História Pop Star! - Sasusaku - Quarta parte

 

 

Escrito por badthing_

 

 

 

Sasuke 

 

 

 

— Então, Sasuke, você se sente mais confortável para se abrir comigo hoje?  

 

— Sim — respondo, sentindo minha garganta secar. Encaro a psicóloga Tsunade, que também me analisava de volta.  

 

— Tem certeza de que está confortável?  

 

— Na verdade, eu gostaria de beber um copo d'água antes.  

 

— Sem problemas. — Ela responde, apontando para o pequeno filtro de água que estava na sala. Me levanto e ando até ele, e pego um copo de plástico que havia ao lado. O encho e tomo tudo em só gole, fazendo com que a minha garganta relaxasse e parasse de doer pela secura. Feito isso, volto a me sentar de frente pra ela.  

 

— Podemos começar?  

 

— Sim, doutora. O que você quer saber?  

 

— Me diga isso você, Sasuke. Por que procurou por mim hoje?  

 

— Obviamente, porque eu estou precisando da sua ajuda.  

 

— E por que precisa da minha ajuda? — A ouço e encaro o teto pensativo, tentando formular uma resposta verdadeira.  

 

— Eu... tenho sentido algumas coisas estranhas.  

 

— São frequentes?  

 

— Sim. Todos os dias, todo o tempo.  

 

— E você tem alguma ideia do que pode ser? — A vejo anotar algo em seu caderno e sorrio discreto. Eu sei bem o que está fodendo com a minha mente.  

 

— É minha ex-namorada. 

 

— Namoraram por muito tempo?  

 

— Sim.  

 

— E como era o namoro de vocês? Você se sentia feliz, Sasuke?  

 

— Muito. Nós éramos muito felizes, muito mesmo. Mas nosso namoro chegou num ponto em que nossas ideias para o futuro divergiram, porém tínhamos combinado de resolver isso juntos.  

 

— E resolveram?  

 

— Em parte. Só que algo aconteceu no dia da nossa formatura no colegial.  

 

— Então era um namoro de escola? — Ela pergunta e eu aceno que sim. — Agora eu compreendo a causa, mas agora eu quero entender o porquê de você estar se sentindo assim, Sasuke.  

 

— Nós nos reencontramos não faz muito tempo. De primeira eu não a reconheci e creio que ela também não me reconheceu. Nós fomos pra cama, e no dia seguinte veio o baque.  

 

— E o que aconteceu depois?  

 

— Ela foi embora. Eu até tentei impedi-la, mas não consegui.  

 

— Por que tentou impedi-la?  

 

— Porque eu queria conversar com ela.  

 

— Por quê?

 

— Porque... eu sinto que tem algo não resolvido entre nós dois. E se eu resolver, talvez...  

 

— Ela volte com você. — Tsunade afirma. — Eu nem precisarei perguntar. Você ainda a ama.  

 

— Exato. Só que eu não sei... se isso é o certo. Já faz tanto tempo desde nós dois, cada um já tem a sua vida formada agora. Talvez ela esteja certa em não querer voltar comigo.  

 

— Acha que ela não quer conversar com você porque ela já tem sua própria vida agora?  

 

— Sim.  

 

— Eu discordo. Como você mesmo disse, você sente como se tivesse algo não resolvido entre vocês dois. Talvez ela não queira reencontrar traumas do passado.  

 

— Você acha que eu posso ter feito algo que a traumatizou no nosso relacionamento?  

 

— Não sei, Sasuke. Me diga você. Olhe para o passado e pense: será que eu fiz algo de errado?  

 

Fico em silêncio, não me importando se Tsunade estava me encarando também. Meu relacionamento com Sakura sempre foi as mil maravilhas, mas alguma coisa mudou quando tive meu primeiro papel como ator. Nós dois comemoramos muito, Sakura até parecia estar mais feliz do que [eu] por ter conseguido meu papel. E... ah, droga! Depois disso, eu comecei a ficar distante, porém não porque eu queria isso; e sim porque eu começava a ficar mais requisitado a cada papel que fazia. E como eu estava no começo da minha carreira, eram oportunidades valiosas. 

 

Eu fui um péssimo namorado. Me lembro das vezes que faltava em alguma data comemorativa porque estava trabalhando, mesmo que eu ligasse para conversar com Sakura e nos manter conectados. E ela aguentou tudo isso calada...  

 

Eu fui um idiota, e só fui perceber isso hoje! A culpa do meu relacionamento com Sakura é minha! Unicamente minha! E tudo piorou quando eu terminei com ela por telefone, bêbado, perturbado e achando que amava Shion de alguma forma. Vendo tudo isso passar diante dos meus olhos, eu tenho a certeza de que Sakura não me merece, e também tem toda a razão de não me querer perto dela. Talvez, eu devesse parar de tentar e seguir a minha vida, e deixá-la em paz.  

 

— Sabe, doutora... eu tive um momento esclarecedor agora. O problema sou eu, sempre fui eu. Durante todo o nosso relacionamento, eu sempre quis ficar junto, mas não pude. Sempre coloquei meu trabalho acima de tudo, e a deixei sozinha por muito tempo. E acho que a melhor solução pra isso tudo é esquecer tudo isso e voltar a viver a minha vida.  

