H ━ ◆ ━ S
Nós havíamos acabado de fazer uma mudança, e já estamos começado outra, ou seja mais trabalho e menos descanso, ainda sim, estamos fazendo tudo em família, o que torna tudo menos cansativo. Tem duas semanas que contamos aos meus sogros sobre a nossa decisão, de inicio foi um choque, acho que eles não imaginaram que o filho do meio deles iria sair de casa com o primeiro namorado, e falando assim eu também não sei se confiaria no namorado do meu menino. Mas ao contrário do que eu esperava, Mayumi e Yukinari foram super gentis, deixaram claro que confiam em nós dois, e nos deram todo o apoio necessário, dizendo que nos ajudariam com o que pudessem, mas também conversaram seriamente conosco sobre a nossa decisão, por ser um passo importante a se seguir no nosso relacionamento.
Depois de conversarmos bastante, Tobio ainda estava decidido a morar comigo, mas ele ainda tinha a faculdade, então esperamos uma semana para que os trabalhos dele diminuíssem, para assim podermos começar a planejar tudo. Hoje é sexta-feira, Nishinoya acabou de ir embora do estúdio, já que Asahi veio buscá-lo, então eu fui tomar banho, quando terminei me arrumei e fui arrumar a leve bagunça na casa. Hoje eu vou dormir na casa do meu namorado, vamos começar a arrumar as coisas dele para começar a mudança amanhã, e como ele ainda está na faculdade eu vou sozinho para a casa dos meus sogros. Depois de checar se a casa estava toda fechada e se havia pego tudo que precisava eu finalmente sai.
Por sorte o carro de aplicativo já havia chegado, e em poucos minutos eu estava a caminho. Durante o curto período dentro do automóvel eu conversei com meu namorado, ele ainda está agarrado em um trabalho e não sabia que horas ia terminar. Sendo assim prometi que ia esperar ele e só mexer com as roupas, já que não sei mais o que ele vai levar. Assim que cheguei em frente a casa dos meus sogros peguei minha mochila, paguei o motorista e segui até a campainha, tocando a mesma duas vezes, esperei que viessem me atender, não foi surpresa ver minha sogra abrindo a porta.
– Meu bem, por qual motivo você tocou a campainha quando poderia só entrar? A casa é sua filho.- A mais velha me puxa para dentro, me recebendo com um abraço apertado.- Como você está? Eu não tive tempo de te mandar mensagem essa semana, a nova filial está tomando bastante do meu tempo.- Nós entramos em casa, e enquanto eu tirava os sapatos ela entrou na sala.
– Oh eu estou bem, trabalhei bastante, felizmente estamos conseguindo mais e mais clientes, e as vezes eu faço uns bicos para ajuda minha amiga com o bar.- Comento ao calçar minhas pantufas fofinhas.
– Isso é ótimo, sua vida profissional está bem, mas e a vida pessoal?- Deixo minha bolsa sobre a pequena poltrona, ela sempre pergunta como estou em ambos aspectos da vida, sempre preocupada.- Se importa de ir até a cozinha? Estou preparando o nosso jantar e não posso deixar as coisas sozinhas na bancada.- Concordando ao balançar a cabeça eu sigo a minha sogrinha.
– Quer ajuda?- Pergunto ao ver a diversidade de coisas sobre a mesa, ela deve estar planejando um banquete.
– Quero sim, pode ir picando e ralando as coisas para mim? Eu vou fazendo os molhos e as massas, quero fazer panquecas e outras coisas.- Mayumi pede já separando as coisas no balcão.- Desse lado é para picar e do outro para ralar.- Minha sogra aponta para as coisas e eu só concordo, indo lavar as mãos.
– Certo certo.- Seco minhas mãos indo me sentar no banquinho para poder começar a ajuda-la.- Sobre a minha vida pessoal, tudo está bem calmo, meus amigos são incríveis, faz meses que não escuto sobre os meus pais, mas acho que estão bem e que ao menos estão cuidando dos meus irmãos. Já o meu relacionamento com seu filho está indo só para frente, estamos felizes juntos, Tobio é incrível e maravilhoso, ele cuida bem de mim, e mesmo que a gente discuta algumas vezes, até mesmo por coisinhas idiotas, nunca dormimos brigados.- Comento sem saber muito o que falar.
– Sabe, quando vocês vieram contar que decidiram morar juntos foi um susto, eu sei que estão juntos a quase um ano, que se conhecem a mais tempo que isso, mas morar junto é um passo bem grande.- Ela fala com aquele jeitinho doce dela, me olhando.- Morar com alguém exige muito das duas pessoas, vocês precisam se entender, compreender que ambos precisam de espaço pessoal, que os dois tem manias e que talvez um não goste do que o outro faz. Quando se mora com alguém, você deve aprender mais do que nunca a respeitar e aceitar a decisão do outro, se não a convivência vai por água abaixo.- Minha sogra alerta, e eu não nego nada do que ela falou, sei bem que está certa.
