Harry assumia que a primeira vez que o vira, parado lá em meio a todos aqueles panos, ele parecia um anjo. Mas eram Lúcifer e Miguel, apenas não tinham consciência disso ainda.
No fundo, sabia, aquela relação iniciou destinada ao fracasso. Talvez por isso não devesse ter se apegado tanto, nunca fora muito bom em seguir conselhos mesmo, nem os próprios. Eram opostos, mas gostava de pensar que se completavam, dois lados de uma mesma moeda, duas peças complementares de um quebra-cabeça. Maldito romantismo ilusório.
Mas ele não pensava assim, porque era, terrivelmente, realista. Ele sabia que estavam fadados ao fracasso, ele não ignorou essa informação, ele não se apegou.
Mas, Harry, claro, não notará de início, todos sabiam, talvez, bem no fundo, soubesse também, mas decidiu ignorar que amava sozinho. Talvez acreditasse que pudesse amar pelos dois. Grande romantismo de merda.
Talvez, se não tivesse ignorado e exigido o amor dele, não estivesse naquele lugar. Talvez o grande Menino-Que-Sobreviveu, a porra d'O Eleito, não estivesse jogado no chão de uma sala de aula vazia, como um pedaço de lixo, sentindo usado e descartado, enquanto via Draco Lucius Black-Malfoy saindo sem ao menos olhar para trás, com A Marca Negra pesando em sua pele, deixando-a ainda mais pálida, quase doentemente.
Porque Harry James Potter decidira amar pelos dois mas esquecera que estavam em lados opostos de uma guerra e, que, ele não podiam esquecer o passado, muito menos ignorar o futuro, então nunca iriam durar.
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