ele estava a ponto de desmoronar e o amado continuava firme ao seu lado. Chorou, gritou e esmurrou as paredes, queria se livrar da sensação de fracasso e raiva de si mesmo, sentia-se extremamente estupido por nunca ter percebido nada e por não conseguir proteger seu irmão. Sentia raiva de Naruto, o desgraçado se aproveitou de tudo desde o começo, aproveitou-se da boa vontade de Itachi quanto a uma maior proximidade com sócios e aproveitou-se da juventude inconsequente de Sasuke para seduzi-lo. Sentia raiva do caçula por mentir e esconder isso dele, não entendia como o irmão podia ser tão dissimulado a ponto de pedir conselhos como se falasse de um jovem comum, Sasuke o enganou direitinho.

Mas acima de tudo, Itachi Uchiha sentia medo.

Ele tinha medo que Sasuke nunca mais se recuperasse daquilo, não fazia ideia do que tinha acontecido entre ele e Naruto, mas sabia que o mesmo estava quebrado e que partir tinha sido um imenso alivio. Temia que Sasuke não quisesse mais voltar e escolhesse ficar longe. Não suportaria separar-se do irmão, ele era tudo o que tinha restado e o amava imensamente.

— Meu amor. — o primo colocou as mãos nos ombros de Itachi — Você precisa se acalmar.

— Como eu posso me acalmar sabendo o quão estupido eu fui? — perguntou virando-se para ele — Shisui, os dois me enganaram debaixo do meu nariz, Sasuke mentiu descaradamente e aquele Uzumaki desgraçado se aproveitou de todos nós.

— Esse é o tipo de coisa que terá que resolver com Sasuke. — pontoou o mais velho — Mas para isso ele precisa voltar e se Naruto estiver certo, só ele conseguirá fazer isso.

— Eu sou o responsável por Sasuke, ele pediu o final de semana e eu o dei, agora eu o quero de volta amanhã. — rosnou e Shisui assentiu afagando o rosto do namorado.

— Você o viu. Ele estava quebrado e magoado, pode não querer voltar e eu duvido que você o force. — foi sincero — Eu te conheço, meu amor, não pode viver longe do Sasuke.

— Por favor, me diz que não está do lado daquele infeliz. — pediu se afastando dele, ressentido.

— Eu sempre estarei do seu lado, é em você que estou pensando. — garantiu o outro insistindo em manter a proximidade — Eu também vi Sasuke crescer e estou tão enciumado quanto você, sei que a fama do Uzumaki é repulsiva e não estou dizendo para permitir um relacionamento entre os dois. Apenas quero que você perceba que o melhor a fazer é que Naruto traga Sasuke de volta e deixe o depois para depois.

— Eu devia era pegar um avião para São Francisco e dar a surra que eu nunca dei naquele garoto mentiroso e ingrato. — disse por fim deixando o cansaço lhe dominar, sentou-se no sofá esfregando o rosto com as mãos — Eu prometi que cuidaria dele, e prometi que o protegeria. Fechei os olhos para alguém que só quis usá-lo.

— Acho que o Uzumaki estava sendo sincero. — Shisui sentou-se ao lado de Itachi e recebeu dele um olhar raivoso — Começou errado sim, mas ele sente algo por Sasuke.

— Parece que não o suficiente para fazer bem a ele. — disparou — Eu quero meu irmão aqui, Sui, mas se para protegê-lo eu preciso mantê-lo longe, farei isso.

Itachi se levantou e subiu as escadas, entrou em seu banheiro enfiando-se no chuveiro buscando pensar e solucionar o atrito entre seu coração e a razão. Pensou em como queria que Sasuke tivesse sido sincero desde o início, encostou a cabeça contra o azulejo frio deixando a água cair em suas costas e tentou acalmar seu coração aos pulos. Lembrou-se dos olhos do irmão e se obrigou a admitir o que tentava negar desde a noite anterior: Sasuke não voltaria. Não por conta própria. Nunca o tinha visto tão magoado e com toda certeza o mesmo escolheria continuar na Califórnia mesmo odiando Sol e praia. Não queria ceder, mas a verdade era que conseguiria proteger o irmão se o mesmo não estivesse por perto. Desligou o chuveiro e enrolou uma toalha na cintura, Shisui não tinha subido, pois entendia que o menor precisava de um tempo, era um ótimo namorado. Itachi caminhou até o closet e pegou seu celular, pensou algumas vezes antes de discar aquele telefone que mal chamou e já foi atendido.