 

— Novamente, eu discordo de você, Sasuke. Olhe pra si mesmo, isso está te corrompendo por dentro! E esse sentimento é tão forte que pode ocasionar numa depressão, ou doenças psicológicas muito piores!  

 

— E o que você acha que eu devo fazer?! Sakura não quer me ver nem pintado de ouro!  

 

— Tente falar com ela mesmo assim. Pessoas que sofreram por relacionamentos no passado querem o máximo de distância de seus antigos parceiros. E seria uma boa opção você se afastar caso isso não estivesse te destruindo por dentro. Porém, como não é esse o caso, faça o contrário disso — Tsunade cruza as pernas. 

 

— E como eu falo com ela?  

 

— Não a importune. Mas tente contato mesmo assim. Se isso não funcionar, daí você a esquece de vez. Acha que pode fazer isso? — Encaro os olhos de Tsunade, me fazendo a mesma pergunta. Eu seria capaz de esquecer Sakura um dia?  

 

— Acho que não consigo...  

 

— Tente. Só assim você saberá. — Ela me responde com seriedade no olhar, para logo depois checar seu relógio e colocar sua prancheta de lado.  

 

— Minha consulta acabou? — Pergunto, notando que minha sede havia voltado.

 

— Sim. Contudo, quero que faça uma última coisa agora: resfrie sua mente. Vá ao lugar que venda sua comida favorita, e coma bastante. Isso vai levantar seu humor, e vai te deixar mais calmo. Aproveite esse tempo para pensar. E Sasuke… — Ela me olha com compaixão — boa sorte. — Balanço a cabeça positivamente. A agradeço com o olhar e saio do seu consultório, já sabendo bem pra onde eu iria em seguida.  

 

 

[...] 

 

 

Sakura  

 

 

— Like I'm a domino! — Termino de cantar junto com o instrumental da banda. Sorrio vitoriosa, o meu primeiro ensaio havia sido perfeito! Teve apenas alguns pequenos erros que aconteceram em algumas músicas, mas os ajudei a corrigi-los logo cedo. Tentamos, e tentamos um pouco mais. No fim, gostei muito do resultado.  

 

Passo a mão pela testa e tiro os fios de cabelo que estavam grudados em mim por conta do suor. Cantar e ensaiar por seis horas não é nada fácil. Por isso que eu tenho que demandar bastante esforço. E felizmente, eu tenho todo esse esforço. Pego uma garrafinha d'água que um dos moços que trabalhava no buffet me entregou, e dou um gole generoso. Estreito meus olhos quando percebo que Hinata e Ino caminhavam com pressa até mim com pequenos sorrisinhos. Eu ainda não tive oportunidade de conversar com a minha ex colega de escola, já que quando cheguei tive que ir diretamente para o meu ensaio. Mas eu já havia a visto de longe, e ela também viu tudo. Acho que voltar a falar com ela vai ser bom para mim.  

 

— Sakura! Há quanto tempo! Eu estava morrendo de saudades!  

 

— Oi, Hinata, eu sinto a mesma coisa! Eu só não te abraço agora porque estou toda suada. — Sorrio sem jeito, mas algo também estava diferente comigo. Eu até posso ter me saído bem, mas eu não consegui dar 100% de mim hoje. Minha mente ficou pensando em Sasuke, e unicamente nele. Mesmo que eu não quisesse.  

 

— Não tem problemas. Ah, e eu quero agradecer muito por você ter nos escolhido para o sorteio!  

 

— Oh, isso não é nada de mais. Aliás, aonde está a sua filha?  

 

— Ah, ela está... na escola. Ela não pôde vir, e eu acabei decidindo fazer uma pequena surpresa para ela.  

 

— Ela ainda não sabe que ganhou o concurso?  

 

— Não, não é isso. Porém acho que seria legal se ela te visse pela primeira vez quando você estivesse fazendo um show só para ela! — Sorrio com isso, mas ainda fico com uma pulga atrás da orelha. Sarada disse que sua mãe fazia coisas horríveis com ela, e pelo o que vi no sistema, Hinata era a mãe dela. E isso me deixa muito confusa! Porque ela sempre foi uma pessoa carinhosa que sempre sonhou em ser mãe! Então... o que aconteceu?  

 

— Também acho. Ah, Hinata, tem mais alguma coisa que queira nos alertar? — Ino pergunta.  

 

— Acho que não. Ah, Sakura, me deixe te explicar todo o meu plano! Seu show é uma surpresa para o resto da família, então, eu aluguei este buffet justamente pela sua entrada na parte de trás. Todos os convidados entrarão normalmente e se sentaram em seus lugares. — Ela aponta para as mesas ainda não organizadas que haviam à frente do palco. — E você entrará pela parte de trás. Eu já acertei com sua equipe, e eles estarão te esperando lá. Tudo o que você precisa fazer é se trocar, esperar eu e Naruto terminarmos de fazer o discurso para Sarada e entrar no palco assim que eu der a deixa. As luzes vão se apagar, e você vai ter vinte minutos para entrar no palco junto com sua banda, se organizarem e depois começarem o show. Tudo bem por você?  

