-senhora Kim, que bom revê-la. Como foi a sua semana ? Fiquei sabendo que voltou para casa.- meu médico pergunta pra mim quando entro na sala. Depois de sair do hospital, fui transferida para a ala de psiquiatria, tudo para facilitar a minha volta as memórias. Era fácil ir para lá. Só precisava falar sobre a minha semana e fazer alguns exercícios que eram propostos pra mim. O doutor Lee era um médico legal, ele era baixinho, usava óculos de armação redonda, era acima do peso. Sempre usava calças jeans e blusa social por baixo do jaleco. Nunca usava gravata, e sempre usava suspensórios.
-fui...-eu falo com um dor no coração.-é estranho, parece algo familiar pra mim, mas totalmente novo, sem nenhum significado.
-você sabe que isso é compreensível dado a quantidade de dias que...
-sim eu sei. Mas... olha, imagina a situação. Tem uma fotografia enorme do meu casamento no quarto do Matthew. Enorme.-eu movimento meus braços pra mostrar mais ou menos o tamanho.- eu reconheço bem o Matthew na foto, e quando eu paro em mim eu não sei quem é.
-você não consegue se ver?se reconhecer ?-ele se ajeita na cadeira, acho que o deixei preocupado.
-não. Eu sei que sou eu, mas, meus cabelos estão de cor diferente, aparentemente eu era loira antes do ocorrido. E eu apreço tão triste...-eu falo lembrando daquele sorriso.
-triste?
-parece tudo meio forçado... e eu fico me perguntando será que eu queria mesmo me casar com ele?
-isso te faz questionar a veracidade do seu casamento? É normal Sara, você sofreu um trauma muito grande, sua cabeça está conectando as coisas que já aconteceram e as que estão acontecendo. Você não é mais aquela mulher, e nem sei marido e mais aquele homem. Você tem medo que seja verdade? A tristeza da foto?
-isso, e outra coisa... -eu falo baixo.
-o que seria ?
-tá, antes de mais nada, só pra confirmar. Aqui tem aquele lance de médico e paciente ne?
-está falando do sigilo profissional? Sim.
-mesmo meu marido sendo responsável legal por mim, ele vai ficará sabendo ne?
-sim.
-eu tenho tido sonhos.
-sonhos? -ele ajeita os óculos.
-sonhei com o Matthew e uma discursão que tivemos antes de ter a Jessica.
-ele não queria o bebê?-ele pergunta com a voz baixa.
-eu não queria.-falo seria. -mas isso não faz sentido, desde que acordei, que vi a minha filha eu não consigo ficar longe dela, algo cresceu dentro deu mim...
-Sara, você está desenvolvendo afetividade pela sua filha, é normal. Não precisa ter medo do seu passado, já aconteceu o que deveria ter acontecido e você precisa agora aprender e entender quem é você. Ok?
-tá...
-vou te passar um dever de casa ok? Tente se aproximar mais da sua família.
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