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História Pôr do Sol - Sapos e Libélulas


Escrita por: kyojin

Notas do Autor


E eu tirei ninguém menos que a dona de todo aquele Bordel, Tayh sua linda espero que goste da fic.
Boa leitura :3

Capítulo 1 - Sapos e Libélulas


Eram apenas crianças quando se conheceram na beira daquele lago. Baekhyun estava perseguindo um sapo porque, aparentemente, não poderia ter qualquer tipo de animal de estimação, já Kyungsoo, estava perseguindo uma libélula, pois acreditava que se a pegasse poderia ter asas, e seria livre.

Kyungsoo não era uma criança livre, por mais que desejasse ser. Era filho do prefeito daquela pequena cidade e como tal deveria se portar. Isso incluía viver em seu cômodo guardado, evitando quaisquer tipos de boatos que pudessem vir a sujar o nome de seu pai ou da família. Vivia envolto de empregadas e era regido por regras.

O outro era filho de um comerciante qualquer, que o deixava brincar perto do lago abandonado mesmo quando o Sol estava prestes a se pôr. Era uma criança como qualquer outra afinal. O que fazia Kyungsoo o invejar ainda mais.

Enquanto corria desenfreado atrás do inseto, viu uma criança abaixada na beira do lago, pronto para pegar um anfíbio nojento, porém, antes que Baekhyun colocasse as mãos no animal, Kyungsoo berrou:

– Não toca nisso! – Com o susto, o sapo pulou para dentro do lago.

Baekhyun abaixou a cabeça frustrado, dando um suspiro derrotado em seguida.

– Por que você gritou? Ele era meu bichinho de estimação. – Falou se levantando, e batendo as mãos umas nas outras na tentativa de tirar a poeira impregnada nos dígitos.

– Desculpe. – Kyungsoo pronunciou enquanto um bico se formava em seus lábios. – Mas, quem iria querer um sapo de estimação?

– Acabei de dizer que ele era meu. – Baekhyun respondeu levemente irritado.

Depois de poucos segundos em silêncio, enquanto Baekhyun jogava pedrinhas no lago, Kyungsoo lembrou-se de uma das de suas aulas de bons modos – das muitas que frequentou – onde aprendeu que sempre deve perguntar o nome de uma pessoa que pretende iniciar uma conversa.

Deixando as libélulas de lado, pigarreou, limpando a garganta e continuou:

– Perdão aos meus modos. – Baekhyun voltou seu olhar para o outro, sem interesse. – Qual é o seu nome? O meu é Do Kyungsoo.

Baekhyun arregalou os olhos já grandes ao ouvir o nome pronunciado e saltou da beira do lago.

– O meu é Byun Baekhyun. – Respondeu desconfiado. – Por que você está aqui fora? Soube que não é permitido você andar sozinho fora de sua casa.

Kyungsoo exibiu seu sorriso em formato de coração antes de responder o garoto.

– Eu consegui fugir das empregadas para ter uma tarde divertida com as libélulas.

 

No décimo sexto aniversário de Kyungsoo, o único presente que o mesmo exigiu foi poder ir prestigiar o famoso circo que passava pela cidade naquela semana. O pai, mesmo a contra gosto, concedeu ao filho seu presente.

O circo era pequeno, simples, com algumas poucas atrações, mas era uma excelente desculpa para ver coisas novas, e levar Baekhyun consigo.

A amizade dos dois cresceu bastante em função dos escapes que Kyungsoo infligia quase todos os fins de tarde, e a ajuda que deu ao outro para, finalmente, pegarem o bendito sapo; o que demorou longos dois meses e alguns sermões das empregadas.

No entanto, valera à pena, pois Kyungsoo conquistara um amigo e, incluindo, todas as vezes que fugia, sentia-se livre da jaula que era sua casa, assim como a rigidez de seu pai, mesmo que por algumas horas.

