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História Porcelain Doll (larry!au) - Invitation


Escrita por: Sedman

Capítulo 19 - Invitation


O pequeno garoto se encolhe ao ouvir as vozes altas e exaltadas das duas mulheres no andar superior da casa. Seus olhos estão avermelhados indicando que chorou muito. Ele está definitivamente assustado.

 

— Não acredito que você está fazendo isso. Você só pode estar brincando comigo. — A voz de uma das mulheres é ouvida juntamente com o som de algo que se quebra.

 

Isso serve para que ele fique ainda mais assustado e se encolha passando as pontas dos dedos gelados por sua face. Ele odeia brigas, isso o deixa triste.

 

É quando ele ouve passos fazendo com que erga seu olhar para a escada e percebe que é sua mãe que está descendo por ela. O rosto da mulher está vermelho e seus olhos inchados, indício de que estava chorando.

 

— Eu nunca estive tão decidida em minha vida — ela fala em um tom alto para que a outra mulher ouça — Onde está ele? Cadê meu filho?

 

— Mamãe? — O pequeno chama dando um passo incerto. A mulher olha para o pequeno e sorri caminhado em sua direção. Porém, nesse mesmo momento a outra mulher um pouco mais velha desce as escadas parecendo irritada.

 

— Não se atreva a fazer isso!— A mais velha fala puxando o braço da de longos cabelos castanhas a obrigando se afastar da criança.

 

O garotinho arregala os olhos em seguida os cobre com suas mãos olhando tudo entre as brechas de seus dedos. Uma terceira mulher adentra o cômodo parecendo preocupada e disposta a acabar com aquela briga.

 

— Não briguem na frente dele, por favor. Vamos conversar como pessoas civilizadas — A terceira mulher pede quando se aproxima das outras duas.

 

O garotinho sente seu braço ser puxado com delicadeza e em seguida seu corpo é envolvido por um maior. Por ele ser pequeno, enterra seu rosto no vão do pescoço alheio se sentindo seguro.

 

— Está tudo bem, boo. Eu vou te proteger.

 

Louis acorda assustado e suando frio. Está ofegante e passa as pontas dos dedos da sua mão esquerda em seu rosto. Apenas um lençol fino cobre parte de suas pernas que estão trêmulas, a única coisa que realmente cobre maior parte de seu corpo é uma camisa lilás que não chega nem até metade de suas coxas.

 

Seus dedos vão de encontro aos fios de cabelo que caem em sua testa os jogando para trás, por estarem úmidos, não voltam ao lugar de origem.

 

O ômega se joga na cama tentando relaxar entre os travesseiros e em seguida leva as pontas dos dedos até a barra de sua blusa para enxugar a umidade que tem ali.

 

Faz alguns dias, desde o término do seu cio, que os sonhos têm se tornado mais frequentes. Ele não entende e isso o deixa frustrado, sua sensibilidade é grande e não consegue evitar as lágrimas que vem a seguir. Se encolhe dobrando suas pernas e em seguida as contornando com seus braços curtos e enterrando seu rosto entre seus joelhos.

 

Ele sente que aquelas pessoas são familiares, sabe quem são aquelas pessoas e ao mesmo tempo não. É algo tão complicado que o deixa atordoado, mas quando acorda é como se tudo aquilo fosse real.

 

Ele sente algo pequeno e gelado tocar sua perna e em seguida, automaticamente, leva seus dedos até aquele objeto. É a correntinha. Harry quem lhe deu. E em meio a tantas lágrimas ele sorri tocando aquele objeto, é quase como uma conexão. Uma aproximação com Harry que ele verdadeiramente gosta.

 

— Por que chora, anjo? — A voz lenta e rouca faz com que ele erga seu olhar assustado e agarrar com mais força o colar. É como se aquilo fosse protegê-lo.

 

Seus olhos azuis buscam pela origem daquela voz familiar, ele acha que é algo de sua cabeça até encontrar a silhueta de um homem alto próximo a janela. É a luz da lua que ilumina o corpo.

 

Louis arregala os olhos ficando assustado e sente um frio em seu peito. Não sabe exatamente o que é, embora desconfie.

 

Porém, seus batimentos se tornam mais calmos quando encontra um par de olhos esmeraldas. O ômega perde um pouco o ar ao ver que o homem não usa nada além de uma calça moletom e seu peitoral é iluminado pela luz lunar.

 

— H-Harry? — Louis finalmente consegue formar uma palavra após o pequeno choque — O que está fazendo aqui? — seus olhos desviam para o relógio sobre o criado mudo. Indica que são quatro e vinte e nove da manhã, é cedo demais para se estar acordado.

 

Em seguida ele sente os pêlos de suas pernas se arrepiando e desvia seu olhar para elas percebendo que a sua blusa subiu e revela um pouco de sua calcinha branca. Ele puxa o lençol cobrindo até sua cintura e voltando seu olhar para o alfa lupus que o analisa com cuidado.

 

— Eu sempre venho acompanhar seu sono — Harry explica passando as pontas dos dedos em sua nuca — Faz alguns dias desde que você acorda agitado no meio da noite, geralmente você volta a dormir e não percebe minha presença aqui... Bem, por conta disso eu decidi que deveria vigiar seu sono para que nada de ruim possa acontecer — ele diz, na verdade seu desejo é se aproximar e o envolver em seus braços. No dia anterior, após o beijo, eles ficaram em um silêncio confortável conversando sobre poucas coisas, mas nada relacionado a como ficaria a relação deles. Harry não sabe se pode ou não se aproximar, então prefere ficar há uma certa distância.

 

Também não conversaram assim que chegaram em casa, Louis estava exausto e apenas lhe desejou boa noite e deixou um pequeno beijo no canto de seus lábios. É claro que eles teriam que conversar sobre isso, só que Harry quer dar o tempo de Louis absorver tudo isso. Isso tudo ainda é muito novo e recente para o ômega.

 

Tomlinson concorda com a cabeça mordiscando seu lábio inferior olhando para seus próprios dedos.

 

— E-eu tenho tido alguns sonhos estranhos — O ômega dá os ombros. O alfa concorda com a cabeça vendo como está tímido o pequeno.

 

— Sonhos estranhos? É algo com que eu deva me preocupar? — Styles pergunta se aproximando um pouco vendo o menor lhe olhar e negar com a cabeça — Consigo sentir sua agonia durante as noites — comenta baixinho, mas é alto o suficiente para que o dono de olhos azuis escute.

 

— N-não é nada... N-nem lembro direito o que sonhei — Louis mente desviando seus olhos dos do homem no intuito de que ele não perceba que não está falando a verdade.

 

Harry, entretanto, pode perceber apenas pelo tom de sua voz que aquilo é uma grande mentira, mas ele não vai insistir. Quando Louis quiser e se sentir preparado para contar, ele estará ali pronto para ouvir.

 

— Você fica a noite toda aqui? N-não dorme? — Tomlinson pergunta curioso e ao mesmo tempo desejando mudar de assunto. Harry nega indo até uma poltrona que tem naquele quarto, ela fica de frente para cama e é de onde ele geralmente vê o ômega dormir.

 

— Costumo ter insônia durante a noite... Não consigo dormir por mais de três horas — Harry explica apoiando seus braços sobre suas coxas — Estou também acostumado a ficar acordado para resolver problemas da empresa...

 

— Você trabalha demais — Louis comenta recebendo um olhar estranho qual não consegue decifrar o que transmite — Digo... Acho que deveria tirar umas férias, as vezes você se dedica demais ao trabalho e esquece de você — ele explica e o alfa concorda.

 

— Morgana já comentou sobre isso algumas vezes... Mas se eu me ausento por algumas horas a Edward's fica de pernas para o ar... Sabe lá o que pode acontecer se eu tirar férias — Harry diz e dá uma risada baixa procurando alguma distração olhando para seus próprios pés.

 

Definitivamente ficar mais de cinco minutos olhando aquele ômega sobre aquela cama o faz ter pensamentos impuros e uma enorme vontade de agarrá-lo ali mesmo sobre os lençóis de seda.

