História Porcelain. Jikook (ABO) - Capítulo 26

Jimin ajudava Youngjae à escolher uma roupa, mesmo não sabendo direito o porque, mas o ômega moreno parecia incapaz de usar algo. Ele trocava à todo momento de roupa, alegando estar muito ruim, mas jimin estava mesmo com inveja de como todas as roupas cabiam perfeitamente no cunhado o deixando mais bonito ainda. 

— Jae, Aonde você vai? — perguntou, virando a cabeça levemente enquanto Youngjae se olhava no espelho, indeciso — Parece que está indo à um encontro, não sei. Seu guarda costas... Seu namorado... Ele está aqui na Coréia? 

Youngjae negou indo se deitar perto do ômega. 

— Jungkook iria dar uma de Jungkook como sempre. Não posso nem pensar em contar algo para ele, ele me mataria e iria enterrar Jaebum vivo. 

Jimin observou o ômega agora sem animo mexendo no celular, se deitou ao lado dele. 

— Você está pensando em sair? - Jae larga o celular e sorri radiante. 

— NÓS vamos sair — diz empolgado, vendo que o ômega o olhou curioso — Vamos comprar coisas para o bebê, ver como vai ficar o quartinho dele e o casamento que você me deixe cuidar de tudo, claro, com seu conceito em tudo. 

Jimin deu de ombros. Para ele, não era tão importante tudo aquilo. Ele era bastante organizado e relaxado, tudo ao seu redor tinha que estar arrumado, mas ele era mais fã de coisas básicas e simples. Principalmente se vieram do coração. Mas a empolgação do moreno o deixava feliz, querendo que tudo do jeito do cunhado. 

 — Tudo bem, você pode fazer o que quiser. Sabe, eu gostaria de algo simples mas se você quiser. 

 — Algo simples? — pensou — Se fosse outra pessoa estaria querendo comprar uma cidade, e convidar o país todo para o casamento. Eu gostei — sorriu com os olhos brilhando — Algo simples mas inesquecível, meu deus, estou tão empolgado! 

O sotaque estrangeiro do ômega o deixava incrivelmente fofo, isso faz com que jimin lembre de algo extremamente importante. 

— Aonde vai ser o casamento? — pergunta, mesmo sabendo que a decisão seria sua e de seu noivo. Coréia ou China? 

— Bem, vocês vão, com toda certeza morar na China. Acho mais justo o casamento ser aqui, até porque você tem parentes aqui, não é como se alguem de nossa família fosse aparecer. Somos apenas eu e Jungkook. 

Enquanto o ômega falava jimin sentiu um aperto no peito. Sempre se esquecia que Jungkook cresceu sozinho, apenas com o irmão mais novo, na qual sempre o protegerá. Ao contrário do noivo, jimin tinha familia, mas nem sabia mais se fazia parte dela. Seus familiares distantes e não distantes iriam para o casamento? E se fosse? Iriam ficar olhando jimin torto por se casar com seu cunhado? 

Talvez jimin não queira mais uma festa de casamento. 

— Uma festa de casamento é necessário? Não devia ser apenas uma cerimônia simples? 

Jimin na realidade queria desistir de tudo, mas não é como se os irmãos Jeon fossem aceitar tão fácil. 

— Deixa eu pensar — seu soar era perceptível, ele estava fingindo pensar enquanto se levantava da cama. — Vamos para o shopping, depois loja de roupas para casamento, um lugar para decoração, local do casamento. Faço questão de te levar no cabeleireiro. 

Jimin se levanta para se olhar no espelho, encarando seus fios loiros sedosos. 

— O que tem de errado com meu cabelo? 

— Nada, mas eu acharia mais bonito se você fizesse luzes. Você ia ficar muito fofo, você já é fofo. — jimin cora — Você é mais fofo corando. 

O jeito animado e extrovertido de Jae era incrível. Ele quem era fofo. 

— Você tem mesmo a mesma idade que eu? — perguntou ofendendo jae que o olhou sem acreditar — O que há? 

— Tecnicamente eu sou mais velho. — retrucou — Eu já completei meus dezessete, está bem? Eu sou seu Hyung. 

— Falando em Hyuneg... — fala distraído, para Jae não reparar que ele estava querendo se aproveitar do momento, sem o cunhado saber, para saber a idade de Jungkook — E em aniversários — completa — Quando é o aniversário de Jungkook? Só para saber. 

Youngjae sorri malicioso. 

