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História Por Trás da Frieza Saiyajin - Proteger


Escrita por: Son_Kelly

Notas do Autor


Desculpe, eu já tinha concluído esse capítulo faz tempo... o problema é que eu ultimamente estou com probleminhas nas vistas e elas estavam se cansando muito toda vez que eu ficava no computador. Então me afastei do pc e acabei esquecendo que já havia finalizado o capítulo. Eu pensava que ainda faltava alguma cena... Mas hoje fui revisar e percebi que já estava prontinho. Sorry ter demorado tanto.
Enfim, boa leitura!

(A capa é um desenho que fiz da Bulma da fanfic, adicionada em 07/2016)

Capítulo 32 - Proteger


Fanfic / Fanfiction Por Trás da Frieza Saiyajin - Proteger

Masaki já não sabia quanto tempo mais aguentaria aquilo. Ela se agarrava às costas do homem misterioso tão apertado que quase podia sentir a forma da espada na bainha pressionando contra os seios. No entanto, Yajirobe continuava a voar pelos céus como se ela nem existisse. Ele havia ignorado tantas vezes seus gritos, suas perguntas e seu desespero que ela até mesmo desistira de insistir. Ele não dizia nada e não demonstrava qualquer reação às suas histerias, então a única coisa que restou fazer foi confiar... ou temer o pior.

O vento violento chicoteava seus cabelos carmesim para todas as direções, mas Masaki manteve o rosto aninhado sobre as costas de seu salvador para conseguir se proteger da pressão – e também para respirar melhor. Ela ainda não tinha ideia se para onde ele a levava era um lugar melhor do que o que estava, ou se o que ele faria seria melhor do que poderia ter sido com aquele “homem macaco”... mas não estava disposta a soltá-lo para descobrir. Queria acreditar que as coisas seriam melhores. Queria ainda manter um pouco de fé...

Masaki sentiu os ombros de Yajirobe ficarem tensos e entreabriu os olhos em curiosidade – até aquele momento, ele não havia demonstrado qualquer emoção. Mas, mesmo não podendo ver seu rosto claramente, ela quase pôde dizer com certeza que sua face estava franzida em uma carranca. Yajirobe grunhiu silenciosamente e interrompeu o voo em uma parada abrupta. Masaki teria voado para longe com o impulso, mas ele fora atencioso o suficiente para se lembrar dela e segurá-la simplesmente pelo braço. Ela ofegou com o movimento abrupto, mas aproveitou-se do momento para respirar melhor. O ar estabilizado foi um alivio para a luta que seus pulmões travavam, mas o mundo ao seu redor ainda girava e ela precisou segurar a cabeça um instante para se sentir melhor.

– Estou cercado de inúteis... – Yajirobe murmurou para si mesmo, em um tom evidentemente frustrado. Masaki voltou sua atenção para ele novamente, mas quando decidira perguntar o que estava acontecendo, ele se colocara a voar novamente. Mas agora em outra direção.

 

 

 

Kakaroto teve o cuidado de ser silencioso enquanto recolocava seu uniforme saiyajin. Mas Chichi ainda adormecia profundamente sobre os lençóis de sua cama, em uma forma quase tentadora demais para ele resistir. Apenas partes estratégicas de seu corpo estavam cobertas pelo tecido branco de algodão, com suas pernas e coxas expostas sedutoramente. A parte superior de seus seios também estava visível, subindo e descendo ritmicamente em respirações profundas e ressonantes, mas seu cabelo negro se espalhava tão selvagemente à sua volta que contrastava com a visão branca do mar branco dos lençóis. Kakaroto sorriu torto, mas continuou a se vestir. Por mais que a visão de Chichi fosse tentadora demais, ele não vacilava em manter o controle sobre si mesmo quando questões mais importantes estavam em jogo.

Então, dando um último olhar para a pequena forma seminua encolhida sobre a cama, ele partiu do quarto. Seus passos seguiram de forma tranquila pelos corredores até o conhecido caminho à ponte de comando, mas seus instintos estavam inquietos de preocupação. Sua cauda sequer assumira a constante posição à cintura, apenas largou-se desleixadamente, balançando de um lado para o outro de forma nervosa e inconstante.

Kakaroto tinha que admitir para si mesmo que não tinha ideia se aquilo funcionaria. Na verdade, havia um bom risco de que aquilo tivesse consequências severas... Mas era a melhor chance que tinha para ajudar Chichi. Havia calculado cada movimento com antecipação, desde que percebera o quanto a segurança dela lhe era importante – embora ainda fosse minimamente difícil admitir –, mas agora era a hora certa de colocar os planos em prática.

Embora fosse melhor não contar os detalhes a ninguém, por enquanto.

