História Por Elas 1ª Temporada - 30 - Comemoração

Narrador.

— Não.

Dinah revirou os olhos pela quinta vez, ocupando seu lugar novamente, sem conseguir ir até aonde queria para deixar a marca Hansen. Lauren dizia nada mais que um simples Não a cada dois minutos, era o suficiente para impedir a loira de ser presa, segundo suas palavras.

— Não.

— Eu não queria me intrometer, mas já entendi que está rolando um lance dos grandes entre vocês duas e o Dylan. Será que posso ajudar com alguma coisa?

— Já que a Lauren não me deixa sair daqui, você pode ir até o outro lado bater nele?

— Dinah?!

— Só até ele perder a consciência, não é nada muito grave.

— Não, nenhum dos dois vai sair daqui para bater no Dylan. Os seus assuntos pessoais você resolve lá fora, Dinah. Não estou com paciência para te tirar da cadeia hoje.

— Eu fico quieto aqui com vocês, mas será que posso saber o que está rolando?

— Eu não conheço o Dylan, a Dinah sim.

— Infelizmente eu conheci essa praga do Egito na época da faculdade. Você conviveu com esse idiota mais do que eu, Drew, deve saber o quanto ele joga sujo e é um grandíssimo filho da puta.

— Você descreveu ele perfeitamente. As mentiras foram o maior dos motivos pelo qual a nossa sociedade dos sonhos acabou. Não sou santo, mas também não vou contra os meus princípios só para ganhar dinheiro roubando dos clientes.

— Vamos colocar o Dylan no lugar dele. - No começo Drew não queria ter a possível prisão de Dylan em suas mãos, mas Dinah explicou que era tudo ou nada. Lauren queria ir com tudo. - Quem sabe ele vira gente quando eu tirar o bem maior dele.

— Como sabia quem era o Coisa ruim, Lauren? - Dinah questionou sem tirar os olhos de Dylan, que não sorria desde o instante que a viu. - Lauren?

— O nome dele estava por todos os lugares da pasta que você me deu, não leu? Só liguei uma coisa na outra.

Que o nome de Dylan estava nos papéis, era óbvio, mas Lauren preferiu ocultar uma parte em que Dinah não precisasse ficar sabendo que tinha mais coisas envolvidas. Não naquele momento.

De um minuto para o outro, tudo ficou em silêncio e a chegada de Matt Dallas foi anunciada. A enorme carranca mostrava que o juíz não estava nos seus melhores dias, piorando tudo quando não viu um dos advogados de Dylan presente no exato momento.

— Com licença, por favor. Desculpem a minha demora. - Lauren sentiu seu corpo paralisar ao ouvir a mesma voz que tanto perturbou sua vida, uma paralisação quente, raivosa e totalmente explosiva. - Tive um pequeno problema com o meu carro.

— Acho que agora é a minha vez de te dizer não. - Lauren se virou para Dinah, que sorriu ironicamente para ela. - Vai me dizer que ainda está calma? Que está tudo bem mesmo com a pessoa que acabou de entrar?

— Não estou nada calma, Dinah. Por dentro eu já explodi, mas não vou sair correndo para voar no pescoço dele mesmo que essa seja a minha vontade.

— Você deveria fazer isso, eu te ajudaria e cada uma pegava um na base do soco.

— E perder a chance de mostrar que somos superiores a eles? Que somos melhores advogando? Acho que nem você quer isso, Dinah.

— Como não? Estamos no mesmo lugar que as duas pessoas que foderam com as nossas vidas, Lauren. Não posso fingir que está tudo bem diante disso tudo.

— Não precisa fingir que está tudo bem, porque não está nada bem, mas você sabe que ganhará um cela se começar uma briga. Pensa um pouco, ganhamos aqui dentro e você faz o que quiser lá fora.

Dallas chamou atenção de todos quando pediu uma rápida e breve apresentação, qual Drew apresentou Dinah e Lauren como suas advogadas. Dylan fez o mesmo com Christopher e Ben Lewis, voltando a sorrir vitorioso.

Os primeiros quarenta minutos foram calmos para Dinah, ela falou e ouviu, zombou quando um dos advogados de Dylan quis culpar Drew de coisas que praticamente não faziam sentido. Então quando foi sua vez de falar novamente, ela decidiu que já tinha que colocar um ponto final na história.

