História Por Elas 1ª Temporada - 1 - Festa

Narrador.

— Você é Camila Cabello, essa mulher incrível que não sofre por amor, não sofre por fim de namoro e não sofre por ninguém... Não mais. - Camila se calou para passar batom, aproveitando para abusar do perfume e ajeitar o cabelo mais uma vez. Perfeito. - Linda como sempre. Agora você vai sair para curtir a festa com a Mani e a Ally, vai beber o quanto quiser, vai ficar com a primeira pessoa que te pedir um beijo e vai ficar doida na sua última sexta-feira de paz. Ainda não acredito que vou trabalhar como uma pessoa normal, vou perder a diversão das sextas. Obrigada, Mama.

— Falando sozinha, Mila? - Normani riu quando Camila se virou assustada, deixando tudo o que tinha nas mãos cair. - Que isso, hein. Super gata.

— Quer me matar do coração? E eu não estava falando sozinha, okay?

— Então estou ficando louca? Porque você estava falando sozinha, eu ouvi muito bem.

— Estou falando com a Camila do espelho, meu amor.

— Só porque você está se olhando no espelho, não quer dizer que tenha duas de você, cabeção.

— Como você é chata.

— Seu amor por mim é maravilhoso, mas já está pronta? Cansei de esperar.

— Se você não tivesse me assustado, eu já tinha terminado. - Camila pegou todas as coisas do chão, jogando em Normani quando ela se deitou na cama. - Já estou quase pronta.

— Anda logo, Mila. Preciso ver uma pessoa nessa festa, mas se você enrolar mais um pouco, não vou conseguir.

— Você anda cheia de mistérios depois que colocou na cabeça que vai correr atrás das coisas que perdeu. Quero saber quem foi a pessoa que te deixou assim.

— Saberá depois. - Se tinha uma coisa que irritava Camila, essa coisa era ficar curiosa e Normani sabia, por isso fazia de propósito. - Você me parece ótima, eu nem diria que acabou de terminar um namoro.

— Sabe perfeitamente que só fui trouxa por uma pessoa nesse mundo, não vai acontecer de novo. Não sofro por mais ninguém.

— Claro que não, essa nova Camila só pegar e não se apega. - Aquele era seu lema desde quando teve seu coração partido. - Jade só foi mais uma coitada que se apaixonou pela doce moça dos dedos mágicos e não era recíproco.

— Quem disse que eu não gostava dela? Eu gostava da Jade sim.

— Como amiga? Colega? Porque como namorada eu tenho certeza que não, muito menos se apaixonou por ela.

— Não importa se eu não me apaixonei pela Jade, ela nunca deixou de amar a Perrie. Agora também já é passado, acabou e pronto.

— Escreve o que vou te dizer, Mila. Um dia você vai se apaixonar de novo e vai voltar a amar, aí vai lembrar de mim e dessas palavras. Ainda mais porque essa pessoa pode fazer o mesmo que você faz com essas coitadas que namora por namorar.

— Nunca mais vou amar ninguém, romanticamente falando, Mani. Tenho amor próprio e isso basta para mim.

— Nunca é muito tempo, baby.

— Você nem bebeu e já está falando demais. - Camila finalmente terminou de se arrumar, o que deixou Normani contente ao ponto de levantar correndo da cama. - E nunca é nunca, baby.

— Veremos então.

[...]

— Eu não quero ir, Dinah. Consegue entender isso? - Lauren, sem paciência nenhuma, se negou mais uma vez, já não aguentava mais ouvir sua amiga lhe chamando para sair. - Vai curtir sua festa e me deixa ficar aqui.

— Como vou fazer isso sem você? É a festa da Ally. - Dinah sentou na ponta do sofá irritada, fazendo Lauren rir da sua cara emburrada. - Não tem graça, idiota.

— Ela vai entender se eu não for, DJ.

— Quer saber? Tudo bem, eu vou ir sozinha mesmo. Não tem problema nenhum. - Lauren riu mais uma vez negando com a cabeça, ela sabia o drama que Dinah estava prestes a fazer. - Vou ficar lá sentada sozinha naquela festa enquanto todo mundo se diverte com seus amigos. Talvez eu beba até cair da cadeira...

