História Porcelain Doll (larry!au) - Veneza

Louis entra no quarto com seu secador em uma das mãos e um pente em outra. Havia saído do banho há quase meia hora e definitivamente odiava quando seu cabelo ficava molhado pingando água em sua camisa, era uma sensação incômoda. Avista Morgana terminando de dobrar algumas roupas para colocar em sua "mala". Há também ao lado da mala, em cima da cama,  alguns hidratantes, perfumes e produtos de higiene.

 

O ômega caminha até a beta se colocando ao seu lado para poder lhe ajudar.

 

— Deixa que eu te ajudo a colocar essas coisas dentro da mala — Louis diz colocando o secador em cima da cama e subindo as mangas do suéter que usa. Ele é branco e justo.

 

— Você separou tudo que vai levar? — Morgana olha de relance para o menor que afirma com a cabeça e parece lembrar-se de algo.

 

Tomlinson se direciona até o criado mudo ao lado esquerdo da cama pegando uma caixinha cinza que tem ali. Ele a abre vendo a  correntinha com o símbolo do equilíbrio e sorri. Geralmente gosta de tirar aquela correntinha para tomar banho, ele tem medo que de alguma forma acabe o estragando. Pega aquela peça com o maior cuidado possível colocando o mesmo em seu pescoço. Na verdade já estava habituado a colocá-lo.

 

— Eu tenho quase certeza de que não falta mais nada. Acho que estou levando roupas suficiente para um mês — Louis brinca pegando um creme hidratante de morango e levando em direção a cama.

 

—É melhor prevenir... É sempre bom levar roupas reservas, algum imprevisto pode acontecer — Morgana fala e então começa a guardar os hidratantes em uma pequena nécessaire branca.

 

Louis concorda com a cabeça pegando uma mochila de alça onde está levando alguns livros e seus aparelhos eletrônicos. Na próxima semana terá provas finais e vai tentar achar um tempo para estudar. Ele caminha mais uma vez até seu criado mudo abrindo a primeira gaveta e pegando uma sacola cinza, em seguida coloca ela dentro da mochila. Morgana observa aquilo, mas não se manifesta.

 

— Harry já está aí? — Tomlinson pergunta curioso colocando a mochila ao lado da mala.

 

Ele não vê o alfa faz dois dias. Acontece que a reunião em Roma foi antecipada e ele teve que viajar juntamente com Liam de última hora.

 

Liam não queria viajar. Zayn estava tendo constantes enjoos e tonturas, mas Louis se candidatou para cuidar do melhor amigo e prometeu que se algo acontecesse ele ligaria. Tomlinson passou os últimos dois dias cuidando de  Malik, e voltou para casa apenas quando Bradley e Niall disseram que ficariam com Zayn para que Louis voltasse para casa e fizesse suas malas. Isso foi há uma hora e meia atrás.

 

— Sim. Ele chegou há quase meia hora, você estava no banho.— A governanta fala terminando de fechar ao zíper da mala.

 

— Ele já está aí? — Louis repete a pergunta de uma forma mais eufórica. É como se tentasse conter sua animação sem sucesso. Morgana percebe o tom de voz dele e não evita em sorrir.

 

— Se quiser pode ir lá embaixo vê-lo, vou pedir a ajuda de Sven para descer com sua mala — Morgana da os ombros como quem não quer nada. — Ele está no escritório...

 

— Hã... Okay, eu vou lá — Tomlinson morde o lábio inferior e caminha até a mais velha dando um beijo em sua face. Em seguida, caminha para fora do quarto completamente animado.

 

Louis quase tropeça ao sair do seu quarto e em passos apressados vai até a enorme escada. Ele poderia dizer que estava animado dessa forma apenas por conta da viagem, e na verdade ele também está animado por isso. Na noite anterior não conseguiu dormir direito e pesquisou vários lugares qual deseja visitar. Mas, a maior parte da sua animação é por ver Harry.

 

No fundo ele sabia que em algum momento iria acabar se apegando dessa forma ao alfa lupus, mas não imaginava que fosse tão cedo e não queria que fosse tão rápido.

 

Tarde demais.

 

Porém, agora ele tem receio. Receio de mergulhar se cabeça em tudo isso e acabar se dando mal. Mas, ele estava ciente que poderia ou não dar certo quando resolveu dar uma chance para Harry. E ele vai arcar com todas as consequências de suas decisões, sendo elas boas ou ruins.

 

Tomlinson morde o lábio inferior assim que chega na escada. Pulando de dois em dois degraus e com a mão apoiada no corrimão ele sorri. Está tão eufórico que quase tropeça no último degrau, mas segura com mais força no corrimão e ri de si mesmo por ser tão desastrado.

 

Louis resmunga baixo batendo em sua própria testa por não ter perguntado em qual escritório Harry estaria. Ele descobriu que o alfa lupus é super organizado e separa sua vida pessoal do trabalho de uma forma louca.

 

Em casa ele tem dois escritórios. Um deles é seu escritório pessoal onde ele recebe amigos mais íntimos para conversarem sobre coisas não relacionadas a empresa. Na verdade esse escritório é quase como uma biblioteca, já que tem um enorme número de livros em várias prateleiras, algumas vezes quando Harry quer trabalhar e relaxar, ele fica em seu escritório pessoal.

 

E ele tem um escritório - Louis apelidou esse escritório de A redoma por ser em um corredor onde as paredes são de vidro. - que é propriamente para coisas relacionadas a empresa. Quando recebe qualquer pessoa relacionada a sua empresa, é naquele escritório.

 

A dúvida do ômega é; Em qual escritório ele está?

 

Tomlinson coça o queixo e decide ir primeiro no que é mais próximo. A redoma.

 

Caminha em passos apressados começando a cantarolar uma de suas músicas favoritas de Imagine Dragons enquanto dá alguns pequenos pulinhos. Assim que chega diante da enorme porta de madeira qual dá acesso "a redoma", ele ergue sua mão e empurrando a mesma.

