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História Popular girl - Fingir perante o desespero


Escrita por: soulliber

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 9 - Fingir perante o desespero


A minha festa havia passado tão rápido que já era quarta feira. Tudo tinha sido perfeito, eu tinha comido a vontade, tinha bebido e tinha dançado. Eu não me lembro de como voltei para casa, mas o olhar bravo da minha mãe na segunda feira respondeu algumas das minhas dúvidas. Justin e eu passamos a madrugada de segunda para terça conversando quais dias eram melhores e que desculpas iríamos inventar, confesso que aquela sensação de não poder assumir o que tínhamos me incomodava, porém eu decidi pensar no agora. 

 

Ainda era cedo e tínhamos combinado nos encontrar hoje depois do meu treino. Especialmente hoje eu sairia as quatro da tarde, todo mundo sairia, então eu pegaria um uber e encontraria Justin longe do colégio. Eu estava com muito medo de que não desse certo ou que ele desistisse, se alguém nos descobrisse eu estaria perdida. 

 

Continuei penteando meus cabelos e notei pelo espelho minha mãe parada na porta. 

 

– Precisamos conversar. - falou séria - Quero falar sobre faculdade. 

 

– Faculdade? - perguntei desanimada. 

 

– É, não trate desse assunto com desanimo. - veio até o meu lado - Já está na hora de você parar com essa gracinha de líder de torcida e focar em algo que realmente importa. 

 

Tentei não parecer irônica. 

 

– Como assim? 

 

– Você vai olhar as atividades extracurriculares do seu colégio e vai entrar em qualquer uma. - falou séria - Não importa se é o clube do livro, de desenho, só quero que entre em alguma para facilitar a sua entrada na faculdade. 

 

Fiquei em silêncio. 

 

– E eu não preciso falar de notas baixas preciso? - neguei com a cabeça - Ótimo, então estamos conversadas. 

 

Assim que minha mãe saiu joguei o pente na pia do banheiro e bufei. Se já não bastava a correria que andava a minha vida, eu ainda tinha que entrar em atividade extracurricular? Já tínhamos começado o semestre há alguns meses o que significaria que eu não teria muitas opções. 

 

Alisei minha saia e peguei minha mochila, alcançei meu celular e vi que Justin havia me mandando uma mensagem. 

 

 

 

Mal posso esperar para te ver hoje, qualquer coisa me liga 

 

 

Eu também estou ansiosa :) e sim qualquer coisa eu ligo 

 

 

Boa garota 

 

 

 

Desci as escadas sorrindo boba e mordi a bochecha ao encarar minha mãe, Robert não estava na mesa e Dulce estava no fogão preparando alguma coisa. Me sentei normalmente e tomei um gole de café, aquele dia seria longo porém eu mal podia esperar para ver Justin.  

 

Tomamos café em silêncio e tudo o que eu ouvia era o barulho da louça sendo lavada. Saímos quinze minutos antes do sinal bater e pude perceber que minha mãe não estava nos seus melhores dias. 

 

– Mãe por que você está assim? - ela bufou. 

 

– Seu pai ligou, disse que não conseguiu falar com você no seu aniversário e me ameaçou. - falou com raiva - O que você tem na cabeça? Sabe o quanto isso vai prejudicar nós duas? 

 

Eu já sentia vontade de chorar. 

 

– Eu não quero falar com ele, eu já tenho um pai presente na minha vida e ele se chama Robert. - falei mal humorada. 

 

Cruzei os braços e olhei para frente. 

 

– Não é assim que a justiça vai pensar. - me olhou também mal humorada - Ligue para ele hoje e diga que seu celular estava com algum problema. 

 

Bufei. 

 

– Ágatha eu não posso arriscar ser processada por alienação parental. - assim que as palavras saíram de sua boca eu me assustei. 

 

– Ele que tivesse pensando isso antes de te trair. - quase gritei - Você não precisa falar mal dele, eu apenas vi tudo o que aconteceu, nunca fui cega. 

 

Mamãe soltou um longo suspiro e olhou pelo retrovisor, estávamos quase chegando no colégio. 

 

– Se ele não tivesse nos deixado você não teria a vida que tem. - falou baixo - Aconteceu porque tinha que acontecer, foi uma escolha dele, não nossa, não somos culpadas de nada, tente disfarçar quando ligar para ele ok? 