Ele pegou o scouter nas mãos e rastreou o código do que queria localizar. Os nomes deslizaram rapidamente pelo visor vermelho em ordem alfabética, até que, enfim, parou no nome que Kakaroto queria. Ele digitou os comandos de identificação do scouter no computador da nave e esperou que a conexão fosse estabelecida. Ele teria feito a chamada pelo próprio scouter, mas precisava necessariamente que os registros daquela chamada tivessem ligação ao computador da nave. Aquilo era essencial para o que tinha em mente.

– O que você quer?

Kakaroto não sabia bem como reagir àquela resposta cretina ao seu chamado, mas, antes que pudesse perceber, um sorriso nostálgico se formou em seu rosto. Mesmo que uma parte de sua cabeça insistisse que Toma seria uma melhor opção, por já estar familiarizado com o caso, ele sabia que não estava errando em escolher aquela pessoa. Até por que, ninguém precisava saber dos detalhes. Toma insistiria em saber, mas aquela pessoa... definitivamente não se importaria.

– Sei que não é usual da minha parte... Mas preciso que faça algo por mim, Honios.

 

 

 

Kaori sentia que estava sendo observada. Não era uma sensação um tanto incomum para ela na verdade, mas havia uma densidade tão pesada naquele olhar que ela encontrou-se momentaneamente desconfortável. Para ter certeza, ela esgueirou um olhar com sua visão periférica na direção de Pod e suspirou resignadamente quando encontrara o olhar da saiyajin fixo sobre si. Até aquele momento, ela mantivera a indiferença para continuar voando sem qualquer abalo, mas agora não conseguia conter o incômodo. O que havia feito para despertar tanto interesse em uma saiyajin tão insana?

– Você pode compartilhar seus pensamentos, Pod? – ela resolveu dizer, mas ainda continuou com o ritmo normal de voo. Era uma boa coisa que estivesse alguns metros à frente, caso contrário teria que conversar olhando para aquele olhar irritante.

A saiyajin franziu o cenho.

– O que quer dizer?

– Você está me observando desde que partimos daquela cidade. Por mais que seja lisonjeiro, eu creio que há uma razão para isso que vai além de minha estonteante aparência.

Pod bufou e avançou um pouco para que seu ritmo se igualasse ao de Kaori – que reprimiu a vontade de revirar os olhos.

– Eu só estou tentando entender como você me conhecia. Comparado ao seu padrão, eu deveria ser alguém muito insignificante para despertar atenção naquela época.

– Acha mesmo isso? Você era uma camponesa cega que não sabia lutar e possuía o nível de um elite – Kaori indicou, mas em um tom desinteressado. – Como não poderia despertar atenção?

– Você não é muito mais velha do que eu. Se na época eu não passava de uma garotinha, você mal era uma pré-adolescente – ela também indicou. – Por que uma criança teria interesse em assuntos como esse?

Kaori sorriu levemente, em um sorriso que certamente guardava mais do que poderia revelar.

– Por que tinha muito a aprender. – e com isso, ela zuniu à frente sem dizer mais nenhuma palavra. Era melhor que deixasse aquele assunto por ali mesmo, Pod não deveria saber o resto da história.

 

 

 

Masaki ficou momentaneamente em choque com a visão diante de si. Yajirobe havia reduzido a velocidade do voo o suficiente para que ela fosse capaz de respirar melhor, mas não era como se fosse necessário. Ela sentia que todo o ar havia escapado de seus pulmões com aquela visão e, mesmo assim, sequer conseguia despertar sua mente para continuar a respirar. Como aquilo podia ser possível? A Capital do Oeste... estava completamente devastada.

– O que aconteceu aqui? – ela balbuciou em horror. Sabia que a situação no mundo não era das melhores, mas uma parte ingênua de si tentou se apegar à crença de que haveria algum lugar seguro. Algum lugar onde pudesse escapar daquela destruição. Mas até mesmo a Capital do Oeste... a capital mais rica e movimentada do mundo... a capital com mais avanços tecnológicos e projetos científicos... estava arruinada.

Em resposta à sua pergunta, Yajirobe mergulhou em direção ao chão até pousar em uma enorme cratera aberta no asfalto da cidade. Escombros cercavam o enorme buraco, em vários pedaços de concreto e ferro que outrora foram gloriosos prédios. Masaki arregalou os olhos quando percebeu o corpo ensanguentado de um homem no fundo da cratera, mas seu choque só foi maior quando Yajirobe a soltou no chão e se aproximou do rapaz com determinação. Ela tentou perceber alguma expressão de reconhecimento em sua expressão, mas ele agia tão indiferentemente... que ela não soube dizer com certeza se lhe era um conhecido ou não.

