1. Spirit Fanfics >
  2. Poison baby (um conto SasuNaru) >
  3. Interligados

História Poison baby (um conto SasuNaru) - Interligados


Escrita por: Dr_Lua

Notas do Autor


Yo minna!

Boa leitura!

Capítulo 37 - Interligados


Fanfic / Fanfiction Poison baby (um conto SasuNaru) - Interligados

Neji tinha mais de 25 anos quando se assumiu gay para o pai, não era uma questão interna difícil por ter se entendido como um homem homossexual aos 14 anos de idade, mas ele precisou ter muita coragem para dizer aquilo em voz alta diante do homem que lhe deu a vida. Lembrava com detalhes de como estava nervoso naquele dia e estava se sentindo daquela exata maneira naquele momento.

A mulher diante dele tinha óculos grossos que aumentavam seus olhos, seus cabelos eram espeças ondas castanhas e ela se vestia como um estereótipo de uma bibliotecária dos anos 80, mas ela também tinha o poder de decidir se ele era apto para ser pai. As paranoias de Neji pararam quando Lee segurou sua mão com delicadeza, sentia a palma áspera e cálida pelos constantes treinamentos, mesmo assim era um toque gentil e tinha o poder de acalmar o perolado em todos os momentos.

– Bom, o relatório primário de vocês é impressionante. – disse a assistente social – Eu preciso fazer algumas perguntas, algo simples, mas é o procedimento.

– Responderemos o que quiser. – disse Lee e Neji admirou sua segurança.

– Senhor Lee, há quanto tempo luta profissionalmente? – ela questionou olhando o lutador que manteve a postura.

– Desde os meus dezoito anos. – disse o mais velho.

– Você diria que é uma profissão perigosa? – ela indagou e Neji olhou o esposo, Lee apenas sorriu.

– Não mais que qualquer outro esporte de contato, senhora. – respondeu de forma espirituosa – No UFC somos treinados, sabemos onde e como golpear. Além do mais, essa é minha última temporada lutando.

– E o que pretende fazer depois de se aposentar? – ela guiava o tom e o caminho da conversa.

– Recentemente eu adquiri algumas academias, irei encontrar e treinar jovens talentos como eu fui, dar um propósito a eles, ensinar a canalizar a raiva da juventude. – explicou e a assistente social pareceu satisfeita com a resposta, virou-se para Neji que não resistiu a arfar ansioso – Senhor Hyuuga, na sua ficha consta que é sócio da... N&U Corp. O que necessariamente faz?

– Além de sócio, sou o advogado principal da corporação, coordeno todo o departamento jurídico. – disse Neji prontamente, era uma pergunta consideravelmente fácil e isso era bom.

– É uma grande responsabilidade. – ela observou – Passa muito tempo na empresa?

– Eu adoro meu trabalho, mas entendo que não posso viver nele. Eu cumpro meu horário e quando necessário realizo poucas horas extras. – Foi sincero.

– Caso consigam adotar uma criança, com quem ela ficaria durante sua jornada de trabalho, senhor Hyuuga? – ela perguntou e Neji sentiu o sangue congelar nas veias, aquela questão não tinha passado por sua cabeça e não tinham discutido isso em casa.

– Uma escola primária, é claro. – respondeu prontamente, Lee o olhou assentindo – Eu poderia levá-lo antes de ir trabalhar e Lee poderia buscá-lo.

Ela assentiu anotando algo em seus papeis, olhou as fichas cadastrais de ambos novamente e passou alguns instantes em silêncio, instantes que incomodaram Neji.

– Verifiquei que nenhum dos dois conta com uma base familiar forte. – ela foi direta e Neji se permitiu achar o tom duro demais. Lee ficou um pouco tenso, mas continuou olhando para ela – Pedagogicamente falando, uma criança precisa de um ambiente familiar estável e sólido para se desenvolver feliz e saudável, geralmente isso se dá com a presença de familiares.