 

Tenta fazer o mínimo de barulho possível ao fechar a porta e nas pontas dos pés caminha pelo corredor.

 

O dono de olhos azuis sorri quando vê a figura do alfa através da grande parede de vidro.

 

Harry está de pé encostado a mesa enquanto analisa alguns papéis com atenção e tem uma de suas mãos no queixo. Seus olhos verdes percorrem a folha e em seguida ele aponta para algum lugar nela se inclinando em direção a um garoto.

 

É só então que Louis percebe que há outra pessoa na sala. É um jovem de talvez vinte ou vinte e dois anos que está usando uma calça branca mais apertada do que deveria realmente ser e uma blusa preta regata. Ele, por ser menor que o alfa lupus, tem que ficar nas pontas dos pés e se aproximar demais para que possa ver o que está escrito no papel.

 

Tomlinson, automaticamente rosna baixinho.

 

Quem é esse?

 

O rapaz está explicitamente se oferecendo para Harry. E o alfa aparentemente não se importar se o rapaz está ou não se jogando em cima dele. Na verdade parece até gostar.

 

Louis então caminha em direção a porta a abrindo sem nem bater antes. Está disposto a acabar com aquela palhaçada. Assim que entra no cômodo, por conta do movimento e do som que faz quando abre a porta abruptamente, a atenção dos dois é voltada para Louis.

 

— Interrompi algo? — Louis ergue uma das sobrancelhas colocando as mãos na cintura em um ar questionador.

 

Não é ciúme.

 

Harry, assim que olha para o ômega sorri. Seus olhos verdes brilham apenas em vê-lo. Styles olha para o ômega como se somente ele existisse naquele cômodo e como se fosse a coisa mais importante do mundo.

 

Louis continua olhando com desgosto para o rapaz qual anteriormente falava com Harry. Este, por sua vez, observa tudo sem compreender do que tudo aquilo se trata.

 

Styles deixa os papéis sobre a mesa e em seguida começa a caminhar em direção ao seu ômega sem perder o sorriso nos lábios.

 

— Já está pronto?— Harry pergunta ao que finalmente está tão próximo de Louis. Não hesita ao por suas mãos grandes na cintura alheia o puxando para si e envolvendo o corpo menor com seus braços. Ele sente o perfume e o calor que emana daquele corpo. Mesmo estando tão pouco tempo afastados, ele sentiu muita falta daquilo. — Você está maravilhoso. — sussurra baixo ao pé do ouvido de Tomlinson vendo que ele estremece em seus braços.

 

Tomlinson sorri e olha para o outro jovem, que ele tem certeza que é um ômega, olhando para os dois com certo desgosto. Louis sorri altamente provocativo e em seguida volta seu olhar para Harry.

 

Ficando nas pontas dos pés ele consegue chegar na altura dos ombros do maior. Suas mãozinhas seguram as laterais do rosto do alfa e começa a depositar pequenos beijos por seu queixo, maxilar e lábios. São selinhos rápidos por todo o rosto, seus olhos azuis conseguem focar o outro ômega por cima dos ombros de Harry. Louis dá a ele um sorriso presunçoso continuando a depositar beijos em seu Harry.

 

Em seguida seus olhos azuis voltam a atenção para os esverdeados. Por fim sorri dando um demorado selinho em seus lábios e seguida enterra seu rosto na curva do pescoço alheio. Não precisava de palavras para expressar o quanto sentiu a falta de Harry. Não mesmo. Ele consegue demonstrar isso com ações.

 

O ômega de olhos azuis volta sua atenção mais uma vez ao outro jovem naquela sala. Os braços de Harry continuam em torno o menor.

— Quem é esse? — Louis tenta soar o mais educado possível, embora possa se captar o desgosto em sua voz ao fazer aquela pergunta.

 

— Oh... Esse é Marcos, ele é meu secretário e veio trazer seu passaporte — Harry explica com tranquilidade e morde o lábio inferior ao sentir aquela pequena tensão entre os ômegas. Não pode mentir, seu ego infla em pensar que Louis sente ciúmes dele.

 

— É um grande prazer finalmente conhecê-lo. — Marcos se aproxima estendendo sua mão para o outro ômega. Seu sorriso é forçado. — Você é mesmo muito bonito, os boatos que correm pelos corredores da empresa são verdadeiros. — em seguida dirige seu olhar para o alfa lupus — Uma bela distração, não é mesmo Senhor Styles?

 

Seu tom é venenoso. Ele retoma seu olhar para o ômega com um certo ar de deboche. Louis não evita um rosnado baixo e completamente irritado, talvez se as mãos de Harry não estivessem firmes em sua cintura ele já estaria estapeando o outro ômega e deixando a marca de suas unhas em toda sua face para que nunca se esqueça.

 

— Bom... Eu preciso ir agora — Marcos diz antes que alguém possa dizer. — Não se preocupe... Eu já conheço muito bem essa casa e sei o caminho até a saída — se adianta e em seguida sorri mais uma vez para os dois antes de ir caminhando até a saída do escritório.

 

— Já vai tarde — Louis grunhe ouvindo uma risada vinda do alfa. Tomlinson remexe para se desvencilhar dos toques do maior e se afasta o máximo possível dele. Harry tenta não dar uma risada. Em outro momento estaria muito irritado e teria posto Marcos no olho da rua, mas está achando aquilo um tanto cômico e uma situação divertida. — Uma bela distração? — seu tom soa irritadiço.

Louis tenta se soltar quando o alfa  põe as mãos em sua cintura. O ômega ergue seus punhos dando socos contra o peitoral alheio, mesmo sabendo que aquilo não faz nem cócegas.

 

— Calma — Harry pede segurando ambos os pulsos do ômega com uma única mão. A outra permanece em sua cintura — Não leve a sério o que ele fala, ele está apenas com inveja do quão bonito você é. Ele sabe que nunca vai chegar aos seus pés, nem se reencarnar mil vezes. — ele diz juntando sua testa com a do ômega.

 

— Ele gosta de você, isso sim. Só você que não viu a forma que ele te olhava — Louis dá um resmungo baixo.