– Não há o que fazer... – ela tentou dizer, quando viu Yajirobe se agachar ao nível do corpo e pousar dois dedos no pulso em seu pescoço. – Está claro... que ele está morto.

– Não, não está – ele retrucou. – Se estivesse, seu corpo já teria desaparecido. Além do mais, ainda sinto um pouco de pulso. Está quase parando, mas seu coração ainda bate.

– Mas não há como salvá-lo... – ela murmurou delicadamente, embora não entendesse o que ele quis dizer com o “seu corpo já teria desaparecido”. – Mesmo que você o leve para um hospital agora, ele não-

– Só cale a boca e observe. – ele cortou grosseiramente e retirou um pequeno saco marrom de dentro do uniforme azul escuro. – Afinal, como acha que te salvei?

Masaki não ousou responder. Ela certamente ainda não entendia como ele a havia curado, então não podia debater... mas como aquilo era possível? Aquele homem estava tão moribundo que já aparentava estar morto. Na verdade, várias moscas começavam a sobrevoar seus ferimentos e, se erguesse a cabeça para o céu, ela poderia até ver três urubus rondeando entre as nuvens apenas em espera.

Yajirobe ergueu a cabeça de Kuririn com uma mão e com a outra retirou o que parecia ser um pequeno feijão – ou semente – verde para colocar em seus lábios pálidos. Masaki observou com atenção, conforme ele ajudava para que a semente descesse pela garganta do homem careca. Ela ofegou por um instante quando o percebeu gemer levemente, mas só se espantou completamente quando ele abriu os olhos de imediato e despertou totalmente revigorado – como se estivesse em plenas condições.

Aquilo era mesmo real?

– Você é mesmo um imprestável – Yajirobe resmungou, quando o jovem careca pareceu despertar o suficiente para se colocar sentado. Masaki percebeu uma pequena auréola brilhando cada vez mais intensamente sobre a cabeça do homem revivido e franziu o cenho em confusão. O que seria aquilo? – Como pode já estar quase morrendo em sua primeira luta? Se eu chegasse um pouco tarde você já teria desaparecido.

– Desaparecido? – Kuririn resmungou, um pouco desnorteado com o que presenciava. Oh, sim, aquele era o guerreiro que estava na plataforma celeste. – Como assim?

Uma veia saltou na testa de Yajirobe e ele pegou Kuririn pelo colarinho.

– Você é estúpido? Não ouviu a velha Uranai dizer que se vocês morrerem suas existências se apagarão? – ele sacudiu Kuririn pela roupa, frustrado. – Eu não sei se você preza pela própria vida, mas deveria tomar mais cuidado e enfrentar apenas quem você é capaz de vencer! Se continuar desse jeito as sementes dos deuses vão todas acabar antes mesmo que eu precise delas! – ele empurrou Kuririn de volta ao chão e se levantou, ainda irritado. – Será que eu sou o único que leva as coisas a sério aqui?

– Calma... – Kuririn resmungou e se colocou de pé. – Eu teria dado conta delas... mas elas agiram mais rápido do que eu esperava e não deram qualquer chance.

– Então você subestimou seu adversário? – ele rosnou, cruzando os braços. Será que ele era o único com cérebro? – Você é um idiota inútil.

– Não foi isso – Kuririn ficou sério. – Acho que foram elas que me superestimaram. Tiveram urgência em se livrar de mim de uma hora para outra. E eu não esperava. Isso é tudo, foi uma questão de azar. Se eu tivesse mais tempo, teria conseguido vencer.

– Duvido muito disso, mas não quero mais discutir bobagens. Não temos tempo para perder – Yajirobe jogou Masaki de volta para suas costas e ignorou o olhar curioso que recebeu de Kuririn. – Continue procurando pessoas e tente não morrer, porque não vou ficar bancando a babá de ninguém.

– Espere! – Kuririn chamou, antes que ele partisse. – O que foi isso que você me deu? Seria melhor que você distribuísse entre nós.

Yajirobe suspirou e voltou a soltar Masaki. Ela caiu de bunda no chão e resmungou em resposta, mas ambos, Kuririn e Yajirobe, a ignoraram.

– Isso são as sementes dos deuses – ele entregou um pequeno punhado nas mãos de Kuririn. – Se você comer uma, todos os seus ferimentos se curarão e sua energia será restaurada. Mas não desperdice! O estoque daquele gato miserável já não é o mesmo, principalmente depois do tanto que usei para meus treinamentos.

– Ok, eu acho que entendi... – Kuririn guardou as pequenas sementes dentro do uniforme manchado de sangue e voltou seu olhar para a garota que Yajirobe carregava. – Por que está com apenas uma pessoa?