— Peço que me deixe esclarecer um ponto importante bem aqui, Doutor Lewis. - Dinah ajeitou seu blazer ao se levantar, pegando alguns papéis. - Em momento algum dissemos que foi o senhor O'Brien que pediu o fim da sociedade entre ele e o meu cliente. A quebra de contrato foi devido a... Coisas que o seu cliente acha justo mesmo sabendo que está errado.

— Protesto, especulação sem provas.

— Vai direto ao ponto, Hansen.

— Claro, Meritíssimo. Meu cliente teve motivos claros para acabar com a sociedade, os advogados do senhor O'Brien sabem perfeitamente. E como vingança, Dylan O'Brien expos fotos íntimas do meu cliente para qualquer um achar em qualquer canto da internet.

— Tem provas, Doutora Hansen?

— Sempre tenho, Meritíssimo. - Dylan engoliu a seco quando Dinah entrou o primeiro monte de folhas para Dallas, mantendo seu olhar superior sobre os advogados. - Como comprovado nesses papéis fornecidos pela perícia, as fotos vazadas foram postadas pelo computador do senhor O'Brien...

— O computador do meu cliente foi hackeado, isso também não está no seu papel, Doutora Hansen?

— Logo após saber que a sociedade estava desfeita? - Lauren riu discretamente com o deboche que Dinah usou, sem deixar sua petulância de lado. - Por que não antes, Doutor Lewis?

— Não tenho como adivinhar o que se passa na cabeça de outra pessoa, Doutora Hansen. Poderia ter sido antes, do mesmo jeito que foi depois...

— E sabe explicar como só as fotos do meu cliente foram vazadas com tantas outras do seu cliente? Ou como essas fotos apareceram no computador do seu cliente?

— Preciso ressaltar mais uma vez que o meu cliente não era o único que tinha a senha do computador?

— Um instante, está querendo dizer que o meu cliente vazou as próprias fotos?

— Sim, estou. Ele acabou com a sociedade, vazou as fotos para sair como vítima e está acusando o meu cliente porque sabe que existe uma multa a ser paga.

— Meritíssimo, o Doutor Lewis está acusando meu cliente e não estou vendo nenhuma prova sendo apresentada.

— Mostre as provas, Doutor Lewis.

— Ainda não tenho em mãos, Meritíssimo.

— Prossiga, Doutora Hansen.

— Obrigado, Meritíssimo. Sabemos perfeitamente que não existe prova alguma que acuse o meu cliente de tal ato. - Dinah se virou para Dylan, fazendo Lauren e Drew olharem para ele também. - Senhor O'Brien, como o senhor responderia essa acusação sem provas?

— Como?

— Responda a pergunta, senhor O'Brien. - Dallas ordenou. - Seja direto.

— Eu... Eu acho que... - Dylan coçou a nuca sem saber como responder, o círculo estava se fechando no pescoço dele. - Talvez eu não estivesse prestando atenção no que estava fazendo?! Ou talvez eu tenha dito a senha em voz alta?!

— Talvez você tenha feito intencionalmente, senhor O'Brien. Sua intenção era sujar a ficha do seu melhor amigo com os clientes de vocês ou só expor ele ao ridículo pelos próximos anos?

— Não é bem assim. - Dylan ignorou a ordem que Christopher deu para ele se manter calado, era exatamente o que Dinah queria. - Eu não afirmei que as fotos foram postadas por mim, nem que peguei qualquer dispositivo que tinha as fotos dele.

— Não? Então as fotos não foram postadas do seu computador, com a sua senha mestre, no horário de trabalho em que só você estava na sala?

— Não, não postei nada. Já falei que não foi eu.

— Você tem certeza? Alguns minutos atrás o senhor me parecia em dúvida dos seus próprios atos. - Dylan ficou sem palavras, dando tempo para Dinah pegar mais algumas folhas com Lauren. - Sabe o que tenho em minhas mãos, senhor O'Brien?

— Não sei. Me diga você, Doutora Hansen. - Christopher negou com a cabeça enquanto cobria o rosto, o tom debochado de Dylan seria como munição para Dinah ir mais longe. - Faça o seu trabalho, Hansen.

— Controlem seu cliente, Doutores Lewis e Jauregui. Mais uma resposta atravessada, e eu julgo como desacato. - Dallas disse rude, sem paciência. - Continue, Doutora Hansen.

