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História Pokemon: On Batle - Rocket parte 2


Escrita por: Anttonny

Capítulo 9 - Rocket parte 2


Quando Dean acordou ele torceu para que tudo aquilo não passasse de um sonho; A fuga, o rapto de Saur... Infelizmente não possuiu tanta sorte. As coisas realmente estavam acontecendo, tudo aquilo fora real; A equipe Rocket, o fato de ter desmaiado e salvo por Vitor, o momento em que... espera aí, ele tinha mesmo dormido nos braços daquele garoto?

—Oi.— A palavra dita pela voz de Vitor assustou Dean. O tom brando e calmo em sua voz era no mínimo incomum, para alguém tão turbulento. E com toda a certeza era incomum vê-lo com aquele sorriso tão singelo nos lábios.

—Oi.— Respondeu se levantando da parede. Suas costas e pernas doíam por ter dormido no chão, a superfície dura não o ajudou os seus músculos a descansarem.

—Café?— Ofereceu Vitor, lhe entregando uma garrafa térmica cheia de um liquido escuro fervente. Dean aceitou e levou a bebida á boca. O gosto amargo lhe ajudou a se livrar do sono que ainda lhe impregnava, deixando sua mente e corpo mais afiados.

Deveria estar descansado depois de ter dormido algumas horas mas não estava. Seu corpo continuava pesado como se tivesse tido o estomago recheado por tijolos; Os membros estavam tão dormentes que pareciam ter sido cobertos com uma grande camada de cimento. Definitivamente o cansaço que sentia não era do tipo que uma noite de sono e uma refeição podiam curar; A preocupação com Saur, o medo, a incerteza de não saber como aquilo acabaria... Tudo aquilo era demais para suportar . Dean queria apenas ficar no chão e chorar, não se permitia ter esperança, estava completamente desolado e apavorado.

Vitor pareceu ter visto a agitação na expressão do outro pois se aproximou e lhe abraçou de leve.

—Vai dar tudo certo. Confie em mim, tá?— Sussurrou em seu ouvido.

Dean quis se afastar. Não confiava naquele cara porém não teve forças. Sentir o calor que ele irradiava, a tranquilidade e confiança... a esperança que vinha dele o fez querer ficar ali pra sempre. Diferente de si, Vitor parecia saber lidar com a situação.

—Eu sei que é difícil mas nós vamos conseguir sair dessa. Sei que ter esperança é difícil nesse tipo de situação mas ficar se preocupando é ainda pior, tenha um pouco de fé.

Dean assentiu e decidiu seguir aquele conselho, se permitiu acreditar que Saur ficaria bem, que todos ali ficariam bem. Respirou fundo, levando junto do ar um pouco do odor do garoto que lhe enlaçava com seus braços; Seu cheiro era bom, lembrava canela e hortelã; Um cheiro que Dean poderia sentir para sempre.

—Tudo bem.— Dean disse por fim, se afastando do garoto e se permitindo sustentar o próprio peso(tanto no sentido figurado quanto no literal).— Você tem algum plano?

—Tenho mas tenho quase cem por cento de certeza de que você vai dizer “é loucura”.— Brincou Vitor.

—Bom... eu sempre digo isso então, não vamos nem sair da nossa zona de conforto.— Disse humorado, tentava aliviar o próprio estresse.— Vamos lá.

 

                                                                             (...)

 

Dean estava com as costas contra uma parede. Bem em frente á esquina de dois corredores. Havia um ponto cego no qual impedia que ele fosse visto por quem caminhava no corredor da frente. O local certo para emboscar alguém.

Respirou fundo, fechou os olhos e tentou usufruir ao máximo de sua audição treinada para ouvir á distancia. Golpeou com o cabo do facão quando escutou passos.

Vitor assoviou admirado.

—Muito bom Dean, conseguiu nosso primeiro informante.

Dean fitou o homem desacordado á sua frente. Ele aparentava ter no máximo 27 anos. Cabelos pretos curtos cortados em navalha, o corte era completamente simétrico. Usava roupas totalmente pretas, com o logo branco de um “R” na blusa.

—Espero que esse cara fale.— Disse chutando o rosto do homem desmaiado.

Os garotos voltaram para o galpão onde estavam. Deixaram o zubat de Vitor cuidando da vigia. Prenderam o homem usando as cordas que encontraram no quite de sobrevivência que estava na cantina.

Dean se preparava psicologicamente para torturar aquele cara. No inicio ficou um pouco relutante com a ideia mas depois permitiu que a raiva o governasse; Pensou em Saur, em como fora deixado inconsciente, imaginou tudo o que poderiam estar fazendo com Gary e Saur. Encheu-se de ódio.

—Ei,— Chamou Vitor— você tá bem?

—Eu tô ótimo.— Respondeu simplesmente. Sua voz estava cheia de ódio e ressentimento, tanto que assustou Vitor.

—Você tá bem mesmo? Parece... com raiva, muita raiva.