— Itachi? — Naruto atendeu com voz incerta.

— Eu quero o meu irmão de volta e é só por isso que vou te dizer onde ele está. — disse de forma seca — Não pense nem por um minuto que significa uma permissão ou um ato de bondade, pois não é.

— Eu entendo e respeito. — respondeu prontamente — Eu só quero ajudar, Itachi.

O Uchiha suspirou engolindo a raiva e o orgulho, não havia nada no mundo que não fizesse por Sasuke.

— Ele está na Califórnia, em São Francisco, te mando o endereço completo por mensagem. — contou por fim — Me escuta bem, Uzumaki, acho bom que volte rápido com meu irmão ou eu destruo você sem pensar duas vezes.

— Eu prometo que Sasuke estará em casa ainda hoje — assegurou o Uzumaki — Eu sinto muito que as coisas tenham acontecido assim, Itachi.

— Me poupe. — desligou o celular e obrigou-se a enviar o endereço detalhado da mansão do tio na Califórnia. Encarou a própria imagem esperando veementemente ter feito à coisa certa.

∞∞∞

Cinco longas horas separaram Naruto de Sasuke, as mesmas horas que ele usou para pensar no que diria quando o encontrasse mas não conseguiu pensar em nada bom o suficiente. O melhor era deixar que seu coração e instinto decidissem o plano a seguir. Mesmo em um jato particular ele ficou inquieto, caminhava dentro da aeronave e recusou todas as ofertas de comidas e bebida, tudo o que queria era o poder de acelerar o tempo e estar com Sasuke mais rápido possível. Não procurou um hotel quando pousou em São Francisco, pretendia estar de volta a Seattle quando a noite caísse, nem sequer tinha levado malas.

Eram 15h quando chegou, pegou o carro que o aguardava e partiu na direção do endereço que Itachi tinha lhe dado. Era uma casa grande em um bairro nobre, cercada por plantas e tinha uma arquitetura modernista que agradaria os pais de Naruto. O Uzumaki desceu do carro e caminhou até a porta tocando a campainha e prendendo a respiração até que fosse atendido. Um homem abriu a porta, devia ter uns cinquenta anos, era alto e robusto, mesmo com alguns cabelos grisalhos o preto ainda era predominante, ele se parecia muito com Shisui e isso o levou a concluir que era seu pai.

— Boa tarde. — disse ele.

— O senhor é Obito Uchiha? — Naruto questionou.

— Sou, no que posso ajudá-lo? — Obito assumiu uma postura desconfiada.

— Meu nome é Naruto e estou procurando o Sasuke. Ele está? — tentou manter o tom baixo e complacente.

— Ah, então é você? — um meio sorriso rompeu no rosto do Uchiha— Não acha que é muito velho pra ele?

— Sinceramente, senhor Uchiha, acho que isso não importa mais. — respondeu e o mais velho assentiu.

— Entre. — deu passagem para o loiro.

A casa por dentro tinha uma decoração minimalista e sóbria, era quase uma assinatura do sangue Uchiha. Naruto não pode evitar procurar por Sasuke enquanto invadia o cômodo, frustrou-se ao não encontrá-lo.

— Sasuke está no jardim, eu acabei de levar um sanduiche já que ele não está comendo. — disse Obito enfiando as mãos nos bolsos— Eu não sei o que você fez, mas o abalou.

— Eu nunca quis magoá-lo e foi por isso que eu vim até aqui. Por ele e pra fazer o certo. — contou respirando fundo.

— Quer um conselho do homem que criou os meninos Uchiha? — o mais velho ofereceu.

— É claro. — aceitou.

— Sasuke finalmente aceitou que nós Uchiha não merecemos menos que o máximo. — disse Obito — Então se não pode dar o máximo de si para o meu sobrinho, vá embora e não o procure de novo.

— Estou aqui de corpo e alma, senhor. — Naruto assegurou veementemente e Obito pareceu aceitar.

— A saída para o jardim é essa porta de vidro. — apontou o caminho e ele agradeceu com um aceno antes de seguir.