 

— Trabalho em excesso nunca é bom — Louis passa a língua entre os lábios parecendo pensar em algo por alguns segundos e em seguida mordisca o lábio inferior lentamente.— Isso é estranho... — comenta, mas por ter sua atenção voltada para suas mãos não percebe o olhar confuso do alfa sobre ele — É um pouco insano... Talvez doentio.

 

— Do que está falando, pequeno? — Harry tem curiosidade em sua voz sem compreender sobre o que o ômega está falando. Louis sorri erguendo o olhar, seus olhos azuis parecem mais intensos e acesos que o comum.

 

—Você... Ficar me olhando enquanto durmo, é louco. Digo, combina com você, mas ainda sim é estranho e psicótico — Tomlinson explica sem conseguir conter suas palavras. Por alguns minutos ele recebe apenas silêncio.

 

Analisando as feições de Harry, pode perceber que ele parece realmente refletir sobre isso. Seus lábios ficam franzidos de uma forma que uma de suas covinhas fiquem a mostra e surja uma linha de expressão no canto de seu lábio. Sua testa também tem algumas linhas de expressões e os fios que caem em sua testa não são capazes de cobri-las.

 

— Talvez... — Harry começa a dizer lentamente com seu habitual tom de rouquidão — Se você não gosta... Eu posso parar de fazer isso, embora seja uma das poucas coisas que me acalma — ele fala não demonstrando emoção alguma. Nem irritabilidade ou algo do gênero. Louis imediatamente nega batendo a palma da mão contra sua testa.

 

— Não... Não é isso — Louis diz soando desesperado e em seguida se ajeita em sua cama — Eu realmente não tenho freio na língua — resmunga baixinho cruzando as pernas na chamada posição índio ficando frente a frente com Harry. — Não quero que pare, se você gosta... Eu acho que não tem problemas. É só que é um pouco estranho... Se bem que me sentiria mais seguro sabendo que está por perto — ele admite em um tom baixo.

 

Harry o olha como se estivesse absorvendo o que acaba de ouvir. Em seguida ele sorri tendo certeza que não ouviu errado e que o ômega não voltou atrás com o que disse.

 

—É só uma maneira de saber que realmente está tudo bem com você. Sua agitação as vezes me preocupa. Consigo ouvir seus batimentos mais acelerados e isso assusta, me faz perder o sono e consequentemente voltar na noite seguinte para saber se está bem ou se vai acontecer novamente... É que eu estarei aqui para lhe ajudar caso isso aconteça — Harry confessa. Seu tom é carregado de seriedade e uma de suas mãos repousa sobre o braço da poltrona.

 

Louis fica incrivelmente envergonhado sob o olhar alheio. Tenta focar seus olhos azuis em algo que não seja o alfa lupus. Ele sente suas bochechas ficando quentes e provavelmente avermelhadas,e, passando as pontas dos dedos na barra de sua camisa ele pensa no quão, mesmo que de uma forma um pouco estranha, se preocupa e quer protegê-lo.

 

— Eu nunca sei o que dizer quando você fala essas coisas, me deixa um pouco nervoso e eu acabo falando merda. — Louis diz de forma disparada sem nem pensar. Harry não consegue evitar uma alta risada pela forma que o ômega falou, e, em seguida faz que não com a cabeça sem perder o sorriso em seus lábios. — Acho que ninguém antes nunca se importou tanto ou fez tanto por mim dessa forma. Ninguém tinha esse cuidado de querer saber o que estou sentindo, sabe? — ele dá um longo suspiro — E-eu já lhe tratei tão mal... As vezes penso que não mereço tudo isso. De certa forma você sempre quis ser gentil, e eu muitas vezes era rude com você.

 

— Você tinha suas razões... Além de eu ser um completo estranho para você, eu não soube muito bem como ir até você. — Harry diz vendo o menor confirmar com a cabeça e em seguida passar as pontas dos dedos no pingente do colar que lhe foi dado pelo alfa — Como já disse, em meu pensamento você me recusaria caso eu tentasse uma aproximação normal. Eu já vi você dar fora em quase dez alfas, não vou mentir, isso me alegrava, mas ao mesmo tempo me trazia algum tipo de insegurança.

— Como sabe de tudo isso? — Louis franze o cenho surpreso, mas em seguida ele dá uma risada baixa se recordando sobre com quem está lidando — Que pergunta idiota a minha... Você é meu Stalker.

 

— Não diria que sou um Stalker — Harry diz se defendendo, o menor lhe dá um olhar torto arqueando uma das sobrancelhas. — Tudo bem, talvez eu seja um pouco... É que é realmente bom te observar, não é culpa minha se é tão... Interessante.

 

Louis assente envergonhado, em seguida se lembra de algo que sempre quis perguntar.

 

— Harry... — Louis chama o alfa lupus — De onde você me conhece? Digo, quando você me viu pela primeira vez? — pergunta cheio de curiosidade. Ele definitivamente não se lembra de ter conhecido Harry e eles não frequentam os mesmos ambientes. É uma curiosidade válida.

Harry sorri como se lembrasse de algo, seus olhos verdes são presos ao nada enquanto aquele sorriso fica na curva de seus lábios.

 

— Não posso lhe dizer ao certo, mas saiba que quando te vi pela primeira vez pensei que o azul de seus olhos era o mais lindo azul que já vi em minha vida. Ele tem essas pequenas manchas esverdeadas que fazem deles únicos. Alguns falam que os olhos são a janela da alma, acho que foi exatamente ali que eu me apaixonei. Era como se... Toda minha vida fosse apenas para aquilo — Harry fala com adoração. Louis apenas sorri fitando os olhos esverdeados. Styles sabe como ser um príncipe, mas ele também sabe quando ser uma fera.

 

Tomlinson boceja levando uma das mãos até seus lábios e seus olhos começam a arder. É um sinal de que o sono está chegando. Isso é o suficiente para que o alfa se levante.

 

— Você está cansado — Harry fala se aproximando aos poucos da cama. Ele para por alguns segundos apenas para ver como Louis se torna adorável coçando os olhos com as costas das mãos.

 

Tão pequeno, precioso e adorável.

 

— Boa noite, meu anjo — Harry deseja e em seguida apoia um de seus joelhos na beirada da cama e se inclina deixando um beijo carinhoso na testa de Louis.

 

Ele se prepara para se afastar, mas é impedido pela pequena mão que segura seu braço o fazendo ficar imóvel. Seus olhos verdes se voltam para o ômega que parece incerto, mas em seguida torna-se decidido.

 

Louis se levanta ficando de joelhos sobre a cama e se aproxima do maior. Sua mão direita sobe pelo braço desnudo do alfa passando por seus ombros largos e escorregar até a sua nuca. Ele se inclina um pouco mais para frente aproximando os rostos, seus olhos azuis estão fixos nos lábios vermelhos.

 

Harry parece perder o ar. Ele sente os lábios quentes do ômega contra os seus em apenas um roçar. Louis fecha seus olhos suspirando lentamente e apertando seus dígitos na nuca alheia. Ele pressiona seus lábios contra os do alfa com leveza sorrindo durante o ato.

 

É apenas um curto e simples selinho. Louis não consegue se afastar de Styles, é como se seu corpo não permitisse tal ato.

 

— Fica comigo?

 

Harry definitivamente não esperava por isso. Seus olhos verdes se focam nos azuis como se perguntasse se aquilo é sério.

 

— Só... Pelo menos até que eu durma... Isso se você quiser — Louis se afasta um pouco ficando imensamente corado. Harry observa o menor se afastar por completo sentando-se na cama sobre suas pernas dobradas. — E-eu sinto mais segurança sabendo que está aqui... Acho que posso ter um sono mais tranquilo — explica.

 

Harry concorda.

 

— Não precisa explicar, princesa. Eu jamais recusaria isso vindo de você, eu realmente adoro lhe observar — Harry fala tão suave que não soa tão doente como realmente é. O alfa caminha até a poltrona sentando-se nela e vê o ômega sorrir. Ele puxa o lençol de seda que cobre até sua cintura.

 

— Boa noite, Harry. — Louis deseja sentindo suas pálpebras pesarem.

