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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O dojo de Saffron


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Primeiramente, eu queria agradecer (como se eu já não fizesse isso todos os dias). A fanfic tem crescido de forma absurda, eu não estou dando conta de RESPONDER os comentários de vocês (peço paciência para todo mundo, eu sempre leio o comentário assim que o recebo, mas pra responder vou seguindo a ordem da fila), todos os dias eu recebo diversas mensagens que me fazem sorrir, queria agradecer a cada ser iluminado que está lendo isso, obrigada por fazer meus dias melhores, obrigada por acompanhar meu humilde trabalho, e acima de tudo obrigado a todos aqueles que me apoiam!

Agora, eu queria anunciar um "projeto" novo que me envolvi eu nem lembro como (quarentena tá foda). É basicamente eu e + quatro caras que definitivamente não tem nada melhor para fazer, nos reunimos no discord, abrimos o mesmo docs do google ao mesmo tempo, enchemos a cara de álcool e escrevemos merda, sem combinar nada sobre a história antecipadamente. É uma fanfic de Pokémon e se passa na região de Galar. Leiam por sua conta e risco. É um meme do começo ao fim (link nas notas finais).

Ah, e ainda está aberta a votação para vocês decidirem quem deve batalhar contra a Sabrina: Red ou Green (placar atual nas notas finais).

AGORA SIM, SOBRE ESSE CAPÍTULO
Más línguas dirão que a primeira parte foi escrita exclusivamente pensando no meu spin-off de hentais, CALÚNIA, eu gritarei de volta! Esse plot tá bolado antes de eu sonhar em escrever contos eróticos aqui na categoria, então não vem, se eu tenho um spin-off para tal, vamos unir o útil ao agradável, né? (não sei quando esse “casal” vai dar as caras por lá, talvez no próximo capítulo eu já apareça com o link). Eu fiquei muito em dúvida se eu colocava essa primeira parte aqui, mas eu tinha escrito ela e pensei "minha fanfic minhas regras", se alguém achar ruim eu vou gritar MOSAICO, largar o microfone e sair andando. É isso.

Eu gostei desse capítulo no geral, estamos de volta a jornada, de volta nos trilhos, JOHTO TÁ BATENDO NA PORTA, e eu não estou aguentando. Eu quero chorar cada vez que eu venho postar um capítulo aqui, a fanfic ESTÁ ACABANDO GENTE, sei lá, eu sinto no meu âmago. Talvez mais 30 ou 40 capítulos? Sim, mas sei lá, tá um gosto de final, eu to me tremendo.

Ok, sem mais delongas, tenham uma boa leitura.

Capítulo 68 - O dojo de Saffron


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O dojo de Saffron

< Por Narrador >

Algumas horas atrás…

Acordou com o incômodo toque do seu caríssimo Pokégear que vibrava sobre a mesa de cabeceira, enquanto amaldiçoava mentalmente quem estava ligando, fosse quem fosse. Moveu-se languidamente para fora do calor das cobertas e do corpo masculino qualquer que dormia ao seu lado, sentou-se na ponta da elegante cama, se espreguiçando lentamente, não demonstrando pressa alguma em atender a ligação. Fechou seu roupão de seda branco, escondendo seu desnudo corpo, tateou a cabeceira até encontrar seus óculos, os colocando para só então pegar o aparelho.

Não eram nem 7h00 ainda, e ela jamais se permitiria atender a ligação e ser incomodada tão cedo, se não fosse o nome ostentado na tela.

Ficou encarando o aparelho que vibrava insistentemente em sua mão, um turbilhão de voluptuosas memórias vindo a tona… Levantou-se suspirando profundamente e caminhou até a larga janela, encarando a incrível vista de um dos pontos mais altos de Kanto, um privilégio que só os quatro melhores treinadores do continente podiam ter ao acordar todas as manhãs. O Planalto Índigo e todas as outras cidades se estendiam diante dos seus lindos olhos carmesim. Puxou o ar da manhã profundamente antes de atender, sem saber o que esperar.