 

— Claro que não vi... Estava ocupado demais olhando para você, na verdade, não consigo reparar em ninguém ao meu redor estando perto de você. Quando não estou pensando em você... Nos seus beijos... Na suavidade de seus lábios — Harry sussurra tão baixo como se fosse um segredo — O único momento que eu não penso isso... É quando estou olhando para você, por por que quando eu olho para você nada mais importa. Meu mundo se resume a você.

 

Harry molha seus próprios lábios e em seguida roça os seus aos do ômega. Ele começa dando pequenos selinhos enquanto sussurra o quão ele realmente importa. Em seguida foca seus olhos verdes nos azuis e sorri beijando os lábios alheios.

 

Ousando um pouco mais, ele desce suas mãos pelas laterais do corpo de Louis apreciando suas curvas. E suas mãos realmente se encaixam perfeitamente nelas como ele havia imaginado durante todo esse tempo. Ele perde seus dedos longos na parte interna das coxas do ômega o erguendo do chão sem nem ao menos quebrar o beijo.

 

Styles caminha em direção a mesa de seu escritório e coloca o castanho sentado sobre ela. Uma de suas mãos vai até a nuca alheia no intuito de aprofundar ainda mais aquele beijo, se é que isso é possível, mas ele não quer perder nada daquilo.

 

Sua outra mão permanece repousada sobre a coxa esquerda de Louis. Ele sente o perfume doce e inebriante que o ômega carrega, assim como pode sentir o calor de seu corpo. Os seus beijos descem pelo pescoço onde ele dá algumas pequenas mordidas.

 

Harry geme baixo ao sentir as unhas do ômega fincando em sua cintura. Louis sobe um pouco mais a barra da camisa preta qual o alfa usa para então poder ter mais contato entre suas unhas e a pele dele. A forma qual o maior geme e o suficiente para que Tomlinson fique completamente arrepiado e tombe sua cabeça para trás.

 

É quando seus lábios são capturados mais uma vez. Harry, cheio de desejo aperta com um pouco mais de força sua mão na coxa farta e macia do pequeno. Do seu pequeno.

 

— Desculpe Senhor Styles, mas já está tudo certo para a viagem até Veneza — Luna soa grossa assim que entra naquele escritório. Harry se afasta de Louis assustado, em seguida volta sua atenção para o ômega que parece tão assustado quanto ele.

 

Styles logo se tranquiliza normalizando sua respiração. Ele lança para a beta loira um olhar significativo como se dissesse que seus serviços já estavam dispensados. Luna não hesita e se retira do cômodo. Harry suspira, em seguida volta atenção para algo mais importante.

 

Louis.

 

— Está pronto? Pronto para irmos a Veneza? — Harry franze o cenho vendo que o menor está corado quando afirma com a cabeça. Suas pernas balançando no ar por conta da mesa ser muito alta, seus pés não tocam o chão.

 

— Eu vou esperar lá na sala. — Louis avisa se ajeitando para poder descer da mesa.

 

Harry dá uma risada segurando Louis pela cintura e o descendo da mesa. Tomlinson fica nas pontas dos pés para dar um beijo na face do alfa, e em seguida caminha em direção a porta do escritório. Harry o acompanha com os olhos e não pode deixar de reparar em como as coxas do ômega ficam bem marcada pela calça jeans preta.

 

Ele suspira só voltando sua realidade quando perde Louis de vista. Seu olhar recai sobre sua mesa onde estão alguns documentos e o passaporte.Harry apanha os passaportes, chaves de seu carro e sua carteira.

 

Styles sai do escritório fazendo o mesmo caminho feito pelo ômega há alguns pouquíssimos minutos. Ele está verdadeiramente ansioso por isso, será uma oportunidade de ouro e poderá ficar mais íntimo de Louis. Não que eles não estejam, mas talvez eles possam conseguir outro tipo de intimidade.

 

É estranho como se pode tornar tão dependente de uma pessoa. Por Louis, ele está fazendo coisas que nunca tentou antes, como se controlar.

 

Pode parecer fácil para quem vê de fora, mas por dentro é uma batalha gigante entre seu instinto animalesco e sua razão. Seu instinto animal costuma ser mais forte, mas por hora está se saindo bem conseguindo controlar-se mesmo sentindo que uma hora ou outra tudo isso vai estourar como uma bomba.

 

Ele não pode se descontrolar.

 

Essa viagem será fundamental para os dois, ele não pode estragar tudo isso com seu descontrole.

 

Ele fará o possível e impossível para isso.

 

Harry busca a figura do ômega assim que entra na sala e vê Tristan praticamente esmagando Louis em um abraço.

 

— Você vai deixá-lo sem ar dessa forma, ou quebrar os ossos dele — Harry diz atraíndo toda a atenção para ele. Tristan sorri e em seguida puxa o ômega ainda para mais perto deixando um beijo em sua bochecha — Ok. Você já pode soltá-lo, temos uma viagem para fazer — ele faz-se de bravo, mas todos percebem que é apenas um fingimento.

 

Louis não entende por que Harry parece sentir ciúmes de todos os alfas do mundo, menos de Tristan.

 

Talvez seja por que ele já é atado à Bradley.

 

Ian também é atado a Niall, mas mesmo assim Harry se mostra desgostoso a qualquer aproximação deste para com Louis. Bem, quem consegue entender o que se passa na cabeça de Harry Styles?

 

— Eu sei... É que vou sentir saudades. Além do que, ele está tremendamente adorável com essa touca — Tristan indica a touca cinza que o ômega tinha colocado há pouco tempo. Harry não evita uma risada.

 

— Eu não estou adorável — Louis fala consertando sua touca que acabou entortando por conta do abraço quase sufocante do alfa lupus loiro.

 

— Você realmente não está adorável — Harry diz mantendo um tom sério que faz com que o menor se assuste e em seguida core envergonhado — Você é adorável.

 

Tomlinson fica tão vermelho que cobre seu rosto com as mãos para que ninguém perceba o quão corado está. Harry morde a parte interna de seu lábio apenas em pensar no quão o ômega é precioso.