 

Concordei com a cabeça e sai do carro rapidamente, estava tendo engarrafamento para variar. Engoli seco assim que entrei no grande corredor de entrada e pude ver Maria Alice encostada no armário conversando com um dos caras do time. Fingi que não percebi sua presença e fui encher minha garrafinha, senti meu celular vibrar e nem um minuto depois Dylan aparecia ao meu lado. 

 

– Você não viu que eu estava te ligando? - perguntou estressado.  

 

– Eu estou enchendo a minha garrafinha. - falei igualmente estressada. 

 

– Por que está estressada? - perguntou já na defensiva. 

 

– Porque meu pai é um idiota. - falei dando um gole na minha água. 

 

– O que Robert fez? - perguntou curioso. 

 

– Não Robert, o que mora na França. - dei de ombros - Eu não quero falar com ele e ele acha que minha mãe está me obrigando a isso. 

 

– Então é só falar com ele. - falou como se fosse simples. 

 

Bufei e fui até o meu armário. 

 

– Você nunca me contou o que aconteceu entre ele e a sua mãe. - falou vindo atrás de mim. 

 

– Não contei e nunca vou contar. - falei com raiva. 

 

– Ninguém aqui no colégio sabe, nem Maria Alice. - falou me olhando franzino o cenho - Por quê? 

 

– Talvez porque eu não me sinta confortável falando dele ou do passado. - peguei meu livro da minha próxima aula - Se você prestasse atenção ao seu redor veria isso. 

 

Fechei a porta do meu armário com força e sai andando em sua frente. Eu estava tão estressada, como ele tinha coragem de ligar para a minha mãe e ameaça-la? Eu podia sentir pequenas lágrimas se formarem em meus olhos, Dylan sendo idiota como sempre só piorou a minha situação. Entrei no banheiro na última cabine, eu precisava ficar um tempo a sós, eu precisava pensar. 

 

Respirei fundo e apertei meu livro com força, não evitei chorar, ele era uma pessoa horrível que tinha nos feito sofrer por anos com sua ausência e agora queria participar da minha vida? Eu não entendia. 

 

Funguei e senti meus ombros balançarem pela intensidade do meu choro. Eu deveria estar horrível, eu me sentia horrível, graças a Deus eu iria ver Justin hoje, podia ver uma luz do fim do túnel só de pensar nele. Com certeza ele iria pensar mais racionalmente sobre tudo. 

 

Abri a porta não ouvindo nem um barulho no banheiro e fui até a pia, assim que fazia uma concha com a mão para lavar meu rosto a porta se abriu. 

 

– Aí meu Deus Ágatha você está bem? - ouvi a voz de Philipa e fiz uma careta, ótimo todos saberiam que eu estava chorando. 

 

– Está sim. - falei limpando os resto de rímel dos meus olhos. 

 

– Olha eu tenho um rímel na minha bolsa, aposto que vai ajudar. - ela se aproximou e eu consegui dar um meio sorriso. 

 

Peguei o rímel da sua mão e sorri fraco. 

 

– Obrigada Philipa, é muito gentil da sua parte. - sorri fraco e tentei limpar com papel embaixo dos meus olhos. 

 

– O que foi que aconteceu? Está tudo bem? - me olhou quase triste. 

 

– Nada de importante, já passou. - sorri fraco. 

 

Passei o rímel e tentei respirar fundo, tomei um gole da minha água e Philipa ainda me olhava. 

 

– Se precisar de alguém estou aqui, nós garotas precisamos nos ajudar. - quase voltei a chorar ao olhar para ela. 

 

– Obrigada. - sorri fraco - Eu tenho que ir para a aula. 

 

– Nós temos. - ela também sorriu fraco. 

 

Nos despedimos fora do banheiro e eu podia sentir a vergonha por ter sido pega chorando, minhas bochechas estavam vermelhas e minha respiração acelerada. Eu só queria entrar na aula, estudar qualquer coisa que o professor passasse e voltar para casa. 

 

Eu ainda tinha que ligar para meu pai e pedir para não processar a minha mãe. Suspirei e todos os olhos da sala foram em mim e pela primeira vez na vida me sentei na frente. 