 

— Acho que sim. Talvez eu tenha que ensaiar isso pelo menos uma vez antes do grande dia, mas vou dar conta disso tudo.  

 

— Certo. Acho que já acertamos quase tudo!  

 

— Garotas, preciso ir agora. Sakura, vou me encontrar com a equipe para acertar todas as pontas soltas do concurso; como quem vai gravar, os paparazzi que vão vir, etc. Ah, e eu ainda vou te mandar os looks que sua estilista escolheu.  

 

— Tudo bem, Ino. Dê prioridade máxima pra isso, ignore qualquer outra coisa que eu esteja sendo requisitada. Pode ir. — A respondo, dando um abraço nela e a encarando ir embora apressada.  

 

— Ela se tornou uma boa profissional.  

 

— Ela se tornou sim... — Suspiro, me virando para encarar Hinata seriamente. Chegou o momento de eu a enfrentar, pois o que eu vi naquela carta não é algo que se deva ignorar. Sinceramente, eu prefiro terminar minha amizade com Hinata do que deixar uma criança sofrendo abusos domésticos, e se isso for realmente verdade, é minha obrigação salvar está garota. — Precisamos conversar sério, agora.  

 

— O que você quer dizer, Sakura?  

 

— Eu li a carta que Sarada me mandou. E nela, ela me diz umas... coisas que eu não posso acreditar que sejam verdade.  

 

— Como assim?  

 

— Ela diz que... ela vem sofrendo violência doméstica de... você. Eu quero saber se isso é verdade. — Mantenho minha postura, a vendo arregalar seus olhos de leve e mudar sua postura.  

 

— Ah, Sakura, isso é porque... bem, Sarada é minha filha adotiva, e sua antiga mãe a maltratava demais, e isso foi descoberto há pouco tempo. Tudo mundo ainda está digerindo isso, porque é muito recente. Sarada sequer é minha filha perante a lei ainda! Entretanto, eu já dei entrada na papelada, só que essas coisas demoram. E pra tentar animá-la, eu fiz a inscrição dela no seu sorteio, já que ela é uma grande fã sua. — Escuto tudo, atenta, prestando atenção bem em sua postura. — E aqui estamos nós.  

 

— Tem certeza do que está falando? Hinata, se essa menina está mesmo sofrendo alguma coisa, me deixe ajudar.  

 

— Fique tranquila, Sakura. Acredite em mim, ela está bem melhor agora. — A vejo abrir um sorriso gentil, para logo depois arregalar seus olhos, como se tivesse se lembrado de algo. — Ah, Sakura, posso te pedir uma coisa?  

 

— Claro.  

 

— Soube que Sarada sofre bullying em sua escola, e tudo piorou quando ela disse que você iria fazer um show apenas para ela. Será que...  

 

— Você quer que eu prove que irei fazer um show para ela para que o bullying com ela diminua? — pergunto, vendo ela acenar com a cabeça. — Hinata, pode me emprestar seu celular por um minuto?  

 

— Ah, desculpa, mas pra quê?

 

— Confia em mim. — Pisco pra ela, e ela não demora em me entregar o aparelho. Ando até um lugar mais afastado dos equipamentos e dos funcionários, e ligo a câmera do celular. Penteio meu cabelo, abrindo um sorriso em seguida e iniciando um vídeo.  

 

— ‘Oie, Sarada! Tudo bem com você? Eu soube que você tem sido perturbada na escola por ter dito que eu iria fazer um show exclusivo para você, e as pessoas não acreditaram. Então, eu quero que você mostre este vídeo para todas as pessoas que fizeram pouco caso de você! Mostre para elas o quão poderosa você é! E mesmo que isso seja difícil, não abaixe sua cabeça jamais! Jamais! E eu estou muito ansiosa para finalmente te conhecer no seu aniversário! Espero que fique feliz com seu presente surpresa! Até lá! — Encerro o vídeo com um sorriso no rosto. Eu espero que isso acalme a situação de Sarada. Saio do lugar afastado e tento achar Hinata com os olhos, não demorando muito a achá-la. Sorrio e ando até ela, que me encarava com um semblante confuso.  

 

— Fez o que você queria?  

 

— Fiz sim, gravei um vídeo para Sarada mostrar na escola dela. Acho que com isso, o pessoal vai parar de pegar no pé dela. — Termino de falar, fazendo Hinata sorrir gentilmente.  

 

— Obrigada, Sakura!  

 

— De nada. Será que agora eu posso dar uma pausa? Queria comer alguma coisa antes de ter minha reunião com a minha equipe.  

 

— Claro! Quer que alguém te leve para algum lugar?  

 

— Na verdade, não. Eu estou com o carro do meu pai, é melhor assim. — A respondo, e me despeço quando ela dá de ombros. Vou até o lugar onde coloquei minhas chaves e abro um sorriso involuntariamente. Tudo isso está sendo muito legal até agora.  