— Você deve estar muito desesperado... – sussurrou sedutoramente ao Pokégear, tentando esconder a apreensão na voz. – Já faz tanto tem…

— Não tenho tempo para jogar conversa fora, Lorelei – respondeu rispidamente a grave voz masculina do outro lado da linha.

— Ah não? – indagou, deixando escapar uma risada sarcástica. – Então vá direto ao ponto. Não é isso que você faz de melhor? Por que você me ligou?

— Laura faleceu ontem à noite. Morreu enquanto dormia. Achei que você deveria saber.

Ao ouvir aquilo ela esqueceu completamente a tão elaborada frase que estava planejando dizer a seguir. Sentiu seu coração se apertar, como se estivesse com algo entalado na garganta, e pela primeira vez em muitos anos se encontrou completamente sem palavras, calada e estática, ficou fitando o horizonte e tentando absorver por completo a realidade daquelas palavras.

— Não foi nenhuma surpresa, na verdade – continuou ele, quando ela não disse nada. – Não sei com que forças ela veio se mantendo viva nos últimos anos… – suspirou. – Bom, o funeral será amanhã cedo aqui em Cinnabar, algo bem reservado, poucas pessoas. Não estou nem um pouco ansioso para rever você, mas eu sei que no fundo ela gostaria que você viesse. Então, se ainda sobra uma mínima consideração nesse seu coração de gelo por ela, aqui está meu singelo convite.

— Já ouvi essas críticas antes, não precisa repetir, muito obrigada – tratou de se recuperar, não podia se mostrar fragilizada nem por um só momento. – Você não está em um patamar para dizer que eu sou insensível, sabe bem disso, não é? Sei que a morte dela deve ter sido um verdadeiro alívio para você…

— Não era como se eu gostasse de ver a minha esposa definhando a cada dia e sofrendo com os malditos cuidados paliativos – respondeu em um ríspido sarcasmo.

— Você só se casou com Laura porque ela engravidou e sua querida mãe te pressionou, nunca chegou a amá-la de verdade, e eu sou testemunha disso melhor do que ninguém… – a última frase saiu revestida de malícia. – Vocês eram tão jovens... Eu sempre soube que minha irmãzinha não tinha um pingo de amor próprio, mas nunca imaginei que ela se odiava ao ponto de se casar com um homem como você – ouviu-o suspirar pesadamente do outro lado da linha, com um divertido sorriso estampado nos lábios, continuou. – Mas por que eu iria até aí? Acha que quero me colocar diante de você, depois do modo como me tratou da última vez que nos falamos? Não costumo me reencontrar com quem me ameaça de morte.

— Isso foi há seis anos, eu estava em um dos piores momentos da minha vida, e você pediu por aquilo, Lorelei, sabe disso. Eu precisava que você me deixasse em paz, então dei o meu jeito. Mas vamos deixar o passado para trás, o que acha? Venha até Cinnabar, vamos nos reunir para o funeral de Laura, pela memória dela, você vai rever seus sobrinhos, vai ser bom para eles, e depois saímos para tomar um café e… conversar.

Lorelei era talvez a única pessoa que realmente conseguia tirá-lo do sério de muitas formas distintas, por isso, afastar a mulher foi a opção mais sensata. Precisava pôr a cabeça no lugar, se firmar, não podia tê-la em seu encalço para distraí-lo. Mas agora que as coisas andavam caminhando perfeitamente como ele vinha planejando precisava dela e das informações que só ela poderia lhe dar. Fazê-la falar? Praticamente impossível. Nenhuma informação dela vinha de graça. Cada frase muito bem elaborada, discursando sem realmente dizer alguma coisa. Todas as suas emoções escondidas tão bem sobre uma camada de frieza e sensualidade exacerbada, seu jogo era perigosíssimo, mas agora, depois de tanto tempo, ele achava que já sabia muito bem como jogá-lo, valia a pena arriscar.