—É porque eu estou com raiva. Eu vou fazer esse cara se arrepender de ter nascido um dia. Ele vai pagar em dobro pelo que fez com Saur.

A expressão no rosto de Vitor parecia tão diferente do habitual, parecia... com medo. Medo de Dean.

O moreno virou ás costas e foi até a janela, olhou para o lado de fora. Ele parecia tentar se distrair de um momento de tédio. Seus punhos estavam cerrados e seus dentes rangiam. Os olhos verdes cheios de um brilho de determinação e vontade. Vitor não gostava de vê-lo assim, com tanta fúria e ânsia de ferir alguém; Aquilo lhe lembrava alguém... alguém no qual ele não gostaria que Dean se transformasse. Lembrava a si mesmo.

O sujeito preso na pilastra de sustentação soltou um gemido, demonstrando que acordou. Antes que Vitor tivesse chance de reagir Dean foi até ele com a peixeira e fez um corte em sua coxa. Um grito de dor foi liberado.

—Dói não é?— Perguntou Dean com falsa simpatia.— Pois é, e vai doer muito mais se não me falar o que eu quero saber.

O refém fez uma careta de dor mas ainda não parecia pronto para falar.

—Muito bem. Eu estava mesmo entediado, brincar com você de “o gato comeu sua língua” parece legal.— Disse girando a peixeira na mão. Já ia golpear quando Vitor o impediu.

—Se ele gritar vamos atrair visitantes indesejados.— Alertou.

—Eu já tô trabalhando nisso.—Dean disse. Levou as mãos até a calça do cativo e a rasgou, fez um bolo com o tecido e o enfiou até perto da garganta do homem.— Assim ele não vai gritar.— Assegurou.

Deu um soco com toda a força que possuía no rosto do membro da equipe Rocket. Puxou seu cabelo com força e lhe encarou com uma cara tão feia que lhe fez tremer de medo.

—Assim que estiver pronto para falar dê um aceno com a cabeça. Até lá eu vou te fazer você sentir mais dor do que já sentiu em toda a sua vida.— Ameaçou e levou a peixeira até a canela do homem.— Sabe... se eu enfiar isso em sua perna você não vai morrer mas duvido que consiga correr de novo.— Estava pronto para fazer aquilo quando Vitor o impediu.

—Deixa eu tentar agora.— Pediu. Dean parecia um pouco relutante mas Vitor transmitiu-lhe uma mensagem com os olhos, “deixa comigo”, recebeu um aceno com a cabeça e isso foi o bastante para saber que tinha a permissão do outro. Pegou uma pokebola de dentro do bolso da calça e a abriu, de lá saiu um Pokémon que Dean não conhecia; Parecia um cachorro preto com cara de mal, tinha orelhas pontiagudas, faixas brancas em todas as quatro patas.— Este é meu Houndour.— Esclareceu Vitor.— Ele é um Pokémon peculiar, sabe? Tem uma habilidade especial, o fogo que sai de sua boca possuí toxinas e isso faz com que, caso ele machuque alguém, a dor nunca passe.

A ameaça parece ter surtido efeito pois o homem olhou com olhos arregalados para Vitor. Ele assentiu com convicção exagerada, o sinal de que iria falar.

—Eu falo, falo tudo o que quiserem sabe. Mas não faça esse bicho me morder, por favor.— Ele disse, implorando quando sua mordaça foi removida. Houndour rugiu baixinho e encarou ameaçadoramente o prisioneiro. O “cãozinho” parecia bem acostumado em ser usado em interrogatórios.

—Muito bem.— Disse Vitor.— Onde estão mantendo os pokémons que roubaram? Onde estão o bulbassauro e o growlithe?!

—Estamos os mantendo no porão. Os deixaremos lá até o transporte chegar para busca-los. O caminhão equipado chegará em duas horas, até lá eles não vão á lugar algum.

Dean sentiu vontade de socar de novo aquele cara. Duas horas? Esse era todo o tempo que tinham para resgatar Saur? Somente duas horas?!Teria desatado a chorar se Vitor não continuasse com as perguntas.

—O que vocês pretendiam invadindo essa torre e roubando todos esses pokémons?

—Nós só queríamos leva-los, vende-los. Algumas pessoas comem carne de Pokémon como se fosse uma iguaria.

—Come-los?!— A indignação de Dean ficou tão forte que ele simplesmente se aproximou do homem e o puxou pela camisa, para que ficassem cara á cara.— Você está me dizendo que quer que comam o Saur?! O que acha que ele é?! Gado? É isso que acha que ele é, a porra de um gado?

—Calma, Dean.—Disse Vitor tocando o seu ombro.— Não adianta discutir com esses caras. Eles são apenas mercenários, só vão atrás do lucro. Não se importam com nada além do dinheiro. São uma família com várias ramificações, uma espécie de clã, mas o “pai” deles pouco se importa com a vida dos lacaios. Brigar com esse cara não vai levar a lugar algum.

—Oque faremos então?— Perguntou. O seu desespero e a aflição eram perceptíveis. 

—Iremos lutar.     



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