 

 

[...] 

 

 

Estaciono na frente do estabelecimento. Ramen Ichiraku. Eu costumava vir muito aqui quando estava na escola, isso porque ficava bem perto do colégio. Eu sempre vinha aqui sozinha, até que conheci Naruto e Sasuke. Foi tudo muito rápido. No primeiro minuto nós estávamos discutindo sobre qual prato era o melhor, e depois estávamos fazendo juras de melhores amigos. Sorrio com as lembranças que invadiram a minha mente, e mesmo que Sasuke estivesse em todas elas, eram boas memórias que sempre me faziam bem.  

 

Saio do carro e pego minha bolsa. Apesar do restaurante ser relativamente pequeno, ele era localizado numa avenida muito movimentada. E assim que pus o pé no chão, milhares de pessoas se viraram para me olhar e flashes de câmeras começaram a disparar. É uma pena que eu não tenha trago pelo menos uma roupa comum para vestir, ou pelo menos um boné que esconda meu cabelo. Eu nunca gostei de ter seguranças ao meu redor, mas agora eles seriam bem úteis para afastar todas essas pessoas.  

 

— Ah, olá, Sakura!  

 

— Oi, tio do Ramen! Como está sua filha?  

 

— Ela está bem! Está trabalhando comigo para economizar para a faculdade.  

 

— Ela finalmente admitiu que gosta do Konohamaru?  

 

— Ainda não, mas eu estou trabalhando nisso. — Ele diz, como se estivesse contando um segredo — Agora, o que vai querer?  

 

— Primeiramente, será que tem algum lugar mais afastado aqui? Não quero esse povo todo me perseguindo. — Aponto para os paparazzi em pé na frente do estabelecimento.  

 

— Claro, dobre o corredor e você verá uma entrada. Ali é um outro espaço que construí para as pessoas. Pode ir lá que ninguém vai te incomodar não, menina Sakura!  

 

— Obrigada! — Aceno com a cabeça antes de ir para o caminho que ele falou. Quando chego no corredor, dou de cara com um lugar bastante espaçoso e totalmente organizado. Ando em direção até a mesa mais afastada possível e me sento, tirando meu celular para ver como é que estavam minhas redes sociais.  

 

Entro no Twitter primeiro, e dou de cara com uma postagem da minha empresa fazendo uma parceria com algumas subcelebridades. Minha empresa era focada para o público infantil e adolescente, e um ótimo meio de promover ela é fazendo com o que as pessoas que são famosas no meio dessa galera  divulguem a minha marca. E isso é muito bom, pois beneficia ambos os lados. Entro na barra de pesquisa e estreito um pouco meus olhos quando vejo o assunto principal nas trending topics: “Sasusaku”. O pessoal ainda está falando sobre aquele caso? Bem, se até eu mesma fiquei muito afetada com tudo aquilo, eles também ficariam. Não os julgo. Desligo meu celular e sorrio quando vejo o tio do Ramen caminhando em minha direção.  

 

— Oi de novo, Sakura! Já decidiu o que vai comer?  

 

— Ah, sim. Eu vou querer uma tigela do ramen tradicional, por favor.  

 

— Certo. Você não quer comer junto ao menino Sasuke? — Sinto minha garganta secar quando escuto o nome dele, mas não entendo o porquê do senhor Ichiraku ter mencionado isso.  

 

— Ah, perdão? Eu não entendi.  

 

— O menino Sasuke está aqui, sentado bem ali! — Ele aponta para o outro lado do pequeno salão, e logo meus olhos se focam numa figura de cabelos negros, que também me encaravam sem piscar. Começo a ficar ansiosa, sem saber o que fazer. — Você se sentar com ele?  

 

— A-Ah... Na verdade, eu acho que não estou mais com fome.  

 

— Como assim, Sakura? Você acabou de chegar.  

 

— Verdade, mas... acho que estou passando meio mal. Tem como o senhor ver se os paparazzi ainda estão lá fora?  

 

— Eles ainda estão, e parecem que estão loucos! Estão tirando várias fotos daqui do Ramen Ichiraku! Você acha que agora vai vir mais gente comer aqui?  

 

— Com toda a certeza — respondo num sussurro, sabendo bem o porquê dos paparazzi estarem tão animados. Eles sabiam que Sasuke estava aqui, e queriam tirar pelo menos uma foto de nós dois juntos para poderem fazerem uma grande manchete tendenciosa. Porém esse não é o meu problema maior agora, e sim estar no mesmo lugar que Sasuke Uchiha. Pego meu celular e abro o Twitter rapidamente, clico na hashtag Sasusaku e leio o primeiro tuíte que vejo. “O Sasuke e a Sakura estão comendo no mesmo restaurante!!! O Sasusaku está de voltaaa!”. Fecho meus olhos com força, pensando na tamanha merda que estava acontecendo.  

 

— Você vai querer ir embora assim mesmo?  

 

— Sim, eu preciso. Desculpe ter que sair tão depressa assim, outro dia eu volto para colocarmos o papo em dia!  