 

— Durma bem meu anjo — Harry fala vendo que aos poucos o garoto vai se entregando ao sono — Eu estarei aqui velando seu sono, como sempre deveria ter sido.

 

[•••]

 

Atrasado.

 

Ter acordado no meio da madrugada e ter tido uma curta conversa com o alfa lhe fez dormir mais que o esperado. Quando acordou naquela manhã estava mais que atrasado, a única coisa que pôde realmente fazer foi tomar um banho super rápido e pegar a primeira roupa que achou dentro do closet.

 

Tristan estava saindo quando ele desceu em busca de Sven e então lhe ofereceu uma carona garantindo que de moto eles chegariam muito mais rápido que de carro. Louis apenas aceitou a carona sem pensa duas vezes. Era isso ou chegar atrasado em sua primeira aula, já havia faltado algumas aulas por conta de seu cio, e não podia faltar mais ainda.

 

Quando acordou também naquela manhã, Harry não estava mais em casa. Segundo Tristan ele havia saído para a empresa mais cedo.

 

Harry. Ele não pode negar que está gostando dessa fase qual eles estão. Está conhecendo Harry mais a fundo e criando alguma intimidade com ele, apesar de não terem conversado sobre como eles ficariam após a noite anterior, ele pretendia ter essa conversa em breve para esclarecer as coisas e colocar os pingos nos is.

 

Todos seus pensamentos são afastados quando vê que está adentrando o estacionamento da universidade. Tristan estaciona a moto a mantendo ligada. Louis desce dela e em seguida tira seu capacete o entregando para o lupus.

 

— Estamos atrasados — Louis fala entregando seu capacete para o loiro que apanha o mesmo passando por seu braço. — Quer que eu lhe espere estacionar a moto? — pergunta ajeitando sua mochila em um dos ombros, em seguida vê que o alfa nega.

 

— Não precisa me esperar... Na verdade, bem, não vou acompanhá-lo —Tristan fala vendo que o ômega fica completamente confuso. Seu primeiro pensamento é de que aconteceu algo com Bradley e que o alfa teria que fazer companhia ou cuidar de seu parceiro.

 

— Aconteceu alguma coisa com Brad? É por isso que não pode ficar? É algo grave? — Louis pergunta realmente preocupado. Ele havia criado um carinho enorme pelos gêmeos Styles, eles eram boas pessoas e definitivamente gostava da presença de ambos.

 

— Não é isso. Não se preocupe com isso — Tristan diz fazendo com que o ômega sinta-se aliviado em saber que não é nada com Bradley.— Na verdade, os meus serviços como seu segurança foram dispensados.

 

Louis não evita a surpresa.

 

— Dispensados? Como assim? — Louis pergunta confuso não conseguindo assimilar aquilo.

 

— Harry me dispensou como seu segurança, ele disse que não precisa mais que eu o acompanhe. — Evans responde vendo que Louis fica ainda mais surpreso — Oh... E é ele quem virá lhe buscar ao fim das suas aulas. Bom, agora eu preciso ir. Ainda tenho que resolver algumas coisas com Harry na empresa.

 

Louis um pouco desnorteado assente com sua cabeça vendo o alfa lupus de cabelos loiros dar a partida e saindo do estacionamento da universidade. Tomlinson não entende ao certo por que Harry ter dispensado sua segurança na universidade, mas talvez poderia levar isso como um voto de confiança da parte de Styles.

 

Veja bem, Tristan estava ali basicamente para impedir a aproximação de qualquer alfa do ômega. O fato dele dispensar essa segurança o leva a pensar que ele confia nele o bastante para que não precise de alguém vigiando seus passos.

 

E isso é bom. Isso o deixa feliz.

 

É uma confiança mútua.

 

O ômega suspira e em seguida caminha pelo estacionamento até a entrada da universidade, o campus está completamente vazio fazendo-o saber que está muito atrasado.

 

Assim que entra nas propriedades da universidade nota que também os corredores estão vazios, não tem nem o senhor beta que limpa os corredores. Os alunos chamam ele carinhosamente de “Tio da limpeza”.

 

Dobrando o corredor que dá para a área da saúde. Ao longe ele vê uma figura familiar, é um jovem de cabelos castanhos escuros e alto que tira algumas coisas de dentro do armário. Ele rapidamente reconhece aquele como Stanley.

 

É Stanley Lucas.

 

Louis sorri começando a caminhar em direção ao alfa. Ele não consegue esconder a felicidade que tem de poder vê-lo depois de tanto tempo, ali é seu amigo de infância e é claro que ele sente saudades. Seus passos são apressados em direção a Stanley, por um momento ele agradece que Tristan não esteja ali para que possam ter uma conversa esclarecedora.

 

— Stan! — Louis chama em um tom aliviado e ao estar perto do alfa leva sua mão ao ombro dele sem perder o sorriso nos lábios, pensou que não iria vê-lo tão cedo — Finalmente consegui encontrar você… Não tem ideia do quanto tentei entrar em contato. — ele sente o maior tencionar pelo seu toque.

 

— Eu sei… Vi todas suas ligações e li todas suas mensagens — Stanley fala sem emoção alguma. Ele é completamente frio quando se dirige ao menor.

 

Louis não evita de se surpreender com a rudez do alfa. Ele nunca tinha o tratado antes assim com tamanha arrogância. Na verdade Stanley costuma ser sempre gentil e educado, sempre sendo amoroso ao extremo o tratando como se fosse uma preciosidade.

 

— E p-por que não me respondeu? Eu queria muito falar com você. — Louis diz timidamente. Stanley fecha o armário com tamanha força que  o ômega dá um sobressalto assustado por conta do movimento inesperado.

 

— Já pensou na hipótese de que eu não queira falar com você? Quem sabe até mesmo não queira olhar em sua cara? — Lucas dirige seu olhar para o menor que arregala os olhos encolhendo os ombros. Ele definitivamente não estava esperando isso. Ele sente um nó se formar em sua garganta e em seguida encolhe seus ombros e sentindo seus olhos arderem.

 

Seus olhos já estão lacrimejando e ele nem se dá conta. Com rapidez, ele leva as costas de suas mãos até sua face enxugando suas lágrimas com a barra da manga de seu cardigã. Ele não quer chorar assim na frente dele.

 

— V-você não quer falar comigo? — Louis tem sua voz entrecortada. Stanley parece por um momento se compadecer, mas isso não dura muito já que logo retorna a sua pose durona.

 

— Exatamente, afinal, se eu quisesse já teria lhe respondido — O alfa permanece rude com um ar de superioridade qual ele não usava com o pequeno ômega — Se eu voltei para cá é apenas por que meus pais pediram para que eu terminasse minha faculdade aqui — ele tem seus olhos um pouco mais escuros.

 

Louis recua assustado pela figura do alfa irritado. Ele abraça seu próprio corpo em uma forma de defesa, mesmo que sua mente diga que Stanley jamais lhe faria nada de ruim.

 

— Por que está sendo tão rude comigo? O que eu fiz para você? Eu queria apenas saber se estava bem por que me preocupei... Não tive notícias suas desde aquele dia. — Louis diz enrolando seus dedos na barra do cardigã e em seguida abaixando o seu olhar não querendo olhar nos olhos cheios de fúria do alfa.

 

— Se estava tudo bem comigo? Obviamente não Louis, e somente não teve notícias minhas por que eu não queria nenhum tipo de contato com você — Stanley ajeita a mochila em seu ombro esquerdo e em seguida da as costas ao menor se preparando para sair, mas Louis toma coragem segurando seu braço o impedindo de dar um único passo adiante.

 

— Por que está fazendo isso? Eu não fiz nada para você... Achei que éramos amigos — Tomlinson tem um tom entristecido em sua voz — Realmente fiquei preocupado com você e queria saber como estava... — murmura baixo e ouve uma risada debochada de Stanley.

 

— Preocupado? Oh sim. Eu vi sua preocupação nos jornais e sites de notícias, realmente vi como estava preocupado comigo. — Stanley tem tanto desgosto em sua voz como em seu olhar.