 

A única pessoa que eu conhecia que fazia aula comigo era uma garota que também era líder de torcida, ela franziu o cenho e eu abri meu caderno ignorando os olhares ao meu redor. Eu não podia querer me sentar na frente pelo menos um dia? 

 

Quase bati na minha testa ao lembrar das atividades extracurriculares, ainda tinha isso, meu Deus. 

 

Diferente do que eu pude pensar, prestar atenção naquela aula me ajudou a esquecer o crescente aperto em meu peito. Pude perceber que o professor estranhou eu me sentar na frente, mas de agora em diante eu tinha que pensar na faculdade - eu só esperava não ficar parecida com Dylan. 

 

Os períodos foram passando e perdi todo meu intervalo procurando atividades extracurriculares. Entrei para o clube do livro e esperaria o próximo semestre para começarem outras atividades. Eu já possuía algumas em mente, uma delas era dar aulas de reforço escolar que era totalmente bem vista em todas as faculdades. 

 

Eu me sentia bem em estar fazendo coisas para o meu futuro, porém desanimada com o clube do livro. Iríamos nos reunir uma vez por semana e comentaríamos algum livro, incrivelmente entediante. 

 

Suspirei mais uma vez e pisquei, ninguém havia falado nada sobre meu choro no banheiro o que era algo bom, porém eu já esperava Dylan me enchendo de perguntas. Eu sentia muita vergonha e muito rancor em contar sobre o que meu pai tinha feito, não gostaria de que ninguém soubesse dessa parte da minha vida. 

 

As últimas aulas se passaram arrastando e eu não vi ninguém conhecido nelas. Praticamente me forcei a ir até o carro da minha mãe, quando eu chegasse em casa teria que ligar para meu pai. Respirei fundo e não toquei no assunto com a minha mãe, seu humor não havia melhorado e tinha certeza que o de Robert também não estaria nos melhores, ele também odiava o meu pai. 

 

Assim que o carro parou na rampa da garagem, respirei fundo outra vez e passei direito pela sala até o meu quarto. Eu queria ligar logo e inventar as melhores desculpas que podiam sair da minha cabeça. Me sentei na minha cama e já podia sentir toda a angústia no meu peito. 

 

Procurei nos contatos por seu número e apertei em desbloquear, suspirei e apertei em ligar. Em Paris deveria ser noite, porém não me importei. 

 

Quando achei que fosse dar na caixa postal para o meu alívio, ele atendeu. 

 

– Ágatha! - quase gritou - minha filha, como está? Estou esperando sua ligação o dia inteiro. 

 

Minha garganta ardeu, eu queria chorar. 

 

– Estou bem. - falei quase perdendo a voz - A escola está muito puxada. 

 

– Ah sei que está em uma particular agora. - falou calmo - Eu te liguei porque queria te desejar parabéns, mas o número estava indisponível, não entendo. 

 

Engoli seco. 

 

– Eu devo não ter visto, foi uma correria esse final de semana, ganhei uma festa surpresa na sexta também. 

 

Uma lágrima caiu pela minha bochecha, falar com ele como se nada tivesse acontecido estava esmagando meu coração. 

 

 – Ah eu fico tão feliz por você ter vários amigos por aí, quando você era criança sempre teve poucos amigos. - falou parecendo sorrir enquanto falava. 

 

– Mas agora eu mudei, se você... 

 

Cortei minha fala na mesma hora, se ele fosse presente? Eu não queria que ele fosse assim, queria esquecer dele. 

 

– Se eu visse? - riu - Eu gostaria de participar mais da sua vida meu amor, mas está tão difícil e você sabe, não sou um cara rico como ele. 

 

– Não é questão de dinheiro. - falei rápido. 

 

– Então se eu comprasse uma passagem para você, viria até mim nas férias? 

 

Óbvio que não. 

 

– Se você retirar o que disse eu vou. - falei tensa, a vontade de chorar tinha passado. 

 

– E o que eu disse de errado? - perguntou claramente confuso. 

 

– Você disse que iria processar minha mãe. - respirei fundo - Ela não fala mal de você. 

 

Segurei minha língua para não dizer, que ela não precisava dizer, eu já sabia. 

 

– Irei comprar as passagens. - falou confiante - Quero me envie os dias em que ficará de férias, tudo bem? 