— Dinah...

— Tudo bem, tudo bem. Tenho quase certeza que a tampinha vai ter um tempo para mim. - Lauren tinha certeza que Dinah havia escolhido a profissão errada, ela dava uma ótima atriz dramática. - Fica aí com seu sofá, suas séries e seus livros, eu não preciso...

— Cala boca, Dinah.

— Credo, ainda por cima é grossa.

— Vai logo pegar suas coisas e vamos para essa bendita festa antes que eu não responda por mim.

— Sério? - Lauren assentiu revirando os olhos, quais fechou quando Dinah pulou sobre ela para lhe encher de beijos. - Te amo, te amo, te amo.

— Sei que sim, agora sai de cima?!

— Grossa. Cadê o Vitt?

— E eu que tenho que saber? - Dinah se afastou para olhá-la melhor, assentindo com um sorriso travesso nos lábios. - Não tenho que saber de todo mundo, mas ele já deve ter chegado na festa.

— Como você vai chegar sem o seu namorado numa festa cheio de conhecidos, Lauren?

— Que namorado, doida?

— O Vitt, oras. - Dinah acertou um tapa na testa de Lauren e se levantou, assim evitaria receber o tapa de volta. - Preciso tirar algumas fotos antes de ir.

— Primeiramente, ai. Isso doeu. - A loira pouco se importou, ela estava mais interessada em fazer caras e bocas para a câmera do celular. - Eu nunca fui namorada do Vitt.

— Como não, Lauren?

— Não sendo, Dinah. Simples assim.

— E todos aqueles beijos?

— Que beijos, minha nossa senhora? - Lauren pulou para fora do sofá, indo atrás das chaves do carro e saindo sem querer nas fotos de Dinah. - Não estou lembrando nem de um beijo, imagine de todos.

— Ele mostrou uma foto e contou para todo mundo que estão juntos. - Um outro sorriso apareceu nos lábios de Dinah quando ela se virou para Lauren, que deu um passo para trás só para garantir. - Não mente para mim, Laur.

— Não estou mentindo. A foto foi uma brincadeira que era para ficar só entre a gente e aquele idiota saiu mostrando para todo mundo. O resto é mentira dele.

— Ele foi bem convincente. - Dinah revirou os olhos quando Lauren desligou a luz, abrindo a porta para finalmente saírem. - Todo mundo acreditou no que ele contou, acho que até ele mesmo acreditou nisso. Coitadinho.

— Acho bom ele deixar de acreditar porque eu ando sem paciência para quase tudo. - Quando Lauren dizia quase tudo, ela estava mentindo. Dinah era a única que aguentava seu estresse e seu mau humor naqueles dias, até mesmo evitava algumas coisas do tipo enrolar para entrar no apartamento. - Nunca tive nada com ele e não vou ter, para de rir.

— Quero ver se ele chegar em você hoje lá no meio de todo mundo.

— Ele simplesmente vai ouvir o mesmo não de sempre. Se ainda sim continuar, eu vou ter que fazer ele passar vergonha na frente dos amiguinhos babacas.

— Como você é má, Lauren.

— Eu sou um doce de pessoa. - A troca de olhares entre elas dizia muita coisa, tanto dizia que elas começaram a rir porque uma ria da cara da outra, o que durou até o estacionamento. - Para de ser idiota, eu sou um doce sim.

— Um doce de limão, só se for, querida. - Era impossível não rir quando uma implicava com a outra, pareciam duas crianças. - Ou doce de maracujá, é azedo igual o de limão.

— Cala boca, Dinah Jane. Eu posso subir de volta agora mesmo. - Lauren devolveu o tapa que tinha recebido, dando a volta no carro ao destrava-lo. - Ridícula.

— Precisa comer mais, Laur. Esse tapa de tirar pó nem doeu. Agora sai logo desse estacionamento, não aguento mais ficar sem beber.