 

—C-como assim? E-eu não entendo do que está falando, Stan — Louis não se dá conta quando começa a chorar novamente molhando todo seu rosto. Os olhos já estão inchados.

— Não se faça de idiota que isso não combina com você. Acha que eu não vi as fotos e matérias sobre você e aquele... — Lucas suspira pesado — Cara.

 

— Cara?

 

— Harry Styles — Stanley diz aquele nome com nojo e rosna em seguida. Louis se encolhe um pouco ficando na defensiva — Achei que você fosse um pouco diferente, mas realmente me decepcionou — seu olhar para o menor é de puro desprezo —Pensei que tivesse um pouco de amor próprio e também por mim. É inacreditável que depois de tudo que ele fez, tanto comigo quanto contigo, você ainda o perdoou.

 

— Você não entende...— Tomlinson tenta explicar mas é interrompido.

 

— Não entendo o que? Que você gosta de apanhar? É isso? Você gosta de apanhar? — Stanley têm um sorriso maldoso em seus lábios e vê o menor arregalar os olhos como se não acreditasse naquilo que está ouvindo. É um absurdo. — Não sabia que você gostava de apanhar. Se soubesse, já teria feito isso... Quem sabe assim você não iria gostar de ficar comigo — O sorriso que tem em seus lábios é algo medonho. Doente.

 

Louis em um reflexo ergue a mão acertando em cheio a face do alfa. Em seguida leva as mãos aos seus lábios um pouco assustado não acreditando que fez aquilo.

 

— M-meu deus! — Louis murmura chocado se afastando aos poucos — Você é um grande idiota! Por que está sendo assim? Que merda eu fiz para você? — Tomlinson tem sua voz falha e soluça abafado sentindo as lágrimas molhando seu rosto sem piedade.

 

— Você jogou fora nossa amizade quando resolveu perdoar aquele filho da mãe depois dele quase ter me matado — Stanley soa tão calmamente que parece que nada aconteceu. Em seguida ele lhe dá as costas sumindo entre um dos diversos corredores que tem ali.

 

Louis tenta enxugar as lágrimas não conseguindo enxergar nada a sua frente. Sua cabeça agora trabalha a mil e ele não acredita que justamente Stanley lhe disse aquelas coisas tão rudes e maldosas. Justo seu amigo de infância conseguiu quebrar seu coração de tal forma.

 

Ele quer apenas se acalmar e então se recorda que a menos de cinco minutos da universidade têm uma cafeteria. Ele precisa de um chá para que possa se acalmar verdadeiramente, apenas chás o deixa tão calmo assim.

 

Louis refaz o caminho que havia feito, só que desta vez um pouco atordoado e tentando conter as lágrimas que molham seu rosto. Tira alguns fios de cabelo que caem em sua testa e em seguida funga baixinho tentando se lembrar do caminho até a Coffee and Tea.

 

Ao atravessar a rua pouco movimentada toma um pequeno susto ouvindo o som da buzina. O motorista aperta a buzina com força lhe lançando algum xingamento qual o ômega não se dá ao trabalho de prestar atenção. Ele apenas murmura um pedido de desculpas e continua caminhando até a cafeteria.

 

É um pequeno estabelecimento qual recebem estudantes da universidade pela manhã e noite. São os horários mais movimentados. Caminha até a porta de vidro a empurrando e um sininho anuncia sua chegada.

 

Está um pouco mais vazio que o comum, talvez por que a maioria dos alunos estão em aula. E falando nisso, ele se recorda que deveria estar em sua sala, mas não tem cabeça para isso.

 

Ficar durante uma quarenta minutos em sala de aula ouvindo Mr. Barnes sobre sua experiência como ajudante de médicos na segunda guerra mundial não era algo agradável.

 

Somente o cheiro de café, chá e bolo que tem aquele recinto o deixa um pouco mais tranquilo. Ele procura uma entre as várias mesas vazias e opta por uma próximo a janela de vidro que tem vista para universidade.

 

Caminha até aquela mesa colocando sua bolsa sobre ela e em seguida se senta afundando-se no mine sofá que cerca a mesa de madeira. Uma mulher de cabelos loiros e olhos mel, alfa, se aproxima com um sorriso mais que gentil nos lábios.

 

— Bom dia querido. O que vai querer hoje? — Ela pergunta pegando a caneta em seu avental branco esperando uma resposta.

 

— Hã... Eu quero um Lady Grey — Louis pede sem olhar no menu. A sua voz soa um pouco rouca com algumas falhas. A alfa concorda anotando o pedido em seu bloco de notas.

 

— Gostaria de algo para comer amor? — Ela franze o cenho e o ômega se remexe incomodado pelo apelido. Só que está cansado demais de discutir, então apenas olha o menu por cima concordando.

 

— Talvez um... Cheesecake de chocolate branco — Louis fala após observar as opções de sabores.

 

—Traremos seu pedido daqui a pouco, fique a vontade querido — A alfa pisca em seguida se afasta.

 

Louis acompanha com seu olhar a mulher caminhar até uma porta cinza e entrar onde é a cozinha.

 

Se afundando um pouco mais em seu assento ele cruza os braços na altura do peito se lembrando mais uma vez das palavras rudes. Stanley não esperou ao menos uma explicação antes de apontar e acusar ele. O que lhe deixa magoado é que o alfa insinuou que ele gosta de ser tratado com agressividade. E também o fato dele ter dito que também teria feito "se soubesse antes" o deixou chateado. Mais que chateado.

 

Decepcionado.

 

— Realmente queria que em nosso próximo encontro estivesse com um lindo sorriso, mas acho que só nos encontramos em situações ruins — Uma voz masculina chama sua atenção fazendo com que tome um pequeno susto. Quando olha para cima encontra Austin sorrindo gentil — Seus olhos parecem tão tristes... Mesmo sendo belos, não são capazes de esconder sua infelicidade.

 

Louis sorri fraco ficando mais calmo e em seguida coça seus olhos com as costas de suas mãos.

 

— Acho que nunca vamos nos encontrar em momentos agradáveis — Louis dá uma pequena risada ainda um pouco tristonho.

 

— Posso me sentar? — Troy pergunta indicando o lado vazio daquele enorme sofá. Louis imediatamente concorda com a cabeça vendo que o homem mais velho se sentar.— Não é nada agradável vê-lo chorar. Na verdade é algo que deveria ser proibido, alguém fazê-lo chorar — ele ergue sua mão e tira um fio de cabelo que cai na testa do ômega.

 

Louis sorri. É estranho essa sensação de segurança que Austin, um desconhecido, consegue lhe passar. É como Harry ou Tristan, eles lhe passam confiança.

 

Os três alfas lupus conseguem o fazer sentir-se seguro.

 

— Problemas novamente com o seu pai? — Austin pergunta vendo que o ômega nega e leva a manga do cardigã até seu rosto limpando a lágrima que molham suas bochechas . Os olhos estão levemente vermelhos pelo choro.

 

— Não... — Louis nega — Na verdade são problemas com um amigo... Ou ex-amigo... Depois de tudo que ele me disse hoje não sei exatamente o que somos. — um suspiro pesado escapa de seus lábios finos — As vezes acho que o grande problema sou eu... Eu quem afasto as pessoas.

 

— Você é o problema? Oh, não. O problema está nessas pessoas que não lhe valoriza. Elas sim são o problema — Austin é convicto do que diz quando ergue sua mão colocando-a sobre a de Louis e começando a fazer carícias nas costas dela.

 

— Não é o que parece — Louis suspira e em seguida sorri para o alfa — Você sempre aparece nos momentos que eu realmente preciso... É que engraçado isso.

 

— Talvez seja o destino — Austin responde dando uma risada. Em seguida ele observa a mulher alfa vindo na direção deles com o pedido do ômega. Ela tem um sorriso nos lábios e coloca o pedido sobre a mesa. Louis faz uma careta e olha para Austin.

 

— Deseja mais alguma coisa querido? — A alfa pergunta ainda mantendo seu olhar no ômega, em nenhum momento ela olha para o alfa lupus que se remexe desconfortável.