— Como eu faço o meu trabalho muito bem, melhor que muitos por aí, fiz mais que olhar o que todos só olharam. - Oferecendo um sorriso enorme para Dylan e seus advogados, Dinah entregou tudo o que tinha para Dallas, que os pegou com curiosidade. - Pode dizer a hora que chegou e saiu do seu escritório, senhor O'Brien? A hora, os minutos e os segundos exatos se possível.

— Não me lembro, não posso te ajudar.

— Sem problema, eu faço o meu trabalho. Meritíssimo, na primeira folha consta que Dylan O'Brien chegou na empresa as sete e vinte dois da manhã, vinte dois minutos atrasado por sinal. Um pouco mais para baixo mostra quantas vezes ele saiu e entrou na própria sala, que só abre com a digital e fica registrada no sistema. - Ben pegou uma cópia que Lauren ofereceu para ele, mas o advogado nem olhou e entregou para Christopher, sua atenção estava em Dinah. - Tirando os seguranças que passam o dia e a noite andando de um lado para o outro, Dylan O'Brien foi o único que ficou até as oito e dez da noite, no dia em que as fotos foram vazadas.

— Eu não me lembro...

— As fotos surgiram em vários sites as sete e trinta e nove da noite, o horário que o senhor O'Brien ainda estava no seu escritório. Já se lembrou?

— Como pode afirmar que não tinha mais ninguém no escritório, Doutora Hansen? - Dallas questionou.

— Câmeras de vigilância, Meritíssimo. Temos os vídeos, quais podemos divulgar porque o meu cliente autorizou. Se olhar a partir da página quatro, tem o registro com número e nome de todos que saíram na hora certa, assim como também tem fotos do senhor O'Brien entrando e saíndo tarde da noite.

— Isso não quer dizer que foi o meu cliente que postou as fotos. - Ben parecia levemente nervoso, ou até mesmo preocupado. - Não tem câmera de vigilância que mostre ele fazendo o vazamento de nada. Por favor, Hansen.

— Por que está negando com todas as provas que já apresentei, Doutor Lewis? Tem dia, hora, local, fotos e vídeos, sem contar que a senha mestre estava logada na hora. O que quero saber, é como pegou as fotos do meu cliente. Pode me dizer, senhor O'Brien?

— Não peguei nada, não vazei nada.

— Já ouviu falar da lei 12.737? Huh? Ela tem uma pena de dois anos de prisão, mas não queremos o senhor O'Brien atrás das grades. Não por muito tempo, é claro.

— Eu...

— Está propondo um acordo, Doutora Hansen? - Dinah assentiu para Dallas. - Qual é o acordo?

— O meu cliente não abrirá mão da indenização, vou logo dizendo que os números são altos e nada fará ele mudar de ideia.

— Eu pago o quanto for preciso. - Dylan pegou todos de surpresa, até mesmo seus advogados com cara de poucos amigos. - Seja o tanto que for.

— O senhor acabou de afirmar que vazou as fotos do meu cliente? - Dylan não respondeu, Dinah tinha acabado de conseguir o que queria. Foder a vida da pessoa que fodeu com a vida dela. - Não precisa responder, todos aqui já sabemos a resposta.

— Qual é o valor estipulado da indenização do seu cliente, Doutora Hansen? - Dallas arqueou as sobrancelhas quando Dinah não respondeu porque trocava olhares com Dylan. - Doutora Hansen?

— Essa parte é com a Doutora Morgado. - Dinah voltou para seu lugar, juntando seu punho com o de Drew enquanto Lauren assumia a frente do final do caso. - O fim da sua vingança começa agora, Van Acker.

— Meu cliente quer setenta por cento da empresa. - Lauren disse sem rodeios. - Nada menos que isso.

— Quer deixar meu cliente na falência? - Christopher se levantou irritado, mandando Lewis sentar. - Não vamos pagar esse valor, sem chance.

— O valor não sairá do seu bolso, Doutor, mas o seu cliente pode escolher entre pagar o que foi pedido ou ir...

— Não. O que vocês estão pedindo é um absurdo, meu cliente não vai pagar esse valor, de jeito nenhum.

— Só um instante. - Lauren deu meia volta, pegando dois papéis pequenos, quais foram entregues para Matt e Dylan. - Esse valor é metade da empresa e a indenização por expor meu cliente ao ridículo. Senhor O'Brien, o senhor tem vinte e quatro horas para pagar Drew Van Acker com dinheiro vivo.