– Eu sei que as coisas não são tão fáceis, que morar com alguém exige muito, mas eu tenho certeza que Tobio e eu vamos dar um jeito, sei que vamos conseguir lidar um com o outro.- Falo pela primeira vez com mais certeza na voz.
– Sei que vocês dois se entendem muito bem, a química entre vocês é maravilhosa, sabem bem cuidar um do outro, mas será que estão pronto para conhecer tudo um do outro? Tobio não é fácil de lidar querido, ele é teimoso, cabeça dura, se quer algo ele não para até conseguir, as vezes ele pode ser grosso, até mesmo ignorante, é meu filho, mas ele é cheio de defeitos como outras pessoas, você vai ter que aprender a lidar com eles.- A mais velha chama minha atenção o que me faz ficar levemente pensativo.
– Sei que meu namorado é complicado, eu também sou, mas eu me sinto aberto para conversar sobre tudo que nos irritar ou incomodar, acho que mesmo que seja difícil no começo, vamos conseguir lidar com tudo juntos, como sempre estamos fazendo.- Respondo dessa focando no que estava fazendo, não queria cortar o meu dedo.
– Me agrada que pense positivo e que esteja disposto a tudo, sei que meu filho deve pensar do mesmo.- Ela sorri docemente, então começa a fazer a massa das panquecas.- Quer me ajudar? Hitsuka está ensaiando, Miwa, Seiichiro e Yukinari estão no trabalho e Tobio na faculdade.- A mais velha fala calma, e eu me sinto ansioso, adoro ajudar na cozinha.
– É claro que quero, adoro te ajudar.- Saio do meu banquinho indo até onde a minha sogrinha estava.
– Vou te ensinar a minha receita de panqueca salgada, Tobio adora.- Ela comenta risonha.
– Me sinto lisonjeado.- Falo ainda mais animado, prontíssimo para aprender uma coisa nova enquanto meu namorado não chegava.
Q ━ ◆ ━ T
Agora são quase oito da noite, eu ajudei Mayumi no que ela me permitiu ajudar, e depois de me sujar com molho, vim tomar banho no quarto do meu namorado. Assim que terminei o meu demorado e relaxante banho, escolhi obviamente uma calça minha e um moletom do moreno, um que com toda certeza ele estava usando já que estava na cama. Conforme havíamos conversado antes, eu comecei a guardar suas roupas nas malas que ele já havia deixado separado. Kageyama tem bastante roupa, o que dificultou fazer com que algumas coisas coubessem na mala, principalmente por conta das calças e moletons grandes, mas no fim eu estava conseguindo arrumar tudo do jeitinho que precisava.
Enquanto dobrava e guardava as suas coisas, não conseguia deixar de pensar no quanto a minha vida mudou, e no passo gigantesco que estou dando agora. Eu tive um namoro merda, com um cara imbecil que só me tratou mal, e quando comecei a supera-lo consegui encontrar o homem mais incrível do mundo, e hoje tenho a sorte de dizer que ele é meu namorado. Estamos juntos a oito, quase nove meses, e eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida, agora eu tenho alguém que me ama de verdade, que me apoia, que cuida de mim, que não se importa com as coisinhas idiotas que eu gosto, que faz de tudo por mim. Hoje acho que tudo que passei, foi para conseguir conhecer Tobio, para conseguir me apaixonar de verdade pelo homem incrível que ele é.
E agora estamos aqui, indo morar juntos, o que é uma experiência totalmente nova, mas tenho certeza de que vai ser incrível como a maioria das coisas que fazemos juntos. Sei que não vai ser fácil, nós vamos ter que aprender muitas coisas um com o outro, mas acho que tudo é questão de tempo, absolutamente tudo, e sei que nós dois vamos nos dar bem morando juntos, vamos criar uma rotina, aprender a lidar um com o outro, bom, eu espero que seja assim. Não posso negar, tenho boas expectativas sobre essa nova fase da minha vida, não sei o que esperar, mas estou pronto para o que vier, estou pronto para tudo mesmo.
– Meu amor!? Cheguei!- Saio dos meus pensamentos ao escutar a voz do meu namorado, eu deixo suas roupas sobre o colchão, saindo as presas do quarto.
– Estou indo!- Grito já no corredor, e mesmo que descer escadas correndo fosse perigoso, eu ainda fiz isso, pulando alguns degraus, encontrei com o mais novo na sala, e não tarde a pular em seu colo, sendo levantado por ele, deixei minhas pernas entrelaçadas em sua cintura, enquanto ele abraçava a minha com seus braços fortes.- Senti sua falta.- Sussurro no seu ouvido, o apertando mais.