– Eu nem sequer conheci meus pais, mas isso não irá afetar o meu comportamento com meu filho. – Lee soou convicto – Eu tive ótimos tutores e pais adotivos, eu provei do amor fraternal e sei como me valer disso.

– Lee é extremamente amável. – Neji completou e Lee lhe sorriu.

– A situação familiar é um diferente com você, certo Senhor Hyuuga? – a assistente apoiou os cotovelos sobre a mesa.

– Sim. Meu pai está vivo e muito bem, eu residi na casa dele até os vinte e cinco anos. – Neji contou.

– E como é sua relação com o seu pai? – ela quis saber e Neji respirou fundo.

– Para ser sincero não é boa, nós não nos falamos por ele não aceitar minha orientação sexual. – disse com tom brando, a assistente social assentiu compadecida e fez mais uma anotação.

A última coisa que Neji queria era que sua péssima relação com o pai influenciasse sua chance de adotar uma criança. A senhora retirou os óculos sorrindo com delicadeza e juntando as mãos sobre a mesa.

– Senhores, a adoção é algo muito bonito, porém infelizmente é um tanto burocrática. – ela foi sincera e Neji assentiu – Vocês tem um perfil muito solido e atraente, podem se considerar oficialmente na fila de adoção.

– Oh, é sério? – perguntou Lee sorridente – Meu Deus!

– Isso é incrível! – Neji soltou um suspiro aliviado.

– Essa é uma ficha onde vocês escolhem as características preferíveis da criança que pretendem adotar, é claro que trabalhamos com as crianças disponíveis no nosso sistema. – disse ela estendendo a ficha, mas Lee não a pegou.

– Nós não temos preferência, senhora. – disse o lutador e Neji sorriu encantado para ele – Nós sabemos que nosso filho ou filha já está nos aguardando.

Pela primeira vez Neji viu o rosto da assistente se iluminar, ela pareceu surpresa e até mesmo orgulhosa.

– Muito bem então. – ela pegou a ficha de volta – Até o final desse mês entrarão em contato com vocês para agendar a primeira visita no primeiro orfanato, explicarão as regras e tudo o que precisarão saber.

– Muito obrigada! – Neji estendeu a mão para ela que apertou.

Pouco depois de saírem, Lee estava dirigindo enquanto o esposo estava no banco do carona e olhando em lojas virtuais móveis e objetos decorativos para quarto de criança. Ele sabia que era cedo, não sabiam nem o gênero da criança ou ainda quantos anos ela teria, mas estava ansioso e extremamente feliz.

– Esse seu sorriso está tão lindo. – Lee comentou e Neji sorriu mais amplamente na direção dele.

– Estamos na fila, meu amor. – disse o perolado virando-se mais para ele – Nós vamos ser pais... Vamos ter um filho!

– Eu também estou tão feliz. – respondeu o lutador – Eu espero que não demore tanto, estou muito ansioso para encontrá-lo.

– Eu só espero que minha relação com Hiashi não influencie isso de uma negativa. – disse o mais novo – Ele não pode estragar isso.

– Meu amor, não pense nisso. – Lee o tranquilizou – É muito comum que pessoas LGBTQIA+ não tenham boas relações com seus pais, infelizmente. Isso não vai nos impedir de adotar nosso filho, vamos ser muito felizes.

– Eu espero que esteja certo. – disse o advogado – É o que eu mais quero.

∞∞∞

Sakura encontrou Hinata na saída da escola por não terem tido a última aula juntas, a Hyuuga sorriu assim que a viu e a Haruno sentiu o coração errar a batida como era comum quando a namorada sorria. Era tão bom continuar perdidamente apaixonada por Hinata mesmo depois de tantos meses de namoro, ainda sentia o frio na barriga e as borboletas no estômago. Provas de que aquela mulher era o amor de sua vida.

