Ginny, estava sentada no amontoado de almofadas transfiguradas, entre as camas de Hermione e Pansy, a castanha estava com um bálsamo no rosto para espinhas, a morena estava passando um creme alisante nos cabelos, as outras meninas da sonserina não pareciam se importar com sua presença no quarto. Provável que a influência da Parkinson e da família Nott fossem o motivo do silêncio, porém Ginny não iria reclamar.
"Então…" Pans se virou em direção a ruiva, um sorriso sinistro no rosto. "Conte-me tudo e não me esconda nada."
"É melhor não tentar esconder, ela vai arrancar de você enquanto dorme." Hermione disse seriamente, enquanto passava esmaltes nas unhas do pé, esperando a máscara secar.
A grifinória respirou fundo, tentando juntar a coragem pela qual sua casa era famosa. Não sabia como começar a história, não sabia nem se tinha algo para contar, se fosse sincera.
"Eu não sei o que dizer." Confessou. "Eu nem sei se gosto da pessoa… pode ser só um fascínio…"
Pansy revirou os olhos, terminando de aplicar a poção e indo sentar-se no chão com as amigas. “Quem é?”
“Vocês não conhecem.” A ruiva suspirou e se deitou, tampando o rosto com uma das almofadas e dando um berro.
“Não pode ser tão ruim assim, ele é da corvinal, no mínimo ele deve ser inteligente.”
“Sim… Porque Goyle e Crabbe são o exemplo perfeito de sonserinos.” Hermione pontuou.
“Toda casa precisa dos seus capachos. A grifinória tem o irmão da Ginny e aquele menino que nunca tem sobrancelha.”
Ginny atirou o travesseiro na cabeça da Pansy, que começou a rir, erguendo as mãos no gesto universal de rendição.
“Ele é bonito pelo menos?” Pansy pegou um dos muitos esmaltes que Hermione havia espalhado e começou a passar nas mãos. “Eu posso lidar com um homem burro, mas não um feio.”
“Sua moral é realmente do avesso.” Hermione atirou um travesseiro na cara da morena também, a fazendo rir.
Ginny começou a morder a pele dos cantinhos das unhas, uma mania horrorosa que pegou de alguns dos irmãos. “São os olhos azuis mais brilhantes que eu já vi na minha vida… e eles brilham com empolgação e fascínio… e não importa o quanto meu dia está sendo bosta, sempre melhora quando a gente se encontra.”
“Nossa… a gente soa assim falando dos meninos? Que horror.” Pansy abraçou Ginny. “Você está muiiiito apaixonada. Quando a gente terminar esse lance com o Viktor, eu dou um jeito de você agarrar seu corvinal. Ele não vai nem perceber o que o atingiu.”
Ginny sorriu, abraçando a amiga de volta.
“Você é assustadora.”
“Eu sei.”
~D&H~
Os olhos azuis típicos da família Weasley encaravam a janela do dormitório feminino das suas amigas sonserinas, a água escura do Lago Negro lhe acalmando as batidas do coração, espremida entre o corpo das duas pessoas que mais confiava no mundo, tudo parecia mais fácil, ainda havia o medo da rejeição, porém, ali, no quentinho daquela cama improvisada, é como se ela pudesse voar e alcançar a lua. E como ela queria, nossa, como ela queria alcançar a lua.
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