Escrita por: Satu_rno
Unexpected visit
– Senhor Uchiha? Sua caixa de entrada está demasiado cheia, permita-me que exclua alguns dos seu e-mails – Disse Konan, a secretária de Sasuke, já se inclinando para que pudesse ver quais email-s lhe eram descartáveis.
No primeiro momento Sasuke não lhe deu nenhuma atenção, concentrado nos inúmeros e costumeiros papéis espalhados pela mesa, tentando Salvar o patrimônio que lhe é tanto querido. A que ponto chegaram, precisar de ajuda do governo e prefeituras para que pudessem vender o material de Farma, tendo que produzir e vender, além de transportar, medicamentos de qualidades sublimes por um preço muito abaixo do mercado.
Optando por empresas de pequeno porte para, a pontapés, manter a Uchiha corp de pé.
Mas Sasuke não desistiria,havia perdido muito por aquela empresa, sofrido muito por aquela família, não, de maneira nenhuma permitiria que a Uchiha corp caísse num poço de falência sem retorno.
– Vários e-mails não abertos de Haruno Sakura – Murmurou a voz enjoativa de sua secretária ao seu lado, o nome pronunciado, pelos lábios exageradamente pintados de vermelho para o trabalho, fez com que Sasuke voltasse a realidade.
Arregalou os olhos quando viu que a seta girou em torno do nome excluir, rapidamente removeu os dedos de unhas longas da secretaria de cima do mouse antes que o botão de confirmar fosse apertado. A mulher de olhos arregalados o olhava sem entender nada.
– Quem te deu a permissão de mexer no meu computador e excluir os meus e-mails? – Vociferou para cima da mulher que estremeceu.
– Mas senhor, eu achei que-
– O seu trabalho aqui não é achar absolutamente nada, é seguir a minhas ordens, suma da minha frente, o seu perfume enjoativo está me dando náuseas – O descontrole mostrava-se presente, olhou a secretária que estava a ponto de atravessar a porta e rosnou – Nunca mais toque nos meus e-mails, eu fui claro?
– Sim, Senhor Uchiha! Peço desculpas pelo meu erro. Devo me retirar agora.
Lançou-se sobre a cadeira de diretor e mirou a tela acesa, o confirmar ainda estava ali, e parecia brilhar em sua frente como letras garrafais de letreiros neon. Suspirou e por fim escolheu o botão cancelar.
Estava pronto para fechar a aba e enfim voltar para o que lhe era importante, o trabalho. Mas novamente via-se tentado. Não mais a apagar o e-mail e sim, finalmente abri-lo e ler o que houver escrito, só que como todas as vezes ele não teve coragem, e a aba do Gmail foi fechada sem nenhuma hesitação.
– Mas que droga, já fazem anos, seis malditos anos. Então porque eu não consigo tirá-la da cabeça? – Balbuciou para o espaço vazio da sala, sua voz fazendo um eco doloroso que reverberou em seus tímpanos fazendo sua cabeça latejar.
Afrouxou a gravata e se serviu de uma dose generosa de whisky do seu bar particular, seus olhos voltaram até o computador e novamente a aba de e-mails estava aberta.
– O que depois de tudo você ainda queria Sakura? Porque depois de tudo que eu fiz você ainda insistiu em nós – Era sua única dedução para os inúmeros e-mails dela na sua caixa de entrada.
Por muitas vezes tentou ler o que lhe foi escrito, por muitas vezes viu os e-mails dela como uma lembrança do que viveram, ele sentia falta, por deus como sentia. Ela era tudo que ele queria e precisava, não que nunca pode e nunca poderia ter, e portanto rendeu-se ao irremediável, transformando em memórias as histórias lindas que viveram.
Só que as memórias, mesmo as mais lindas, são traiçoeiras! Num momento você está perdido e envolvido na sensação de amor e acolhimento ao qual lhe era oferecido, no outro, elas te levam a lugares onde a escuridão e o frio trazem à tona as coisas que você queria esquecer.