– Eu já disse o quão linda você esta hoje? – Sakura questionou ao se aproximar a deixar um beijinho na bochecha já corada da Hyuuga.

– Você é tão boba. – a morena sorriu apaixonada – O que vamos fazer hoje? É sexta. Quer ir pra minha casa?

– Eu adoraria, mas prometi para os meus pais que jantaria com eles hoje. – Sakura contou e de repente teve uma ideia – O que acha de vir conosco? Minha mãe gosta de você.

– É um momento de família. – disse a Hyuuga – Eu não quero atrapalhar.

– Hey, você também é minha família. – disse a rosada entrelaçando os seus dedos – Mas não vou te forçar a ir se não quiser.

– E que tal irmos para a minha casa agora, você fica um pouco comigo e depois vai para sua casa, ainda são cinco horas. – ela argumentou e Sakura cedeu sorrindo, não negaria nada a ela.

– Tudo bem, é uma ótima ideia. – respondeu começando a caminhar de mãos dadas com ela.

A casa de Neji – onde Hinata estava morando – não ficava longe da escola e por isso resolveram ir andando. Odia estava agradável e a chuva dera uma trégua naquela semana, além disso podiam passar na sorveteria que tinha no caminho. Em determinado ponto, passaram por um canteiro de obras regulares naquela região e imediatamente Sakura sentiu os olhares atentos começarem a segui-las. Ela detestava aquilo, detestava o jeito como podiam sexualizar duas garotas apenas pelo jeito como se vestiam. Os malditos comentários não demoraram, as vozes masculinas soltavam coisas ofensivas e até mesmo pornográficas enquanto andavam de mãos dadas pela calçada e Sakura tremeu de raiva quando sentiu Hinata apertar sua mão.

– Não sejam tímidas, olhem aqui! – um deles gritou – Eu adoro aluninhas tímidas!

– Que comissão de frente, moreninha! – gritou outra.

– Qual seu nome, rosadinha? É assim em todos os lugares? – o outro questionou.

Não era a primeira vez que aquilo acontecia, provavelmente toda mulher do mundo já tinha passado por situação semelhante. Mas o medo presente no tremor da mão de Hinata irritou Sakura, que pela primeira vez parou e virou-se para revidar.

– Ai, calem a porra da boca! – gritou de volta e assistiu os homens consideravelmente mais velhos se surpreenderem com a atitude, homens como esse se valem do medo potencial da vítima. – Respeito, seus otários!

– Calma, docinho. – um homem grisalho retirou o capacete de proteção e sorriu sacana – Só estamos elogiando. Duas garotinhas tão bonitas devem se acostumar com elogios.

– Saky, vamos. – Hinata pediu baixinho.

– Eu não quero a merda do seu elogio, aliás, elogio o caralho! – ela vociferou e o maldito achou graça o que a irritou ainda mais.

– Acho melhor você escutar sua amiguinha gostosa e ir embora, meu bem. – respondeu um mais novo.

– Ela não é minha amiguinha, é minha namorada! – ela frisou – Ela tem idade pra ser sua filha seu nojento de merda e eu acho melhor respeitá-la. Você ouviu?

– Ouviu, Max? – o primeiro homem questionou rindo – A rosadinha não quer que você chame a namorada dela de gostosa, tem que chamar ela também.

– Namorada? Então dá um beijinho pra gente ver. – o tal do Max pediu com explicita malícia, Sakura se sentiu arder, mas sentiu Hinata a puxar e ao olhar para ela viu que estava com explicito pavor e tinha os olhos repletos de lágrimas.

– Por favor, vamos embora. – pediu e Sakura desmontou, lançou mais um olhar raivo na direção daqueles homens nojentos e saiu de lá ao som de assovios e despedidas desrespeitosas.

Sakura era pura raiva quando entraram no grande apartamento, Neji e Lee estavam em casa por terem voltado da primeira entrevista para adoção e viram o estado das mais novas ao passarem pela porta Como um bom irmão coruja, Neji logo percebeu a situação de Hinata e Sakura se sentou mais tranquila ao saber que ele estava ali por ela.