— Está querendo fazer um agrado para ele no aniversário dele? Pode ficar de boa, você pode fazer na lua de mel — cantarola alegremente, fazendo jimin parecer um pimentão vermelho. 

— Não, não é isso — encara o chão — Eu só quero saber. 

— Estão juntos à quanto tempo? Tipo, serio mesmo que você não sabe a data do aniversário dele? 

Youngjae tinha razão. Jimin estava grávido e noivo de alguém que mal sabe a idade. Pena que ele estava apaixonado, ele não mudaria nada. 

— Não fique assim. Aposto que sabe mais coisas dele do que qualquer um, ele não gosta de se abrir para todo mundo. Ele é bastante reservado. — sorri para consolar jimin — É 28 de março. 

Jimin estava levemente magoado por já ter passado. 

— Serio que já passou? Então só ano que vem, que ele vai completar...? 

Youngjae calçou os tênis depois fitando Jae. 

— Então é verdade? Droga jimin, aquele filho de uma égua não te contou a idade? Que idiota! Meu namorado tem 23 anos e já me falou, por que ele está omitindo isso de você? 

— Gostaria de saber também... Ele é muito velho? — Youngjae o fitou serio. 

— Ele tem 59 anos mas fez cirurgia à alguns anos.

O olhar surpreso de jimin faz o ômega não aguentar e cair na gargalhada, ele se joga no chão com lagrimas no olhos. 

— Senhor! — grita — Você acreditou mesmo? Caralho, quando eu fazer 59 anos vou fazer cirurgia plástica também, se é assim. 

Jimin se sentiu um idiota por ter acreditado na mentira do cunhado. 

— Relaxa, ele não é tão velho. Mas tem cara de 30, não é mesmo? Será que ele poderia ser seu pai? — abriu a boca fazendo drama — Novela mexicana? Talvez.

— Você não tem jeito mesmo. 

Jimin queria poder ser alguém "Malvado". Ameaçar contar para Jungkook sobre o namorado de Youngjae, se o mesmo não delatasse a idade do irmão. Mas ele desistiu dessa ideia. Ele ficaria com peso na consciência, ele já estava por não poder contar nada sobre o namorado do cunhado. Ele confiou muito em sí para guardar o segredo, jimin não poderia fazer essa desfeita. 

— Vamos — Jae pegou na mão do ômega e juntos caminharam até o estacionamento, aonde pegaram um taxi para sair. — Vamos ao shopping mais perto — consta para O taxista que assente, fazendo o carro entrar em movimento — É a segunda vez que ando de táxi na minha vida, a primeira foi quando eu machuquei o pé na rua e tive que pegar um táxi para ir ao hospital. 

— Por quê nunca anda de taxi? 

— Por que tenho um guarda costas motorista — sorri sonhador — E Jungkook não deixa eu pegar nenhum transporte público, nem ao menos Táxi. Ele quer alguém para me vigiar vinte quatro horas por dias, alguém que me siga por todos os cantos, para ficar de olho em mim e não alguém que eu pague para me locomover e depois vá embora.  

— Ele vai ficar pior ainda comigo, não é? — perguntou mesmo já sabendo à resposta. 

— Multiplica toda a proteção dele por dez, depois multiplique essa multiplicação por cem! Isso, seria o mínimo — sorri olhando para jimin — Faz um tempo que ele não dá um de neurótico para cima de mim, agora é só com você — cantarola alegre — Vou poder fugir de casa para sair com Jaebum, sem que ele perceba e vá atrás de mim, da ultima vez ele quase me pegou beijando ele. Se ele souber vai demitir meu alfa. 

— "Seu alfa" não tem medo não? Ele pode mesmo perder o emprego. 

— Não é mais pelo dinheiro, ele diz que prefere ficar comigo e perde o emprego do que sem mim com o emprego — Youngjae sente o peito ficar quentinho — Eu amo ele, muitão. 

Jimin sorri. Por esse curtos momentos com youngjae já tinha aprendido à amar o menor. Ele agora também era de sua família. 

— Tem muitos amigos? — jimin quebra o silêncio, querendo saber mais sobre Youngjae. 

O moreno fica quieto por alguns segundos. 

— Na verdade não — faz bico — Todos na escola me acham fútil e mimado por ser filho da grande Ricky Jeon. Tirando o fato de alguns terem medo de falar comigo, acham que se me magoarem meu irmão alfa lúpus vai atrás dele. Não é como se fosse mentira, eu nem ligo mais. E você? 