 

— Acho que já podemos ir... — Louis murmura baixo tentando mudar o rumo daquela conversa e se sair daquela situação no mínimo constrangedora.

 

— Está tudo sob seu comando — Harry avisa para Tristan que concorda com a cabeça. Louis vê os dois alfas cochichando sobre algo qual ele não consegue compreender ao certo, mas volta sua atenção para Morgana e Bradley.

 

— Boa viagem para vocês — Bradley diz dando um abraço em Louis, um abraço forte e caloroso. Naquele momento ele se parece muito com Niall — Se divirtam lá.— sussurra apenas para que o ômega ouça e seu tom tem uma malícia também semelhante a de Niall.

 

— Pare de ser como seu irmão — Louis pede com as bochechas vermelhas e quentes. Perdeu a conta de quantas vezes apenas naquela noite ficou envergonhado.

 

Bradley dá uma risada e um beijo na face do outro ômega. Louis, em seguida caminha até Morgana a surpreendendo com um forte abraço.

 

— Espero que tudo fique bem nessa viagem — Morgana sussurra baixo para o menor que concorda com a cabeça e agradece em seguida.

 

— É melhor realmente irmos — Harry fala se aproximando e dando um beijo na testa de seu irmão caçula. Em seguida repete o ato com Morgana.

 

Assim que se despedem de todos, Louis e Harry caminham para fora da casa. Tomlinson vê uma Range Rover cinza parada em frente a casa, isso faz com que ele se pergunte sobre quantos carros Harry deve ter. Mas, logo sua linha de raciocínio o leva a pensar sobre o porquê deles irem de carro para o aeroporto sendo que não terá ninguém para trazer o carro de volta.

 

— Você não acha melhor pegarmos um táxi ou alguém nos levar? Digo... Quem vai trazer o carro do aeroporto? — Louis não evita de perguntar devido sua grande curiosidade.

 

— Na verdade eu sou um quase associado do aeroporto por viajar sempre...  Algumas vezes deixo meu carro lá e quando volto de viagem pego ele — Harry explica vendo o menor concordar com a cabeça — Além disso... Temos algum tempo antes do vôo e quero que vá comigo em um lugar — diz voltando sua atenção ao ômega assim que param diante do automóvel.

 

— Você é sempre tão misterioso assim? Sempre tem algum lugar para irmos ou algo do tipo e você nunca me diz onde vamos. — Louis cruza os braços na altura do peito arqueando as sobrancelhas. Harry sorri negando.

 

— Não sou eu quem é misterioso... Você que é apressado, curioso e impaciente — Harry fala abrindo a porta do carro para que o outro entre.

 

— Não vai mesmo me dizer para onde vai me levar? — Tomlinson insiste ficando emburrado. Harry faz-se de pensativo e em seguida inclina seu tronco para baixo ficando com o rosto diante ao do mais jovem. Ele dá um pequeno beijo na ponta do nariz alheio ainda exibindo suas covinhas.

 

— Não. — Harry nega vendo o menor fazer um som irritado e em seguida entra no carro batendo a porta com força. Se fosse outro, Harry certamente ficaria puto.

 

Mas é Louis.

 

Louis pode tudo.

 

Ou quase.

 

~•~

 

Louis definitivamente odeia quando Harry faz isso.Não que não goste de surpresas, as vezes é até algo legal. O grande problema é que tem uma curiosidade imensa e sua impaciência não ajuda em nada.

 

Harry parece gostar de fazer isso de propósito, justamente para deixá-lo irritado. O pior é o sorriso cínico que ele carrega em seus lábios, ele realmente está provocando. E é bom que não reclame quando começar a sofrer as consequências.

 

O ômega está tão irritado com a situação que não percebe qual é o caminho que estão fazendo, mas desperta de seu pequeno mundo cheio de raiva e impaciência quando sente que o carro finalmente parou. Harry tira sua atenção da estrada e se volta para o menor ao seu lado.

 

— É aqui. — Harry de repente se torna sério. Louis direciona seu olhar para a janela vendo através dela onde estão.

 

— O que estamos fazendo aqui? — Louis pergunta voltando sua atenção para Harry. Ele não entende o motivo de estarem justamente ali ao invés de simplesmente irem ao aeroporto. Não faz sentido.

 

— Essa é a casa dos seus pais — Harry diz como se fosse algo tão óbvio — Olha... Eu sei o que seu pai fez e eu não gosto dele. Tenho lá meus motivos para não gostar, mas o assunto não convém no momento. O que importa agora é que você gosta dele... Mesmo eu pensando que ele não merecesse esse amor... Tenho meus motivos para achar isso.— Harry dá uma pequena pausa para caso o ômega queria dizer algo, mas ele fica em silêncio — Continuando... Eu acho que vocês devam conversar... Independente de qualquer coisa eles são seus pais... Mark tem um amor muito grande por você e isso é a única coisa que respeito nele. Eu não tenho meu pai, mas você ainda tem o seu — ele termina de dizer, por mais que seja difícil estar falando essas coisas, ele faz isso apenas por Louis. — Vá lá... Vou estar te esperando aqui fora.

 

— Não vamos perder o vôo? — Louis morde o lábio inferior. Na verdade ele não tem coragem. É mais como receio, por que sabe que tem culpa por tudo que aconteceu.

 

— Vamos viajar em meu jatinho particular, podemos ir quando bem desejarmos. — Styles sorri erguendo sua mão para acariciar a bochecha rosada. Louis assente silenciosamente e o alfa aproveita aquele momento para dar um beijo nos lábios do menor.

 

Louis suspira pesado antes de levar sua mão até a maçaneta do carro. Ele abre a porta e em seguida tira seu cinto de segurança. Desce do carro um pouco incerto fechando a porta com cuidado.

 

Quando ele começa a caminhar em direção a casa sente todo seu corpo ficar tenso. Seu lábio inferior é preso entre seus dentes e engole o seco.

 

Coragem.