 

— Sem problemas, menina Sakura. — O vejo sorrir pra mim e o acompanho com os olhos até que ele sumisse da minha vista. Desligo meu celular rapidamente e o soco dentro da bolsa, pronta para sair dali o mais rápido possível. Mas quando eu faço o movimento de levantar, escuto sua voz vindo da minha frente, me deixando estática enquanto o encaro sentado na cadeira da frente.  

 

— Sakura.  

 

— O que você quer comigo?  

 

— Precisamos conversar.  

 

— Sobre o que? O que nós tínhamos já foi resolvido há 16 anos!  

 

— Você sabe muito bem que não foi! E eu sei que isso te corrói por dentro tanto quanto em mim!  

 

— Eu não sei do que está falando.  

 

— Sakura, tudo o que eu quero é ter uma chance de tentar esclarecer tudo entre nós. Eu não quero te forçar a nada, mas seria melhor para nós dois se você aceitasse conversar comigo. — O observo falar sério, e pude saber que ele falava a verdade. Sempre que Sasuke ficava sério, era porque ele estava falando a verdade; independente da situação. E aparentemente, isso continua.  

 

— Hum... — Me sento na minha cadeira novamente, mas ainda agitada. — O que você realmente quer que eu faça?  

 

— Eu já disse, quero apenas conversar. Resolver logo nossos traumas do passado! Tentar desvendar o nosso passado problemático.  

 

— Não tem o que desvendar nisso. Você surtou comigo!  

 

— Eu sei, mas eu apenas fiz isso quando terminei com você. O que eu quero saber, é o que nos levou a isso.  

 

— Certo, por onde quer começar?  

 

— Primeiro, nós temos que achar um lugar neutro pra conversar. E agora não dá para acharmos um, pois estarei ocupado resolvendo algumas coisas do aniversário do meu afilhado, Boruto. Mas, se você puder me passar meu número, ficaria tudo mais fácil.  

 

— Eu não vou te passar meu número.  

 

— Por favor, Sakura, confie em mim! Tudo o que eu quero é entender toda essa merda de uma vez por todas! — Olho no fundo de seus olhos, me mantendo imersa neles por alguns segundos. Essa era a parte que eu mais gostava nele, seus olhos. Eu ficava horas apenas os observando, e imaginando como é que suas orbes poderiam ser totalmente pretas. Elas me passavam segurança, confiança, e não sei como, ainda me passam. Um sentimento de conforto. Por isso, não estranhei quando automaticamente estava ditando os números do meu celular para ele.  

 

— Foi bom te reencontrar, Sakura. Vou tentar retornar você o mais rápido possível. Até mais, cerejinha... — Ele acenou para mim antes de ir embora, e eu permaneci sentada em minha cadeira ainda estática ao ouvir o apelido que ele me deu enquanto namorávamos.  

 

— Tchau, Sasuke... — Sorrio involuntariamente, nostálgica.  

 

 

[...] 

 

 

"O romance está no ar! Segundo internautas, a cantora de sucesso mundial Saky H, se reencontrou com seu antigo romance num restaurante na sexta Avenida. Parece que Sasuke já a estava esperando no local, e ela não demorou muito para aparecer. Os dois pombinhos conversaram lá dentro, mas não se sabe se eles decidiram reatar o namoro. Agora a seguir, uma foto tirada por um paparazzo dos dois astros conversando".  

 

Aperto o controle com força, querendo que algo me matasse neste instante. Não era pra eu estar preocupada com isso, não era! Na verdade, não era nem para eu ter me encontrado com Sasuke, isso evitaria muita dor de cabeça. Mas aconteceu, e eu não sei como agir. Porém, eu bem sei como me sinto. Eu estou nervosa, e não porque quero bater em Sasuke ou algo do tipo, mas sim porque quero que Sasuke venha logo ao meu encontro. E eu não deveria querer! Encaro meu celular, ansiosa mais uma vez, torcendo internamente para que ele me ligasse. Eu tinha deixado o volume no último para que eu pudesse ouvir o toque do celular a qualquer instante. Só que essa demora está me matando por dentro.  

 

— Filha... — De repente minha mãe abre a porta do meu antigo quarto e me encara. — Você está bem? Acabei de ver o que aconteceu na televisão...  

 

— Eu vou ficar, mãe.  

 

— Quer que eu faça alguma coisa? Eu posso fazer aquele bolo de chocolate que você adora!  

 

— Na verdade, eu acho que eu quero sim. — Sorrio, a vendo sorrir de volta. — Mas, a senhora pode me deixar um pouco sozinha agora?  

 

— Claro, minha flor. Estarei lá em baixo se precisar.  

 

— Tudo bem. — Aceno com a mão, a vendo fechar a porta e o som da televisão invadir todo o quarto. Encaro a parede desanimada. Como foi que minha vida mudou drasticamente em um minuto? Será que se eu não tivesse ficado com aquele cara do bar, que depois descobri ser Sasuke, e na verdade ficasse com outro cara, nada disso teria acontecido? Provavelmente, e eu odeio isso. E também me odeio por não conseguir me arrepender de ter ficado com ele. Droga!  