No pôr do Sol, carregou Baekhyun para a bilheteria e conseguiram as primeiras cadeiras com vista privilegiada. Quem os visse acharia engraçado aquele contraste: Kyungsoo não parava de exibir seu sorriso e arregalar os olhos para tudo o que via, enquanto Baekhyun estava com braços cruzados e com um bico nos lábios.

Porém, seu semblante durou pouco assim que o espetáculo começou, onde até mesmo os palhaços – do qual tinha certo medo – conseguiram o feito de fazê-lo gargalhar.

A última apresentação chamara mais a atenção de Baekhyun. Era uma apresentação de balé. Os bailarinos, um por um foram entrando como se estivessem flutuando, giros ao som de boa música clássica. As luzes do circo se apagaram e depois acenderam de uma vez revelando um único bailarino no centro do palco. Este dançava com maestria e parecia que estava sendo levado pelo vento. Kyungsoo insistia em esconder algumas lágrimas nos olhos, desviando seu olhar para o outro ao seu lado, que admirava o recente bailarino saltitar no picadeiro.

Findada a apresentação, todos os presentes levantaram-se e aplaudiram pomposos. O maestro logo subira no picadeiro, apresentando o bailarino como sendo a mais nova estrela do circo, pronunciando orgulhosamente o nome do dançarino que roubava toda a atenção da plateia para si.

– Aplausos ao magnífico Oh Sehun! – O bailarino, enquanto recebia aplausos, retirava a máscara que ocultava seus olhos revelando a face bonita e bem desenhada. O mesmo exibiu um sorriso de canto, cheio de malícia e timidez desnecessária.

O estômago de Kyungsoo embrulhou ao perceber aquele sorriso direcionado especialmente a Baekhyun. Balançou a cabeça algumas vezes, e segurando o pulso do amigo, arrastou-o para fora da tenda onde se exibiu as apresentações.

– Kyungsoo, você prestou atenção na última apresentação? Foi excepcional. – Exaltava Baekhyun, demonstrando sua felicidade.

– Realmente, foi incrível, porém agora eu estou com fome. – Kyungsoo tentava esconder o aperto no coração ao saber o porquê de Baekhyun se encontrar daquele jeito.

Enquanto comiam, Baekhyun não parava de destacar a beleza de Sehun e o quanto este era um ótimo bailarino.

– Ele parecia tão livre naquele lugar, Kyungsoo! – Baekhyun exclamou.

– Que inveja. – Murmurou o Do. – Acho que vou me retirar. Não volte tarde para casa.

 

Na realidade, Kyungsoo descobriu ser apaixonado por Baekhyun a algumas primaveras desde que se conheceram. Infelizmente, não havia nenhuma outra pessoa para lhe ajudar naquela situação, e sentia que não deveria expor para seu único e melhor amigo sobre esse sentimento. Sentia-se mais sozinho do que nunca.

Mas talvez, só talvez, a chegada do bailarino fosse um incentivo para Kyungsoo deixar que o seu amor fosse eternizado.

Os dias foram se passando, e Kyungsoo se sentia cada vez mais triste e sozinho por estar sendo sufocado pelo seu próprio coração e o sentimento que ali habitava.

Passou algumas semanas indo acompanhar Baekhyun em todas as apresentações de Sehun. Kyungsoo ficava ainda mais inseguro e temeroso sobre os sentimentos do outro pelo bailarino. E quanto mais prestava atenção nos olhares trocados entre os dois durante as apresentações, mais certeza Kyungsoo tinha de ao menos tentar desafiar o bailarino.

– Desculpe a demora, Kyungsoo. – Baekhyun informou sua chegada. Sua expressão não era uma das melhores.

– Aconteceu alguma coisa? – Kyungsoo perguntou antecipadamente.

– Eu... – Deu uma longa pausa, colocando as mãos nos bolsos, e suspirando, virando o olhar para o amigo e sentando-se ao seu lado. – Eu acho que gosto do Sehun.

O outro prendeu a respiração por mais tempo do que achou que poderia, aprisionando juntamente as lágrimas teimosas.