— Deixar o passado para trás? – indagou ela divertida. – Parece que está querendo revivê-lo, ainda mais agora que não tem nada que realmente te impeça... – quase conseguia sentir a tensão emanando do outro lado da linha. Como ele não disse nada, ela continuou. – A gente se divertia, não negue. Você gostava e não reclamava, até ela cair doente e a culpa te abalar... – com um vagaroso movimento ela ajeitou os quadriculados óculos que estavam escorregando pelo fino nariz. – Preciso cancelar alguns compromissos para conseguir comparecer, e mesmo assim… Não acho que vou chegar a tempo.

— Lance tem ótimos Pokémons que podem trazer você até aqui.

— O Lance? Me emprestar um dos dragões dele? – riu Lorelei. – Ele jamais faria isso, não gosta nem um pouco de mim.

— Não consigo nem imaginar o porquê – falou com sarcasmo.

— Bom, eu vou ver o que eu faço, mas não garanto que irei aparecer – suspirou por fim, ao pé da janela. 

— Tudo bem, de qualquer modo, estarei ansiosamente a sua espera – e desligou o telefone logo em seguida.

Lorelei abaixou o aparelho, ajeitando seus óculos novamente. Encarou o horizonte passando uma das mãos pelos sedosos cabelos vermelhos; o coração demasiadamente acelerado para alguém que havia acabado de acordar; a deliciosa adrenalina correndo pelas veias; a incerteza e a apreensão, mas principalmente o cheiro do perigo eminente. Como ela amava tudo aquilo, a sensação era divertidíssima, não podia estar mais em êxtase. Precisava ir para Cinnabar, não perderia isso por nada. Sorriu deliciada, antes de se virar e voltar para a cama.

Atualmente, no dojo de Saffron…

< Por Blue >

Adentramos a varanda de madeira da belíssima casa oriental, a porta da entrada era de correr e estava levemente entreaberta, era possível ouvir um murmurinho de diversas vozes animadas escapando pela brecha. Fixado ao lado da entrada havia um pequeno aviso pedindo encarecidamente aos visitantes que tirassem os sapatos antes de entrar. 

Nós trocamos um rápido olhar, e começamos a tirar nossos tênis, os deixando ao pé da porta, Red colocou a mão na brecha, abrindo-a cautelosamente. 

Um vasto tatame bege cobria todo o chão do largo cômodo de teto baixo, as paredes eram cuidadosamente pintadas em um tom de pêssego e ao fundo do salão havia um enorme e dourado gongo com os contornos de Hitmonlee e um Hitmonchan em posição de combate entalhados no latão. Eu sentia um ar de paz e harmonia emanando daquele lugar, e fazia total sentido se dispor a ter aulas de luta aqui, pois este parecia ser o ambiente perfeito para se concentrar e entrar em contato com o seu eu interior.

Eu e os outros ficamos encarando o que parecia ser uma aula de artes marciais que estava acontecendo ali. Um jovem casal, ambos de pele clara e lisos cabelos castanho escuros, vestindo um quimono branco amarrado firmemente em suas cinturas por uma faixa roxa, ministravam a aula para uma dúzia de crianças, que não deviam ter mais que sete anos, estas também vestiam o tradicional quimono, mas suas faixas eram cinzas.

Junto deles estava um pequeno Pokémon humanóide que eu nunca virá na vida, não tinha nem um metro de altura, sua pele era de um lilás bem claro e seus olhos grandes e dourados, três protuberância saiam do meio de sua pequena cabeça se assemelhando muito a um moicano, parecia estar usando um calção marrom e um par de sapatos da mesma cor, faixas cobriam ambos os pulsos e sua barriga. Ele auxiliava na aula, entretendo as crianças que tentavam copiar seus movimentos, enquanto o casal de jovens supervisionava tudo e passava instruções, hora ou outra corrigindo a postura dos pequenos. Era uma cena muito fofa e interessante ao mesmo tempo.

“Tyrogue, o Pokémon de Briga. Ele desafia qualquer um para batalhas por ter um espírito super competitivo. Continua lutando mesmo contra fortes adversários, saindo muitas vezes bastante injuriado caso perca.” – entoou a Pokédex de Red, chamando a atenção do alto rapaz que estava dando as aulas e da menina mais baixa, ambos tinham traços bem semelhantes na aparência: o rosto redondo, o nariz e o queixo pequenos, com finos traços.