– O que aconteceu? – Neji perguntou andando até a irmã.

– Uns caras na obra da esquina mexeram com a gente. – Hinata contou chorosa.

– O que? – Lee questionou – O que eles fizeram?

– Disseram coisas nojentas! – Hinata contou com a voz trêmula – Sakura respondeu eles.

– Sakura, é perigoso. – Neji disse e a rosada assentiu.

– Eu sei, eu sei. Me desculpa. – ela pediu mais para Hinata, sabia que tinha a assustado – Mas eu fiquei com tanta raiva! Só estávamos andando voltando da aula e estamos vestindo uniformes escolares. Aqueles caras nem sabiam se éramos maiores de idade, só se acharam no direito de mexer com a gente!

– Querida, precisa se acalmar. – Neji se aproximou colocando a mão no ombro dela.

– Eu sei que é difícil pra todo mundo, mas por que o relacionamento lésbico tem que ser tão... Sexualizado? – Sakura sentiu o choro na garganta, mas o prendeu – Eles queriam que nos beijássemos para que tivessem visto, por que eu faria isso? Entretenimento? É isso o que somos? É uma droga viver me policiando para me defender de idiotas como aqueles, eles estão errados! Eu só quero andar de mão dada com a minha namorada!

– Sakura... – Hinata a abraçou e Sakura se sentiu esfriar, ela era seu calmante natural sempre e por isso a abraçou de volta – Está tudo bem agora.

– Eu devia ir até lá e quebrar a cara de todos eles. – disse Lee com raiva.

– Não se preocupem – disse Neji quando as duas se separaram – Eu vou destruir esses monstros, mas não vamos usar violência. Eu tenho um contato ótimo especialista em punição por assédio, se não forem presos, não trabalham mais em Seattle. Eu prometo.

– Obrigada. – disse Sakura ao cunhado e sentiu Hinata beijar seu rosto.

– Está tudo bem. – ela repetiu – Eu estarei com você sempre.

– E para sempre. – a rosada completou lhe dando um selinho rápido.

∞∞∞

Gaara combinou de encontrar o namorado no parque e ao avistá-lo ao longe viu que estava acompanhado de um cara, Utakata parecia à vontade com ele e ria de algo que ele falava o que automaticamente causou ciúme no Sabaku. "Não seja um idiota", Gaara pensou andando até eles, no caminho permitiu-se analisar o cara, era alto e claramente mais velho que o namorado, tinha cabelos dourados e os braços cobertos de tatuagem.

– Oi. – Gaara disse ao se aproximar.

– Oi. – Utakata selou seus lábios e uma parte de Gaara ficou mais tranquila com isso, virou-se para o outro cara dando um sorriso sincero – Esse é o Thommy, irmão mais velho de um amigo do antigo colégio.

– Como vai? Então você é o sortudo? – ele brincou e Gaara riu mesmo sem gostar da brincadeira

– Sim, embora ele também tenha muita sorte. – disse o ruivo e o mais velho riu outra vez.

– Bom, eu preciso ir agora. – Thommy juntou as mãos – Tchau Uta, foi realmente muito bom te ver. Gaara.

– Vai na sombra. – disse o ruivo e seu sorriso durou até o cara virar as costas, olhou o namorado que tinha uma expressão agradável.

Depois que o mais velho se foi, Gaara revirou os olhos e Utakata riu dele.

– O que foi? – quis saber.

– "Foi realmente muito bom te ver" – ele afinou a voz mais que o necessário, e o namorado riu mais uma vez.

– Está com ciúme do Thommy? Do Thommyzinho? – provocou colocando as mãos nos ombros do riuvo que fechou a cara.

– Acho melhor você ir com ele, não deve estar muito longe. – Gaara se afastou e Utakata riu ainda mais voltando a se aproximar.