— Que? Isso é impossível, não tenho como arrumar todo esse dinheiro em vinte e quatro horas.

— Temos um relatório onde mostra que o senhor já conseguiu um valor parecido em menos de quinze horas. - Dylan voltou a engolir a seco. Quando Dinah não revelou o motivo da quebra de contrato entre os Van Acker e os O'Brien, Dylan pensou que estava livre de ser acusado de caixa dois, foi o que Drew descobriu e não aceitou fazer parte. - Caso não pague dentro dessas vinte e quatro horas, o senhor não terá mais o conforto da sua cama e seu luxuoso apartamento por dois anos.

— Isso é extorsão. - Christopher rosnou. - Como advogada, deveria saber.

— Como advogado, deveria saber que não é extorsão, é justiça pelo que seu cliente fez.

— Não quero ser preso. - Dylan cobriu a boca para falar com Ben e Christopher, revelando expressões péssimas de ambos os advogados. - Eu não quero saber...

— Temos um outro acordo para fazer. - Christopher disse relutante, como se ainda tivessem algumas saídas. - Meu cliente...

— Meu cliente não está aberto para qualquer tipo de acordo que venha do outro lado. É o dinheiro em vinte quatro horas e a retirada da queixa ou a cadeia, pode escolher.

— Você não deixou o seu cliente escolher, Doutora Morgado. Sempre muito rápida...

— Ser rápida é uma das minhas qualidades, não gosto de enrolação e nem de perder o tempo. Nesse momento o Doutor está gastando meu tempo com essa estratégia falha sem cabimento.

— Não é hora de ser autoritária, Doutora. Estamos oferecendo um acordo que pode favorecer os dois lados.

— Está nervoso, Doutor Jauregui? - Lauren apontou para o punho fechado de Christopher, que havia quebrado a caneta que estava em seus dedos. - Precisa de um tempo, Doutor Jauregui?

— Ordem os dois. - Dallas praticamente gritou, ele sabia a fama que os Jauregui tinham quando se enfrentavam. - Estamos no meio de uma audiência, não em um caso de família. Qual é o acordo que o seu cliente vai aceitar, Doutores Lewis e Jauregui?

— Só mais um minuto, Meritíssimo. - Christopher pediu antes de se afastar.

— Se controla. - Lauren ouviu assim que sentou entre Drew e Dinah, suspirando porque sabia que ouviria mais um pouco. - Falei que quero ganhar e se você ficar batendo boca com esse... Esse ser desprezível, não vai ajudar em nada, vamos perder tudo o que já fizemos.

— Não preciso me controlar, Dinah. Sei o que estou fazendo, vamos ganhar e depois você pode fingir que não queria fazer um ringue de luta bem aqui.

— Vamos entrar em um recesso de dez minutos. É o tempo que os advogados e o senhor O'Brien tem para decidirem se aceitam ou não o acordo estipulado pela Doutora Hansen e Morgado.

Levar os problemas pessoais para uma audiência não era aceitável, mas Matt Dallas parecia não entrar nessas regras como todos os outros. O juíz saiu assim que um dos polícias disse alguma coisa para ele, e como estava sem paciência, pediu recesso para sair.

Dylan e Christopher começaram uma briga assim que Dallas fechou a porta por onde saiu, evidentemente irritado. Ben pedia para eles pararem, do mesmo jeito que os policiais em volta, mas Christopher parecia não ligar para ninguém além dele mesmo.

Do outro lado, Lauren explicava para Drew o clima que tinha se formado, que o advogado Jauregui era na verdade seu irmão gêmeo e o histórico familiar entre eles era o pior, automaticamente respondia a pergunta que havia se formado na cabeça de Drew quando Matt disse que não era caso de família.

Os minutos se passaram rapidamente, Drew afirmou que o combinado ainda era o mesmo quando Dallas voltou com uma cara pior do que havia saído. Nada comparado a batalha de Lauren e Dinah contra Christopher e Dylan.

— Doutores Jauregui e Lewis, qual é a decisão do seu cliente?

— Meu cliente aceita o acordo que lhe foi oferecido. - A voz de Christopher saiu a contragosto, do mesmo jeito que ele olhava somente para Dallas. - Como o senhor Van Acker quebrou o contrato, o valor que foi pedido cai pela metade da metade, sendo assim, o dinheiro....