— Um momento, crianças... – falou ele, se virando em nossa direção. – Treinadores? Vieram se inscrever para a competição suponho – disse o garoto, se aproximando de nós de um jeito extremamente simpático.

— Sim, nós vimos o cartaz fixado na parede. Não queríamos entrar sem avisar, mas… – calei-me assim que senti o garoto pegar a minha mão.

— Está tudo bem, o dojo é sempre aberto ao público. Como se chama? – perguntou ele, segurando a minha mão entre as suas, parecendo não considerar a presença dos outros.

— Blue… Torrence – respondi, completamente desconcertada quando ele se inclinou levando seus lábios até as costas da minha mão e a beijou.

— Nathan Shijima, muito prazer – disse ele, sorrindo para mim.

— Ela não perguntou seu nome… – disse Green descontente, levando uma discreta cotovelada da Yellow em seguida. 

— Nathan! – bradou a garota, aproximando-se de nós também. – Larga de ser inconveniente, eu hein… Me desculpe pelo meu irmão mais velho, ele tem um tosco ar de cavalheirismo completamente desnecessário – falou ela, se voltando para mim.

— Não enche, Nathalie – resmungou ele, soltando a minha mão e revirando os olhos. 

— Se vieram se inscrever para a competição, as inscrições são realizadas dentro do escritório, na primeira porta à direita do corredor – explicou Nathalie, apontando para um corredor que dava acesso ao resto do dojo. – Nossa mãe que é responsável por inscrever os competidores, ela cuida de toda a parte administrativa do dojo.

— Da parte chata, no caso – corrigiu Nathan. – Mas, Nathe, o pai vai querer dar uma olhada neles e nos Pokémons, antes que possam se inscrever.

— Espera aí, existe algum tipo de critério? – perguntou Red, apreensivo.

— Não... é só que ele precisa ter a ligeira sensação de que está no controle, sabe? Talvez na cabeça dele até tenha, mas até agora não impediu ninguém de realizar a inscrição – explicou ela, sorrindo para nos tranquilizar, covinhas surgindo em suas bochechas rosadas.

— Na verdade, ele só faz isso para não pensarem que nossa mãe que está no controle, mas na verdade é ela quem manda em tudo aqui. Nosso velho é meio excêntrico... – completou Nathan.

— Meio? – riu Nathalie, ajeitando o apertado coque que prendia seu bonito cabelo castanho no topo da cabeça. – Bom, acho que vocês tem que ver por si mesmos… Venham comigo, vou levar vocês até lá.

Antes que pudéssemos começar a andar atrás dela, Green agarrou a minha mão com firmeza, entrelaçando seus dedos com os meus e parando por alguns segundos para lançar um olhar nem um pouco amigável para Nathan. Tive que me segurar para não rir, enquanto corava um pouco. Atravessamos o salão de mãos dadas, seguindo Nathalie juntamente com os outros, os olhos curiosos das crianças depositados em nós. Nathan voltou a ministrar a aula com ajuda de Tyrogue. Saímos pela porta de trás, no jardim dos fundos, este conseguia ser ainda mais florido e arborizado que os jardins da frente, ali havia um largo campo de batalha e um laguinho artificial, onde nadavam alguns Goldens e Magikarps. 

— Todos vocês vão se inscrever? – perguntou ela, descendo a escada de madeira e pisando no bem aparado gramado. 

— Não… – respondeu Yellow. – Só os meninos.

— Tudo bem – ela parou subitamente, logo após terminar de atravessar o campo de batalha. Foi então que nós notamos que ali, sentado em cima de um altar de pedra que era colado com o muro de tijolos que cercava o local, estava um homem de meia idade, meditando profundamente, tão imóvel que mal parecia respirar, era como se fosse uma estátua de pele e osso feita para decorar a paisagem.