– Por que foi a única que cheguei a tempo de salvar – ele murmurou em resposta, quase ressentido. Mas havia uma certa satisfação naquela pronúncia que anulava o ressentimento. Mesmo que ainda tivesse que salvar muitas pessoas, ele estava feliz por ter impedido aquela visão tenebrosa de se realizar. Aquilo o assombrara por meses. – Mas o que tem de mais? Vou buscar mais pelo caminho até a cidade, de qualquer jei... – ele saltou, como se se desse conta de algo. – Espere um pouco! Eu disse para vocês ficarem protegendo os limites da cidade, por que você está aqui lutando? Quem está protegendo a Capital Real?

– É mesmo, você não sabe o que aconteceu... – Kuririn se lembrou. – Bem, é uma longa história...

– Espere um pouco – Masaki finalmente usou sua voz, embora com um pouco de insegurança. – Eu sei que vocês estão envolvidos em uma discussão confusa e particular, mas eu acredito que tenho direito a algumas respostas. Então... quem são vocês e o que pretendem?

– Não temos tempo para suas perguntas – Yajirobe cortou e voltou-se para Kuririn. – Vamos, fale o que aconteceu.

– Espere, não precisa falar com ela desse jeito. – Kuririn se aproximou de Masaki e suspirou. – Há um ataque acontecendo no planeta agora e nós estamos lutando para proteger e salvar o maior número de pessoas possível. Você não precisa nos temer, basta confiar... estará segura quando chegar ao refúgio.

– Refúgio? Sério? – Yajirobe zombou. – Não tem ninguém lá protegendo aquela porcaria de Capital e você ainda chama de refúgio?

– É um refúgio sim. Todos estão seguros – Kuririn garantiu. – Mas como eu disse, é uma longa história e, como você disse, não temos tempo a perder agora.

Ei... mas eu quero entender o que está acontecendo aqui, seu careca insolente! – Yajirobe berrou, mas Kuririn desviou do puxão que ele lhe daria pelo colarinho e saltou no ar.

– Você vai entender quando chegar lá. Chaos explicará. Mas agora, não há tempo.

Então, foi a vez de Kuririn de voar para longe e deixar Yajirobe falando sozinho. Mesmo frustrado, ele não demorou nada para jogar Masaki nas costas e também partir. O careca tinha razão, eles não tinham tempo a perder.

 

 

 

Ele não sabia bem como lidar com aquela situação. Pouco ainda era conhecido sobre a destruição em cadeia que estava acontecendo por todos os cantos do mundo, mas já era o suficiente para constatar que uma guerra dera início. O mais sensato seria reunir o exército e procurar proteger quantas pessoas fosse possível, mas ele não possuía nenhuma estratégia boa o suficiente para proteger seu povo. Era irônico, até. Ele era o rei daquele planeta, sim, mas o único governante da história que era amado e respeitado por todos por proclamar a paz. E a paz havia acabado, sem qualquer aviso prévio. Guerra... o que ele sabia sobre guerra? Ele sempre evitou qualquer confronto, qualquer ocasião que pudesse render sangue inocente derramado... no entanto, ali estava, com todo o seu povo sendo capturado sem ele sequer saber o motivo ou conhecer o inimigo.

– Tenho permissão para atacar, majestade? – o general do exército fez de sua voz mais audível. Ele já esperava pela resposta há muito tempo, mas o rei parecia tão petrificado com as cenas que assistia que suas palavras jamais o alcançaram. – Precisamos agir o quanto antes...

– Por que eles ainda não atacaram a Capital Real? – ele perguntou, sem entender. Seus óculos balançavam sobre seu corpo trêmulo, enquanto ele tentava manter a aparência soberana que um rei deveria manter. Embora fosse mais diferente do que qualquer um sugeriria como rei para aquela população... afinal, não passava de um cachorro humanoide. Às vezes, até mesmo ele se perguntava como fora possível alguém como ele ter conquistado tanto afeto de pessoas tão diferentes. Bem... Se ao menos isso bastasse para manter a paz... – Todos os lugares do mundo estão sendo atacados, menos aqui...

– Eu não tenho ideia, majestade. – o general balbuciou, tão perdido quanto ele.

– Eu não sei se devemos atacá-los, general... – o rei finalmente respondeu, com um suspiro. – Nosso exército ainda não se recuperou do último ataque contra aquele alienígena em forma de macaco gigante... muitas vidas foram perdidas. Eu não tenho certeza se os inimigos de agora são os mesmos de antes, mas talvez eles representem o mesmo perigo.

– Eu entendo, majestade – o general suspirou. – Mas, com todo respeito, o senhor não pode exigir que fiquemos aqui assistindo impotentes todas as pessoas serem levadas... Majestade, nós estamos preparados para morrer se for necessário.