Não era novidade que uma hora ou outra Baekhyun iria atrás do prestigiado bailarino para conhecê-lo. Porém, preferiu ignorar esse pequeno empecilho. Realmente não queria saber que seu melhor amigo e Oh Sehun se tornaram amigos.

– E o que te atormenta? – Kyungsoo reuniu forças para perguntar. – Sabe, gostar de alguém não é necessariamente algo ruim. Contanto que Sehun goste de você igualmente.

Baekhyun sorriu com o comentário do amigo.

– Ele me corresponde.

Kyungsoo sentiu uma lágrima escorrer solitária pelo rosto alvo, mas rapidamente limpou seu rastro. Segurando-se.

– Juro Baekhyun, não consigo ver a razão da sua tristeza.

– Ele me pediu para segui-lo juntamente com o circo. Aventurar-nos por aí, quem sabe?

– E... – A voz de Kyungsoo falhou por conta do choro. – E você aceitou?

Baekhyun levou o olhar para admirar as folhas secas do outono, enquanto apertava os próprios dedos entre as mãos, numa mistura de tristeza, nervoso e anseio que Kyungsoo não conseguiu decifrar.

– E-eu... – Uma pausa longa demais. – Eu não posso.

– E por que não?

– Você sabe, meu pai é sozinho e doente, não posso deixá-lo aqui, Kyung.

 

Kyungsoo foi se tornando cada vez mais triste. Passou a viver mais em seu cômodo sem ao menos reclamar da solidão, não via mais seu amigo quando ia ao lago. Sua tristeza era duplamente mais difícil que a de seu melhor amigo. Kyungsoo sofria em antecipação. Guardar seu sentimento e sofrer por ver seu amor fadado à infelicidade era desgastante.

Depois de semanas, o que chegou perto de um sorriso verdadeiro foi ver Baekhyun o esperando com o sorriso à beira do lago.

– Aconteceu alguma coisa? – Kyungsoo perguntou, ficando ao lado do amigo que sorria até para as libélulas e sapos que passavam por ali.

– Sehun me informou que o circo vai ficar aqui permanentemente.

– Jura? – Kyungsoo expressou uma falsa felicidade ao ouvir o que o amigo falara.

– Agora poderemos ficar juntos, Kyung! – Baekhyun exclamou, segurando os ombros do outro.

Era de se esperar. Baekhyun amava pessoas livres e cheias de si, e Sehun era exatamente assim. Kyungsoo estava começando a se familiarizar com a ideia de nunca se confessar. Pelo menos, conseguiu sorrir por ter feito algo certo, e por ter visto o sorriso do amigo depois de muito tempo.

Depois desse dia, tudo passou muito rápido para o filho do prefeito. Não conseguia associar mais nada. O percurso em que as coisas estavam indo o deixava aflito. Mas não podia deixar Baekhyun preso a si, aos poucos seu amigo tornava-se livre também. E o sentimento preso dentro de si o deixava cada vez pior.

E agora, com a notícia de que seu pai o casaria com alguém que não conhecia assim que completasse a maioridade, a mente de Kyungsoo virara um caos.

 

Decidiu, em um dia qualquer, visitar o lago de novo e viu Baekhyun sentado em um dos troncos caídos.

– O que faz aqui? – Perguntou Kyungsoo.

– Eu é que te pergunto: O que faz aqui? – revidou o Byun.

– Vim ver se encontro algum sapo. – Olhou para o outro com um sorriso nos lábios. Baekhyun deu-lhe um sorriso nostálgico.

– Está tudo correndo tão bem. – Baekhyun começou, enquanto observava o outro mexer com os sapos na beira do lago. – acreditas que meu pai aceitou Sehun de bom grado?

Kyungsoo murmurou algumas palavras. Parecia estar treinado para essas ocasiões.

– O que te atormenta, Kyungsoo? – Byun perguntou.

Ainda mexendo no lago, engoliu em seco, e com lágrimas nos olhos respondeu:

– Eu vou esposar. – Kyungsoo virou-se para Baekhyun, que o olhava surpreso.

– Jura?