– Também senti a sua.- Tobio me da beijinhos leves no pescoço, o que me arrepia todinho.
– Vocês dois são muito melosos, tem só uma semana que não se vêem direito.- Escuto minha sogra falar, me fazendo rir baixinho.
– Pode-se dizer que o amor fez isso comigo mamãe.- Meu namorado sussurra, eu me sinto totalmente envergonhado pelo que ele fala.
– Como você tem coragem de falar esse tipo de coisa na frente da sua mãe com a cara tão limpa?- Pergunto incrédulo ao segurar seu rosto.
– É minha mãe, ela tem passe livre para ver todas as minhas vergonhas.- Ele fala sem se importar muito, e eu apenas reviro os olhos.- Mamãe vamos ficar lá em cima, se precisar é só chamar.- O moreno começa a andar ainda comigo em seu colo.
– Tudo bem meninos, tudo está quase pronto, então eu vou ver minha novelinha até seu pai e seus irmãos chegarem.- Minha sogra segue até o sofá, e enquanto ligava a televisão nos olhou de um jeito sugestivo até demais.- Não façam nada alto demais, os quartos não são aprova de som, e eu não quero perder o CEO bonitão se declarando para a mocinha.- Meu rosto queima e no mesmo instante eu o escondo no pescoço do meu namorado.
– Mãe! A senhora não tem jeito mesmo.- Tobio sussurra já subindo as escadas, nós conseguimos escutar a mais velha rindo, tenho certeza que ela falou isso de proposito.
– Sabe, eu posso andar, você deve estar cansado de me segurar assim.- Comento quando estamos no corredor, mas Kageyama não parece ter vontade de me soltar e confesso que também não quero.
– Sabia que você não é tão pesado como acha que é? Mesmo que tenha engordado um pouquinho desde que nos conhecemos.- Ao escutá-lo estranhamente me sinto inseguro, ele nunca havia falado disso.
– Acha que tô pesado? Engordei muito?- Pergunto curioso.
– Pelo contrário, acho bom você ter engordado, quando nos conhecemos eu te achei magro demais, isso quer dizer que você está mais saudável agora.- Entramos no quarto.
– Com certeza eu engordei, você me leva para comer fora sempre e quando não leva, cozinha para mim, sua comida é deliciosa.- Comento ao sentir minhas costas contra o colchão.
– Fico feliz que goste e que se sinta confortável para comer bem.- O mais novo se levanta brevemente, deixando a mochila no chão, e tirando a jaqueta, ele volta a se deitar sobre mim.- Desculpa te fazer mexer com toda essa bagunça de roupas.- Ele acaricia meu rosto com cuidado.
– Não precisa pedir desculpas, você me ajudou na mudança antes, e eu tinha bem mais coisas, espalhadas por toda a casa.- Lhe dou um selinho demorado, vendo suas bochechinhas vermelhas.- Como foi a faculdade amor?- Levo minha mão até o seu cabelo, começando um leve cafuné.
– Cansativo e entediante, mas não é nada novo, estou ansioso para me mudar.- O mais novo confessa, daquele jeitinho fofo dele.
– Não vai se arrepender de ir morar comigo? Eu não sou fácil de lidar.- Pergunto baixinho.
– Alguma vez me arrependi de fazer algo contigo minha vida?- O mais novo pergunta no mesmo tom, eu nego ao balançar a cabeça, e logo sinto seus lábios se encostando levemente aos meus, um beijo calmo, com cuidado e delicadeza, nossas bocas se movendo juntas criando uma melodia sincera e só nossa, como todos os nossos beijos, mais um com toda nossa química misturada.
Q ━ ◆ ━ T
Sábado a tarde finalmente havia chegado, e a mudança estava apenas começando, ontem a noite um pouco depois do almoço, Tobio e eu passamos bastante tempo empacotando e arrumando as coisas do quarto dele, e graças a mexermos em tudo, encontramos coisas para doar e até mesmo para jogar fora, tudo que ele não queria ou não usava mais, no fim além de separamos tudo para mudança, ainda fizemos uma limpeza em todo o quarto. Com as malas prontas e as caixas fechadas, nós fomos dormir quase de madrugada, mas tudo estava pronto para só ser levado para a nova casa, no final fomos dormir exaustos, mas prontos pro novo dia.