E por Deus como ele queria, como queria esquecer do sorriso dela, das constelações que seu colo e rosto exibiam, das curvas ao qual ele se perdeu e se encontrou ao longo da vida, das palavras reconfortantes que seus ouvidos escutaram nos momentos difíceis, do colo, do carinho, e daqueles malditos olhos verdes.
Que o perseguiam em sonhos e em cada rosto feminino que encontrava pelas ruas da cidade, mais ninguém era ela!
– Você está cheio de memórias – Ouviu a voz suave do irmão e levantou o olhar para si, atordoado.
"Quando ele havia entrado?" Pensou.
– Eu sei. Às vezes acho que não vou esquecer. Mas está passando. Vai passar, vai passar. – Sua falta de convicção era notável.
– Você ainda a ama – Observou o irmão, penoso.
– Amo – Não exitou na resposta, talvez fosse o álcool, talvez a saudade.
– Me desculpe pelo que está passando Otouto – Itachi viu tão nitidamente nos olhos negros do irmão as dores que o mais novo guardava, e eram tantas. – Se eu tivesse assumido como me era de dever, e me casado com Ino você não estaria assim dessa maneira.
– E então seria você a ser infeliz! – Rebateu, Ele encarou o irmão que tinha os ombros arriados e os olhos tão iguais aos seus culpados – Não se sinta culpado Nii-san ninguém deve culpar-se pelo que sente, não somos responsáveis pelo que nós somos e eu nunca permitiria que você se sacrificasse dessa maneira, você não suportaria fingir ser o que não é.
E ele estava certo, para Sasuke o peso e o sofrimento de casar com Ino, não seria e não era menor, mais seu irmão, Itachi, sumcubiria antes mesmo do primeiro ano.
– Eu nunca vou saber como te agradecer.
– Agradeça me dizendo o que veio fazer na minha sala – Brincou o mais novo, tentando descontrair e extrair esse ar denso que se instalou na sala.
– Tsc, Entrei em contato com a secretária pessoal de Madara e ao que parece ele, em pessoa, é o responsável por averiguar e representar a obra do hospital que aqui está sendo construída. – Explicou o irmão de maneira profissional.
– Então ele virá a Konoha? – Perguntou o mais novo, esperançoso.
– Ao que parece, ele já chegou.
Refletiu e se manteve em silêncio por um tempo o mas novo, até pronunciar-se.
– Itachi, chame Fugaku.
– Mas o quê, por quê? – Se exaltou abismado, seu irmão nunca havia recorrido ao seu pai, desde que assumiu a empresa, seja isso para qualquer assunto que fosse.
– Ele é o responsável por essa empresa estar à beira da falência, Madara é seu irmão ele terá que convencê-lo a cooperar. – Disse simplesmente.
Sasuke sabia que a única maneira de salvar a empresa era apelando para o sangue, visto que Madara sendo sócio de uma rede de hospitais bem conceituadas e que só tem a prosperar, não se importaria de deixá-los à própria sorte. Não, eles precisavam desse contrato, e iriam apelar se o fosse necessário.
– E o que eu digo a ele ? – Perguntou Itachi, referindo-se ao pai.
– Diga que faremos a Madara uma visita de boas vindas.
[...]
– Tem certeza que não quer esperar mais um pouco para fechar contrato? – Indagou Madara.
Era um investimento consideravelmente caro, mais caro do que fora previsto, estavam com o arquiteto e o empreiteiro naquele exato momento, ambos os homens, prontos para acatar qualquer que fosse a ordem.
O primeiro obstáculo desde que resolveram investir naquela obra apareceu, o terreno onde seria construído o suntuoso prédio, se encontrava lamacento e precisava urgentemente ser aterrado e preparado, com o objetivo de aumentar o material da base para atingir determinado nível.
– Sim eu tenho, vai ser custoso eu sei, mas quero realizar esse sonho e trazer uma saúde de qualidade a minha terra Natal – Os olhos dela brilhavam ao imaginar um grande hospital erguido, imponente.
— Não é como se não tivéssemos o dinheiro afinal. — brincou Madara, já concordando com início daquela empreitada.
— Você é o melhor.
— Eu sempre vou te apoiar, você sabe disso — Retrucou ele, seu ego acariciado pela última fala dela.