 

Sinto meu coração falhar uma batida quando meu celular toca de repente, e o pego rapidamente aceitando a ligação.  

 

— Pois não?  

 

— Sakura, é você? — Aperto meus dedos pela ansiedade quando escuto a voz de Sasuke do outro lado da linha.  

 

— S-Sou, sou eu sim.  

 

— Ah, que bom, pensei que você tinha me passado um número falso. Será que você pode abrir a porta pra mim?  

 

— Não entendi.  

 

— A porta da casa dos seus pais, Sakura. Eu estou aqui embaixo. — Engulo em seco com essa informação, e começo a ficar ofegante. Mas tento ficar calma, me segurando na cabeceira da cama.  

 

— Tá bem... Já estou descendo. — Encerro a chamada, tentando manter meu auto controle. Rio quando percebo meu estado deplorável. Eu estou parecendo a garotinha apaixonada que eu era anos atrás de novo, e pelo mesmo cara. Eu sou patética por isso? Não sei, mas de qualquer forma, eu não vou ligar para isso agora. Estou mais preocupada em não entrar em combustão espontânea.  

 

Fico em pé e saio do quarto, descendo cada degrau da escada que levava para a sala, pensando se isso era uma boa ideia. Pensando melhor, é mais fácil eu não me importar com isso agora e ir enfrentar meus problemas. Querendo ou não, a vida está me dando uma chance de finalmente terminar o que estava inacabado, e eu vou agarrar essa chance com todas as minhas forças. Respiro fundo três vezes, antes de abrir a porta e dar de cara com Sasuke usando roupas casuais.  

 

— Oi.  

 

— Oi, Sasuke, pode entrar — respondo, dando passagem para ele. Ao fundo, pude ouvir meus pais vindo em nossa direção.  

 

— Filha, o que... SASUKE?  

 

— Dona Mebuki?  

 

— AHHHH, VOCÊS VOLTARAM! VOCÊS VOLTARAM! — Observo minha mãe correr até o moreno e o abraçar com força. Meu pai apenas tinha um sorriso no rosto.  

 

— Mãe, a gente não voltou... 

 

— O que foi, Sakura?  

 

— A gente não está namorando. Sasuke veio aqui apenas para a gente conversar. — Tento ficar calma, e agradeço mentalmente quando ela se afasta do Sasuke um pouco decepcionada.  

 

— Ah, tá bom... Eu vou terminar o seu bolo. Vem, Kizashi.  

 

— Tá bom. — Ele responde, seguindo minha mãe até a cozinha e me deixando sozinha com Sasuke. Fico um pouco envergonhada quando ele passa a me encarar, e demoro um pouco antes de falar alguma coisa.  

 

— Ah... acho melhor irmos para o meu quarto, lá a gente vai ter privacidade.  

 

— Se você diz. — Ele dá de ombros, vindo logo atrás de mim enquanto subíamos as escadas em silêncio. Abro a porta quando chegamos e nós dois entramos, apontando para uma pequena cadeira que ele sentou, enquanto eu me sentei na minha cama de frente pra ele. Passo a [encarar a] parede atrás dele, sem coragem de olhá-lo nos olhos. Quando percebo, ele tira um papel de seu bolso, e logo vejo que é uma foto.  

 

— Essa aqui é uma foto sua que nunca tive coragem de jogar fora. Mesmo quando terminei com você por telefone.  

 

— Por que a guardou?  

 

— Porque eu gostava de olhar para você quando me sentia solitário, ou quando me arrependia de ter me casado com Shion. — Entorto o nariz ao ouvir o nome dela.  

 

— E continua arrependido de ter se casado com ela?  

 

— Eu estou arrependido desde o minuto que liguei para o seu número naquele bar, Sakura.  

 

— Ah, é? Então vamos começar por aí, Sasuke. O que te levou a fazer aquilo, hum? Foi a bebida, ou tinha algo a mais que isso? — Me remexo desconfortavelmente na cama, tentando não baixar minha guarda. 

 

— Foi tudo. A bebida, o meu estado emocional, a minha mente que estava confusa e cansada na época... Eu não estava no meu normal naquele dia.  

 

— Tá, mas eu ainda não entendi o que te levou a terminar comigo naquele dia.  

 

— Shion tinha me influenciado. Eu estava no bar tentando disfarçar a saudades que sentia de você, já que eu estava em Hollywood e você aqui na casa dos seus pais. Como eu disse antes, eu estava muito confuso. Tudo estava me sufocando demais, e eu só queria que aquilo passasse.  

 

— E o que aconteceu? Você ficou bêbado e decidiu terminar comigo? — Minha voz sai sarcástica, mas isso porque eu estava frágil por dentro. E estava tentando a todo custo me manter firme.  

 

— Mais ou menos isso. Como Shion estava em Hollywood comigo porque ela também queria ser atriz, foi fácil dela se aproximar de mim e me seduzir. Ela atacou no momento em que eu estava mais frágil, Sakura. 