– Hey, para com isso. – pediu bem-humorado – Eu estou com você, não estou? O Thommy é só um cara muito gato que eu conheço.

– Não está ajudando – disse o ruivo emburrado – O pior é que ele é gato mesmo...

– É muito chato tentar te deixar com ciúme, você é muito safado e acaba se interessando pela pessoa que quero usar pra te fazer ciúme. – Utakata queixou-se e Gaara foi quem riu dessa vez.

– O que acha de um ménage? – sugeriu de brincadeira só pelo prazer de inverter o jogo e irritar o namorado, mas o moreno deu os ombros

– Okay, vou mandar uma mensagem pra ele – se desvencilhou começando a andar e o Sabaku teve um momento de pânico e saiu andando atrás dele.

– Amor, estou brincando. – correu para passar a frente dele – Eu não quero te dividir com ninguém.

– E você acha que eu quero? – questionou sorrindo – Vem, ciumentinho, você vai pagar meu jantar.

– Depende do que vou ganhar em troca. – disse o loiro passando um braço pela cintura do namorado.

– Acha que pode me comprar com um jantar? – fingiu-se de ofendido – Eu devia fazer uma greve de sexo.

– Querido, você gosta de transar comigo tanto quanto eu gosto de transar com você. – Gaara argumentou e Utakata assentiu considerando.

– Eu realmente ia sentir falta de sexo. – disse o Saiken – Mas, eu ainda tenho o número do Thommy, tenho certeza de que ele me ajudaria.

– Utakata! – Gaara parou de andar indignado enquanto o namorado ia rindo na frente.

∞∞∞

Shisui não tinha visto Itachi o dia inteiro, o namorado tinha saído mais cedo de casa e na hora do almoço também não estava na empresa. Sabia que de manhã teve consulta com aquele terapeuta intragável, mas não sabia que tinha planos para o almoço também. Depois de 8 anos, Shisui ainda precisava encontrar Itachi para que o dia fosse bom. Caso não o visse passava o dia de mau-humor e por isso, depois da noite ter caído ele terminava uma planilha de controle de qualidade na força do ódio.

Olhou no relógio e marcava 21h, devia ter ido embora há uma hora e provavelmente o namorado já tinha ido, desfez o nó de sua gravata recostando-se na cadeira apenas tomando coragem para ir embora. Ouviu batidas na porta e se surpreendeu quando Itachi empurrou a porta ara entrar, ficou tão feliz ao ver que ele o tinha esperado que demonstrou em um sorriso completo. Itachi estava vestido com a mesma elegância de sempre, mas tinha os cabelos soltos ficando irresistivelmente lindo.

– Oi gato. – ele brincou e Shisui riu.

– Achei que já tivesse ido embora. –se levantou.

– Eu tinha outros planos. – respondeu o mais novo – Na verdade, eu quero te levar em um lugar.

– Como uma surpresa? – Shisui se animou – Vamos no seu carro ou no meu?

– Não precisamos de carro. – Itachi respondeu simplista e estendendo a mão para o mais velho – Vem comigo, amor.

Shisui o seguiu de bom grado, estavam sozinhos já que o expediente de trabalho no Grupo Uchiha já tinha terminado e por isso o lugar estava mais escuro que o de costume. Ele conhecia aquele prédio muito bem, não havia nada que Itachi pudesse lhe mostrar que ele já não conhecesse e isso o deixou extremamente curioso. Muitas coisas passavam em sua cabeça, as ideias iam desde uma rodada de sexo maravilhosa na sala da presidência, até um novo carpete no setor de economia, estava no escuro. Literalmente.

Entraram na escada e Shisui franziu o cenho sem entender quando o namorado começou a subir, já estavam no último andar habitável e acima deles só havia o terraço.

– Estamos indo para o terraço? – questionou e Itachi riu baixo.

– Controle sua curiosidade, Shisui Uchiha. – Itachi respondeu o fazendo bufar baixinho.