Ele era enorme, e com enorme eu quero dizer gordo. Tinha uma protuberante barriga redonda, mas apesar disso ostentava braços extremamente fortes, completamente visíveis, pois não estava usando camisa, só uma surrada calça larga de cor branca, atada em sua gorda cintura por uma faixa vermelha. Os cabelos castanhos começavam a dar sinais de uma possível calvície, expondo suas entradas, um chumaço se aglutinando na parte de trás, costeletas desciam pelo seu rosto se unindo com seu volumoso bigode, suas grossas sobrancelhas quase lhe cobrindo completamente os pequenos olhos que permaneciam fechados. Sentados um de cada lado, meditando e copiando a posição de lótus do seu treinador, estava um Primeape e o maior Poliwrath que eu já havia visto na vida, quase duas vezes maior que o de Red. 

— Com licença, pai… – falou a garota calmamente, enquanto se inclinava para frente em uma reverência. – Temos dois novos treinadores interessados em se inscrever para a competição.

Por alguns segundos, ele mal se mexeu, me fazendo acreditar realmente que era uma estátua, até puxar o ar profundamente, sua enorme barriga se inchando mais ou fazê-lo, juntamente com o forte peitoral, então, ele abriu os negros olhos – iguais aos olhos dos seus filhos – e por um tempo só nos fitou.

— Um passo à frente – disse, sua voz quase gutural.

Nathalie empurrou Red e Green pelos ombros para mais perto do homem, que era quase assustador, fazia sentido querer evitar a aproximação. Ele encarou os garotos, um olhar quase indecifrável estampado no rosto. Se levantou calmamente e podemos ver que ele era quase do tamanho do Bruno. Red engoliu em seco, dando instintivamente um passo para trás e Green se manteve imóvel, encarando o homem de baixo. Como se estivessem sincronizados com seu treinador, sem que este dissesse nada, os Pokémons também abriram os olhos e se colocaram de pé ao lado de seu mestre, quase como guardas costas.

— Mostrem os Pokémons… – ordenou.

Green sacou rapidamente a Pokébola, liberando o seu Machoke, Red fez o mesmo em seguida, chamando seu Poliwrath, que era bem mais baixo que o outro da mesma espécie.

O homem, instintivamente voltou sua atenção para o Pokémon de Red, descendo do altar e se aproximando do sapo lutador.

— Faz quantos dias que ele evoluiu? – indagou, analisando de perto a criatura.

— Ah… sei lá… – Red coçou a cabeça sem graça.

— Faz quase duas semanas – respondeu Green.

— Hum… Sabe que ele ainda vai crescer mais, não é? Se treiná-lo direito, claro. Até que ele está com um bom tamanho, temos bastante potencial aqui – até o Poliwrath de Red parecia nervoso de ter aquele homem o analisando tão de perto. – E esse aqui? Por que ainda não o evoluiu? – indagou para Green, se referindo a Machoke.

— Estava esperando ele amadurecer mais e aprender mais ataques. Pelos meus cálculos, ele já está mais do que pronto, estou planejando encontrar um treinador de confiança para trocar e destrocar, e falando nisso… – Green se virou para Yellow. – Eu estava pensando em você… – ela o olhou sem entender. – Poderia trocar seu Haunter pelo meu Machoke, assim ambos podem evoluir e nós destrocamos. Sabe, antes só era possível realizar trocas pelos Centros Pokémon, mas meu avô me mandou uma mensagem esses dias e disse que a parceria entre ele e Bill rendeu uma atualização de software para a Pokédex que permite realizar trocas através dela, genial, não é? Poderíamos testar…

— Hum… – a loira parecia um tanto quanto receosa. – Eu vou pensar no assunto.

— Tudo bem – disse Green, dando de ombros e se voltando para o cara que continuava a analisar seu Machoke.

— Bom, parece que está tudo nos conformes – ele abriu um largo sorriso, dando um “tapinha” no ombro do Carvalho, quase o derrubando no chão. – A propósito, me chamo Chuck Shijima e sou o mestre desse dojo – estendeu sua enorme mão para Red. - É sempre bom receber jovens interessados em se aperfeiçoar em artes marciais juntamente com os seus Pokémons. Como se chamam?