 

É de coragem que ele precisa.

 

Assim que chega diante da porta da casa ele olha para trás encontrando Harry com o braço apoiado na janela sorrindo de lado lhe passando confiança. Ele assente voltando sua atenção a porta e leva seu indicador até a campainha a apertando.

 

— Já vai — É o que se ouve no lado de dentro da casa. Louis morde a ponta da língua propositalmente sentindo seus batimentos ficando mais acelerados.

 

Quando a porta se abre, ele encontra sua mãe. Ela sorri, mas em seguida sua feição se torna espantada. Ela definitivamente não esperava vê-lo ali.

 

— Louis? — Johannah pergunta levando sua mão até os lábios. Podia jurar que depois de tudo que aconteceu seu filho jamais pisaria o pé naquela casa novamente.

 

O ômega cora envergonhado olhando para seus próprios pés. Ele está tomando coragem quando morde a parte interna de sua bochecha erguendo o olhar lentamente, seus olhos azuis estão lagrimejando quando ele finalmente consegue olhar nos olhos de sua mãe.

 

— E-eu posso entrar? — Louis gagueja, mas não pode fazer nada quando seu corpo é abraçado por sua mãe.

 

— Meu amor! Senti tanto sua falta — Johannah diz fungando baixo deixando beijos na face de seu filho — E-eu pensei que nunca mais o veria depois do que aconteceu.

 

— Está tudo bem mamãe. Eu errei, não deveria ter dito o que eu disse... — Louis murmura e sorri sentindo as carícias de sua mãe. — Vocês são meus pais, nada pode mudar isso. Eu amo vocês. — ele continua dizendo em um tom baixo.

 

— Querida, quem está aí? — Os dois ouvem a voz de Mark dentro da casa. Louis olha para a mãe e engole o seco. Johannah sorri quebrando o abraço, mas segura a mão esquerda de seu filho o puxando para dentro de casa e fechando a porta.

 

— Mark! Venha ver quem está aqui, amor — Johannah chama seu marido que está na cozinha. Louis segura com um pouco mais de força a mão de sua mãe sentir seu corpo ficar tenso.

 

Mark entra na sala usando um avental de cozinha e limpando as mãos com um pano de prato. Sua feição é de espanto quando vê seu filho ali e deixa que o pano caia de suas mãos. Faz um som de surpresa, em seguida pisca os olhos rapidamente como se quisesse ter certeza de que aquilo era real.

 

— Louis?— Mark pergunta parecendo em choque. Louis sorri de lado e apressa seus passos indo em direção ao seu pai não pensando duas vezes antes de abraçá-lo com força.

 

— Desculpa papai. Não queria ter dito aquilo. — Tomlinson pede em um tom tão baixo que quase não se pode ser ouvido. — Você é sim meu pai de verdade.

 

— Tudo bem. — Mark sorri acariciando os fios de cabelo lisos do menor.— Eu quem devo pedir desculpas por ter te batido. Não devia ter feito, acabei me exaltando.— pede dando um beijo na testa do mais jovem — Nunca tinha antes levantado a mão para você, meu filho. E acabei perdendo o controle e machucando meu garotinho. — ele aperta o corpo do pequeno ainda mais em seus braços.

 

— Tudo bem papai — Louis suspira enterrando seu rosto no pescoço do mais velho — Não falaremos mais sobre isso… Eu estava com tantas saudades de vocês.

 

— Também estávamos com muita saudade. — Johannah diz se aproximando do filho e do marido. O ômega sorri, em seguida direciona seus olhos azuis para a barriga grande da mulher.

 

— Como estão eles? — Tomlinson pergunta curioso em relação aos seus irmãos.

 

— Estão um pouco inquietos ultimamente… — Johannah fala vendo seu filho parecer um pouco preocupado, mas ela não tarda em esclarecer aquilo — Mas nada para que possa se preocupar. — ela dá um beijo na testa do pequeno fazendo com que ele suavize sua expressão.

 

— Como está a faculdade? —Mark questiona guiando seu filho até o sofá.

 

— Está ótima. Na verdade estou chegando ao final do semestre, está um pouco puxado. Mas, teremos hoje e amanhã sem aulas, farão algumas reformas no laboratório e a área de saúde será interditada. — Louis explica se sentando ao sofá — E eu queria aproveitar minha vinda aqui, para falar algo para vocês. — observa sua mãe sentando ao seu lado esquerdo com o auxilio de seu pai.

 

— Como assim? — O homem pergunta confuso fazendo carinho nos fios de cabelo que caem na testa do filho.

 

— É que… Vou ter que viajar, vou passar algum tempo fora. No domingo a noite ou segunda pela manhã estou de volta — Louis explica cruzando as mãos sobre seu colo — Vou ficar esses dias em Veneza.

 

— Veneza? É alguma viagem em relação ao seu curso da faculdade? — Jay diz pegando a mão de seu filho e começando a fazer caricias nas costas dela.

 

— Na verdade não é isso. — Louis suspira tentando tomar coragem — Harry vai passar esses três dias em Veneza… Ele me convidou para ir com ele, e bem, eu aceitei — ele olha para seus pais que permanecem sérios.— Nós dois estamos nos dando bem. Olha… Ele pode parecer o que for, mas eu conheci um lado bom dele. Harry é uma pessoa muito legal e está tentando se controlar aos poucos diante de tudo isso. E-eu acabei entrando no cio naquele dia que briguei com o papai, Harry quem me salvou de um grupo de alfas… Ele me levou para casa e não fez nem tentou fazer nada comigo. Ele conseguiu se controlar. — ele morde o lábio ainda vendo seus pais sérios — Estou tentando dizer que ele não é esse monstro que vocês e eu criamos em nossas mentes. Harry necessita apenas ser compreendido.

 

Louis realmente pensa que após tudo isso seu pai vai comparar Styles ao diabo e dizer o quanto ele não presta. Ele está esperando um surto que não vêm.