 

– Tudo. - falei desanimada. 

 

– Filha? - deu uma pausa - Quero que me envie as fotos de seu aniversário também. 

 

– Posso enviar pelo Instagram. - falei aparentemente calma. 

 

– Ah tudo bem, irei te mandar meu nome por mensagem. - ele parecia estar mais animado - Mal posso esperar para ter você nos meus braços de novo filha, quando chegar aqui te darei um presente bem grande. 

 

– Não precisa de presente. - falei já sentindo um nó na garganta. 

 

– Eu faço questão, aliás, feliz aniversário meu amor. 

 

– Obrigada. - falei um pouco seca. 

 

– Então estamos combinados, Victoria irá ficar muito feliz com sua vinda. 

 

– Até mais. 

 

E desliguei. 

 

Limpei algumas lágrimas, não foi tão ruim quanto eu pensei, ele não gritou ou xingou a minha mãe o que foi bom. Respirei fundo, como iria contar para a minha mãe que eu iria visitar ele na França? Puta merda, todos iriam ficar uma fera. 

 

Desci as escadas como se estivesse passando por um campo minado, não ouvia os barulhos ao meu redor, apenas meu coração batendo forte. Respirei fundo, minha mãe estava em seu celular com a mesma cara. 

 

A ligação parecia ter durado horas, não apenas alguns minutos. 

 

– Ele não vai te processar. - falei baixo, imóvel. 

 

– O quê? - me olhou jogando o celular na mesa. 

 

– Ele não vai te processar. - falei dessa vez em alto e bom som - Conversei com ele, mas tem um porém. 

 

Engoli seco, pude ver pela minha visão panorâmica que Robert estava encostado na pia, apenas ouvindo nossa conversa. 

 

– O que você fez Ágatha? - perguntou nervosa, podia ver que estava tentando se controlar para não gritar. 

 

– Eu terei que ir para a França. - falei baixo. 

 

– Não! - dessa vez não poupou esforço para gritar - Você é a minha filha, você tem que ficar aonde eu estiver. 

 

Podia ver medo e raiva em seu olhar. 

 

– São só por alguns dias. - ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas. 

 

– Eu perdi a fome, não vou almoçar. - saiu da cozinha como um furacão. 

 

– Tem certeza que é isso que quer Ágatha? - Robert perguntou calmo. 

 

– Não, não quero. - me apressei em dizer - Eu pedi para ele não processar a minha mãe e ele disse que queria que eu fosse nas férias. 

 

– Vamos pensar melhor sobre isso - antes de sair da cozinha parou ao meu lado - sua mãe não vai aguentar ficar sem você, teremos que pensar em outro jeito. 

 

Concordei com a cabeça e fui até as panelas, eu tinha que comer alguma coisa, estava morrendo de fome. Olhei em meu celular, não tinha nenhuma mensagem. 

 

Suspirei e coloquei um pouquinho de cada coisa no meu prato. Me sentei na mesa e não ouvi nenhum barulho pela casa, respirei fundo. Eu sabia que todos iriam reagir mal, por que eu sempre tinha me complicar? 

 

Mastiguei a comida o mais rápido que eu consegui, eu teria que ir ao treino daqui uma hora e meia, não fazia ideia se minha mãe iria sair do quarto. Terminei minha comida, deixei a louça na pia e subi as escadas, novamente mais silêncio pelos cômodos. Entrei no meu quarto fechando a porta em seguida, peguei minha bolsa de treino e tudo estava nos conformes. Anotei na minha lousa meu novo compromisso semanal e me joguei na cama sentindo muita dor de cabeça. Os últimos minutos tinham sido intensos, eu nem sabia como reagir sobre a minha mãe, o que eu podia fazer? Parte de mim sentia que algo ainda iria acontecer e isso me assustava, gostava das coisas do jeito que estavam. 

 

Fechei meus olhos e tentei por tudo esquecer o que eu tinha provocado. Só voltei a abrir meus olhos quando meu despertador tocou, engoli seco e sai da cama indo até o banheiro. Escovei meus dentes e troquei minha roupa. Um short de malha preta com uma regata preta, tênis amarrados e eu corria descendo as escadas. 