— Red – respondeu ele, parecendo que ia ficar sem o braço tamanha a força com que Chuck o chacoalhava pela mão.

— Eu sou o Green… – disse o Carvalho.

— É um imenso prazer recebê-los! Minha filha vai levar vocês até minha esposa, para que ela possa realizar a inscrição de vocês… Agora, se me dão licença, eu preciso voltar a meditar, pois vou ministrar uma aula daqui a pouco. Nos vemos amanhã! – e sem que esperasse por uma resposta, ele voltou a se sentar no altar de rocha na mesma posição, seus Pokémons o imitando, e juntos os três voltaram a ficar imóveis, exatamente como estavam antes da gente chegar.

Nathalie fez um sinal silencioso para que nós a seguíssemos, voltamos atravessar o jardim em direção a elegante construção oriental, mas dessa vez, entramos pela porta a esquerda, ela dava em um estreito corredor com algumas outras porta ao longo dele.

— Vocês sempre costumam promover competições assim? – perguntei para Nathalie, tentando puxar assunto, enquanto atravessamos o local.

— É muito raro, só o fazemos em situações especiais. Meu pai decidiu promover uma competição antes de nos mudarmos para Cianwood em Johto, e aproveitar para anunciar a mudança do nosso dojo para lá, ele conseguiu um cargo de líder de ginásio na cidade, sempre foi o sonho dele, está muito feliz.

— Quando vocês vão partir? – perguntou Red.

— Dentro de um mês… Já está tudo certo por lá, vamos ter uma linda casa na praia, mamãe também não podia estar mais animada.

— E você e o seu irmão? – perguntou Green.

— Também estamos felizes, embora apreensivos. Temos amigos aqui em Kanto, mas o dojo é o negócio da família, é a nossa tradição e o nosso legado. Meu sonho é chegar a ser uma mestra faixa vermelha, como o meu pai é. A faixa vermelha representa o exemplo que você deve ser sempre aos outros alunos. Existem pouquíssimos mestres desse nível no mundo, a maioria das pessoas nunca passa da faixa preta que representa o respeito. Por enquanto, meu irmão e eu somos faixa roxa, a da garra, estamos caminhando bem. Ministramos as aulas para os alunos que são faixa verde para baixo, as turmas são separadas por idades, meu pai ministra as aulas para nós e outros alunos faixa roxa para cima… São onze níveis no total, e para diversas artes marciais diferentes...

— Parece um tanto complicado… – disse Yellow.

— Com o tempo você se acostuma – riu Nathalie. – Pronto, é aqui… – paramos em frente a uma porta aberta de um bonito e organizado escritório. Por trás da lustrosa mesa estava sentada uma mulher de pele branca; seus cabelos castanhos avermelhados estavam presos atrás da sua cabeça em um elegante penteado, alguns fios lhe escapando pelas laterais, uma faixa rosa continha sua franja; os olhos verdes analisavam com cautela os papéis em sua frente, enquanto ela parecia estar fazendo alguns cálculos, completamente absorta em seus afazeres, mal notando nossa presença. – Mãe? – perguntou Nathalie com cautela, batendo levemente na porta. – Temos novos participantes.

Ela levantou o olhar para nós e sorriu.

— Seu pai já deu uma olhada neles? – Nathalie assentiu positivamente. – Então, tudo bem meninos, bem vindos ao nosso dojo. É só pagarem a taxa de inscrição e preencher uma ficha, preciso que compartilhem a identidade de treinador comigo também, podem mandar para o meu e-mail através da Pokédex.

Pelo visto a inscrição iria levar alguns minutos, Nathalie disse que precisava voltar para a aula e auxiliar o irmão, pois era fácil as crianças ficarem fora de controle. Eu e Yellow decidimos ir com ela e assistir um pouco da aula, deixamos os meninos no escritório e terminamos de atravessar o corredor, de volta para a parte principal do dojo. 

Os dois irmãos fizeram as crianças formarem duplas e trocarem golpes entre si, enquanto supervisionavam e davam instruções, Tyrogue sempre sendo o centro das atenções. Yellow e eu observávamos sentadas no tatame, um pouco mais afastadas e perto do enorme gongo.