 

— Como assim?  

 

— Eu estava olhando para uma foto sua naquele dia. Até que ela chegou e nós começamos a conversar. Eu disse o que sentia pra ela, e Shion disse que você era o problema. Que era você quem estava me fazendo sentir assim, e que o único jeito para me fazer me sentir bem, era...  

 

— Terminando... comigo. — Suspiro chorosa. Aperto o lençol da minha cama, levantando minha cabeça e olhando-o nos olhos. Sasuke ou Shion não merecem minhas lágrimas, e eu não vou derramar nenhuma por eles!  

 

— Exatamente. Como eu estava bêbado, eu caí na lábia dela. Ela disse que eu estava apaixonado por ela, e que só ela poderia me fazer feliz. Eu acreditei.  

 

— Sasuke, você passou por um relacionamento abusivo?  

 

— Sim. Quando terminei com você, a primeira coisa que ela fez foi me arrastar para a casa dela e me fazer transar com ela, totalmente bêbado. Eu não liguei muito, e continuei fazendo o que ela dizia ser o certo. No dia seguinte, eu estava arrependido de ter terminado, e queria ligar para você e tentar explicar toda a situação. Mas ela nunca deixava. Ela até chegou a excluir seu contato do meu celular! E você tinha me bloqueado em todas as suas redes sociais, e quando fui te procurar na casa dos seus pais e você não estava lá, eu havia perdido as esperanças. Continuei com ela. Reprimi a vontade de largar tudo para me encontrar com você milhares de vezes... E quando eu finalmente explodi e decidi que queria tentar conversar com você... eu desisti.  

 

— Por... quê?

 

— Porque você tinha acabado de lançar seu álbum e estava trabalhando na sua carreira. Você tinha se tornado uma cantora de sucesso, e eu não queria estragar isso. Não queria encher o seu saco no melhor momento da sua vida.  

 

— E então você aguentou tudo isso calado? Por que você não fugiu, Sasuke?! Por que se obrigou a isso!?  

 

— Porque Shion estava grávida. — Arregalo meus olhos com essa informação. Então aquela garotinha é mesmo filha dele... — Eu não podia deixá-la enquanto estava gerando um filho meu. Filha, no caso. E quando ela nasceu, eu até pensei em deixar Shion, mas não queria que minha filha crescesse sem uma mãe. No fim das contas, eu só pude me separar dela recentemente.  

 

— Sim, eu vi na televisão. Foi um escândalo. — Ele concorda com a cabeça, e fico confusa quando ele abre um sorriso mínimo.  

 

— No fim das contas, eu ter me separado não melhorou apenas a minha vida, e sim a da minha filha também.  

 

— Como assim?  

 

— Shion fazia maldades com a garota, mas isso é assunto para outra hora. — O vejo abaixar a cabeça desanimado, e automaticamente estendo meu braço para colocar minha mão em seu ombro. — Bem, esse é o meu lado da história. E o seu?  

 

— Bem, na verdade não é nada muito complexo, porém me magoou do mesmo jeito. Sabia que eu estava prestes a te ligar naquele dia, para contar que meu álbum já estaria pronto e que finalmente poderíamos ficar juntos?  

 

— Não brinca?  

 

— Sério! Se você tivesse esperado eu falar, nada disso teria acontecido. Nós somos bem azarados. — Começo a rir e ele também, aproveito e me sento mais confortavelmente na cama.  

 

— E aí? Depois que eu fiz aquela burrada pelo telefone, o que aconteceu com você?  

 

— Eu pensei muito. Pensei mesmo. E como você, eu queria dar uma nova chance para nós porque no fundo, eu sentia que você estava mentindo. Só que...  

 

— Só que o que, Sakura? — Ele me encoraja a continuar, e sinto minha raiva ferver dentro de mim.  

 

— Eu... acabei descobrindo sobre você e Shion.  

 

— Como assim?  

 

— Vai se fazer de sonso agora, Sasuke? — Minha raiva aumenta quando ele me olha confuso. — Não está entendo? Então eu resumo tudo para você. Eu soube sobre as traições!  

 

— O que?! — Ele me olha totalmente confuso.  

 

— Shion me contou tudo, Sasuke. Ela disse que enquanto eu estava na casa dos meus pais e vocês em Hollywood atuando, você me traía com ela todas as noites!  

 

— Sakura, isso não é verdade!  

 

— E como eu posso acreditar em você? Ela fez questão de me mandar fotos de vocês dois na cama enquanto eu estava sendo trouxa!  

 

— Eu nunca te traí! Você não vê? Shion criou um plano maquiavélico para nos separar! — A partir daí nós já estávamos gritando um para o outro, sem se importar com mais nada.  

 

— Sasuke, quando nós estávamos na escola eu via com meus próprios olhos o jeito que ela te olhava! E tudo só piorou quando vocês dois foram para Hollywood juntos!  

 

— Você sabe muito bem que ela tinha ido comigo porque na época nós éramos amigos! Sakura, acredite em mim, por favor, todo o tempo que eu fiquei lá eu nunca sequer pensei na ideia de ficar com outra mulher!  