 

Nem Robert e nem minha mãe tinham dado sinal, então pedi um uber contragosto. Eu já teria que pedir outro uber naquela tarde e eu não estava muito afim de ter que dar explicações sobre duas corridas extras no mesmo dia. 

 

Esperei meu motorista e assim que entrei no carro bati o pé apressada. Se eu desse alguma bola fora, seria motivo suficiente para ser expulsa do time. Assim que o carro estacionou em frente ao ginásio, desci do carro e corri sabendo do meu atraso. 

 

Cheguei jogando minha bolsa no chão e me coloquei em meu lugar. Crystal deu um sorriso de canto e me olhou como se perguntasse o por que do meu atraso. 

 

– Meu uber atrasou, desculpe meninas. - falei rápida. 

 

– Agora que a Ágatha chegou, vamos começar. - bufei internamente e me coloquei em posição.  

 

 

 

 

               

 

 

 

 

 

Assim que Crystal havia nos dispensado, meu coração havia disparado. Eu sentia a ansiedade percorrer todo o meu corpo, enquanto eu tomava uma ducha no vestiário sentia que minhas mãos tremiam. Sai do chuveiro e me enrolei numa toalha, troquei de roupa e fui pentear meu cabelo. Enquanto eu me olhava no espelho, uma luta acontecia entre meu cabelo e eu. 

 

– Esta tudo bem com você? - Maria Alice sussurrou ao meu lado. 

 

– Problemas familiares. - sussurrei de volta, não era total mentira. 

 

– Quer aproveitar que vamos sair mais cedo e ir ao shopping? 

 

Suspirei demorando para responder. 

 

– Eu realmente quero ficar sozinha amiga. - senti meu coração doer por tratar Maria Alice assim - Desculpe, podemos marcar outro dia uh? 

 

Ela concordou com a cabeça e torci internamente para que ela não ficasse brava. Eu queria poder dizer que iria me encontrar com Justin, mas algo me dizia para não confiar nela. Algo entre Dylan e Maria fazia com que os dois explodissem enquanto brigassem, e se ela jogar na cara dele minhas traições? 

 

Há tempos não acredito mais ser apaixonada por Dylan, Justin ocupa todos os meus pensamentos, eu só não fazia ideia se era a hora certa de terminar meu relacionamento. Tudo iria depender de Justin. 

 

Terminei de pentear meu cabelo e joguei minhas coisas na minha bolsa de treino. Eu usava uma regata branca e um short jeans escuro. Amarrei meu tênis e peguei meu celular, me despedi de Maria com uma mão e com a outra eu entrava nas conversas com Justin. 

 

Não possuía nenhuma mensagem sua, o que fez surgir uma careta no meu rosto. Ainda tremendo digitei uma mensagem. 

 

 

 

Estou pedindo o uber, vou sair do ginásio agora 

 

 

 

Mordi os lábios e digitei o destino que marcamos de nos encontrar. Próximo ao motel possuía uma conveniência e Justin me esperaria em seu carro na rua de trás. 

 

Assim que meu motorista chegou meu estômago afundou, senti que podia vomitar a qualquer momento. Estava com tanto medo de ser pega e o que me assustava mais era a falta de resposta dele, o que custava me responder? 

 

Enquanto eu olhava a paisagem, meu celular vibrou. 

 

 

 

Estou indo para a conveniência agora, a reunião demorou alguns minutos além do previsto 

 

 

 

Mordi os lábios e parte da minha tensão foi aliviada. Mentalmente eu torcia para que o motorista demorasse, porém o universo não estava conspirando ao meu favor. Em vinte minutos tínhamos chegado na conveniência e eu descia do carro com aquela bolsa enorme.  

 

Apertei em ligar e no terceiro toque Justin atendeu. 

 

– Já está aí? - falou rápido. 

 

– Sim, estou. - respondi impaciente. 

 

– Por que não compra alguma coisa na conveniência? Estou quase chegando. - não acreditei em sua palavras. 

 

– Justin pelo amor de Deus chega logo. - reclamei ainda parada no mesmo lugar. 

 

– Entra na conveniência, você vai ver que vou chegar rapidinho. - falou baixo - Estou no trânsito, tenho que ir. 

 

– Tá. - bufei e desliguei a chamada. 