 

—Você é maior de idade… Responsável por si mesmo, não podemos mais obrigar você a nos obedecer. Somos seus pais, e não criamos você para nós… Um dia teria que aprender a andar com suas próprias pernas. — Johannah sorri para seu filho e se aproxima beijando sua testa.

 

— Eu não gosto desse homem, mas vou respeitar sua decisão. — Mark diz sorrindo de lado — Afinal, um dia você enxergará a verdade e estaremos aqui para você.

 

— Não quero brigar. — Louis olha diretamente para seu pai que ergue os braços em rendição. — Queria ficar um pouco mais com vocês… Mas, terei que ir agora. Temos que pegar o vôo e Harry está me esperando lá fora. Prometo que assim que voltar venho aqui ver vocês.

 

—Estaremos lhe esperando… E por favor, nos ligue assim que chegar lá. — Johannah pede e ômega assente dando um beijo em sua face.

 

Louis se levanta, em seguida se agacha para dar um beijo na barriga de sua mãe. Ele olha para a mulher e sorri se levantando outra vez. Mark põe sua mão nas costas do filho o guiando para fora do cômodo até a porta da casa. Ele abre a porta para que seu filho passe primeiro e em seguida passa pela mesma.

 

— Se precisar de qualquer coisa… É apenas me ligar que largo tudo e pego o primeiro vôo para Veneza — Mark fala assim que para na porta da casa junto ao filho, de longe vê o carro estacionado em frente a sua casa e suspira. Em seguida se inclina um pouco para dar um beijo na bochecha do ômega.

 

— Não se preocupe com isso… Tenho certeza de que tudo ficará bem, confio em Harry. — Louis diz e olha para trás vendo o alfa lupus o esperar dentro do carro pacientemente — Tenho que ir agora… Senti sua falta, eu volto em breve. Amo muito você — ele dá mais um beijo na face de seu pai.

 

— Tenha uma boa viagem… E eu também te amo muito. De verdade. — Mark diz e observa seu filho acenar em seguida caminhar em direção ao carro.

 

O ômega suspira quando se dirige em direção ao carro parado em frente a casa. Assim que chega em frente ao automóvel leva sua mão em direção a maçaneta do carro abrindo a porta para poder entrar no mesmo. Em seguida, ele adentra no automóvel fechando a porta. Harry sorri para ele vendo o menor colocar seu cinto de segurança, em seguida ele gira a chave na ignição ligando o carro.

 

— Podemos ir? — Styles volta a olhar o ômega checando se está tudo certo com ele. Tomlinson assente com a cabeça retribuindo o olhar para o de olhos verdes, em seguida faz uma careta.

 

— Apenas coloque o cinto antes. — Louis pede tirando alguns fios de cabelo que caem em sua testa. Harry não discute, apenas faz o que lhe foi pedido.

 

— Esqueci de colocar… Acabei tirando quando sai do carro para fumar um cigarro — Harry explica e finalmente dá a partida no carro. O menor o olha com um pouco de surpresa.

 

— Não sabia que fumava. — Louis comenta começando a fazer alguns desenhos em sua perna.

 

— Não fumo sempre… Não é como um vício, mas eu fumo de vez em quando. — Harry fala dando os ombros mantendo seus olhos fixos na estrada.

 

— Sério? Normalmente...Bem, a maioria das pessoas viciam — Louis morde o lábio inferior, já viu vários amigos ficando realmente viciados em bebidas e cigarro.

 

— Eu não sou um viciado em tabaco ou algo do tipo… Se eu tiver algum vício qual deveria ser tratado de verdade, é o trabalho. Eu dedico muito ao trabalho, não considero um vicio… Mas há pessoas que sim. — Styles conta. Louis realmente fica surpreso com aquilo.

 

— Realmente você é um cara que surpreende. — Louis fala levando as pontas de seus dedos até a perna do alfa roçando os dedos no joelho do maior que sorri.

 

— Na verdade, quem me surpreende cada dia mais é você — Harry morde a parte interna da bochecha olhando de relance para o outro que também sorri sem jeito — E são sempre boas surpresas... Me surpreende de uma forma boa e agradável
 

— Te surpreendo por que exatamente? — Louis pergunta curioso.

 

— Talvez... Bem... É por que depois de tudo nunca imaginei que estaríamos aqui... Digo, sempre tive esperanças que sim. Só que nunca pensei que isso pudesse acontecer tão rápido — Styles explica seu ponto de vista.

 

— Bom... Te conheço há mais ou menos um mês e foi o suficiente para conhecer os seus dois lados. Eu estava decidido a não ter nenhum tipo de contato mas... Tudo fugiu de meus planos. Você não ter ficado comigo no cio me fez pensar bastante sobre minha opinião ao seu respeito. Mas também não é somente por isso que estou lhe dando essa chance. Não é uma chance para estar juntos como um casal e sim uma chance para podermos nos aproximar. Talvez pelo fato de você ser alfa e eu um ômega tenha causado certa atracão, é óbvio, evidente que hora ou outra ela falaria mais alto. Enfim, o que vier dessa aproximação é apenas consequência — Louis morde o lábio hesitando um pouco antes de olhar para a face do alfa lupus.

 

— Fico imensamente feliz em saber que esteja tentando por vontade própria — Styles diz sinceramente — Tinha medo de que nunca quisesse tentar.— admite voltando sua atenção para estrada. — Então… Está ansioso por Veneza?

 

— Eu passei a noite pensando nessa viagem, até fiz uma pequena lista com alguns lugares que gostaria de visitar — Louis revela encolhendo os ombros — Isso se você não tiver outros planos.

 

Harry dá uma risada gostosa negando com a cabeça.

 

— Tudo bem. Teremos muito tempo para visitar vários lugares, vamos ir aos lugares que você pesquisou… Eu também te levo em alguns que eu conheço. — Harry dá os ombros — Se isso for fazer você ficar contente… Fará a mim também.

 

— Só não quero estragar seus planos — Louis diz sentindo seu corpo se arrepiar por conta do frio.