— Deixa eu te interromper, Doutor Jauregui, mas acho que o senhor não leu tudo o que oferecemos para os antigos advogados do senhor O'Brien. - Lauren olhou diretamente para Dylan. - Nesse pequeno recesso, meu cliente decidiu que não vai abrir mão de mais nada, ele quer a empresa toda agora.

— Só pode ser brincadeira, Lauren.

— Eu pago. - Dylan levantou eufórico, ignorando Lewis mandando ele ficar quieto - A empresa é toda do Drew, sem problema.

— Que? Quem mandou você fazer isso, O'Brien? - Christopher o olhou furioso, era o fim e eles haviam acabado de perder. - Não foi isso que ele quis dizer.

— Claro que foi, vocês dois são péssimos advogados e não fizeram nada do que disseram. Eu aceito qualquer acordo que me deixe dormir na minha cama. Onde eu assino?

Drew abraçou Lauren e depois Dinah quando a loira disse que eles haviam ganhado de Dylan e seus advogados estressados. Dallas falou por mais alguns minutos, coisas que não interessavam Drew e suas advogadas, deu a última palavra e saiu, sem olhar para trás.

— Digamos que Matt não foi o demônio que te contei. - Dinah riu, ela não estava se aguentando por ter ferrado com Dylan, e de quebra, com Christopher. - Já vi ele assim antes, era alguma coisa com o filho dele.

— Isso explica porque ele deixou a desejar como juíz, porém, outro juíz não mudaria nada, só falaria mais e especularia muito mais sobre as coisas que Dylan fez. - Lauren se adiantou em separar os papéis que davam a Drew todo o poder da empresa, assim não vendo quem se aproximava. - Não deixamos nenhuma saída para eles.

— E você se orgulha de jogar sujo? - Christopher parou de frente para Dinah e Lauren, dirigindo a palavra para sua irmã. - Acha mesmo que tudo ficará assim? Que não vou ir atrás de revogar a decisão desse juiz de merda?

— Primeiramente, não teve jogo sujo da nossa parte, não posso dizer o mesmo de vocês. - Drew deu um passo para frente quando Christopher se debruçou sobre a mesa para ficar mais perto de Lauren, negando com a cabeça enquanto ria. - Não se preocupa, Drew, cachorro que late não morde. Esse aí nem o trabalho dele sabe fazer e quer provar que o cliente dele não cometeu o crime de invasão de privacidade, não fez exposição de fotos sem permissão e não faz caixa dois. Seja feliz tentando revogar a decisão do Dallas, temos mais provas só esperando por vocês.

— Você está se achando, ou estou enganado? - Christopher segurou o braço de Lauren com força, mas acabou soltando quando Drew o empurrou para trás. - Ficou louco, meu irmão?

— Segura ela assim de novo e eu te arrebento, meu irmão.

— Posso te colocar na prisão agora mesmo, babaca.

— Os polícias atrás da gente pode confirmar a versão que eu daria na delegacia de que você tentou me agredir na frente de todos e o Drew só me defendeu. Quer testar sua sorte, Christopher?

— Faço questão de mandar te prender aqui mesmo, projeto de ruindade. - Dinah o empurrou novamente, mas Christopher não avançou nela como queria fazer com Drew. - Aceita a derrota e cai fora, vai lamber os pés de algum macho.

— Sabem que não gosto de perder, muito menos que tente me humilhar ou me ultrapassar. As duas sabem o lema dos Jauregui...

— Ninguém bate de frente com um Jauregui e sai ileso, blá blá blá blá. - Lauren e Dinah zombaram juntas, do mesmo jeito que faziam desde a primeira vez que ouviram aquilo.

— Quem em sã consciência bate de frente com o um Jauregui, Dinah? - Lauren continuou. - Espera, a gente sempre faz isso e estamos aqui, tirando uma com a sua cara, Christopherzinho.

— Vai procurar sua turma, meu irmão. Deixa elas em paz.

— Fica na sua, o seu está guardado. Vejo as duas super advogadas em breve, quero ver a marra de vocês continuar, maninhas.

— Vamos ficar esperando. - Christopher saiu sem o sorriso arrogante que havia chegado, ao contrário de Dinah e Drew que saíram para comer enquanto Lauren fazia a última coisa que precisava ser feita. - Precisa de uma caneta?

— Vocês tiraram tudo de mim, mas ainda tenho a minha própria caneta.