 

Dei alguns passos preguiçosos e ainda podia sentir meu coração disparado. Meu maior medo era ser reconhecida por alguém e todo o plano de Justin ir por água a baixo. Entrei na conveniência e fui em direção ao doces, como eu estava estressada doces iriam me ajudar. 

 

Comprei balas e alguns chocolates, masquei um chiclete de menta para garantir um bom hálito e quando eu estava terminando de devorar um chocolate com caramelo, vi o carro de Justin estacionar. Ajeitei minhas coisas no meu ombro e abri a porta. 

 

– Você parece ter comprado a conveniência inteira. - falou me ajudando com a minha bolsa. 

 

– Se você tivesse sido mais rápido, talvez eu não compraria. - falei um pouquinho estressada. 

 

Ele sorriu e puxou meu rosto próximo do seu, após eu me sentar no banco. 

 

– Você parece impaciente. 

 

Estávamos tão próximos que pude sentir sua respiração em meu rosto. Umedeci meus lábios e não pude deixar de fazer um carinho suave em seu rosto, o que eu tinha esperado o dia inteiro estava na minha frente. 

 

– Finalmente. - quando menos vi a palavra saltou da minha boca e eu aproximei nossos lábios. 

 

Sua língua contornou a minha e toda a tensão que eu sentia pareceu sumir. Tentei nos aproximar mais afim de ter mais contato e sua mão foi parar na minha perna. Chupando meu lábio, Justin se afastou com um selinho. 

 

– Eu também esperei por isso o dia todo. - falou baixo - Vamos antes que acabemos ficando aqui. 

 

Soltei uma risada e concordei com a cabeça. Me ajeitei no banco e coloquei meu chocolate no porta luvas. 

 

– Como foi seu dia? - perguntou calmo e eu suspirei. 

 

– Eu preciso te contar algumas coisas. 

 

Me olhou receoso. 

 

– Então conte. - pude perceber que ele estava tenso. 

 

– Quando chegarmos lá é melhor não? - ele concordou com a cabeça e eu fingi não perceber quão tenso ele tinha ficado. 

 

Nessas horas gostaria de saber o que se passa pela cabeça de Justin, ele sempre parecia pensar na pior das hipóteses. 

 

Passamos pelo mesmo processo, interfone, chaves e escadaria. Assim que chegamos no quarto Justin foi direito na garrafa de champanhe, o quarto parecia ser bem parecido com o outro. Mordi os lábios e tranquei a porta. 

 

– Então. - falei baixo - Não sei como começar. 

 

Soltei uma risada nervosa e Justin me olhou intensamente, não preciso citar quão intimidada eu estava. 

 

– Que tal do início? - se sentou na cama e tirou sua gravata a jogando na mesa de cabeceira. 

 

– Tá bom. - tirei meu tênis e fui até a cama. 

 

Eu não queria parecer tão grudenta, mas eu queria estar perto de Justin de alguma forma. Me sentei ao seu lado e peguei em sua mão, notei que ele estava começando a ficar impaciente. 

 

– Meu pai ameaçou processar a minha mãe por alienação parental. - falei direta, a vergonha era explícita na minha voz - Se lembra do que eu contei? 

 

Ele concordou com a cabeça. 

 

– Eu bloqueei o número deles há tempos, sério nem me lembro de fazer isso. - dei de ombros e ele apertou a minha mão - Então eu liguei para ele contra vontade. 

 

– E ele vai retirar o processo? 

 

– Ele nem deu início Justin, graças a Deus, mas infelizmente - respirei fundo - ele quer que eu fique alguns dias na França, nas férias. 

 

– Não. - falou rápido - Isso está fora de condições, por que agora ele quer você la? 

 

– Sinceramente não sei, ele sempre fingi que não aconteceu nada. - me sentei em seu colo - A minha mãe reagiu muito mal a notícia, o que você acha que devo fazer? 

 

Ele encarou os meus olhos e pude ver irritação, mais um que não gostava do meu pai. 

 

– Você pode enrolar ele. - deu de ombros - Não deve ser tão difícil. 

 

– Não sei sabe. - falei baixo - Mas uma coisa eu sei, não quero ir. 

 

– Ele não pode te obrigar a ir. - falou sério - Você não quer. 

 

Suspirei. 

