Capítulo 03
Aquele que não se deve ser tocado.
Villa Estrela da manhã.
Simon estende a mão em minha direção, ajudando-me a saltar da carruagem, diferentemente, dos nossos convidados que seguiram em direção a nossa villa, seguimos para a villa dos meus progenitores... Teríamos grandes problemas caso não ocorresse... Eles ainda estariam festejando Juno... Afinal de contas, a minha progenitora tinha Juno como a vossa adorada.
-Tinhas razão, minha senhora. –Comenta, enquanto passo o meu braço no dele, adentrando o salão. –Aparentemente, perdemos um grande festival e um jogo sangrento. –Revela, atraindo o meu olhar.
-Os jogos proporcionados pelo meu pai sempre são sangrentos. –Comento, sussurrando.
Não havia uma lembrança sequer da minha infância que não fosse nas arenas, que não fosse presenciando derramamento de sangue... A minha família era famosa pelo vosso ludus e os nossos pais, os nossos anciões nos encenaram a orgulhar o nosso ludus, a glorifica-los e foi exatamente por isso que os mais velhos estremeceram quando Jonathan alistou-se em uma das legiões e morreu lutando por ela.
-Será que vosso pai está tentando se tornar elegível aos jogos de Roma? –Questiona, focando os vossos olhos em direção a alguém, alguém que identifico como Lucian.
-Meu progenitor sempre está em uma tentativa constante de galgar os vossos passos em direção a Roma... Entretanto, não acredito que Lucian o ajudaria. –Comento, negando com a cabeça. –O vosso nome és sussurrando nas altas rodas, nunca pronunciado com firmeza! –Garanto, despreocupadamente.
-No entanto, se um dos vossos campeões conseguir derrotar Alexander... As portas de Roma estarão abertas! –Garante, seguro.
-Isto tenho que concordar... Mesmo que acredite que não seja possível. –Comento, arrancando uma risada do meu marido.
-Nenhum homem és invencível, minha cara! –Garante e eu suspiro.
-Aqueles que não têm nada a perder podem ser difícés de serem derrubados e Alexander demonstrou que se encontra nesse estado. –Lembro, recebendo um aceno de cabeça em resposta.
-Clarissa, Juno ouviu as minhas preces! –Comemora Jocelyn, aproximando-se de nós com os braços abertos.
***
Arena
A serva limpa o meu corpo, retirando o sangue dos homens que eu abati na arena, enquanto mantinha os meus olhos focados na parede a minha frente, pronto para quebrar o pescoço da mulher caso ela passasse dos limites, pronto para matar qualquer um que transpassasse o meu caminho.
Sinto o olhar malicioso direcionado a mim, sinto o desejo transpirar pelo vosso corpo, sinto-a aproximar mais o vosso corpo do meu, abaixando, levemente o vosso traje, enquanto termina de arrumar o meu traje, levantando-se e em seguida acariciando o meu peito no mesmo segundo aperto o vosso pescoço, ouvindo-a arquejar, enrolando as vossas mãos em meu pulso.
-Desculpe, eu só... Eu só ajei... Não quis... –Interrompe-se quando feitor abre a cela e chicoteia o meu braço três vezes, assim que ele me acerta uma quarta, pego o chicote, enrolando o meu pulso, puxando-o, fazendo o vosso corpo bater contra o meu.
Acerto a vossa cabeça contra a minha duas vezes, quebrando o vosso nariz, deixando-o desorientado ao ponto de desfalecer a minha frente, jogo-o no chão com asco, sentindo o aperto da mulher se enfraquecer ao ponto de não conseguir mais sentir o pulsar do vosso coração sessar.
Solto-a e o barulho do vosso corpo ecoa por todo o ambiente, fazendo-me voltar as minhas atenções em direção à parede, ouvindo uma nova aproximação ocorrer e um novo ofego.
Conheço bem este, és Maia serva pessoal de Lucian... Estranho, és Lily quem sempre toma conta do meu bem estar, Maia não tem espirito para estar ao meu lado.
Foco-me na mulher de pele castanho clara, olhos cor de âmbar, e cabelo encaracolado castanho-dourado parcialmente preso.
-Alexander! –Recrimina Lucian, adentrando a minha cela, aproximando-se de nós, olhando-me com atenção, avaliando-me com atenção. –Preciso que esteja lá... Preciso que deixem que lhe admirem! –Avisa, olhando-me nos olhos, não demonstrando o medo que sei que sentes de mim.
Admiro a coragem de Lucian, sempre admirei, desde que ele me comprou no mercado de escravos, desde que viu em mim a força de um gladiador e transformou-se em meu professor, responsável pelo meu treinamento, tornando-me quem sou.
-Não sou uma peça, sou um assassino! –Aviso, olhando-o nos olhos.
-Senhor, desculpe interromper, mas... Sabes o que sempre ocorre quando o exibem para nobres... Há sempre sangue... Sempre haverá sangue! –Garante Maia, exacerbada, arrancando um suspiro de Lucian.
-Levem-no para a villa! –Manda, estalando os dedos e dois servos aproximam-se de mim, colocando grilhões em meus pulsos e em meu pescoço. –Não arrume problemas! –Pede, apontando em minha direção, enquanto coloco um sorriso maldoso na face.
***
Villa Diurnal.
Pompéia és encantadora, sinto que posso viver por um longo tempo aqui, talvez consiga convencer Kieran que estar aqui, que criar laços em Pompéia seja a melhor solução para este vosso dilema, para o nosso dilema.
Ouço passos e assim que viro-me encontra Maryse.
Maryse virou minha ama quando a minha mãe morrerá, meu pai a comprou, dando-a a mim e deixando-a me criar mesmo que muitos não se agradem do fato da vossa origem, mesmo que muitos dos vossos outros donos a tenham maltratado por ser celta, a forçado a adorar os nossos deuses.
Há marcas considerávés em vosso corpo para demonstrar o quão odiosos eram os vossos castigos... Fazendo-me acobertar os vossos cultos e orações, mentir para protegê-la.
Maryse se tornou a minha mãe e eu me tornei alguém que apaziguava o vosso coração partido, por ter sido vendida pelo marido, por ter sido estuprada ao ponto de perder o vosso terceiro filho, por ter sido apartada dos vossos dois filhos mais velhos.
Ela aproxima-se de mim, com os seus lindos cabelos negros presos em um coque e os vossos olhos azuis cravados em mim, numa busca constante de qualquer problema, em busca de apaziguar quaisquer duvidas minhas.
-Algo errado, minha menina? –Questiona, avaliando-me.
-Agrado-me de Pompéia! –Respondo, voltando-me em vossa direção. –Estão todos acomodados? –Questiono, suspirando.
-Sim, minha menina... As servas estão trocando as bandagens do senhor Mark e o meu senhor está se direcionando para a sala de banhos... Deseja a vossa companhia. –Revela e eu assinto. –Preparei o banho do vosso agrado... Com extrato de rosas. –Avisa, sorrindo.
-Obrigada, Maryse. –Agradeço, passando o braço em volta do dela, deixando-a me direcionar para a sala de banhos, sentindo-a mancar. –Como fora a viagem... Estava confortável? –Questiono, avaliando-a.
-Sim, obrigada. –Agradece, timidamente.
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