∞∞∞

O final da adolescência era um período de martírio, tudo era ampliado em um milhão de vezes e Sasuke sofria as consequências disso, ele amava Naruto intensamente e sofria igualmente. Sentir-se usado pelo outro era de uma dor imensurável e Sasuke não conseguia lidar com ela. O que não sentiu de fome e sono nos últimos dois dias, veio em inspiração, foram páginas e páginas de desenhos aleatórios. Todos dele, com alguma parte que Sasuke amava nele e serviu para faze- ló descobrir que amava tudo naquele homem. Abaixou o carvão e assoprou o papel antes de afastar-se minimamente pra ver o rosto dele de perfil, ele ficava belo naquele ângulo.

— Eu nunca serei tão bonito quando seus desenhos.

Sasuke não precisava se virar pra saber quem era, colocou o caderno sobre a mesa de pedra no meio do jardim, tirou os óculos escuros e respirou fundo sentindo a corrente elétrica percorrer seu corpo. Tomou coragem e se levantou da cadeira desconfortável, virou-se para ele deixando os olhos percorrerem cada detalhe, usava calça caqui clara e camisa branca, o sol combinava com ele e com sua pele bronzeada.

— O que você está fazendo aqui? — quis saber em tom baixo.

— Eu vim ver você. — respondeu o mais velho — Eu queria me desculpar.

— Se é só isso, você já pode ir. — Sasuke tentou passar por ele, mas o loiro segurou seu braço. Ser tocado por Naruto tirava completamente sua sanidade e capacidade de pensar, por isso afastou-se do toque imediatamente.

— Espera, por favor. — Naruto pediu.

— Por quê? Você mentiu pra mim! — acusou.

— Sasuke, eu não menti. — justificou e Sasuke bufou afastando-se dele — Eu escondi isso pra proteger você, eu só queria cuidar de tudo sem te envolver.

— Naquela noite em Denver... — Sasuke mordeu o lábio para reprimir a vontade de chorar — Enquanto dançávamos e eu me sentia especial como nunca me senti na vida, eu disse que adorava o fato de não haver mais mentiras entre nós e você só concordou. Naruto, aquela foi mais uma das inúmeras oportunidades que você teve de me contar e você não contou porque não tinha certeza se eu valia tanto a pena!

— Você está errado! — Naruto exclamou — Nada nunca valeu tão a pena quanto você! Eu não te contei porque queria ajustar isso primeiro, resolver sem que você tivesse que se meter nisso. Eu quis proteger você, baby.

— Me proteger do que? Você me contou coisas muito piores, coisas mais profundas. — o Uchiha não estava irredutível — Você me fez acreditar que estávamos bem, que podíamos dizer qualquer coisa... Que droga eu achei que... Que você pudesse sentir o que eu sinto.

— Sasuke, por favor... — começou Naruto, mas o menor sacudiu a cabeça o fazendo parar de falar — O que eu passei...

— Foi uma droga. — o mais jovem o interrompeu — Mas não pode justificar tudo, eu sinto muito que tenham ferido você, sinto muito que não tenham te amado como você merece, mas eu amei, eu amo e você não consegue retribuir a mim. Não posso mais lidar com isso, sinto muito.

Sasuke conseguiu passar por Naruto, seu coração estava aos pulos e ele precisava se afastar.

— Eu te amo, Sasuke. — soltou fazendo o Uchiha congelar no lugar.

Era como se pudesse sentir a vibração de cada palavra em seus poros, ele aguardou tanto para ouvir aquilo que parecia irreal, virou-se para o outro buscando em sua postura resquícios de que tinha ouvido errado, mas Naruto o olhava com certo desespero no olhar, como quem esperava uma resposta. Sasuke odiava a sensação de estar sendo tolo, odiava imaginar que estava cedendo fácil demais, mas o que podia fazer? Seu amor estava ali se declarando, expondo-se, permitindo-se e ele estava bravo por não ter sabido de algo que o magoaria? Ele sabia que teriam de conversar sobre aquilo, mas naquele momento só ansiava por ouvir de novo e se fosse uma espécie de jogo ele não suportaria.

— Por favor... — sentiu uma lágrima quente escorrer rapidamente por seu rosto — Se é apenas uma tentativa de me fazer voltar e te perdoar... Desminta agora! É cruel demais se for mentira.