– Nenhuma vida será perdida desnecessariamente – o rei ergueu a mão para interrompê-lo, amargurado. – Vou fazer um pronunciamento oficial para a coletiva de imprensa da cidade... Vou pedir para que todos tenham calma e não abandonem a Capital Real. Não tenho certeza do que fazer, mas... Aqui ainda parece ser o melhor lugar para a segurança das pessoas, então acredito que o que o exército deve fazer é reunir as pessoas espalhadas à fora e tentar trazê-las para cá.

– Vou repassar a ordem a meus homens, majestade. – o general fez uma reverência.

– Sim, repasse... mas não como uma ordem – ele suspirou. – Não vou obrigar ninguém a arriscar a vida por ninguém. Reúna voluntários... não importa se são soldados, meu povo sempre tem uma escolha. Tenha em mente isso.

O General considerou seriamente dizer que todos os soldados tinham consciência de seus deveres para com os civis... mas pensou melhor. Nada do que dissesse mudaria a mente do rei. Ele sempre fora generoso demais... mesmo que temesse por todos os outros, ele não queria arriscar mais nenhuma vida.

E mesmo que tentasse explicar, o rei jamais entenderia... Como é ser comprometido à proteção de todos.

 

 

 

Era isso. Desde que havia chegado àquele planeta, ela jamais se imaginara perambulando pelos corredores daquele lugar, mas... não conseguira se conter. Os passos eram inseguros e hesitantes, o coração saltava toda vez que passava por um membro da guarda... mas conforme começava a perceber que ninguém a notava, que cabeças pareciam desviar a direção toda vez que viam a marca de escrava real... ela ficou mais confiante.

A roupa que usava agora não era tão chamativa quanto a de antes. Afinal, ela havia pedido especificamente por isso aos escravos responsáveis por suas vestimentas. Não que não tivesse gostado do quanto se sentira bonita naquela roupa de realeza, mas em um lugar onde toda atenção indesejada é perigosa... se manter tão invisível quanto possível era essencial. Tudo que usava agora era um tipo de “macacão” simples e justo de um tecido confortável e um longo jaleco branco igual aos dos cientistas por cima. Seu longo cabelo verde-azulado também mudara o penteado trançado, agora se mantinha solto em cascatas ondulantes sobre suas costas. Ela precisaria cortá-lo, mais tarde.

Qual era mesmo o caminho que eles me disseram? Bulma se perguntou mentalmente, quando percebeu que os corredores do palácio eram semelhantes demais para diferenciá-los nas direções sugeridas. Talvez estivesse perdida, mas, para todos os efeitos, não estava preocupada. Depois de passar tanto tempo presa sozinha naquele quarto sem entretenimento algum – e na cela sendo torturada antes disso –, tudo que queria era poder respirar um pouco de ar fresco. Afinal... Não nascera para ficar presa... sempre fora uma garota livre para fazer o que quisesse, não importasse a idade.

Ela sorriu tristemente para si mesma. Oh, sim... seu pai não poupara esforços para mimá-la. Mas a Red Ribbon teve que acabar com toda a sua liberdade ao assassiná-lo e passar a caçá-la... tsc, ela ainda tinha uma vingança em mente. Demoraria um pouco, devido às circunstancias atuais, mas certamente aconteceria.

Certo, acabei de ver uma estátua com a forma do rei.... depois disso eu tinha que virar para a.... direita? Bulma suspirou e seguiu o caminho que os escravos a orientaram seguir, que levava à um pátio aberto dentro do palácio onde um grupo de jovens saiyajins brincavam de luta. Eles também a ignoraram quando passou, mas ela se apressou para atravessar o pátio e passar para o outro lado do palácio o quanto antes.

Então, finalmente ela encontrou a base oficial do laboratório dos saiyajins. Ainda não era seu laboratório particular, mas enquanto tivesse liberdade para agir como bem entendesse... seria suficiente por enquanto. Além do mais, ela precisava se adiantar o quanto antes... tinha que aprender a usar a tecnologia, a entender a língua e a escrita... Tudo isso para que nada a atrapalhasse quando decidisse agir. Ela apertou a pequena capsula pendurada no cordão sob a roupa e suspirou.

Então, vou aperfeiçoar esse protótipo... e destruir todos em meu caminho.

 

 

 

Agora Masaki não estava mais sobre as costas de Yajirobe. A situação mudou quando eles sobrevoaram um pequeno vilarejo, ainda intocado pelos saiyajins. As pessoas não prestaram tanta resistência quanto Masaki esperava, mas não era como se Yajirobe estivesse preocupado com isso de qualquer maneira... ele apenas as ergueu com algum tipo de poder mental e as empurrou no ar com a velocidade de seu voo. Masaki estava embrenhada entre as pessoas que ele levava agora, mas quase desejava estar em suas costas novamente... era mais fácil para respirar quando a pressão violenta do ar não vinha diretamente à face.