 

— Não se importe com isso. Qualquer coisa que envolva você estará em meus planos e vai me agradar. — Harry garante mostrando uma de suas covinhas. Louis tenta, mas não consegue evitar o sorriso que surge em seus lábios. Mesmo que tente cobrir eles com seu punho fechado, as ruguinhas nos cantos de seus olhos denunciam.

 

~•~

 

Harry suspira ao entrar na rua do aeroporto e olha para o lado vendo o ômega com a cabeça encostada ao vidro do carro parecendo distraído. Styles sorri para ele e em seguida volta seu olhar para a estrada, seus olhos tornam-se levemente escuros quando vê tantos fotógrafos diante ao aeroporto parecendo esperar por algo ou alguém.

 

Os flashes das câmeras vão diretamente para o carro assim que eles notam a aproximação do mesmo. Harry então parece entender o que está acontecendo e rosna um pouco irritado fazendo com que o ômega ao seu lado o olhe um pouco assustado.

 

— Merda!— Styles grunhe batendo seu punho fechado no volante — Não acredito que esses filhos da puta descobriram que íamos estar aqui.

 

Louis parece ficar um pouco assustado pela irritabilidade do maior e então consegue prestar a atenção naquilo que acontece ao lado de fora do automóvel e fica um pouco mais assutado ao ver a quantidade de fotógrafos que vem em direção ao carro e as luzes dos flashes que incomodam um pouco.

 

— Harry? — Tomlinson chama em um tom calmo e sereno temendo que o alfa fique ainda mais nervoso com aquilo. Harry volta sua atenção ao menor e tenta manter-se tranquilo não querendo assustar sua boneca.

 

— Está tudo bem babe — Harry ergue sua mão fazendo caricias nas bochechas de Louis — São esses filhos da mãe… Não sei como eles descobriram que estáriamos aqui.

 

— Isso é ruim? — Louis franze o cenho — Eles saberem que estamos aqui…

 

— Sim. — Harry afirma — O problema é que eu não quero lhe expôr assim para eles. Já saíram noticias sobre nós nos eventos e também naquele dia do parque. Não quero que eles comecem a lhe perseguir sem que você tenha sossego. — ele explica mantendo seu tom de voz carinhoso. — Eles podem ser mais abusados do que pensa… Eles não se importam com o bem estar de ninguém, apenas com a noticia. Se algum infeliz te fazer algo ruim eu não posso responder por mim.

 

— Tudo bem. — Tomlinson tenta de alguma forma acalmar o maior — Não tem problemas, Harry. Não fique estressado com isso, por favor. Acho que consigo lidar com essa situação, é só tempo para me acostumar, embora eu pense que em algum tempo eles vão enjoar de mim.

 

— Isso é impossível babe. — Harry dá um beijo na testa do menor e em seguida tira seu cinto, a chave da ignição guardando em seu bolso e abre a porta de seu carro saindo do automóvel já se preparando para a chuva de flashes que vem em sua direção.

 

Styles ajeita seu sobretudo que havia colocado ao entrar no carro após ter saído para fumar. Ele torna-se sério ignorando todas as perguntas que são direcionadas a ele e também tentando se esquivar da aproximação de todos os fotógrafos que vem em cima dele tentando capturar alguma imagem.

 

— Harry, é verdade que está namorando o estudante Louis Tomlinson?— Um dos fotógrafos pergunta. Styles não responde, apenas dá a volta no carro indo em direção ao lado do passageiro. Ele vê dois seguranças saindo do aeroporto começando a tentar afastar os fotógrafos e abrir caminho.

 

O alfa lupus para diante da porta do passageiro e abre a mesma, por conta deu seu corpo - ele é grande o suficiente para que o ninguém consiga tirar uma foto do ômega ou que consigam vê-lo -, em seguida tira seu sobretudo e entrega ele para o menor.

 

— Veste isso daqui. — Harry pede. Tomlinson concorda pegando o sobretudo, inicialmente ele passa apenas os braços pelas mangas dele. O alfa se afasta um pouco para que o ômega possa descer do carro, ele estende sua mão o ajudando vendo que o menor aceita a ajuda, e ao estar em pé já ao lado de fora do automóvel ajeita o sobretudo que vai até alguns centímetros abaixo de seu joelhos, quase dois palmos. Louis fecha a porta do carro ficando um pouco mais próximo do alfa.

 

Harry puxa o menor pela cintura o abraçando e tentando protegê-lo dos fotógrafos ao mesmo tempo. Louis apenas abaixa sua cabeça focando seus olhos no chão e fazendo de tudo para não olhar para frente ou não saberia o que fazer.

 

— O garoto que estava com vocês no evento relacionado ao orfanato, pretendem adotá-lo Senhor Styles? — Louis ouve um dos repórteres perguntar com um gravador direcionado ao alfa, mas o mesmo permanece em silêncio.

 

— Apenas os ignore. —Harry pede em um sussurro para o ômega ainda com uma feição séria e o segura com um pouco mais de firmeza pela cintura.

 

Tomlinson continua olhando para o chão tomando cuidado por onde passa, mas logo sente seu ombro ser puxado com força o fazendo virar bruscamente e gemer de dor. Harry de imediato foca seus olhos verdes em Louis, em seguida olha para um dos fotógrafos que ainda segura o ombro do ômega com um pouco de força.

 

Um rosnado irritado sai dos lábios do alfa lupus ao ver que é um alfa que está machucando seu pequeno. Seus olhos vão ficando um pouco mais escuros e certamente aquilo estaria na capa de varias revistas de Londres no dia seguinte. Alguns seguranças se aproximam afastando o fotógrafo alfa dos dois, Louis leva uma de suas mãos até o braço de Harry percebendo o quão ele está irritado.

 

— Tudo bem, Harry… Não ligue para isso. — Louis pede em um tom de voz suave acalmando o maior. Styles concorda com a cabeça e suspira, por mais que seu desejo seja deixar aquele alfa inconsciente, ele também não quer que isso seja um motivo para que Louis se afaste. Então ele apenas puxa o ômega o deixando frente ao seu corpo e caminha em direção ao aeroporto sendo escoltado por três seguranças.