— O que será que a faixa cinza representa? – indaguei para loira.

— Representa a coordenação motora necessária para realizar as primeiras lições – respondeu Nathan surgindo ao meu lado, antes que Yellow pudesse responder algo.

— É o primeiro nível? – perguntou Yellow para o garoto alto.

— Não… o primeiro é a faixa branca que representa a paciência inicial para se começar a aprender qualquer coisa – respondeu, se sentando ao meu lado no tatame. – Mas mudando de assunto, diz aí, o menino emburrado do cabelo espetado é seu namorado?

— Não… – respondi sem graça.

— Ainda não… – corrigiu Yellow. Eu dei uma cotovelada nela, enquanto ela ria.

— Hum… bom saber – sorriu Nathan.

Eu estava prestes a perguntar o que exatamente ele estava querendo dizer com isso, mas Red e Green retornaram pelo corredor.

— Tudo certo, estamos inscritos! – comemorou meu melhor amigo. – Amanhã cedo vai ter a abertura da competição, e depois começam as batalhas. Só é permitido usar golpes físico, sabia? Não pode golpes especiais, ou elementais…

— Um desafio e tanto, de fato… – falou Green, olhando desconfiado para Nathan sentado ao meu lado. Eu rapidamente me levantei, juntamente de Yellow. – Então, acho melhor irmos, já está tarde e ainda precisamos reservar um quarto no CP – ele, novamente, me agarrou firmemente pela mão e começou a me puxar para fora dali. Tudo bem, eu podia imaginar muitas coisas sobre o Green, mas ele ser ciumento? Nunca.

Nos despedimos dos dois irmãos, com um “A gente se vê amanhã” e nos retiramos do dojo. Atravessamos a movimentada Saffron, que já era agraciada pelas luzes alaranjadas do fim da tarde. Green não soltou minha mão nem por um único momento, eu estava achando uma graça esse jeito dele de agir, mas comecei a me preocupar com o fato dele poder acabar exagerando no ciúme.  

Quase quarenta minutos de caminhada depois, nós chegamos ao CP, que era definitivamente o maior que eu já tinha visto até então, um prédio de quatro andares de cor branca e detalhes em vermelho. Adentramos a recepção que estava impressionantemente vazia, o movimento de treinadores não andava muito grande na cidade, porque Sabrina não estava aceitando muitas batalhas – mais por causa do Bruno do que por ela mesma, mas tudo bem – e principalmente pelo ocorrido com a cidade, as pessoas pareciam querer dar um tempo para Saffron se recuperar.

Nós jantamos no enorme restaurante, praticamente vazio, enquanto conversávamos. Red e Green só sabiam falar sobre a competição do dojo, tão animados que pareciam melhores amigos. Yellow terminou de comer primeiro, e se levantou para levar a bandeja até o lixo, o Carvalho ainda não tinha terminado de comer, mas se levantou imediatamente, indo atrás dela.

< Por Yellow >

— E aquela troca lá, tem jeito? – indagou Green, chegando furtivamente por trás de mim, enquanto eu jogava o resto da minha comida no lixo.

— Nossa, mas que susto… – virei-me para ele irritada. – Não se deve chegar assim por trás das pessoas não, eu ein...

— Foi mal… Mas é que…

— Eu sei, eu sei! – respondi para ele, largando a bandeja e cruzando os braços. – Eu ainda não falei com o Haunter, então ainda não me decidi.

— Você quer pedir permissão para o seu Pokémon se pode evoluí-lo? Blue fez praticamente o mesmo com a Gloom, eu acho isso besteira e… – eu só revirei os olhos e bufei, fazendo com que ele parasse de falar.

— Olha, até amanhã eu te dou a resposta, ok?