Durante a manhã, nós tomamos café em família, e logo depois começamos a carregar as coisas para os carros, dessa vez não precisei chamar meus amigos, já que a família Kageyama decidiu ajudar em tudo, logo temos mão de obra o suficiente. Nós chegamos na nova casa, quase as dez da manhã, e já começamos a descarregar tudo e levar para o segundo andar, como as caixas estavam nomeadas, era fácil saber para qual cômodo cada uma ia. Com a ajuda dos irmãos e dos pais de Tobio, conseguimos arrumar as coisas na cozinha, no banheiro, na sala e na área de serviço. Agora o mais novo e eu estamos arrumando o quarto que vamos dividir um com o outro, enquanto os irmãos dele descansam na sala e meus sogros fazem o almoço, eu estou mudando algumas coisas do banheiro do quarto, enquanto Tobio está mexendo nas prateleiras.
– Amor já terminei.- Falo ao sair do banheiro, havia deixado tudo arrumadinho.
– Também acabei, o que acha?- O mais novo me mostra como havia deixado suas coisas, nas prateleiras e também na nossa estante.
– Eu gostei, acho que agora falta só as roupas, não é?- Pergunto ao olhar pelo quarto, só haviam caixas vazias e as malas sobre a cama.
– Acho que sim, como vamos arrumar?- Tobio junta as caixas colocando uma dentro da outra e em seguida as deixando num canto.
– Eu já deixei espaço para você, mas se for pouco eu arrumo mais.- Comento ao abrir o meu guarda-roupa.- Olha, deixei essa parte para suas roupas que ficam em cabides, tem essas três gavetas para você, mas também tem das cômodas, deixei duas grandes e duas pequenas para você.- Aponto para cada uma delas, será que é espaço o suficiente?
– Eu acho que está ótimo, deve dar para colocar tudo.- O mais novo responde, indo até as malas, mas ao invés de começar a pegar suas roupas, ele apenas tira as malas se jogando sobre o colchão.
– Não vai começar a arrumar suas roupas?- Me aproximo da cama, me sentando ao seu lado, ele não pensa duas vezes antes de deitar a cabeça no meu colo, eu também não perco tempo, começando a acariciar seus cabelos.
– Já cansei de arrumar, quero descansar.- Ele fala manhoso, um sorriso acaba escapando dos meus lábios.
– Até de noite eu quero tudo arrumado, viu?- Lhe dou um beijinho na testa continuando a acaricia-lo.
– Sim senhor, você que manda.- Ele se vira no meu colo, deixando seu rosto pro lado da minha barriga.- Finalmente não vou ter que me preocupar em ir embora depois de uns dias.- Ele sussurra parecendo muito aliviado, eu acho uma graça.
– Amor, é com isso que está preocupado?- Pergunto meio incrédulo, e então ele se senta na cama.
– Não é preocupação, mas me sinto meio que aliviado.- Tobio segura meu rosto com ambas mãos.- Agora eu não tenho que me preocupar em sair cedo e te deixar sozinho, não tenho que me preocupar com você comendo uma besteira antes de ir pro trabalho, também vou estar mais perto caso algo aconteça, porque sei que você nem sempre me conta as coisas primeiro, sei que guarda para você e agora não precisa esperar me ver para poder ficar nos meus braços quando se sentir mal.- A cada pausa o moreno me dava um beijinho, na bochecha, no nariz, na testa, todos bem carinhosos.
– Eu também fico menos preocupado, agora você não precisa sair daqui de noite por conta da faculdade, o que me deixava com o coração na mão, e nos outros dias mesmo que chegue tarde e cansado, agora eu posso cuidar de você, ser seu apoio nos dias difíceis, ser sua companhia, agora não precisamos ficar horas no celular, eu posso só te perseguir pela casa e me jogar nos seus braços.- Lhe dou um selinho demorado, sentindo seu corpo se projetar em cima do meu.
– Eu te amo, muito.- Tobio sussurra assim que nossas bocas se separam, encostando em seguida nossos narizes, me dando levemente um beijinho de esquimó.
– Eu te amo, mais ainda.- Lhe dou mais um selinho, prontíssimo para que aquele beijo se intensificasse.
– Meninos, venham almoçar e parem de se pegar!- Miwa abre a porta com tudo, o que faz com que nos separássemos pelo susto.
– Irmãzinha linda, eu sempre gostei mais de você, então na próxima vez bate na porta antes de ir entrando!- Tobio grita levemente envergonhado.
– Eu bati, mas vocês estavam ocupados no mundinho gay de vocês e não escutaram.- Ela defende claramente irritada.- Só venham comer, e desculpa cunhado.- A mais velha sai do quarto, e eu tento segurar o riso ao ver a cara do meu namorado.
– Não comente, nada.- Ele sussurra.
– Tá bom, tá bom, vamos almoçar amorzinho.- O moreno se levanta me puxando para perto. Nós saímos do quarto meio abraçados, acho que estamos ansiosos para morar juntos, carentes um pelo outro, e com toda certeza muito boiolas um pelo outro, pois não é possível tanta melação em duas pessoas atoa...
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