Itachi finalmente empurrou a pesada porta de ferro que dava acesso ao terraço e Shisui arfou ao se deparar com o que ele queria mostrar. O terraço estava completamente tomado por luzes, lâmpadas e ledes que pediam de todos os lugares até o centro exato de todo o espaço. Havia um caminho de luzes no chão formando a direção para onde Shisui devia ir, e ele seguiu sem palavras sentindo Itachi atrás de si.

As luzes eram um show por si só, devia ter demorado para pensar e executar aquilo o que explicava o sumiço de Itachi, Shisui estava encantado. O Uchiha mais velho parou debaixo do ponto onde todas as caídas de luzes se encontravam e onde as mesmas faziam um círculo, virou-se para Itachi que se aproximou mais dele com as mãos no bolso da calça preta.

– O que é tudo isso? – perguntou sem entender e mesmo assim, olhou em volta mais uma vez – É tão lindo! É pra mim?

– Na verdade é bem menos do que você merece, meu amor – Itachi aproximou-se mantendo uma distância de dois passos – Mas eu quis mostrar o que você significa para mim, você é minha luz.

Shisui parou de namorar o lugar para olhar o namorado diante dele, não havia razão para uma surpresa como aquela, mesmo assim estava extremamente feliz.

– Sabe, Sui... Ainda acho que não mereço você. – ele soou sincero e o mais velho balançou a cabeça negativamente – A diferença é que agora eu entendo que posso melhorar por você, por que você é o homem de todas as minhas vidas. Você é o melhor namorado, o melhor sócio e colega de trabalho, o melhor companheiro para criar meu irmão. Eu gosto muito de quem eu sou quando estou com você.

Itachi colocou um joelho no chão e Shisui arregalou os olhos, sabia o que significava e mesmo assim não deixou de ficar confuso.

- Itachi, o que...? – começou sem conseguir terminar antes do mais novo abrir uma caixinha azul-marinho com duas alianças elegantemente finas num tom rose extremamente charmoso, uma escolha ímpar que só uma alma refinada como Itachi faria – Ah, meu Deus... Você está...? Você vai...?

Shisui estava fervendo e Itachi riu dele assentindo.

– Eu vou, amor. – respondeu Itachi demonstrando também o seu nervosismo – Talvez eu não tenha o direito, mas eu estou fazendo isso com o meu coração aberto. Eu juro que entenderei se você não me quiser, mas eu preciso pedir que me dê a chance de passar o resto da minha vida me redimindo com você. Dê-me mais uma chance, me aceite e eu juro que nunca mais deixarei meus problemas ficarem entre nós.

Shisui o encarou em silêncio no primeiro momento, apenas um mês e meio tinha se passado desde seu pedido frustrado de casamento e ele ainda tinha um resquício daquele abalo. Mas nunca poderia em sã consciência, recusar o homem de sua vida em um pedido tão cheio de arrependimento e amor.

– Para que eu responda, precisa perguntar primeiro. – disse Shisui e os dois gargalharam.

– Meu Deus, eu sou péssimo nisso. – Itachi riu se recompondo e respirando fundo – Shisui, meu primo, meu amigo, meu amante, minha família, pai do filho que a vida nos obrigou a adotar, meu primeiro e último amor. Você quer se casar com um homem com problemas emocionais em tratamento, uma paixão incompreensível por musicais e com o mais insano amor por você?

– Sim, eu quero, eu quero muito. – respondeu imediatamente e Itachi suspirou segurando a aliança com a mão trêmula enquanto a colocava no dedo de Shisui, se levantou para que ele fizesse o mesmo – Agora vem cá, preciso te beijar.

Shisui puxou o namorado – agora noivo – pela cintura para tomar seus lábios em um beijo cumplice e amoroso. Itachi aproveitou para abraçar o pescoço do maior aprofundando ainda mais o beijo que só foi quebrado quando o ar faltou.