 

Assim que passam pelas portas de vidro Louis pode suspirar um pouco mais aliviado. Harry para segurando o ômega pelo braço com cuidado não querendo machucá-lo ainda mais e leva as pontas de seus dedos até a face dele o obrigando a olhar em seus olhos.

 

— Eles te machucaram? — Harry pergunta preocupado.

 

— Não se preocupe. — Louis diz, mesmo que sinta um incomodo em seu ombro, não quer preocupar o alfa e tão pouco deixá-lo irritado. Harry percebe que Tomlinson tem um sorriso forçado em seus lábios

 

— Eu juro que vou descobrir quem foi que fez isso e vou processar todos eles. — Styles o garante. Na verdade sua intenção era acabar com todos eles, mas como não pode, no minimo vai destruir suas carreiras.

 

Antes que possa dizer mais alguma coisa percebe um rapaz de cabelos castanhos escuros se aproximando. Harry sorri para o beta que está cada vez mais perto, ele enfia sua mão no bolso da calça e tira de lá sua chave.

 

— Christian, como vai? — Harry o saúda — Aqui a chave do carro...Pode levar as malas para o jatinho e guardar o carro no lugar de sempre — ele estende a chave ao beta que concorda com a cabeça — E por favor, descubra para quem os fotógrafos que estão lá fora trabalham e mande tudo que descobrir para meu escritório.

 

— Sim Senhor Styles. — Christian concorda e sorri gentilmente para Louis — Com licença — pede se afastando.

 

— Vamos no banheiro para que lave seu rosto… E ver se ficou algum machucado, depois vamos para o jatinho, lá você pode tomar algum chá ou suco se preferir. — Harry desliza sua mão para o fim das costas do ômega o guiando em direção a área dos banheiro.

 

Os banheiros na maioria dos lugares eram divididos entre feminino e masculino, embora em alguns poucos lugares também tivesse a opção ômegas e alfas, caso fosse desejado e para que fosse menos constrangedor para alguns. Naquele aeroporto tinham as duas opções, Harry guia o ômega em direção ao banheiro masculino visto que não pode entrar no banheiro para ômegas.

 

Alguns alfas chegam até a olhar para o ômega de olhos azuis, mas, ao verem quem o acompanha imediatamente desviam o olhar. É Harry Syles. Claro que não vão olhar para qualquer pessoa que esteja acompanhando aquele alfa lupus.

 

Assim que chegam a porta do banheiro masculino, Harry se adianta empurrando a porta para que Louis entre primeiro. O alfa lupus fica contente em saber que o banheiro está vazio.

 

Louis entra na frente indo em direção a enorme bancada da pia de mármore e se olha no espelho por alguns segundos. Harry se encosta à uma das paredes cruzando os braços apenas observando o menor tirando o sobretudo e colocando sobre a bancada, em seguida liga a torneira da pia enchendo suas mãos de água e molhando seu rosto.

 

Em seguida ele pega alguns papeis toalhas para enxugar seu rosto e a manga de sua camisa cai um pouco mostrando seu ombro. Harry espreme os olhos vendo uma mancha avermelhada ali, no mesmo ombro que o repórter havia puxado. O alfa se desencosta da parede em um movimento brusco caminhando em direção ao ômega.

 

Tomlinson da um pulo assustado quando sente as pontas gélidas dos dedos de Harry contornando seu machucado.

 

— Você está machucado… — Harry fala sentindo seu corpo se aquecer. Ele está ficando nervoso.

 

Louis ao perceber que as pupilas do alfa vão se dilatando, imediatamente toca seu rosto o obrigando a olhar em seus olhos e sorri. É uma tentativa de acalmá-lo.

 

— Não é nada...Eu juro. Não está doendo muito, e ele não fez aquilo intencionalmente. Tenho certeza que foi sem querer. — Louis diz no intuito de que aquilo o deixe mais calmo.

 

— O objetivo era tirar uma foto sua e pouco importava se iria ou não lhe machucar. Mas isso não vai ficar assim. — Harry fala apertando um pouco mais suas mãos de forma que seus dedos fiquem esbranquiçados.

 

Tomlinson segura a mão do maior com cuidado fazendo carinho até que sinta ele um pouco mais relaxado, em seguida fica nas pontas dos pés passando os braços em torno dos ombros do maior em uma tentativa de abraçá-lo.

 

— Esqueça isso… Na segunda-feira saberá quem são os jornalistas e ficará tudo resolvido. Não se estresse por tão pouco, eles não merecem tamanha atenção de sua parte — Louis tenta tranquilizar o maior com essas palavras. Harry suspira passando uma das mãos em torno da cintura do ômega e se inclina um pouco para baixo enterrando seu rosto na curva do pescoço de Louis sentindo seu perfume que o deixa realmente tranquilo. — Não vamos estragar a noite e tão pouco a viagem por causa dele. Não perca sua paciência por algo sem importância, por favor. — pede baixinho.

 

— Tudo bem babe. — Harry sorri tirando seu rosto do pescoço de Louis, em seguida aproxima seus lábios dos do menor dando um selinho neles. — Vamos? Veneza nos espera… Você parece um pouco cansado, pode dormir um pouco no jatinho. Vamos para Roma, preciso pegar algumas coisas lá, mas de lá mesmo pegamos um helicóptero que nos levará direto para a minha cobertura, tem uma área de pouco lá. — ele explica.

 

Louis dá uma risada.

 

— Não acha tudo isso muito exagero? — Louis pergunta unindo as sobrancelhas. Harry ri negando e roubando um último beijo antes de apanhar seu sobretudo sobre a bancada e caminharem para fora do banheiro.

 

— Eu gosto. — Harry fala o guiando em em direção ao saguão do aeroporto. — E tenho certeza que você também vai gostar, não vai se arrepender de fazer essa viagem.

 

Harry espera que aquela viagem mude realmente suas vidas, de uma forma boa.

 

E bem, vai mudar.

 

Mas não da forma que é esperada.