 

– Por que você está tão tenso? Até parece que é com o seu pai. - falei escorando minha cabeça em seu peito, seus braços me rodeavam. 

 

– Não gosto de saber que você vai para longe de mim. - me apertou - Eu quero você perto de mim. 

 

Não pude conter um sorriso e aproximei nossos lábios outra vez num selinho. 

 

– Você também não é como eu pensei que fosse sabia? - falei me sentando agora com uma perna de cada lado. 

 

– Acho que isso é bom. - falou colocando suas mãos na minha bunda. 

 

– É ótimo. - soltei uma risada - Uma hora não vai ser o suficiente. 

 

Reclamei e ele alisou minhas costas até a minha bunda. 

 

– Vai ter que ser - mordeu minha orelha me fazendo rir - é melhor do que nos vermos sei lá, daqui um mês? 

 

– Eu queria ver você todos os dias, mas... 

 

– Por enquanto será assim. - e dando fim a nossa conversa, finalmente beijou meus lábios. 

 

Abri meus lábios afim de dar mais espaço para nosso beijo, chupando minha língua pude sentir suas mãos subirem minha regata. Dando um forte aperto em meus seios, separando nossos lábios tirei meu short e minha calcinha, já tínhamos feito tanta coisas juntos que eu nem sentia vergonha mais. 

 

Abri os botões de sua camisa azul e mordi os lábios ao passar minhas mãos até o caminho da felicidade. Fiquei de quatro na cama e puxei suas calças, beijei desde o seu maxilar até estar perto do cos de sua cueca. Passei minhas mãos pelos seus gominhos e finalmente puxei sua cueca. 

 

Me afastei apenas para ter a visão de como Justin estava. 

 

Enquanto mordia os lábios seus olhos pareciam queimar em meu corpo nu. Sua camisa semi aberta e suas calças até nas suas pernas, algo se acendeu nas minhas pernas e me apressei para o chupar seu pau. Me abaixei e masturbei seu membro o colocando na boca logo em seguida, chupei com força indo até o final. Pequenas lágrimas saiam dos meus olhos, porém todo o tesão que eu sentia parecia anular o desconforto. 

 

Colocando meu cabelo num rabo de cavalo, seus quadris começaram a se mover e quando pensei que ele iria gozar na minha boca suas mãos puxaram meus cabelos com força. 

 

Praticamente me jogando na cama, Justin se livrou de sua camisa numa rapidez e logo estava nu na minha. Não contive meus olhares em seu corpo, tão gostoso, tão lindo. Abrindo minhas pernas e segurando minhas coxas, seu membro deslizou em minha buceta com facilidade. Seu vai e vem lento logo mudou para uma sequência de intocadas brutas. 

 

– Justin! - gritei seu nome em meio ao prazer que eu sentia. 

 

Meus seios balançavam, a cama parecia ranger e eu quase gritei quando cheguei ao meu orgasmo. Apertei os dedinhos do meu pé e mordi os lábios. 

 

– Isso é tão bom! - gemi em seu ouvido e ele apertou minha bunda, seu membro ainda fazia fricção com a minha intimidade. 

 

Me colocando de quatro, apoiei meu rosto no travesseiro e senti seus dedos no meu clitóris. Tentei me soltar de seu aperto, eu estava tão sensível que achei que não iria aguentar tanto prazer. 

 

O sexo com Justin parecia ser melhor apenas por ser com ele. 

 

Apertei a fronha e mordi meus lábios, suas intocadas brutas continuavam e seus rugidos soavam animalescos pelo quarto. Não soube em que momento eu comecei a morder a fronha para me conter, mas não adiantava meus gritos ainda soavam pelo quarto. 

 

Com dois dedos seus alcançaram meu clitóris e choraminguei, por que Justin fazia aquilo comigo? Mesmo querendo durar mais tempo, vi estrelas sentindo um orgasmo forte me atingir. Mordi a fronha e não me contive ao gemer. 

 

Senti a porra de Justin me preencher e desabei na cama. Eu podia sentir seu gozo descer pelas minhas pernas. 

 

Fiz uma careta ao sentir ele se jogando na cama, senti sua mão nas minhas costas e sorri contra o travesseiro. 

 

– Puta merda. - se levantou da cama. 