— Tudo bem… é que eu queria o Machoke evoluído antes da competição começar, até poderia procurar outro treinador para trocar, mas não tem quase ninguém aqui e como eu vou ter certeza de que ele vai devolvê-lo para mim depois? Por isso, tô contando com você…

— Ah! Tá bom! Já falei que eu vou ver…

— E tem outra coisa… – ele colocou sua bandeja em cima da lixeira e começou a esvaziar seu prato. – Aquele tal de Nathan, perguntou alguma coisa para Blue quando vocês ficaram sozinhas? Eles conversaram? – indagou, sem olhar para mim.

— Você está querendo saber se ele deu em cima dela? Óbvio, ele estava fazendo isso desde que chegamos… Por que? Não me diga que o grande Green Carvalho está se sentindo inseguro?!

— Fale mais baixo! – bradou irritado, enquanto eu começava a rir.

— Olha, Green, não sei se você já percebeu, mas Blue é uma garota muito bonita… Ela chama a atenção fácil dos caras. Tudo bem que eu acho o jeito cavaleiro do Nathan tosco, mas ela parece gostar de romance, então… Não quer ser passado para trás? Toma uma atitude. Oficializa logo isso, oxe. 

— Mas nós acabamos de…

— O que vocês estão fofocando aí? Também queremos saber! – bradou Blue, se aproximando juntamente com o Red.

— Green estava tentando me convencer a fazer a troca do Machoke pelo Haunter e depois destrocar, falei para ele que vou pensar, mas ele é muito insistente… – respondi, pegando Red pela mão. – Vamos reservar um quarto para nós, agora? Já está tarde…

— Tudo bem – Blue respondeu, ainda um tanto quanto desconfiada com a minha explicação.

Nós quatro atravessamos o restaurante de volta a recepção do CP. Enfermeira Joy estava por de trás do balcão conferindo alguns prontuários digitais dos pacientes no computador, Red e eu nos debruçamos sobre o balcão branco e ela sorriu, simpática como elas sempre eram.

— Vão querer dois quartos? – perguntou ela, lançando um rápido olhar para Green e Blue que ficaram mais afastados conversando, enquanto aguardavam que fizéssemos a reserva.

— Dois? A gente costuma sempre dividir um… – falei sem entender.

— Estamos com pouco movimento, temos muitos quarto livres, mas podem pegar um com dois beliches se preferirem. 

Mordi os lábios um tanto quanto pensativa, olhei para Blue e Green que não estavam prestando atenção na Joy, e depois voltei a olhar para o Red.

— O que acha de ficarmos em um quarto só nosso?

Suas bochechas ficaram da cor do seu colete, antes que pudesse responder.

— Ah… eu… eu ia adorar… 

— Ótimo! – sorri de canto, não conseguindo deixar de achar seu jeito fofo. – Sabe, vai ser uma boa a gente dar uma separada, Green e Blue precisam conversar... – ele me olhou sem entender. – Depois eu te explico… 

— Tá bom...

— Dois quartos por favor! – falei, me voltando para a Joy. Ela me entregou um par de chaves e eu a agradeci, me virando e voltando para juntos dos outros. – Toma – falei, entregando uma das chaves para Green.

— O que é isso?

— A chave do quarto de vocês… Já está tarde. Tenham uma boa noite! –  peguei Red pela mão e o puxei pela recepção em direção as escadas, antes que eles tivessem chance de protestar.


Notas Finais


LINK DA "FANFIC" QUE ESCREVO COM UNS GURI MUITO SHOW DE BOLA: https://www.spiritfanfiction.com/historia/dragoes-aripopeticos-19740002

QUEM DEVE BATALHAR CONTRA A SABRINA?
GREEN: 11 votos
RED: 8 votos
ALÔ, FÃS DO RED, CORRE AQUI QUE O GREEN DISPAROU NA FRENTE!

Enfim, muito obrigada a todo mundo que chegou na fanfic, tem muita gente nova, sejam todos muito bem vindos meus anjos (sim, todos meus leitores são anjos). Obrigada a todos por lerem até aqui, comentem com suas opiniões, criticas, expectativas, vamos nos conhecer e nos conversar mais! Votem em quem você querem ver contra a Sabrina! Contribuam para a fanfic crescer cada vez mais! Até o próximo capítulo.


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