– Eu te amo muito. – Shisui sussurrou.

– Eu te amo. – Itachi respondeu – Mas a noite não acabou, temos uma reserva no Paradise Ivy para hoje.

– Uau, é o motel mais luxuoso da cidade. – Shisui sorriu malicioso – Deve ter sido muito caro.

– Meu noivo só merece o melhor. – disse o mais novo – Vamos?

– Vamos. – Shisui respondeu.

...

Dessa vez não tinha pressa, assim que adentraram a suíte caríssima do motel voltaram a trocar beijos cheios de volúpia. As mãos do mais novo se espalmaram pelo peito ainda coberto do maior retirando o blazer escuro e fazendo Shisui apertar mais a cintura alheia. O beijo tinha um ritmo próprio e seus corpos completavam, pressionavam suas ereções cada vez mais doloridas caminhando a passos cegos pelo cômodo até a cama extremamente macia. Sorrindo maliciosamente Shisui puxou Itachi para seu colo antes de deixá-lo na cama, retirou sua gravata a jogando em algum lugar, foram se ajudando a retirar peça por peça, dando atenção à pele exposta.

Shisui era apaixonado pelo corpo de Itachi, a pele tão delicada e leitosa era tão convidativa para ele, que seu corpo entrava em ebulição só de tocar. Restavam apenas suas cuecas enquanto se esfregavam em busca de mais contato possível, rolaram pela cama extensa e Itachi se sentou sobre o colo do maior, passou a movimentar o quadril estimulando ainda mais Shisui.

– Gostoso. – rosnou Shisui espalmando as mãos nas nádegas fartas de Itachi o fazendo rebolar com mais força, enquanto o mais novo tecia beijos pelo queixo e pescoço do mais velho.

Itachi empurrou o maior para que voltasse a se deitar e desceu os beijos pelo tronco nu lambendo e mordendo cada músculo. Mordeu levemente a ereção ainda encoberta fazendo o mais alto ter um espasmo involuntário, e Shisui o admirava enquanto isso. Uma masturbação lenta foi iniciada assim que a nudez foi completamente exposta.

– Amor, vem cá, me deixa fazer algo por você também. – pediu e o mais novo entendeu prontamente.

Itachi se livrou de sua cueca e se sentou sobre o peito do mais velho, gemeu arrastado ao sentir Shisui lhe chupar deliciosamente. O maior adorava provar todas as fazer de Itachi e naquele momento o venerava com sua língua, percorria seus testículos, passando pelo períneo até sua entrada já pulsante. Era gostoso o jeito como ele dava curtas reboladinhas estimulando o mais velho a continuar enquanto engolia todo o pau de Shisui.

Shisui não pôde segurar o grunhido de prazer quando o mais novo o chupava com força e decisão, ele sabia como Itachi gostava. Sabia como enlouquecê-lo e o fazia com extrema maestria.

Não demorou em sentir os dedos do mais velho entrarem em Itachi que gemeu alto mesmo com o membro do outro na boca. Assim ele aumentou o ritmo de sua felação tirando Shisui dos eixos, e quando o primo encontrou o ponto certo Itachi praticamente convulsionou sobre si mostrando que estava perto.

Shisui continuou porque precisava que ele chegasse lá e queria acompanhá-lo, não foi difícil já que a boca de Itachi era quente como o inferno e o chupava com tanto afinco. O mais velho sentiu quando o noivo gozou sobre o seu corpo após a massagem bem feita em sua próstata e se sentiu pronto para encher a boca dele de porra.

Ofegante, Itachi saiu de cima de Shisui que se sentou e o puxou para um beijo necessitado, Itachi aproveitou para voltar ao colo do primo agora aproveitando para deixar o pau ainda duro do mais velho o penetrar firmemente.