Yajirobe finalmente interrompeu o voo e pousou no chão, “desligando” o poder que mantinha todos no alto. Masaki despencou como todos os outros contra o chão, mas percebeu que era apenas um dos poucos que ainda se mantinham conscientes. Talvez fosse por já estar um pouco familiarizada com a dificuldade para respirar, àquela altura do campeonato, mas se viu grata por isso... pois teria tempo para entender onde estava.

Yajirobe se afastou e ela o observou se aproximar do que parecia ser um pequeno palhaço flutuante. Ela piscou meio confusa, mas tentou recuperar o fôlego rapidamente para se levantar o quanto antes. Aquilo era uma alucinação de seu estado caótico ou mais uma das coisas inexplicáveis que cercavam aquele guerreiro?

– Ei, baixinho! Eu senti algo estranho quando cheguei aqui, como se estivesse atravessando alguma coisa! – ela escutou Yajirobe gritar para o pequeno anão. – Aquele careca disse que você me contaria o que aconteceu, então desembucha!

Masaki se colocou de pé e olhou ao seu redor em confusão. Não tivera tempo de notar o lugar, com tanta necessidade para respirar, mas agora que o via... estranhou não ter encontrado sequer um traço de destruição. Pelo contrário, as coisas pareciam bem melhores do que qualquer outro lugar que ela já fora. Seria aquele o refúgio...? Ela prendeu o olhar na grande placa de boas-vindas no limite da cidade e arregalou os olhos.

Aquela era a Capital Real.

– Ei, com licença – uma mulher mais velha a cutucou. Masaki se sobressaltou com o toque, mas sorriu em simpatia.

– Er... Sim?

– Você sabe o que estamos fazendo aqui? – a mulher resmungou. – Eu não me lembro direito o que aconteceu e ninguém que veio comigo parece se lembrar também... já que você pareceu chegar agora com esse grupo, você sabe me dizer o que aconteceu? Por que estamos aqui?

– Eu acho... – ela mordeu o lábio inferior, com incerteza, mas tão logo sorriu esperançosamente. – Eu acho que esse é o nosso refúgio.

 

Yajirobe teve que piscar algumas vezes até que as palavras de Chaos digerissem em sua mente. Aquilo era mesmo sério?

– Você está dizendo... que uma feiticeira do outro mundo criou uma barreira de proteção em volta da cidade e ainda fez com que o ki de vocês se tornasse indetectável? – ele perguntou hesitantemente, mas Chaos prontamente confirmou com um aceno de cabeça. – Isso é tão... – Chaos sorriu em expectativa, certo de que ele ficaria feliz com as novidades. – Injusto!

– O que? – Chaos se sobressaltou, surpreso. – Como assim?

– Eu perdi esse show todo para ir salvar mais pessoas e fui deixado de fora! – ele exclamou, frustrado. – Tudo bem que Kami-Sama me ensinou a deixar meus poderes imperceptíveis, mas é muito trabalhoso! Caramba, vocês só pensam em vocês! Por que não disseram para aquela feiticeira miserável bloquear meu ki também? Mas que droga!

– Desculpe... – Chaos suspirou. – Nós estávamos muito sobrecarregados com o que ela havia feito que nos esquecemos de você... Aliás, eu nem sei seu nome.

– É Yajirobe – ele resmungou. – Mas agora não pense que eu deixarei as coisas por assim mesmo, você irá me recompensar.

– O que? – Chaos se encolheu. – Como assim?

– Eu percebi que você é o único que está aqui sem fazer nada, deve ser o que ficou encarregado para tomar conta da cidade. Então, eu vou ficar alguns minutos no seu lugar enquanto você sai por aí para procurar pessoas.

– Mas...

Chaos foi interrompido por uma pequena comoção na praça da cidade. Uma voz que parecia vir de um microfone ecoava pelos arredores, enquanto as pessoas se acumulavam cada vez umas às outras. Câmeras filmavam, flashs brilhavam, vozes soavam, mas apenas quando a multidão tomou um respeitoso silêncio foi que os guerreiros perceberam que era algo sério.

– O que está acontecendo? – Yajirobe se perguntou. – Venha baixinho, vamos lá ver.

– Meu nome é Chaos...

Yajirobe ignorou Chaos e avançou em saltos estratégicos para uma boa vista do rei à frente do palanque. Quatro seguranças montavam posições para cercá-lo, mas o que mais chamou atenção foi o grande homem fardado de general ao lado do rei. Aquilo era um pronunciamento real? Não poderia ser bom.

