História Porcelain Doll - Sugamon (ABO) - Take care of her

— C-como assim?. — pergunto, já sentindo minhas mãos trémulas.

— Eu sei, pode parecer loucura, mas eu não quero te ver mal ou doente por não ter a pessoa que os seus instintos escolheram  por perto. Sei que somos amigas a pouco tempo, mas... Oh Deus, acabei de achar uma companheira e meu irmão já a tirou de mim. — Jennie diz, com um bico nos lábios.

— E-eu não sei se quero ir.

Nunca daria certo. O irmão de Jennie nunca gostou de ninguém, e obviamente, não vai ser comigo que começara a gostar. Eu não tenho nada de especial, com certeza ele não se interessaria por mim. Por mais que algo, algo muito forte, dentro de mim almeje desesperadamente estar perto dele. Não posso aguentar uma rejeição, pois essa também é a primeira vez, que gosto de alguém.

— Eu sei que está com medo, mas não sabemos quais podem ser os sintomas. Você pode ficar fraca, entrar em depressão ou simplesmente passar o resto de sua vida infeliz... Eu não quero te ver assim, por isso iremos tentar e eu te ajudarei. Sabe, isso que aconteceu... foi fora do normal, nunca conheci alguém cujo os instintos escolheram a pessoa que viu pela primeira vez. Certamente, é algo especial, talvez você e Namjoon sejam almas gêmeas de vidas passadas que estão destinadas a ficarem juntos. — Jennie segura minhas mãos, tentando me encorajar.

Arregalo os olhos com suas palavras. Não sabia que isso era algo assim tão sério. Eu realmente posso ficar doente caso não fique perto dele? É tão estranho, só o vi uma vez e sinto coisas por ele.

— Mas morar com ele... não posso simplesmente começar a morar na casa de seu irmão. Eu tenho vergonha e será desconfortável para ambos.

— É verdade, meu irmão nunca aceitaria uma pessoa que nunca viu assim. — Jennie suspira e parece pensar — Já sei! Você vai ser uma Persocon! Assim Namjoon não poderá negar.

— O que? M-mas Jennie, isso n-não...

— Não se preocupe, o meu irmão não pode negar um presente meu, e qualquer coisa você pode ligar para mim. Eu estou muito preocupada com o que pode acontecer, mas meu medo de te ver infeliz é maior. Quando Namjoon confessar ter sentimentos por você, ou demonstrar algo,  você pode assumir que não é uma Persocon. Então, você confia em mim?. — posso ver um pouco de desespero em seus olhos.

— Claro que confio, se não confiasse não moraria com você. — Jennie sorri largamente, me fazendo lembrar, se possível, mais do que já me lembra seu irmão. Os dois são parecidos, mesmo que Jennie seja delicada.

— Então vamos arrumar suas coisas. Nunca vou perdoar meu irmão por te tirar de mim.

*

*

*

Namjoon

— Namjoon-nim (nim é usado para pessoas de grande status), sua irmã está em sua casa e deseja vê-lo. — uma de minhas empregadas anuncia.

— Estou ocupado, ela disse o motivo de estar aqui?. — meu olhar ainda está em minha mesa, cheia de papéis.

Eu não sou uma pessoa fria, apenas não tenho tempo para coisa desnecessárias. O pouco tempo que tenho tento relaxar, e claro, foder com algumas ômegas.

— Não, mas ela não veio sozinha.

Levanto meu olhar. Suspiro, sabendo que terei que aguentar algumas das muitas besteiras de Jennie. Ela precisa crescer e, assim como minha mãe, acha que devo me casar. Não é só por que tenho 27 anos que devo casar-me, não quero me prender a alguém que não amo tão cedo, por mais que já esteja na hora disso acontecer. Mas eu sou rico, o que importa ter uma ômega daqui a dez anos. Com o meu status, sempre haverá ômegas me querendo, não importa o quão velho eu esteja.

— Obrigado por avisar. — agradeço, para que a empregada se retire.

Caminho até a sala e posso ver minha irmã sentada no sofá, mas o que me chama a atenção é uma ômega, ela é pequena e delicada. Seu aroma é único, parece uma mistura de coisas doces. Aproximo-me mais, fazendo meu olhar encontrar-se com o da pequena ômega. Estaria mentindo se dissesse que não senti nada ao ver aquele rosto tão belo. Ela é bonita, mas parece ser muito nova. É delicada demais para mim. A garota abaixa sua cabeça, brincando com suas pequenas mãos.

— O que faz aqui?. — pergunto a minha irmã, sem tirar os olhos da ômega, que cora e se encolhe.

— Eu te avisei ontem, além de tudo, sou sua irmã. Posso morar aqui se quiser!. — desvio meu olhar, para encarar minha irmã.

— O que quer?. — tento ignorar os olhinhos que sinto me fitarem.