 

— Você quer alguma coisa?— Louis volta sua atenção para Austin que concorda com a cabeça encarando a mulher.

 

— Um café expresso e um Cheesecake de frutas vermelhas — Austin não tem um tom de gentileza, pelo contrário, ele é rude.

 

A mulher anota o pedido do lupus sem nem olhá-lo, o que deixa-o irritado. Alfas lupus geralmente gostam que lhe olhem nos olhos quando estão dizendo algo. A alfa termina de anotar e dá a Louis um olhar cheio de segundas intenções e pisca antes de se retirar. Austin rosna baixo por aquele ato fazendo com que o ômega se encolha um pouco, em seguida ele olha o mais novo com carinho tentando passar calma e confiança.

 

— Esse tipo de gente me dá náuseas. — Louis diz brincando com seus próprios dedos e automaticamente lembra-se de seu quase estupro. Se há algo que não gosta, são de alfas que ficam em cima tentando algo ou sendo inconvenientes. Já cansou de ser assediado por esses.

 

— Existem alfas que não sabem seus limites e tão pouco respeitar os ômegas.— Austin começa a falar vendo Louis olhá-lo — Aqueles que acham que ômegas são apenas objetos de desejo que servem para satisfazer os alfas me dão nojo. Digo... Ômegas devem ser respeitados e se existe um gênero superior a todos na sociedade são os ômegas... O que seria de nós, alfas, sem eles?

 

Louis sorri e em seguida suspira. Austin realmente o entende, e isso é bom. São poucos os alfas que tem essa visão. Nunca vai cansar de pensar no quanto ele o acalma e entende de verdade.

 

— É realmente uma infelicidade que nem todos pensem dessa forma. — Tomlinson leva um pedaço de seu Cheesecake até os lábios o provando e esse instante sua barriga ronca baixo anunciando fome. O menor fica imediatamente corado.

 

— Bem… Há alguns que se salvam. — Austin concorda em seguida os seus olhos azuis se focam na correntinha que o ômega carrega em seu pescoço — Que peça bonita… Ela combina com você. É delicada e elegante. — ele indica o pingente vendo o outro sorrir pegando o pequeno pingente entre seus dedos.

 

Tomlinson realmente sorri como se pudesse rasgar seu rosto. A forma que ele segura o pingente é em adoração, ele toma um pouco de seu chá e em seguida volta seu olhar para o pingente.

 

— É um presente de alguém especial. — Louis morde o lábio ficando com as bochechas avermelhadas, o alfa sorri concordando.

 

— De seu namorado? — pergunta Austin curioso e  franzindo o cenho. Louis ri e nega.
 

— Na verdade não... Não temos um relacionamento nem nada do tipo, acho que, bem, estou conhecendo ele melhor e aos poucos.—  Louis explica e vê uma mulher de cabelos castanhos trazer o pedido de Austin, é uma beta,  ela sorri gentil colocando o pedido sobre a mesa e em seguida se retira sem falar nada. A alfa que os atendeu mais cedo apenas os observa do balcão — Mas eu tenho um carinho especial por ele... Não posso descartar a possibilidade de um dia chegarmos a ter algo. Em outros tempos eu diria que jamais teria algo com ele, mas as coisas mudam e minha opinião sobre isso também

 

— E o que fez com que mudasse de opinião sobre ele? — Austin pergunta tomando um gole de seu café. Louis apoia os cotovelos sobre a mesa e em seguida o queixo em suas mãos

 

— Sabe... Ele tem se mostrado uma pessoa bem diferente ultimamente e... —  ele suspira — Se ele esta se esforçando para tentar mudar por mim, nada mais justo do que eu lhe dar uma chance. Embora minha decisão não agrade as pessoas mais importantes de minha vida


— Isso é realmente complicado... Não ter o apoio das pessoas que importam. Só que você deve fazer o que acha certo, pode parecer um pouco rude  de minha parte... Só que sua vida que está em jogo. Essas pessoas tem suas próprias vidas e não pode depender da opinião delas para viver a sua, se não der certo quem vai arcar com as consequências é você e se caso dê certo quem irá colher os bons frutos também é você — Austin explica tomando mais um gole de seu café expresso.
 

—Só que eu tenho medo de acabar perdendo essas pessoas por minhas decisões — Louis fala encolhendo os ombros.
 

— Olha... Com o tempo algumas pessoas vão aprender a conviver com sua decisão. As pessoas que realmente te amam de verdade vão apoiar você em suas decisões e serão elas que estarão ali para lhe ajudar a se levantar caso caia. — Austin sorri levando sua mão até a bochecha do garoto e fazendo carinho nele — E se por um acaso elas falharem com você, novamente uma coincidência do destino vai fazer com que nos encontremos e eu estarei aqui para lhe ajudar.


— É sempre bom encontrar você. Espero que realmente da próxima vez que nos encontremos seja em uma situação agradável. Só que agora tenho que voltar para a faculdade... Minhas aulas hoje são  no laboratório— Louis diz terminando de tomar seu chá e em seguida pega sua bolsa em busca de sua carteira.

 

— Não... Deixa que eu pago — Austin se adianta pegando a carteira em seu bolso — Eu deixo que pague na próxima.
 

Tomlinson pensa em recusar, mas ele deveria estar em sua aula há muito tempo, então apenas concorda com a cabeça.

 

— Da próxima é por minha conta — Louis afirma e sorri — Ate mais, Austin… Foi muito bom te encontrar.

 

Austin sorri e se aproxima dele dando um beijo em sua testa. O ômega não recua, apenas concorda com a cabeça e em seguida se levanta apoiando a bolsa em seu ombro.


— Até breve, Louis —  Austin sorri e enquanto o observa sair e em seguida chama a beta fazendo um sinal de que quer a conta.

 

[•••]

 

Tristan sai do elevador da empresa assim que chega ao ultimo andar. A recepção não está tão cheia, as únicas pessoas que estão lá são duas recepcionistas e um homem de meia idade sentado parecendo impaciente.Aquele andar é exclusivo para os três principais sócios da empresa. Harry, Liam e Ian.

 

O alfa lupus caminha em direção ao enorme balcão da recepção ganhando a atenção da beta de cabelos castanhos.


— Styles está em reunião? — Tristan se aproxima da bancada olhando para a recepcionista que sorri para ele. Nunca tinha visto ela antes, então deduz que ela seja uma novata.
 

—Na verdade o senhor Styles pediu para que não fosse incomodado. Ele está analisando alguns documentos do jurídico —A morena responde um pouco incerta, em seguida a beta de cabelos ruivos se aproxima tendo uma postura mais séria.

 

— Bom dia senhor Evans —  ela saúda sendo um pouco mais profissional que a outra mulher.— Desculpe-me, ela é uma secretária nova. O senhor Styles está em sua sala, vou acompanhá-lo  até lá. Ele deixou ordens explícitas de que quando chegasse fosse levado até sua sala.
 

A beta ruiva lança um olhar gélido para a morena e em seguida sorri educada para o alfa lupus e caminha para fora do balcão. Tristan sorri para a secretária novata sendo educado e em seguida começa a seguir a outra.

 

Na verdade ele já conhece aquele escritório muito bem, mas sempre que chega as secretárias fazem questão de acompanhá-lo até a sala da presidência. Não é algo como querer da em cima dele, na verdade é uma questão de profissionalismo e ele sabe disso.

 

A beta não bate na porta, ela apenas a empurra entrando dentro da sala. Ela faz isso por ser uma das secretárias mais antigas da empresa.

 

— Sr. Styles, o Sr. Tristan chegou — A secretaria diz dando passagem para que o alfa lupus entre na sala — Vou deixá-los a sós, com licença.
 

Harry está analisando alguns papéis que estão sobre a mesa e assim que o outro alfa lupus entra na sala guarda os papeis que analisava sobre uma pilha de documentos. Tristan observa a mulher fechar a porta e em seguida caminha até a mesa de Harry sentando em uma das cadeira que tem de frente para ela.
 

— Tem um cara lá fora que não gostou muito de eu ter sido atendido primeiro — Tristan comenta olhando para a enorme janela de vidro que tem naquela sala.
 