– Meu amado povo aqui presente, e todos os telespectadores que acompanham meu pronunciamento pela TV... se houver algum. – o rei abaixou a cabeça, parecendo triste. – Creio que muitos já perceberam que a situação do planeta está... fora de controle. Ainda não temos certeza de como as coisas aconteceram, mas ao que tudo indica... estamos sob ataque. Mas é diferente ao da última vez, quando um macaco gigante surgiu e destruiu toda uma metrópole... dessa vez as pessoas estão sendo capturadas e levadas para longe. Mas, por favor, peço que contenham suas emoções agora e tentem manter a calma... – ele suspirou e inspirou profundamente, como se tentasse ele próprio seguir suas palavras. – Não sabemos exatamente a razão do ataque, mas uma negociação é improvável. Pelas imagens que recebemos pudemos comprovar que o inimigo é muito poderoso e tecnologicamente avançado... portanto, tristemente eu declaro que o exército não vai tomar parte na guerra. Não travaremos nenhuma batalha que não podemos vencer. – o rei respeitou silenciosamente os murmúrios de contradição e espanto da multidão, mas Yajirobe sorriu. Bem, isso é mesmo o melhor, pensou ele. – No entanto, por algum motivo inexplicável... a Capital Real está intocável pelo inimigo. Ela não foi atacada até este momento e não houve nenhum registro de algum inimigo próximo o suficiente dos limites da cidade. Bem, o que estou tentando dizer é... para os que estão aqui, permaneçam em calma e não saiam da cidade. E para os que estão assistindo, permaneçam em um lugar seguro até que o resgate chegue. O exército será enviado sorrateiramente pelas cidades à fora no mundo e trará quantas pessoas for possível para a Capital Real. Até lá, por favor, não percam as esperanças...

Espere um pouco! – Yajirobe berrou e todos os olhos se desviaram para ele, com espanto. Ele ignorou as reações e saltou para mais próximo do rei, pousando sem qualquer esforço no pequeno palanque de madeira. Os seguranças se adiantaram para apreendê-lo, mas ele desviou de seus avanços e tomou o microfone nas mãos. – Escutem todos. Vocês não devem se preocupar com nada por agora. Tratem de ficarem quietos e mantenham suas bundas aqui nesta cidade. Enquanto ficarem aqui, será seguro. – ele se virou para o rei e o general do exército. – E o mesmo vale para vocês do exército! Não saiam daqui também! Se saírem lá fora, só serão capturados também!

– Quem você pensa que é para dar ordens?! – o general avançou contra Yajirobe, mas o mesmo saltou para longe de suas mãos e voltou sua atenção para a multidão.

– Prestem atenção. Neste momento, nosso planeta está sendo atacado por alienígenas. Eles estão capturando todas as pessoas que encontram para que possam transformá-las em escravos. Eles são da mesma raça que aquele alienígena macaco gigante, então é claro que são inimigos que o exército não pode enfrentar – ele virou-se para o rei. – Você tomou uma sábia decisão em evitar um confronto, majestade, e eu admiro isso, mas ninguém deve sair daqui. Esses alienígenas, os saiyajins, possuem rastreadores tecnológicos que detectam qualquer presença de um ser vivo. Saiam daqui e serão capturados por eles.

– Eu não tinha intenção de mandar ninguém contra sua vontade, apenas voluntários, mas... Como você sabe tudo isso, meu jovem? – o rei perguntou e isso fez com que seus guardas desistissem momentaneamente de capturar Yajirobe. – E... como pode sugerir que eu abandone as pessoas lá fora?

– Será que você não reparou que há mais pessoas aqui do que o normal? – ele indicou um pequeno grupo afastado, com roupas de inverno completamente opostas ao clima daquela cidade. – Eu e outros guerreiros capacitados estamos trazendo todos os que estão lá fora para cá! – ele gritou, frustrado. – Pergunte a eles quem os trouxe! Neste exato momento, mais pessoas estão sendo trazidas para cá! E pior, agora nós temos que enfrentar os inimigos para conseguirmos trazê-las! Então, respeite nossas ações e não deixe ninguém sair! Nem mesmo esse exército inútil! Se quer ajudar seu povo, então não se meta em nada e deixe tudo conosco!

– Ora seu... – o general pegou um rifle e mirou em Yajirobe. – Se afaste do rei agora mesmo ou eu atiro! Você não tem o direito de exigir nada aqui!

Yajirobe bufou e se aproximou do general. Várias pessoas se afastaram com medo do confronto, mas o general apenas trincou os dentes e cerrou mais o aperto no gatilho. Ele não hesitaria em atirar.

– Por favor, general, não atire! – o rei exclamou.