– Olha... – Kyungsoo interrompeu Baekhyun e foi de encontro ao amigo. – Antes que você fale qualquer coisa, eu preciso confessar algo.

– Pode falar. – Baekhyun olhou nos olhos do outro que se tornaram opacos de repente.

– Eu – Kyungsoo demorou alguns bons minutos para continuar.

– Você gosta de mim, não é?

Kyungsoo abriu a boca espantado, igualmente nervoso.

– Faz um bom tempo que comecei a perceber isso, mas por mais que eu tentasse ver você dessa forma nunca conseguiria corresponder, me desculpe. – Baekhyun abaixou a cabeça. – Por mais que eu tentasse, eu não conseguiria lhe ver mais que um amigo, Kyungsoo. Isso, para mim, sempre foi bastante evidente.

Kyungsoo, apesar de já esperar aquela resposta, não conseguiu esconder seu olhar triste.

– Eu nunca achei que você fosse me corresponder. – Kyungsoo sentou-se ao lado do amigo. E respondeu depois de um silêncio incômodo. – Mesmo assim eu desejava isso todos os dias.

Kyungsoo, tomando aquela conversa como encerrada, foi embora depois de longos minutos de silêncio, porém, antes de se despedir prometeu ao amigo que iria lhe dar um abraço na semana seguinte. Já que faltava apenas isso para Baekhyun assumir suas responsabilidades, e muito provavelmente não iriam se encontrar tão frequentemente.

 

Como prometido, no décimo oitavo aniversário de Kyungsoo, ele estava lá, sentado com as pernas mergulhadas no lago, esperando o amigo, que sempre insistia em chegar atrasado. Os dedos dos pés de Kyungsoo já estavam enrugados quando o outro chegou. Não sabiam como iniciar uma conversa, então apenas começaram a fazer brincadeiras um com o outro.

Depois de tentarem pegar sapos e libélulas e Baekhyun finalmente conseguir arrancar gargalhadas do outro, ouviram o relógio da igreja badalar seis horas, indicando que já era tarde, e Kyungsoo precisava comparecer ao jantar que comprometeria todo seu futuro.

– Kyungsoo, eu queria perguntar... – Byun segurou o pulso de Kyungsoo. – Por que você não se impõe perante seu pai? Você acabou de completar dezoito anos, tem autoridade de comandar sua vida. – Baekhyun sempre odiou a forma como o pai do amigo o controlara.

Kyungsoo lentamente afastou as mãos do outro e olhando para o Sol se pondo, disse:

– E do que adiantaria? – O outro não respondeu. – O que eu mais quero Baekhyun, não vai me pertencer nunca. E o que seria um casório perto disso?

– Kyung...

– Não precisa falar nada. Tudo o que eu queria falar para você eu falei. – Kyungsoo o interrompeu. – E saiba que tudo o que disse é verdade.

Baekhyun abaixou o olhar, enquanto Kyungsoo se aproximava e depositava um beijo na testa do outro. Como se realmente fosse uma despedida. Virou-se de costas e voltara para a sua mansão, para talvez nunca mais vir a encontrar o amigo novamente.

 

– As empregadas não lhe informaram? – O Senhor Do perguntou, ao ver o filho entrar em casa.

Kyungsoo ainda tinha os rastros das lágrimas que soltara durante o caminho de volta para casa.

– O que aconteceu? – Perguntou apático, já atravessando a sala de estar.

– O jantar foi cancelado. – Falou sem ao menos desgrudar os olhos do jornal. – Pode ir ver o seu tão amado circo.

Kyungsoo parou de andar de súbito, no meio da sala, o que chamou a atenção do pai, que finalmente desviou o olhar escondido atrás do jornal, para o filho.

– Talvez eu não volte lá nunca mais. – Confessou.

– Não? – O pai fingiu surpresa, enquanto seu filho voltava a andar. – Então por que me pediu para comprar o circo para que ficassem permanentemente?

– Era apenas um favor que devia a um amigo.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Então é isso ai. Eu realmente espero que tenham gostado, principalmente você Tayh <3
Que venham mais amigos secretos e até a próxima.


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