— Ele é um sócio minoritário que quer um dinheiro emprestado, provavelmente para alimentar seus vícios de jogos e bebidas. Estou fazendo um favor e salvando a vida dele não o atendendo — Harry diz guardando sua caneta dentro do bolso do terno e em seguida se levanta caminhando até uma mesa de vidro onde tem algumas bebidas, ele serve dois copos de uísque com três cubos de gelo em cada e volta ao seu assento entregando um dos copos para o loiro — Louis já está na faculdade? — pergunta olhando para Tristan que aceita o copo tomando um gole.
 

— Eu o levei para universidade, estava um pouco atrasado.— Tristan explica. Harry assente bebendo um pouco de seu uísque.
 

— Você disse a ele que não seria mais seu segurança? — Harry pergunta curioso. Tristan concorda — E então?

 

— Bem… Ele ficou um pouco surpreso, mas acho que você conseguiu passar o recado para ele. Mostrar que confia — Evans toma um pouco de sua bebida. — Como está a relação entre vocês? — pergunta curioso.Harry dá um suspiro se recostando ainda mais em sua cadeira e apoiando seu copo sobre a mesa de vidro.

 

— Estamos...— Harry diz e dá uma pequena pausa antes de continuar — Na verdade não sei como nós estamos. Não sei exatamente o que nós somos ou como vamos ficar. Não conversamos sobre isso... Quero que ele se sinta confortável, sabe? Ontem nós nos beijamos, na verdade ele quem me beijou. Tenho medo do que ele pode fazer. Medo de a qualquer momento ele mude de opinião.

 

— Ele parece bem seguro quanto as suas decisões e disposto a arcar com as consequências... Não acho que ele vá se arrepender, mas concordo quanto a você dar o tempo que ele precisa — Tristan diz vendo o outro alfa tomar um pouco mais de seu uísque.
 

— Eu realmente tenho receio de fazer algo que não o agrade e acabe o magoando — Harry tomba sua cabeça para trás. — Não vou mentir, queria ter uma relação melhor com ele…


—Vá com calma com Louis...—  Tristan fala  num tom paciente terminando seu uísque em um só gole — Soube que ficará fora de Londres por uns dias...
 

— Exatamente... Tenho que ir a Roma para assinar com um novo exportador de jóias — Harry explica — Em seguida pretendo ir para Veneza... Vou ficar uns três ou quatro dias na cobertura que tenho para poder relaxar um pouco. Morgana sempre diz que preciso de férias, Louis também falou sobre isso para mim.

 

— Pretende o levar? — Ele diz se referindo a Louis. Harry franze o cenho e passa a mão pelo queixo.

 

— Na verdade... Não tinha pensado em levá-lo, justamente por não ser uma viagem longa — O alfa de olhos verdes morde a pare interna de seu lábio, na verdade não havia pensado em levá-lo, não até agora.


— Louis me disse uma vez que um de seus grandes sonhos era conhecer Veneza — Tristan diz como quem não quer nada — Talvez uma viagem... Vocês dois juntos ajude em uma aproximação — ele explica — Você conhece Veneza como ninguém, e tem feito muitas viagens deixando Louis aqui sozinho... Talvez se o convidar, bem... Vocês podem ir juntos nessa viagem e criarem alguma intimidade. Pode levá-lo aos lugares que conhece... Apresentar para ele a cidade em seu ponto de vista.

 

Styles morde o lábio inferior parecendo analisar a situação, não seria nada mal levar o ômega consigo em uma viagem para Veneza. Ele tem uma cobertura no centro da cidade onde vai passar algumas férias, geralmente não passa mais de uma semana.


—Tenho certeza que Louis ficaria maravilhado com tudo isso. Pense nisso Harry — Tristan sorri em seguida se levanta — Só vim mesmo dar noticias de Louis, agora eu tenho que ir. Vão instalar um novo sistema de segurança a mansão e quero estar lá.

 

Harry acena com a cabeça vendo que o alfa lupus loiro caminha até a porta e a abre, nesse mesmo instante um jovem de cabelos castanhos e olhos acinzentados está se preparando para dar dois toques na porta. Ele cora timidamente olhando para o loiro que da passagem para que ele entre, em seguida o maior se retira.

 

— Senhor Styles… Os acionistas já chegaram para a reunião.— Marcos, o secretário recém-contratado avisa escrevendo algumas coisas em sua prancheta.
 

O alfa concorda ignorando os olhares que recebe do mais jovem. O secretário, ômega, gosta de constantemente mandar algumas indiretas insinuando que gostaria de ter algo com seu chefe.


— Quero que você entre em contato com Pierre e mande que ele verifique se Louis William Tomlinson tem  um passaporte. Ele sabe quem é... E se não tiver, quero que providencie tudo para que ele tire um até quinta-feira — ele olha para seu secretario que concorda com a cabeça.Em seguida ele se levanta e pega alguns documentos — A reunião que terei hoje ao final da tarde, cancele...— ele começa a caminhar em direção a saída da sala, mas recua se lembrando de algo —E também ligue para a esposa de Jeff Azoff, diga a ela que irei precisar daquele favor, ela vai entender.

 

E finalmente sai da sala.

 

Se ele vai fazer esse convite a Louis, pretende que seja da melhor forma possível.

 

[•••]


 

— Eu realmente espero que dê tudo certo dessa vez. — Louis ajeita a bolsa em seu ombro enquanto eles caminham para fora da universidade. Jenna e Noah caminham ao lado dele abraçados. Ambos estão irradiando em felicidade após saberem que seriam pais outra vez.

 

— Também esperamos — Jenna fala abraçando seu ômega e dando um beijo em sua testa — Noah merece toda felicidade do mundo... Vou fazer de tudo para dar isso a ele e não vou cometer os mesmos erros.


—Está com quantos meses? — Louis pergunta curioso observando Noah com a mão em sua barriga como se quisesse que todos soubessem que ele está esperando um filho de Jenna.
 

— Um mês e meio... Descobrimos semana passada. Os pais de Noah estão adorando a ideia de serem avós outra vez — Jenna fala passando o nariz pelos cabelos lisos do seu ômega e sorrindo. É bom estar tão perto de seu garoto enquanto ele carrega seu bebê. — Jeff e Glene já compraram o berço do bebê.— ela conta rindo ao se referir de seus sogros que estão apoiando tudo isso.

 

Noah e Louis deixam risadas gostosas escaparem, em seguida Tomlinson fica um pouco mais sério.

 

— Tudo aconteceu tão rápido... — ele morde o lábio — De repente os meus dois melhores amigos se tornam pai… É um pouco louco tudo isso — ele não consegue deixar de se sentir da mesma forma que se sentiu ao saber da gestação de seu melhor amigo. —Eu fico realmente muito feliz por vocês  — ele se refere a Noah e Zayn.

 

— Quem sabe você não é o próximo? — Noah da os ombros como quem não quer nada. Louis automaticamente se imagina grávido e em seguida faz que não.
 

— Não sei...— Ele diz encolhendo os ombros.
 

— Você disse que está começando a se dar bem com Harry... Quem sabe isso com o tempo não se torne algo... De verdade. Um relacionamento — Jenna fala e logo eles param próximos do carro da alfa. Ela encosta-se na lateral dele e em seguida puxa seu ômega o abraçando por trás colocando as mãos na barriga ainda lisa — Você não pensa em ter filhos?
 

—Ainda não me imagino tendo filhos com Harry, me casando e coisas desse tipo. Estamos nos conhecendo, nos aproximando e por enquanto, é apenas isso — Louis diz dando os ombros e em seguida espreme os olhos por conta da claridade.

 

— Mas você não descarta a hipótese de que um dia vocês possam fazer tudo isso, certo? Os filhos de vocês dois serão coisas lindas — Noah exclama animado sentindo o rosto de sua alfa ir de encontro ao seu pescoço dando beijos por ali.