— Aqui se faz, aqui se paga, Dylan. Você vem errando a longo dos anos, pensa que agora seja a hora de mudar. A próxima pessoa pode não querer retirar as queixas contra você como o Drew fez.

— Não quero mudar nada. - Dylan tomou as folhas das mãos de Lauren, assinando sem ao menos ler uma linha sequer. - A última coisa que eu quero, é todos vocês longe de mim.

— Sinto muito em estragar seus planos para o futuro, mas ainda vamos nos ver. Vou te mandar as cópias do que acabou de assinar, no final terá meu número. Sabe o que tem que fazer, tenha um ótimo final de tarde.

[...]

— Certeza que não vai com a gente, Lauren? Drew disse que tudo será por conta dele.

— Tenho certeza que não quero encher a cara até cair, Dinah. Só quero deitar na minha cama e dormir até amanhã.

— Nada de dormir, Lauren. Ainda vamos ter a nossa comemoração com muitas besteiras.

— Vou pensar.

— Não esquece que posso te acordar com um balde de água fria.

— Tchau, Dinah.

Lauren se jogou no sofá quando Dinah saiu praticamente correndo, tomando cuidado para não derrubar a taça de vinho que elas abriram assim que chegaram. Tudo parecia ótimo nos primeiros vinte minutos de silêncio, até que a campainha começou a tocar seguidas vezes.

— Não acredito que você já voltou e perdeu suas chaves mais uma vez, Dinah. - Suspirando, Lauren levantou pronta para xingar a loira, mas quando abriu a porta, a surpresa foi inevitável. - Camila?

— Nossa, você sempre atende as pessoas assim? - Camila analisou Lauren dos pés a cabeça, mordendo o lábio inferior ao acabar. - Preciso voltar aqui mais vezes.

— Vou providenciar uma roupa melhor da próxima vez. - Lauren deu espaço para Camila entrar, olhando como ela ficava bem dentro de uma calça justa. Principalmente de costas. - Do que devo a honra de ter uma legítima Cabello no meu apartamento nessa noite fria?

— Soube que ganhou mais uma vez. - A jaqueta que Camila vestia desceu por seus braços, mas não caiu no chão porque Lauren pegou. - Estou aqui para comemorar com você, essa é a ordem que recebi mais cedo.

— Como quer comemorar?

— De um jeito totalmente diferente e com três pessoas a menos como foi ordenado pela senhora Cabello. - Camila pulou no colo de Lauren, a beijando com vontade, com desejo e saudade. Sim, saudade dos beijos de Lauren. - Espero que a sua gripe tenha passado, pretendo te deixar mais cansada.

— Gripe? - Lauren fechou os olhos quando Camila chupou seu pescoço, abrindo eles só para trancar a porta e ir até o sofá. - Quer mesmo me deixar cansada, Camz?

— Quero muito te deixar cansada. - Camila rebolou no colo de Lauren, ainda chupando seu pescoço. - Não acha que estou em desvantagem, Lern?

— Qual é a sua desvantagem, Camila?

— Ainda estou vestida e você só com essa toalha. Podemos ter direitos iguais, advogada Morgado?

— Camila... - Os dedos de Lauren apertaram a cintura de Camila, acompanhando seus movimentos. - Não fala assim...

— Por que não? Não quer lutar pelos direitos iguais? Logo agora que quero brigar por eles?

— Vou lutar pelos seus direitos iguais. - Lauren tinha pressa porque não sabia que horas Dinah poderia voltar e estragar tudo, cada segundo era ouro. - Vamos começar por cima.

— Tira. - Camila facilitou a retirada de sua camiseta, se levantando para tirar os sapatos e a calça, o que fez Lauren prender o riso. - Especialmente para você, gostou?

— Sua calcinha é... Diferente do que imaginei que usava.

— Gosto de roupas confortáveis, isso incluí as calcinhas não enfiadas na minha bunda. E eu queria te mostrar minha calcinha do Gravity Falls, Sofi que escolheu.

— Tenho uma da Mabel. - Camila arqueou as sobrancelhas desconfiada, não sabia se Lauren falava a verdade ou era brincadeira com sua cara. - Estou falando sério, não me olha assim.

— Não me obriga a levantar e ir embora, Lauren.

— Sei que não vai embora.

— Não vou. Esse sofá parece confortável...

— Duas coisas. Dinah já transou nesse sofá, não quero fazer isso aqui. E a minha cama está com saudade de você.