— Seu orçamento foi aprovado senhor Iruka — Falou Sakura, agora dirigindo-se ao homem que a aguardava pacientemente — Faremos o pedido da documentação necessária para o desenvolvimento do serviço e temos certeza que a papelada sairá em poucos dias, até lá quero uma vistoria geral do terreno e uma realização de registro fotográfico, além, de uma medição física dos metros quadrados — A ordem bem detalhada deixou os três homens, ali presentes de boca aberta.
— Querida, desde quando você sabe tanto sobre obras? — Perguntou Madara, visivelmente admirado.
— Eu fiz as minhas pesquisas — Deu de ombros, como se não se importasse antes de continuar : — Ao final disso tudo, eu quero que elabore um relatório mensal, de acordo com as exigências que aqui foram discutidas e todo o escopo do projeto.
— Sim Srt. Haruno, sairá tudo na mais perfeita ordem — Disse o homem ainda meio estarrecido.
— Ótimo, e quanto ao senhor — Dirigiu-se ao arquiteto — Me procure caso queira discutir sobre a estrutura, ou qualquer ponta solta que tenhamos deixado — O homem assentiu concordando, ela finalizou — então acho que isso é tudo. — Estendeu a mão para que pudesse cumprimentar o arquiteto, e enfim o engenheiro civil.
" Este último, responsável por implementar o que foi planejado pelo arquiteto e o cliente, fazendo os cálculos estruturais, a análise do solo, supervisionando e gerenciando equipes, emitindo laudos e pareceres técnicos. É ainda quem calcula, a estabilidade e a segurança de uma construção."
Os dois homens se afastaram, já conversando e se preparando para o grande desafio que viria pela frente, Sakura e Madara ficaram para trás, observando os vários metros quadrados que se estendiam a frente.
— Que tal irmos para casa, tomamos um banho, vemos um filme — sugeriu Madara, ansioso.
Esses dias para eles, estavam sendo bastante satisfatórios, pois desde que chegaram a pouco mais de dois dias, não haviam desgrudado um do outro, curtindo o momento.
Antes que Sakura pudesse responder, seu celular tocou dentro da bolsa.
— Alô, Karin — A feição emburrada de Madara tornou-se ligeiramente ansiosa ao ouvir a rosada. — Está vindo? chega amanhã? A ligação está péssima, estou no terreno do hospital e o sinal aqui está péssimo. Alô…
Não teve outra, a ligação ficou muda e logo não demorou a cair.
— O que foi ? — O Uchiha Indagou, curioso ao ver sua amada bufar para o aparelho.
— A Karin disse que está vindo, mas não deu para ouvir muita coisa, o sinal é péssimo desse lado da cidade. Isso me lembra que preciso falar com o empreiteiro para que ele possa instalar uma torre de sinalização, ou teremos problemas.
— Entendo, vamos lá.
— Não, você vai para casa, cozinhar alguma coisa bem gostosa para nós e ligar para Karin para saber o motivo da ligação dela, eu cuido de tudo por aqui.
— Sakura…— Tentou dizer que a esperaria, e que ficaria com ela até tudo estar resolvido.
— E vai fazer tudo isso, sem nada mais nada menos do que aquele avental, me espere ok ? Eu prometo não demorar.
Apenas isso tornou-se o gatinho necessário para convencê-lo, logo Madara já estava em seu esportivo, dirigindo entre as ruas de Konoha em direção a casa de sua infância.
Entre faróis vermelhos e um trânsito tumultuado, ele enfim entrou por entre os portões da grande e rústica casa, ao qual dividia com Sakura. Estava animado, assobiando e rodopiando a chave do carro entre os dedos, pensando no que faria para agradar o paladar de sua mulher.
Ao abrir a porta de entrada, chamou a atenção de três pares de olhos negros tão idênticos aos seus, por um momento, ele travou.
Sua animação foi para o ralo, dando lugar a apreensão quando seus olhos se direcionaram ao mais novo entre eles.
— Fugaku, Itachi, Sasuke — Engoliu em seco ao falar o nome do último, antes de os indagar — O que fazem aqui?
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