— É muito cedo para fazer planos para o futuro... Estamos nos dando bem, nos conhecendo aos poucos... Na verdade eu quem estou o conhecendo. Harry é uma boa pessoa e não descarto a possibilidade de um dia conseguir me apaixonar por ele, só que não quero pensar no futuro. Eu quero pensar no agora, no nosso presente. Estou dando essa chance a ele e acho que estamos indo bem... É um dia de cada vez —  Louis explica. Ele realmente não quer dar um passo maior que sua própria perna.
 

— Por falar nele...— Noah diz rindo baixinho apontando para o carro que entra no estacionamento da universidade e em seguida olha para Louis —Bom, precisamos ir…

 

— Tudo bem… Amanhã nos vemos. — Louis sorri e olha para a alfa — Vou precisar de sua ajuda para fazer aquele trabalho do professor Gary.

 

— Vou separar umas apostilas e amanhã podemos fazer o trabalho na biblioteca. — Jenna fala e vê o ômega de olhos azuis concordar.

 

Tomlinson se despede e em seguida começa a caminhar em direção a Range Rover azul que tem os vidros abertos possibilitando saber quem está dentro do automóvel. Durante o percurso pode perceber um pequeno grupo de duas ômegas e uma beta olhando para o carro e cochichando algo entre eles. O ômega gira os olhos e continua seu caminho, ele para diante da porta do lado passageiro e leva sua mão até a maçaneta puxando-a e em seguida entra no automóvel.

 

— Boa tarde anjo. — Harry imediatamente o saúda sorrindo. Louis também lhe dá um sorriso de lado fechando a porta e em seguida passando o cinto de segurança. — Eles são seus amigos? — pergunta, não é um tom de ciúmes ou cobrança, na verdade é apenas curiosidade em saber quem são eles. Louis assente encostando sua cabeça no vidro do carro parecendo um pouco desanimado. — O que houve?

 

— Não é nada demais… —Louis sorri de lado olhando para Harry que começa a dirigir.
 

—Não parece estar bem... Você está triste e um pouco desanimado, eu posso sentir isso. — Harry diz levando a mão até o joelho  de Louis como se quisesse lhe passar confiança — Sabe que pode confiar em mim, não sabe? Se quiser me contar o que está acontecendo eu estou aqui para lhe ouvir.
 

— Ham... Não é nada. Não se preocupe— O ômega sorri. Louis prefere guardar a sua tristeza para si mesmo do que contar aquilo para o alfa, não quer preocupá-lo ou fazê-lo sentir-se culpado.

 

— Tudo bem querido — Harry sorri de lado. Ele está querendo ir realmente com calma e sabe que Louis só vai falar quando se sentindo confortável.
 

Louis assente agradecendo mentalmente pelo alfa não ter insistido, então percebe que eles não estão fazendo o caminho de casa.Ele se ajeita no banco colocando sua bolsa no chão do carro entre as suas pernas.
 

—Não estamos indo para casa... Para onde nós estamos indo? — Louis pergunta curioso olhando para Harry.

 

—Bom, pensei que poderíamos jantar fora hoje... Tenho uma proposta para lhe fazer — Styles diz prestando atenção na estrada.
 

— Uma proposta? — Louis está curioso e dobra uma de suas pernas sobre o banco do carro ficando com metade de seu corpo virado em direção ao alfa lupus — É algo como a última proposta? — franze o cenho. A última proposta que o alfa lhe fez foi para que em troca de ir visitar seus pais o acompanhasse no evento.

 

— Não... Não é nada como isso— Harry nega diminuindo a velocidade e entrando em uma rua pouco movimentada.
 

— Então o que é?
 

— Isso você só vai saber um pouco mais tarde... Agora nós vamos jantar em um restaurante, na verdade é um restaurante de uma amiga minha... Ela cedeu o restaurante para mim essa noite. Será apenas nós dois e vou tentar retribuir o jantar que preparou naquele dia para nós — Styles explica vendo que o menor ri e em seguida cobre os lábios como se quisesse esconder sua risada.
 

—Você sabe cozinhar? — Louis tem um tom de deboche em sua voz. Harry desvia a atenção da estrada apenas para o olhar fuzilante — D-desculpe. É que nunca imaginei que soubesse cozinhar alguma coisa… — encolhe seus ombros corando fortemente.


— Na verdade, não sou um um cozinheiro bom como você... Eu já estava há um tempo querendo fazer um jantar para você, vi alguns vídeos na internet sobre alguns pratos simples e achei uma boa oportunidade para fazer algo para você — Harry explica se lembrando de quando viajou para Los Angeles ficou todo o vôo vendo alguns vídeos sobre culinária para tentar aprender a fazer algo descente para o ômega.

 

— Está tentando me conquistar pelo estômago, Sr. Styles? — Louis se finge de bravo prendendo a risada, mas na verdade é engraçado imaginar o alfa tentando cozinhar.

 

— Na verdade não tinha pensado nisso...— Harry soa pensativo — Mas... É um bom plano. É, isso é um bom plano — ele concorda com a cabeça. Louis ri dando um tapa de leve no braço em seguida se dá conta do que fez. Harry sorri mostrando que não se importa por isso.
 

—O que você vai preparar? — Louis franze o cenho cruzando os braços na altura do peito.
 

—É também um pequeno segredo— O alfa estaciona o carro diante de um estabelecimento — E nós chegamos.

Harry desce do carro sem ao menos esperar uma resposta do ômega. Ele dá a volta no carro indo até o lado do passageiro e abrindo a porta para o ômega e lhe estendendo a mão. Louis tira seu cinto de segurança ri aceitando a ajuda do alfa e descendo do carro.

 

É quando Louis nota que eles estão em frente a um estabelecimento fechado. Aquele é um dos melhores restaurantes londrinos.

 

— Você realmente...— Louis parece não acreditar quando Harry  o guia em direção ao restaurante. Ele pega uma chave de seu bolso para abrir a porta na lateral do restaurante, ele sorri para Louis enquanto abre a porta e em seguida a empurra dando passagem para que o ômega entre primeiro.

 

Harry entra logo em seguida e liga o interruptor que fica ao lado esquerdo da porta. Tomlinson fica completamente deslumbrado com a beleza daquele imenso lugar, o lustre de cristal preso ao teto dá ao restaurante uma arquitetura medieval.

 

— Esse é o restaurante da Glene Azoff... Você conheceu ela e o marido dela. Provavelmente deve conhecer o filho deles, Noah — Harry fecha a porta atrás de si e guarda a chave em seu bolso.

 

— Noah? — Louis pergunta não acreditando no que acabou de ouvir — Não sabia que os pais de Noah eram tão importantes. Ele não os menciona muito...
 

Harry dá uma risada concordando com a cabeça e em seguida começa a caminhar em direção onde seria a cozinha.
 

— Na verdade são... Ele é de uma família importante, embora seja um bom garoto e humilde —ele explica—É difícil encontrar pessoas assim hoje em dia.

 

— Ele não se importou de me contar essa parte. — Louis morde o lábio ao ver o alfa de costas e em seguida sorri travesso e apressa seus passos não dando tempo do dono de olhos verdes dar conta dos movimentos alheios.

 

Tomlinson pula nas costas do maior passando os braços ao redor do pescoço de Harry e por reflexo segura as coxas do ômega o impedindo de cair e em seguida o ajeita em suas costas ouvindo uma risada baixa do mesmo. Louis tira alguns fios de cabelo que caem sobre o ombro esquerdo de Styles e apoia seu queixo ali.

 

— Eu realmente senti sua falta — Louis sussurra baixinho como se fosse um segredo e percebe os pêlos da nuca ficarem arrepiados apenas pelo tom de sua voz. Harry prende o ar quando o ômega tenta dar um beijo em seu rosto, mas acaba sendo próximo ao seu pescoço.

 

Mesmo que seja um pouco difícil imaginar eles dois em um futuro juntos, ele gosta de como se sente protegido pelo alfa e também de sua companhia, a forma como ele sabe brincar e ser sério. E a forma como Styles o faz se sentir especial.

 

Harry caminha com o menor até a bancada que tem na cozinha em seguida o coloca sobe a mesma. Sorri ficando frente a frente com Louis enfiando-se entre as pernas dele, seus dedos longos vão até os cabelos bagunçados castanhos os arrumando.