O general olhou para o rei um segundo, pensando se deveria obedecê-lo, mas no instante seguinte não precisou decidir mais nada. Yajirobe capturou o cano do rifle na mão e entortou a extremidade de forma que nenhuma bala saísse. Todos encararam seu ato com incredulidade.

– Sei que é ultrajante um cara que vocês nunca viram na vida chegar aqui querendo dar ordens – ele murmurou seriamente, quase como se fosse outra pessoa. – Mas esse não é o momento para democracia, monarquia ou coisa e tal. Se eu não tivesse feito o que fiz, se nenhum dos outros guerreiros tivesse feito, o mundo que vocês conhecem já teria deixado de existir. As leis, as ordens... nada disso importaria. Não importaria se você fosse general, rei ou um simples civil, você teria cordas amarradas no corpo, seria arrastado como escravo para outro planeta e vendido como um pedaço de carne. E então, eles matariam as crianças, os idosos e os doentes, por serem “inúteis”, e estuprariam todas as mulheres que bem lhes agradassem. E eles ainda podem fazer isso. Se vocês ousarem cruzar os limites dessa cidade, é o que vai acontecer. Pois é o que pode estar acontecendo agora mesmo à várias pessoas já capturadas. Entendem agora a situação? Este não é o momento para vocês tentarem colocar alguma ordem, nada do que vocês têm em mente se aplica àqueles inimigos. O que resta a vocês fazerem... é deixar tudo em nossas mãos. Nós nos preparamos para enfrentá-los, nós preparamos esse refúgio, nós trouxemos as pessoas para cá antes do ataque... agora tudo que pedimos é que vocês calem a boca e fiquem onde estão. Não interfiram, se afastem!

– Meu jovem... – o rei suspirou em cansaço, mas seus olhos demonstravam compreensão. – Não há mesmo nada que possamos fazer?

– Apenas fiquem vivos – ele respondeu simplesmente e se colocou no ar. Várias pessoas entreabriram a boca em choque, mas ele ignorou todos e voou até onde Chaos o assistia. – Vamos lá, baixinho.

– Eu já disse que meu nome é Chaos – ele resmungou. – Além disso, eu achei que você ficaria aqui.

– Bem, eu estava irritado naquela hora, agora já recuperei a razão. Não há tempo a perder com coisas inúteis – ele suspirou. – Além disso, se a cidade já está protegida, não há razão em manter alguém aqui para protegê-la.

– Mas Tenshinhan disse para eu ficar aqui...

Yajirobe pegou Chaos pelo colarinho, frustrado.

– Eu sei que sua aparência não passa da de um garotinho, mas eu sei que você é um guerreiro! Então trate de agir como um! Você veio até aqui para proteger as pessoas, não para ficar fugindo da briga. Ou estou mentindo?

– N-não, mas Tenshinhan disse...

– Para o inferno com o que ele disse! – Yajirobe berrou. – A vida é sua, você que decide! Se quer ser um covarde e permanecer aqui com pretextos, então fique! Agora se quer agir como um verdadeiro guerreiro que treinou todo esse tempo para ser, vá lá para fora e ajude quantas pessoas for possível! Você me entendeu?!

– S-sim.

Então qual é sua decisão?! – Yajirobe gritou em seu rosto.

– E-eu... – ele gaguejou, mas com o olhar que recebia de Yajirobe... ele finalmente encontrou sua determinação. – Eu vou proteger as pessoas.

– Muito bem. – Yajirobe bufou, mas sorriu. – Então vamos.

Chaos seguiu Yajirobe para fora da fronteira da cidade, mas assim que passaram pelo portal... ambos tomaram caminhos diferentes. Ele já esperava que fosse assim, e ainda continuava com sua determinação... mas se sentia terrivelmente culpado.

Me perdoe Tenshin... Yajirobe não sabia que você estava querendo me proteger, mas ele tem razão no que diz. Mesmo que minhas forças não sejam suficientes, eu não posso me considerar um guerreiro de verdade... se não fazer tudo que estiver ao meu alcance.

 

 

 


Notas Finais


Guerreiros. Eles são todos guerreiros! Independente da força, habilidade ou carisma. Sabe por quê? Por causa do compromisso que eles têm em proteger, da determinação que eles possuem em seus corações. E não falo apenas de Yiajirobe e Chaos, mas do General do exército e o próprio rei da Terra... cada um ali está disposto a fazer o que for possível para proteger, mesmo que isso signifique enfrentar o desconhecido, e é isso que realmente conta. Como uma personagem muito querida minha diz, "Em uma batalha, fraco não é aquele que não sabe lutar, mas aquele que não possui determinação" - Kuchiki Rukia (Bleach).
Espero que tenham gostado do capítulo... no próximo eu revelarei os planos do Kakarotto ;)
Enfim, até a próxima! Bjs


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