– Oh Shisui! – soltou ao ser completamente empalado pelo membro alheio, precisou agarrar-se ao corpo forte do amado para se manter naquele plano e em resposta recebeu um gemido esganiçado e mãos firmes em sua cintura.

Começou a mover-se primeiro lentamente enquanto deixava o mais velho lhe marcar como bem entendesse, logo começou a cavalgar buscando o prazer inenarrável que só Shisui lhe apresentava. Shisui adorava o jeito como Itachi ficava quando excitado, adorava a forma como ele perdia todos seus pudores quando estava dentro dele.

– Assim, meu amor, cavalga gostoso! – apertou a carne das nádegas com força, geralmente era moderado quando a marcas que deixava em Itachi, mas não naquela noite, não naquela situação. Queria de uma vez por todas marcá-lo como seu – Você é lindo demais!

– Me pega com força, Sui. – Itachi implorou com a voz carregada em desejo e não havia nada no mundo que Shisui negasse a ele quando estava naquele estado, inverteu as posições o deitando na cama e estocando o mais fundo que pôde o fazendo gritar – Shisui!

Se Itachi soubesse o quando o enlouquecia gritando seu nome em meio ao pico de prazer, faria sempre. Suspendeu suas coxas para facilitar a penetração e Itachi fincou as unhas em seus ombros não contendo a tensão do prazer absurdo.

– Vem, amor, goza gostoso pro seu noivo... – rosnou no ouvido de Itachi que respondeu com um orgasmo forte envolto em um grito repleto de luxuria e com esse presente, Shisui veio dentro dele da melhor maneira que pôde.

Todos seus melhores orgasmos eram dados por Itachi e por meio de Itachi, seu corpo só respondia a ele e saber que seria assim para sempre, lhe deixava extremamente feliz.

∞∞∞

Ino estava parada no meio de seu closet tendo uma crise existencial, seus vestidos estavam jogados sobre um divã, alguns deles já ajustados por Antoine para que coubessem nela, mas isso a incomodava. Diante do espelho ela não se reconhecia, não tinha mais aquela graça e elegância pela qual era conhecida, já não podia usar suas roupas ou seus saltos e não se sentia a mesma. É claro que amava seu filho, mas talvez não estivesse preparada para a transformação do seu corpo.

– Querida, qual gravata eu uso hoje? – Sai entrou segurando algumas.

– Nenhuma, não vamos. – ela passou por ele e Sai não entendeu.

– Ino, você está bem? – ele a seguiu.

– Eu não tenho roupa para ir para uma festa dessas, não vou. – disse de uma vez – Na verdade eu não tenho roupa para ir a lugar nenhum.

– Querida, é normal que seu corpo mude durante a gravidez – Sai se aproximou – E você continua lindíssima para mim e para todos que a olhem.

– Mas não pareço linda para mim, Sai. – disse Ino suspirando – Eu sempre gostei a minha imagem e agora...

– Você está em um processo bonito, docinho. – Sai acariciou seu rosto – Esta gerando uma vida, gerando nosso filho.

Ino suspirou.

– Podemos ficar em casa hoje? Depois me desculpo com Kushina e Minato. – Ino pediu.

– Claro meu amor. – ele selou seus lábios.

...

Ino acordou na madrugada sem saber direito que horas eram, mas sentia algo molhado em suas pernas, levou a mão encontrando algo quente e incomum. Ainda incomodada com aquela sensação estranha, precisou saber o que era. Acendeu o abajur e afastou o edredom que usava.

A mancha era mediana, mas bem escura e havia mais em suas coxas, no primeiro minuto sentiu apenas pavor e por isso não conseguiu proferir um som sequer, mas precisava reagir.

– Sai! – gritou assustando o marido adormecido ao seu lado, ele demorou um pouco para entender o que acontecesse.

– O que foi? – ele acendeu seu abajur também e empalideceu ainda mais ao ver.

– E-Eu... – Ino tremia violentamente – Sai, estou sangrando.


Notas Finais


Comentem


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...