 

— O que nós temos? — Styles pergunta de repente descendo seus dedos até o queixo do ômega — Eu realmente nunca sei como reagir perto de você… Não quero fazer algo que não lhe agrade.

 

— O que nós temos? — Louis repete levando as pontas de seus dedos até o nó da gravata da camisa social do maior desfazendo-o e em seguida puxa a mesma a retirando e jogando em qualquer lugar. Após isso, ele começa a dedilhar os primeiros botões da camisa desfazendo os três primeiros vendo o alfa parecer um pouco mais aliviado sem aquela gravata lhe apertando — Ainda não sei o que temos… Apenas sei que estou adorando lhe ter por perto e conhecer você dessa forma, que eu me sinto a vontade como se nos conhecêssemos há muito tempo. Não tenho um rotulo para isso, mas eu gosto… Eu gosto de estar com você sem que seja preciso dar um nome a isso. É melhor deixar que a vida decida por nós dois… O que tiver de ser será… Então… Não vamos olhar para o futuro agora. Por que apenas não podemos viver isso? — diz baixinho enlaçando as pernas em torno dos quadris do alfa o puxando para um pouco mais perto.

 

— Eu acho isso uma boa ideia — Harry olha nos olhos azuis, em seguida aproxima seus lábios dos do menor — Na verdade é uma ótima ideia… Sem rótulos. — confirma com a cabeça e em seguida roça seus lábios aos do ômega vendo que o mesmo dá uma risada baixa. Mordisca o lábio inferior alheio puxando levemente entre os dentes — Eu vou te beijar.

 

É um aviso.

 

Louis concorda com a cabeça passando os braços ao redor dos ombros largos sentindo as mãos grandes virem parar em sua cintura apertando ali com cuidado.

 

Quando seus lábios se chocam com os de Harry ele sente aquela sensação gostosa que teve no dia anterior, como se estivesse provando um pedaço do paraíso. A gentileza e maciez com um toque de brutalidade, os dedos afundando em sua cintura como se estivesse disposto a marcá-los ali.

 

Dessa vez o menor enfia seus dedos entre os fios de cabelo de Harry puxando com força total ciente de que aquilo não faria nem cocegas nele. E quando o alfa aperta sua cintura um pouco mais forte o ômega geme abafado.

 

Louis sorri em seguida quebrando o beijo, ele passa a língua entre os lábios e se aproxima beijando a ponta do nariz do alfa. Depois deixa mais um beijo nos lábios vermelhos e se afasta olhando nos olhos verdes.

 

— Você tem que parar de me distrair — Harry diz ofegante com os lábios inchados e vermelhos — Eu quero fazer nosso jantar, mas você não está deixando. — ele ainda segura a cintura do menor massageando as pontas de seus dedos ali.
 

— Não estou fazendo exatamente nada... Estou apenas aqui, quietinho —  Louis ri baixo quando Harry lhe rouba um beijo rápido antes de se afastar arregaçando as mangas de sua camisa indo lavar suas mãos.
 

— Gosta se frutos do mar? Por favor... Diga que gosta por que comprei apenas peixes e camarão —Harry fala sem olhar para o menor.
 

— Eu sou alérgico a camarões — Louis fala com seriedade em sua voz. Harry olha para trás esperando que ele diga que é uma brincadeira, mas não há nenhum sinal de brincadeira em seu rosto.

 

— Oh! Eu não sabia...— Harry diz ficando automaticamente sem graça

 

— Está enganado se pensa que sabe tudo sobre mim. Digamos que existam outros 10% que você ainda não conhece.— Louis permanece sério.

 

— Eu realmente não sabia... Me desculpe, de verdade — Harry pede não sabendo o que dizer. Ele pretendia fazer camarões grelhados para acompanhar o salmão.

 

Louis sorri de lado.
 

— Não tinha como adivinhar isso… — Louis diz tentando tranquilizar Harry que continua sem graça.

 

—Você poderia ter tido uma crise alérgica por minha causa…

— Eu não comeria o camarão sabendo que sou alérgico a camarões — Tomlinson soa obvio e sorri que Harry ri baixo pegando um pano de prato para enxugar suas mãos.

 

—É ... faz algum sentido isso — Harry começa a dizer e para alguns segundos parecendo pensar em algo — Você é alérgico a salmão? — pergunta apenas para garantir e fica de costas para pia se encostando nela.— Por que se for o jeito será pedirmos uma pizza

 

— Não, somente a camarões… — diz vendo que o maior concorda e começa a caminhar em direção ao lado da bancada onde tem algumas coisas sobre ela. Isso o faz pensar que antes de buscá-lo na universidade ele havia vindo no restaurante e preparado tudo aquilo. — Então… Qual é a proposta que gostaria de me fazer? — Louis pergunta curioso. Harry põe seu avental e começa a cortar os temperos.
 

—Você é bem curioso, não é? —  Harry morde o lábio prendendo a risada.

— E sou também impaciente — Louis diz observando tudo que Harry faz. E também como ele fica bem usando um  avental — Por isso... Acho melhor que diga logo a sua proposta
 

—Tudo bem —  Harry se dá por vencido — Eu terei que viajar para Itália... Em um jantar com alguns exportadores em Roma. É um jantar apenas de negócios, e depois... Bem, resolvi seguir seu conselho e vou passar alguns dias em Veneza, é como férias. Pequenas férias

—Veneza?
 

— Sim... Veneza. A cidade é maravilhosa, ideal para relaxar e esquecer um pouco toda essa agitação por conta do trabalho na Edwards — O alfa começa a explicar. Louis concorda com a cabeça sorrindo.

 

— E o que isso tem a ver com sua proposta? — Louis pergunta franzindo o cenho e vendo o alfa parar tudo que está fazendo e o olhar sorrindo.
 

— Quero que vá comigo —Harry diz como se fosse a coisa mais normal do mundo. Louis tem seus olhos azuis arregalados em surpresa.

 

Ele em Veneza.

 

Com Harry

 

— Q-quer que eu vá com você? Mas é uma viagem de negócios e...— Tomlinson não concluir, pois é interrompido

 

— Não é apenas uma viagem de negócios — Harry deixa tudo que está fazendo indo até Louis — Vou ficar três dias em Veneza, nada que envolve trabalho. Quero apenas relaxar e gostaria que fosse comigo — ele fica entre as pernas do ômega e ergue a mão passando as costas delas no rosto delicado qual adora observar. — Não negue isso para mim... Será na quinta-feira. Já me informei e sei que não terá aulas na quinta-feira e sexta-feira... Voltamos domingo a noite ou segunda pela manhã

 

— Eu não tenho...— E novamente Harry o interrompe

 

— Já mandei providenciar  toda a sua documentação necessária para a viagem — Harry diz e o outro faz uma careta.

 

—Como você sabe… —  E mais uma vez vem a interrupção.

 

— Apenas sou atualizado em relação a você — Styles dá os ombros — Não há desculpas para não ir comigo... E eu não aceito um não como resposta


— Se você parar de me interromper eu… — Louis resmunga baixo em falsa irritação.
 

—Desculpe, não faço mais — Harry pede ganhando um olhar feio do menor— Desculpa.

 

— Ok! Eu posso aceitar isso... Até por que, meu sonho é conhecer Veneza — Louis morde o lábio e da uma risada roubando um selinho de Harry — Só não quero incomodar...
 

— Você nunca incomoda —  Harry deixa um beijo na testa dele — Vou amar ficando esse tempo com você em Veneza
 

Louis suspira.
 

—Somente aceito se voltar a preparar nosso jantar... E esse salmão tem que ficar muito bom — Tomlinson brinca vendo o alfa concordar e voltar aos seus afazeres.


O ômega está contente com isso, realmente pode ser bom eles passarem esses três dias juntos para aprenderem a conviver. Talvez seja bom conhecer Veneza ao lado de Harry.

 

Afinal...Que mal pode acontecer se aceitar viajar com Harry?


 


Notas Finais


Desculpe-me pela demora
D:


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