— Não é. — assegurou o outro se aproximando mais — Eu temi tanto esse sentimento e agora estou aqui, afogado nele. Eu entendi que você merecia mais do que estava dando a você e é por isso que eu corri todos os riscos, quebrei todas as barreiras pra estar aqui e finalmente te dizer que estou completamente apaixonado por você.

Sasuke soltou o ar dos pulmões e ofegou em seguida, mais duas lágrimas quentes correram enquanto ele acolhia aquelas palavras como lufadas do vento mais doce e acolhedor que podia existir. Acordou de seu transe quando Naruto, em seu gesto tão característico, prendeu seu queixo entre o polegar e o indicador e levantou seu olhar.

— Você é como veneno correndo pelas minhas veias e tomando o meu corpo, seu cheiro impregnou meus lençóis, o gosto da sua boca não deixa minha língua e sua voz continua reverberando em meus ouvidos em um looping de luxúria. Você é o anjo mais profano que já pisou na terra e eu estou extremamente viciado em você, envenenado por você — os dedos de Naruto encontraram a face dele em sinal de adoração e Sasuke fechou os olhos apreciando o afago antes de voltar seu olhar para o mais velho novamente e o deixar continuar — Tocar você é minha atividade preferida, o sabor do seu prazer é o melhor do mundo, eu amo você. Amo seu corpo suado contra o meu, te ouvir gemendo manhoso enquanto te torturo, implorando por mais de mim com a voz doce de um anjo e a sensualidade de um demônio, sua inocência corrompida me deixa cego de vontade de você. O que fez comigo, baby? — parecia uma pergunta genuína — Estou perdido entre as curvas do seu corpo e as batidas do meu coração, você pode ouvir? Ele bate por você, está envenenado. Você pode ser meu bebê essa noite e pelo resto das nossas vidas? Eu já sou seu mesmo sem saber. Quando, ao tentar dominar você, me deixei ser dominado.

Sasuke continuou em silêncio, não sentia a própria língua no meio da emoção que consumiu seu corpo, só conseguia pedir a Deus — se existia um Deus — que ele permitisse que fosse real, pois sentia o sabor do céu e não queria distanciar-se disso. Percebendo o estado do menor, Naruto pegou sua mão direita e colocou sobre o peito, em cima do coração o fazendo sentir como estava acelerado.

— Sinta meu coração, Sasuke. — sua voz penetrava cada poro da pele do menino — Sinta meu sentimento, são seus. Estou tão acostumado a estar constantemente excitado pra esquecer o vazio dentro de mim, descontando no sexo meus medos e frustrações, mas com você é diferente, meu amor. Sasuke, você entrou e eu não consigo e nem quero te tirar de mim, é minha segunda chance de ser feliz, meu recomeço mais doce e eu preciso de você. Eu imploro me aceite! Porque se eu não for seu, não sei quem serei.

Sasuke fixou o olhar em sua própria mão sobre o peito do outro, tomou coragem para enfrentar aquele azul vasto e intenso de seus olhos e viu que ele sentia medo, na verdade Naruto estava apavorado pela hipótese de Sasuke o rejeitar.

— Você é o tipo de amor que alguém espera a vida inteira, agora que tenho você, não posso te deixar ir. — disse simplista e o Uzumaki abriu o sorriso mais brilhante do mundo.

Naruto decidiu que era hora de finalmente juntar seus lábios e ele nunca esteve tão perto, afobado e ansioso, Sasuke o sentiu vulnerável pela maneira como o beijava e adorou isso. Envolveu o pescoço do loiro deixando que seus braços fortes o envolvessem e o espaço entre eles fosse anulado. Suas línguas se tocaram e Sasuke sentiu sabor de entrega, a euforia tomou seu coração e ele decidiu acelerar o beijo para ter mais dele, descobriu que podia passar centenas de anos o beijando, nunca seria o suficiente, nunca estaria satisfeito. Seus pulmões gritaram por ar e findaram o ósculo, mas não se afastaram um milímetro sequer, suas testas estavam unidas e suas respirações sincronizadas.

— Diz de novo... — o menor sussurrou e Naruto sorriu relaxado.

— Eu te amo — parecia ter prazer em dizer isso — Eu te amo muito, baby. Por favor, vamos voltar pra casa.