— Nossa omma não te deu respeito? Não está vendo que trouxe um presente para você?. — olho em sua volta, tentando achar algum embrulho.

— E aonde está este tal presente?. — sorrio de lado.

— Ora, está bem aqui. — aponta para a pequena ômega sentada no sofá. Não consigo evitar, avalio suas pernas delicadas que estão cobertas apenas por uma saia.

— Muito engraçado Jennie, está apostando com nossa mãe quem consegue me fazer casar primeiro?.

— Muito engraçado Namjoon, mas ela é a mais especial e realista Persocon. Ela foi feita especialmente para você, não a outra igual no mundo. — diz orgulhosa.

— Esse é o seu presente? Por que eu, que tenho a ômega que quiser, iria querer um robô?. — a ômega, que descobri ser na verdade uma Persocon, parece triste agora como se realmente tivesse sentimentos.

— Não fale assim dela, ela tem sentimentos como nós. E não me venha com essa, seu ridículo. Sei muito bem que pode ter a mulher que quiser, mas aposto que o cheiro e delicadeza dela te afetou.

— É um cheiro bom. Não fale dessa coisa como se fosse uma pessoa.

— C-com licença Namjoon-nim, o meu nome é Yoongi e eu gosto muito de sorvete. — foi impossível não deixar um mínimo sorriso aparecer depois de ouvir sua voz graciosa, acompanhada de uma fala tão infantil.

— Achei que Yoongi fosse nome masculino. — comento.

— Namjoon, você vai negar um presente meu?. — eu e minha irmã fizemos uma promessa quando crianças, nunca negaríamos um presente do outro, uma coisa idiota e sem cabimento. Mas éramos crianças e melhores amigos.

— Não.

Jennie sorri e vejo a pequena "ômega" sorrir timidamente.

— Então, ela pode ficar aqui?. — assinto a contra gosto — Sabe, ela é uma Persocon, você pode tratá-la como sua namorada. — rio.

— Não seja ingênua, nunca tratei ninguém assim e não começarei com um robô.

— Já te disse que ela é um robô muito realista, portanto tenha cuidado com ela. Ela é como nós precisa comer, tomar banho, dormir e precisa de carinho. Por favor, trate ela bem. — minha irmã está com os olhos brilhantes quando olha para a Persocon.

— Não seja besta, ela é apenas um robô não precisa de carinho.

— Ela chora, fica triste e tem sim sentimentos. Se eu descobrir que você a tratou mau eu vou fazer você pagar de alguma forma. Então, me promete que cuidará dela bem?.

— Jennie, você sabe que eu não tenho muito tempo. Como uma das pessoas mais influentes no mundo, tenho que arcar com muitas responsabilidades. Não vou gastar o tempo, que quase não tenho, cuidando de um robô.

— A promessa Namjoon, você ainda se lembra dela?. — assinto — Então, como um alfa lúpus deve honrar sua palavra.

— Éramos apenas crianças. Mas já que insiste tanto, posso tentar cuidar dela. Não é como se ela não soubesse fazer nada, achei que Persocons fossem inteligente.

— E ela é muito inteligente, só que foi feita como se fosse uma omega de verdade, e ômegas gostam de carinho.

— Okay, que seja, agora vá embora. Estou cheio de papéis para ler. — empurro seus ombros.

— Espera! Tchau Yoongi, venho te ver no final de semana. — minha irmã acena para a ômega, com um sorriso triste nos lábios.

— T-tchau Jennie. — diz com a voz falhada.

— Namjoon, estou falando sério, me prometa que cuidará dela como uma princesinha. — ela aponta seu dedo em minha direção.

 Jennie é uma ômega, mas é muito autoritária e não tem medo de alfas.

— Posso pelo menos foder ela?. — pergunto, com um sorriso de lado.

— B-bom é... Ah, melhor não agora, sabe.

— Você é estranha, Jennie.

— Pois é, somos irmãos né? Te vejo sábado, Nam.

Apenas aceno e entro em casa novamente. Suspiro, eu não irei cuidar dessa coisa, tenho empregados para isso. Caminho em direção ao meu escritório, mas uma mão me para. Logo sinto aquele cheiro doce, não enjoativo, que ainda não consigo decifrar.

— Me desculpe atrapalhar, mas eu preciso de um lugar para ficar e... — Interrompo-a.

— Estou ocupado, procure algum empregado para te ajudar.

— Oh t-tudo bem. — quase tive pena ao ver o quão pequena ela é.

Ela não é como as outras Persocons que já vi, ela é relista demais, delicada demais. Acho que nunca vi um ser tão delicado quanto ela. Sua pele extremante branca, parece ser sensível a qualquer tipo de toque. Acho que ela percebeu que estou a encarando, pois sorri envergonhada com suas bochechas coradas.

Viro-me e entro em meu escritório, logo sentando em minha poltrona.

 No que eu fui me meter?.