 

– O que foi? - perguntei ainda imóvel, eu estava acabada. 

 

– Nossa uma hora já acabou faz tempo. - colocou sua calça com rapidez - Ágatha sério, temos que ir. 

 

Bufei e me levantei da cama, procurei com meus olhos minhas roupas e fui até elas morrendo de preguiça. No banheiro tentei me limpar o mais rápido possível e coloquei minha regata, minha calcinha e meus shorts. Me sentei na cama e Justin digitava algo em seu celular. 

 

– Você tem um compromisso agora? - perguntei torcendo para ele não se importar com a minha pergunta. 

 

– Sim senhora. - recusou uma ligação - Nós vamos fazer assim, vou te levar até a conveniência e você pede o uber de lá ok? 

 

Acenei positivamente e me levantei da cama, quando eu passava por Justin seus braços me prenderam. 

 

– Não fique chateada. - me olhou preocupado - Só... 

 

Ele suspirou e eu dei um selinho em seus lábios. 

 

– Esta tudo bem. - sorri fraco - Obviamente eu gostaria de ficar mais, porém... 

 

Ele sorriu e me abraçou, os segundos daquele abraço ficariam gravados para sempre em minha memória. 

 

– Vamos. - falou baixo e pude perceber que seus olhos ainda procuravam por alguma chateação em meu rosto, porém não demonstrei. 

 

Descemos as escadas e saímos por outro portão. Assim que estacionamos atrás da conveniência, pedi outro uber. 

 

– O que Robert falou sobre a França? - quebrou o silêncio. 

 

Deixei meu celular de lado e mordi os lábios. 

 

– Ele disse que iríamos dar um jeito, mas não vejo como. - suspirei - Vamos tentar esquecer isso, tem alguns meses até as minhas férias. 

 

– Junho já está chegando Ágatha. - falou baixo - Os meses vão passar rápido e quando menos esperarmos você vai estar na França. 

 

– Não vou ficar todas as minhas férias lá. - falei sendo sincera - Vou tentar ficar no máximo uma semana. 

 

– Duvido que ele irá concordar com isso. - falou prepotente, como se soube de tudo no mundo - Mais uma coisa que eu vou ter que fingir que não me aborrece. 

 

– O quê? - perguntei surpresa - Que coisas estão te aborrecendo? 

 

O olhei preocupada, não sabia de que lugar do meu corpo saia tanta insegurança quando o assunto era Justin Bieber. 

 

– Nada, não vou aborrecer você, só - me olhou e negou com a cabeça - olhe no aplicativo, já deve estar chegando. 

 

Suspirei pela falta de resposta e notei que um carro estacionava naquele exato momento. 

 

– Até mais. - falei baixo. 

 

Depositei um selinho em seus lábios e sai do carro com a bolsa de treino no meu ombro. Entrei no carro cumprimentando o motorista sem nenhum ânimo e quase pulei de felicidade ao chegar em casa. Parecia que não havia ninguém em casa, então subi até o meu quarto sem pressa. 

 

Joguei minha bolsa no chão e fui até o banheiro, o perfume de Justin parecia impregnado no meu corpo e eu não sabia como lidar com aquilo. Percebi tarde de mais que lágrimas silenciosas rolavam pelo meu rosto, neguei com a cabeça. 

 

Eu tinha vivido tantas emoções naquele dia que mal sabia porque estava chorando. Tentei vasculhar minha mente e um desespero me ocorreu. 

 

– Não. - falei aflita - Não. 

 

Repeti varias vezes na minha cabeça a palavra não até perder o sentido. Eu não podia ter feito isso, não podia ter caído nessa furada. 

 

Percebi só naquele momento que estava chorando por medo. 

 

Medo de estar apaixonada por Justin e por não saber se o que tínhamos era suficiente para enfrentarmos todos ao nosso redor. Funguei e fechei os olhos com força, que Deus me ajude.


Notas Finais


Link para as minhas fanfics:


Cuba https://www.spiritfanfiction.com/historia/cuba-11358777

Athena (concluída) https://www.spiritfanfiction.com/historia/athena-13156464

The notorious B.I.E.B.E.R (2ª temporada de Athena) https://www.spiritfanfiction.com/historia/the-notorious-bieber-15044572

Até o próximo capítulo

XOXO


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