— Tudo bem. — Sasuke se afastou minimamente, mas continuou com as mãos nos ombros de Naruto — Acho que agora teremos que contar pro Itachi sobre nós, vai ser impossível convencer meu tio a esconder dele.

— Baby... – Naruto suspirou agoniado e Sasuke não entendeu — Itachi já sabe de tudo. Eu mesmo contei pra ele.

— Você o que? — o queixo de Sasuke caiu.

...

Sasuke abraçou o tio, estava de extremo bom humor e precisava agradecê-lo. Juntou suas coisas em 15 minutos e logo estava pronto para partir, não queria parecer ingrato e sabia que Obito o entendia, pelo sorriso sereno em seu rosto, ele estava satisfeito com a situação.

— Eu fico feliz que esteja melhor, garoto — disse Obito, suavemente — Não gosto dos meus meninos sofrendo.

— Está tudo bem agora — Sasuke garantiu — Ou vai ficar quando eu domar a fera cabeluda em casa.

— Procure lembrar que tudo o que Itachi quer é o seu bem. — aconselhou virando-se para Naruto — Senhor Uzumaki, espero ter o prazer de conhecê-lo melhor em breve.

— Com toda certeza, senhor Uchiha. — assegurou — E muito obrigada pelo conselho, lidar com os Uchiha é difícil.

— Devo me ofender? — Sasuke soou falsamente indignado.

— Você ainda não viu nada, Sasuke é o mais rebelde, mas Itachi é o mais teimoso, ele sempre foi. — Obito sorriu — Se ele decidir odiar você terá que trabalhar muito duro pra mudar isso.

— Eu não desisto nunca. — Naruto sorriu virando-se para Sasuke — Precisamos ir, Sasuke, o voo sai em meia-hora.

— Volte mais vezes, Sasuke, convença seu irmão e meu filho desnaturado a virem também. — Obito pediu.

- Eu vou, tio. — prometeu o mais novo.

Entraram no carro e Naruto arrancou, a atmosfera era acolhedora e Sasuke sentia-se bem, quando não estava com a mão no câmbio, o maior pousava a mão sobre a coxa do moreno e acariciava. Chegaram ao aeroporto particular às 17h30, o loiro entregou o carro e os dois embarcaram, logo já estavam decolando em direção à Seattle. Sasuke olhou seu celular lamentando o silêncio repentino de Itachi que na noite anterior lhe encheu de mensagens, ele devia estar tramando um milhão de maneiras de trancá-lo em casa e de decepar o que Naruto tinha entre as pernas.

— Hey, o que foi? — perguntou notando o clima pesado, Sasuke não queria estragar o que tinham naquele momento, mas sua cabeça não parava de pensar.

— Como ele reagiu? Meu irmão... — quis saber e Naruto entrelaçou seus dedos.

— Se Shisui não o tivesse impedido, ele teria me enchido de porrada. — contou fazendo Sasuke rir rapidamente — Ele ficou muito bravo, gritou e me chamou de alguns nomes, mas era o que eu esperava, era merecido.

— Ele não pode nos proibir de ficar juntos, pode? — havia medo na voz do seu menino e mais velho ponderou.

— Você já é maior de idade, então Itachi não pode mandar me prender, mas ele ainda é seu tutor legal. — o loiro deixou um beijo sobre os dedos de Sasuke — Se ele me quiser longe, pode pedir uma ordem de restrição ou coisa parecida, ele tem esse poder.

— Então eu fujo de casa. — Sasuke decidiu e Naruto sorriu com ternura.

— Calma aí, aventureiro. — brincou tentando descontrair, mas dessa vez Sasuke não riu com ele — Não pinte seu irmão como vilão, baby, o errado nessa historia sou eu que errei desde o principio. Itachi só quer fazer o que fez a vida toda: proteger você.

— Ele vai ter que aceitar que eu te amo e que é com você que quero ficar. — o mais novo soou firme.

— Vamos fazer tudo direito dessa vez, hum? — beijou a testa do mais novo — Vencemos um obstáculo importante hoje, podemos vencer outro.

O Uchiha suspirou e escondeu o rosto na curva do ombro de Naruto, lutaria por ele até o fim e faria o irmão entender que não ficaria sem o amá-lo em hipótese nenhuma.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...