Jimin por algum motivo se identificou muito com o cunhado, que mesmo parecendo ter muitos amigos, era solitário na amizade como jimin, que era reservado demais. 

— Eu não tenho amigos na escola, alguns colegas no meu curso de jornalismo. Somos dois. 

— Isso é legal... Você conheceu Jungkook porque ia entrevistar ele, certo? Como foi a entrevista, foi tipo cinquenta tons de cinza? Você tropeçou? — perguntou eufórico já pensando em como seria o livro, do romance de seu irmão e jimin.  

— Nada disso, ele na verdade foi bem grosso comigo e reclamou daqui — lembrou que teria que fazer outra entrevista com Jungkook — Meu professor está querendo me caçar, faz tempo que não dou sinal de vida, e Jungkook quebrou meu pen drive aonde tinha gravado a entrevista, e feito a matéria. 

— Você não salvou no seu computador? Já ouviu falar na nuvem? Tenta achar algum lugar aonde você tenha editado e baixe outra vez no pen drive. Jungkook não gosta de entrevistas. 

— Posso pensar nisso — pensou que talvez teria mesmo a matéria toda no notebook — Por que ele não gosta de entrevistas? 

— La na China existem muitos perseguidores, sabia? Todos os lugares há mas Jungkook não gosta de chamar atenção, sem falar nas milhares de ômegas que dão em cima dele. Ele é bem popular na mulherada — jimin ouve atentamente, não controlando seu ciúme que já estava fluindo. — Não precisa ficar vermelho e se mordendo de ciúmes, Jungkook é apaixonado por você durante muito tempo. Se não fosse por isso nunca teria lhe dado permissão para entrevistar ele. 

— Você fala muito tempo como se passasse de cinco meses, mas eu conheci ele nesse período de tempo. 

— Diz por você — deixa o comentário no ar, deixando um ômega curioso ao seu lado, prestando atenção na vista de fora do carro. — Aqui é tão lindo e grande, espero que dê tempo de irmos em muitos lugares, antes de Jungkook descubra que saímos. Ele vai ficar uma fera. 

— O quê? Você não avisou ele? — seu nervosismo era evidente, ele não queria deixar o noivo com raiva — Ele vai enterrar nós dois juntos se souber que saímos. 

— Ele é seu pai por acaso? Jimin, ele não manda em você relaxa. E podemos comprar lingeries para você, ele vai esquecer de ficar com raiva. — diz como se não fosse nada ainda olhando para a janela. 

O carro virou uma esquina e depois foi parando na frente do grande estabelecimento. O motorista olha para trás e confirma que chegaram. Saíram do carro quando Youngjae pagou a corrida, ambos entraram no estabelecimento enquanto Youngjae tagalerava sobre o casamento. 

Depois do shopping fizeram o que Youngjae havia dito antes. Passaram em muitas lojas e lugares relacionados ao bebê e ao casamento. 

[...] 

O dia passou voando para os dois ômegas. Youngjae não deixou que jimin parasse em apenas um lugar, juntos, foram comprar muitas coisas que chegariam em casa depois de um mês. 

Para completar o dia Youngjae levou jimin até o salão de beleza para arrumar o cabelo. Jimin estava um pouco nervoso. Jungkook sempre deixava claro que preferia jimin de como ele era, e se jimin mudasse e o alfa não gostasse. 

— O que foi jimin, não se sente bem? — o ômega se aproxima mais do cunhado, que estava pálido e sacudia a cabeça levemente. 

Ele não vai mais gostar de você. 

Você já não é grande coisa 

Imagina se mudar e ficar mais velho. 

— jimin? Jimin?! — chama o cunhado que volta para a terra. 

— Eu não quero mais! — fala desesperado querendo que as vozes que o assombram parassem de entrar em sua mente. 

Youngjae sem saber o que fazer apenas leva jimin para um canto, percebendo que os dois estavam chamando muita atenção. 

— jimin, tudo bem. Olha — levanta o rosto do menor — O que tanto te aflige? Se quiser, não precisa pintar o cabelo. 

Jimin fica vermelho se sentindo mais mal ainda, por saber que Youngjae se sentia culpado pelo seu mine ataque, e pensa que o moreno o acha agora estranho. 

— Desculpe — sente lágrimas grossas escorrerem por sua face. — Eu não... Hum... 

— Ei, não fica assim — abraça jimin que retribui o aperto — Se quiser, podemos passar na empresa do meu irmão. Está com faita dele, não é? 

Jimin concorda. Ele estava morrendo de saudades de Jungkook, mesmo fazendo algumas horas que não se viam. 