 

— E como diz isso com tanta certeza?  

 

— Porque eu te amava e continuo amando! — Ele grita por fim, me deixando estática e ofegante. Eu não pensava em mais nada, a não ser nas suas últimas palavras. Notei quando Sasuke deu um passo na minha direção e agarrou minha cabeça, o fazendo olhar diretamente em seus olhos. — Sakura, Shion inventou mil mentiras para nos atrapalhar. Eu sei que nosso namoro foi conturbado. Eu fiquei distante por causa dos filmes, depois você ficou distante por causa do seu álbum; mas nós podíamos superar isso! Nós íamos superar isso. E eu te amava demais para poder te trair com outra pessoa. E por incrível que pareça, eu ainda te amo com todas as minhas forças. Eu não estou pedindo para que você se jogue nos meus braços e que voltemos a namorar, fingindo que nada aconteceu, mas peço que compreenda toda a situação. E que se dê uma chance de enxergar a verdade.  

 

— Que verdade? — sussurro contra seus lábios.  

 

— De que você me ama também. — Dito isso, Sasuke finalmente juntou nossos lábios num beijo lento, mas cheio de sentimentos. Havia de tudo, mas principalmente, saudades. E eu sabia disso. Por isso, me entreguei totalmente neste breve momento, aproveitei e curei a saudade que Sasuke havia deixado em mim. Até que nos separamos ofegantes, com ele ainda me olhando.  

 

— Eu...  

 

 — Não precisa dizer nada agora, Sakura. Tire um tempo para pensar. E quando você tiver uma resposta, você sabe como me achar. Contudo, eu tenho que te fazer uma pergunta. Antes, nós não tínhamos tempo para nós dois, porém agora, nós temos. Se esse foi o único problema naquela época, o que nos impede de sermos felizes agora? — Ele me oferece um último sorriso, antes de se desvencilhar de mim e caminhar até a saída do meu quarto. Por fim, suspiro triste quando ele sai pela porta, me deixando para trás, devastada.  

 

 

[...] 

 

 

Sarada 

 

 

 

Sorrio com o vídeo que a titia Hinata me mandou. Eu não estava acreditando que tudo estava dando certo, e que a Saky H tinha feito um vídeo só para mim mostrar na escola. Será que dessa vez as pessoas vão acreditar em mim? Elas têm que acreditar, eu não aguento mais ser esculachada todos os dias por algo que eu não inventei! Fecho os olhos com força, e me sento confortavelmente no banco. Quando o pensamento de que eu estava indo para a escola invade minha mente novamente, sinto minha ansiedade crescer dentro de mim. 

 

— Tá pronta, Sarada? — Boruto perguntou, colocando sua mochila no banco. A gente estava indo para a escola, meio que a contragosto. Mas tento parecer feliz para não chatear o Boruto. 

 

— Estou sim! — Sorrio quando vejo que o carro começou a andar.  

 

— Está nervosa?  

 

— Na verdade, sim! Sua mãe disse que já está tudo certo com o show da Saky! Aliás, você não se importa de ceder o seu aniversário para que eu tenha o show?  

 

— Não. Na verdade, eu não me importo. Se for pra te fazer feliz, não tem problema! — Ele sorri para mim, e sinto minhas bochechas se esquentarem.  

 

— Eu te agradeço muito, de verdade.  

 

— Não se preocupe, Sarada. Mas você vai ter que dançar comigo quando a Saky cantar uma música lenta. Fechado?  

 

— Fechado! — Sorrimos um para o outro. Após isso, me viro para o meu lado da janela e começo a ver a paisagem. Eu mal estou conseguindo pensar direito! Sério! Só de imaginar que a Saky H vai estar cantando para mim daqui seis dias, eu... eu nem sei o que falar! Mas algo também me preocupa. Tipo, qual será a reação do papai? Será que ele vai ficar bravo comigo? Ele me disse que não era pra eu fazer a minha inscrição no sorteio da Sakura, mas... e se ele descobrir que eu fiz? Ah, e também a tia Hinata meio que me obrigou a fazer minha inscrição e colocar o sobrenome dela, mas não me explicou o porquê. Tem algo de errado nessa história, eu tenho certeza disso. Por enquanto, ninguém quis me contar. Porém, isso não significa que eu não vá descobrir. 

 

— Sarada, nós já chegamos.  

 

— A-Ah, tudo bem. — Rio sem graça e pego minha mochila. Fico ansiosa, encarando as meninas que implicaram comigo por causa da Sakura me esperando no portão da escola. Mas apenas levanto a cabeça e fico firme. Dessa vez, eu não vou abaixar minha cabeça! Pois agora eu vou fazê-las pagarem por tudo o que elas me chamaram quando disse que eu iria conhecer a Saky H. A cantora favorita delas. Seguro firme a alça da mochila, respirando fundo e pensando que eu teria que ser forte. 

 

 A Saky H vai me dar forças para isso.  

 

Mais uma vez, a Saky H vai salvar minha vida.