— Okay, vou chamar um táxi. Não vou demorar — o ômega sai em disparada para fora do salão, deixando um ômega aflito e assustado, sentado em um banco qualquer do local. 

Quando Youngjae volta tem que sacudir jimin para o mesmo prestar atenção em si. Jimin parecia que estava voando nas nuvens, e ele estava, tentando afastar as vozes que sempre sumiam mas voltavam para sua cabeça. 

O caminho todo foi silencioso. O clima estava tão pesado que o motorista perguntou se estava tudo bem, mas jimin nem se incomodou em responder, deixando que Youngjae apenas diga que estava tudo ok. 

Quando chegaram à recepção da empresa Youngjae bufou ao ver Theresa, a recepcionista e secretaria do irmão, que os lançou um olhar em provocação. 

— Um dia eu vou voar na cara dela — diz Jae impaciente. 

— Conhece ela? — ele finalmente abre a boca, fazendo o moreno ficar cem por cento com o olhar preso no cunhado, com medo que ele volte a ficar em silêncio. 

— Ela na verdade é secretaria de Jungkook na China também, ela tem substitutas para quando se locomove para outra empresa — termina de falar quando são barrados pela mesma. 

— Vocês dois tem hora marcada? — pergunta, jimin fica nervoso achando que não iria poder ver Jungkook até que ele saísse de sua sala e os notasse ali. 

Mas Youngjae apenas fez um gesto obsceno com o dedo a fazendo ficar com uma cara azeda. 

— Hora marcada para eu tirar esse seu vestidinho de merda e te enfiar goela abaixo? — fala irônico puxando jimin pela mão e caminhando em passos longos até o elevador. — Ômega insuportável, acredita que ela dava em cima de Jaebum? Oferecida! 

Jimin se permite sorrir descontraído com a situação. 

— Está melhor? Posso pegar água quando saímos daqui — se refere ao elevador — Sinto muito, mesmo... 

— Não! Não foi culpa sua eu só... Eu sou fiquei nervoso, isso geralmente não acontece — se apressa em dizer tudo antes que faça seu cunhado o odiar ou começar a chorar, o que vier primeiro. 

— Não precisa me explica nada — Jeon mais novo acaba com o assunto, fazendo um clima desconfortável no ambiente. 

Jimin fez uma nota mental de depois pedir desculpar e recompensar Jae pelo ocorrido de mais cedo. Jimin estava sob muito estresse. 

Passa a mão levemente por sua barriga, deixando a mão ali, que não passou despercebida por Youngjae, e o elevador para e os dois caminham para fora. Jimin fica nervoso ao se aproximarem da sala do alfa, ele temia que o noivo não gostasse de sua presença ali, por estar atolado de coisas para fazer. 

Jimin não queria atrapalhar Jungkook. 

O ômega se sente mais calmo ao sentir à mão pequena do cunhado segurar a sua. Ele sente um pouco menos estresse enquanto as duas mãos estavam ocupadas. A família Jeon conseguia lhe trazer uma paz extraordinária. 

Chegam à grande porta do escritório e jimin parece recuar um pouco, então Youngjae abre a porta e ambos se deparam com a visão concentrada do lúpus em sua mesa. Focado no que estava fazendo no notebook, mas quando sente o cheiro de seu ômega abaixo o aparelho. 

Jimin se apressa em pedir desculpas por aparecer sem ao menos ligar, receoso com a atitude de Jungkook que viria à seguir. 

Mas Jungkook o cala pedindo que o mesmo se aproxime. 

— Vem aqui — chama o pequeno que caminha até ele, que pega em sua cintura e o abraça abrindo um radiante sorriso — Estou com saudades. 

Youngjae vê que os dois precisavam conversar e que ele estava de vela, então se apressa em sair do escritório.

— Vou andar por ai, me ligue quando decidir que vamos embora — ressalta saindo da sala e fechando a porta, sabendo que nenhum dos dois estavam com a atenção em si. 

— Está tudo bem? — Jungkook pergunta enquanto faz carinho na cintura alheia. Jimin nega. — Não quero dizer... 

Jungkook ergue o rosto corado do menor para o encarar. 

— jimin, estamos oficialmente juntos agora. Tem que confiar mais em mim. 

— Eu confio — se apressa à dizer — Mas tenho medo. 

— Eu sei que ouve vozes — Jungkook deixa escapar e jimin arregala os olhos — Você sempre falou enquanto dormia.