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História Portais da alma - Presente


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Capítulo quentinho do forninho não revisado.

Boa leitura!!!

Capítulo 25 - Presente


Fanfic / Fanfiction Portais da alma - Presente

Elrond estava agora sozinho com Sam, todos os convidados da festinha tinham se retirado, havia alguma coisa a ser organizada, mas estava quase tudo em ordem. Agora era a hora que daria o principal presente que tinha reservado para ele, gostava daquele garoto, gostava muito dele.

- Você parece estar bem... – Elrond não podia pensar em algo mais contraditório a se dizer. – Mas tem certeza que não quer voltar a trabalhar para mim? Sabe que pode ser o chefe de cozinha de qualquer um dos meus hotéis... – verdade é que preferia que ele tivesse feito hotelaria, assim poderia ajudá-lo ainda mais, mesmo assim ainda valia tê-lo como chefe, tinha afeto genuíno por Sam.

- Sou grato pela oferta, assim como por tudo que fez por mim... – sem dúvida aquele foi o melhor chefe que teve, era até mesmo melhor que Bilbo, tinha sido ajudado por ele mais de uma vez, era impossível esquecer tudo que ele fez para ajudá-lo, quando estava sozinho e desesperado foi Elrond que a ele socorreu. – Mas eu tenho outros planos em mente...

- Certo... – suspirou já se dando por vencido naquele momento, verdade é que a qualquer momento em que Sam decidisse voltar e para ele trabalhar o receberia tal qual faria a um irmão caçula, para não dizer como um filho. – Eu sei que não é hoje seu aniversário, mas como comemoramos hoje... – pegou em seu bolso o presente do mais jovem. – Para você! – jogou vendo o outro pegar o objeto.

- Isso é? – olhou para as chaves em sua mão.

- As chaves da sua moto nova... – respondeu vendo a face do jovem tingir-se em vermelho.

- É sério? – olhou as chaves em sua mão, sabia que Elrond era generoso, tão generoso que às vezes chegava a ser constrangedor.

- Claro que é, a sua é praticamente uma... – interrompeu-se, queria dizer que era uma sucata ambulante... – Relíquia... – logo parou o que dizia, podia ter soado ruim do mesmo modo, mas ele tentou amenizar. – O que quero dizer é que você merece algo melhor, está a um triz de ser deixado na mão pela sua moto atual... Não é bom que fique a pé quando saí tão tarde do trabalho...

- Obrigado, senhor Elrond... Mas isso é... – sabia que por vezes o outro era cortante demais em seu modo de falar. – É demais... – tentou devolver a chave.

- Nada disso... – pressionou contra a mão de Sam. – Aceite, sabe que isso não me pesa e fico contente em poder fazer algo por você...

- Eu acho isso... – formulava seu argumento quando escutou os sons altos de tiros. – Droga! – puxou o lord para o fundo do apartamento e abaixou-se. – Fique quieto, pelo menos até pararem...

Elrond sentiu seu sangue pulsar forte, que aquela bairro era desfavorecido ele sabia, mas era perigoso a esse ponto? Estava deitado esperando e pensando que realmente tinha que dar um jeito de Sam daquele lugar em definitivo, mesmo que ele continuasse no A Toca, precisava ao menos fazer com que alugasse um lugar melhor localizado e em que não corresse o risco de virar uma peneira.

Lara nem mesmo teve tempo para assimilar direito o que ocorria ali, o som alto de tiros preencheu seus ouvidos, mas de onde vinha? Pensou ouvir a voz Frodo perto de si mesma, sentiu-se ausente de seu corpo.

Thranduil tinha visto Lara junto de Frodo, parecia tudo tranquilo a princípio, porém pouco durou, tinha que fazer algo por ela, ali era perigoso, mas como intervir? Estava projetado e não em corpo presente. Reuniu o que de si havia e viu tudo ao redor, quando percebeu o que tinha que fazer. Puxou a mulher de modo firme e brusco, seu objetivo era tirá-la da trajetória de uma bala, poderia ter sido fatal, o fato de empregar força foi para ter algum efeito com sua contraparte astral influindo no físico.

A mortal viu-se no chão, estava ofegante e Frodo falava com ela, mas todo o resto parecia um borrão indistinto.

- Lara, por favor, Lara... – o jovem Bolseiro estava preocupado. – Olhe para mim... – ergueu sua face. – Lara!

- Droga! – Mateus estava perto e viu os modos do sobrinho de Bilbo. – Ela está bem?

- Não sei, mas me parece que não... – suspirou, era para ser apenas uma noite divertida, sabia que aquela moça tinha muitos motivos para se entristecer e desistir de lutar, queria alegrá-la e fazer esquecer o luto e sua situação vulnerável, era o que como amigo podia fazer.

Thranduil tinha a respiração alterada, tinha conseguido intervir, ela estava relativamente bem, desprendeu muita energia para fazer diferença no plano físico.

“Vamos, pequena açucarada, está tudo bem...” tentou mandar para Lara sua mensagem, estava assustada isso era nítido e com dor.  Ajoelhou-se a seu lado, assistia Mateus e Frodo tentarem acalmá-la, passou com cuidado os dedos no centro de sua testa, mandou um pouquinho de energia, finalmente beijou sua fronte. “Tudo bem, estou aqui, confie em mim...” era uma mensagem mental que em algum nível a alcançaria.

O som alto da sirene da polícia se fez ouvir, logo não havia mais nenhuma movimentação estranha e a rua ficou praticamente deserta.

A respiração de Lara foi retomando um ritmo normal, percebeu quando foi apoiada por Mateus e Frodo.

- O que... – estava um tanto perdida e a dor finalmente veio.

- Vamos cuidar de você... – Mateus disse indo na frente.

- Sim, não se preocupe... – o jovem Bolseiro estava tomando o rumo novamente da casa de Sam.

Sam levantou-se e ajudou de imediato Elrond a fazê-lo, apesar ele ser bem mais ágil que ele aceitou a ajuda oferecida.

- Tem certeza que tudo se acalmou? – Elrond perguntou.

- Sim, quando a polícia chega eles costumam fugir e se esconder... – logo ouviu a batida na porta e abriu. – O que aconteceu?

- A Lara se machucou... – Mateus disse ajudando sua colega a entrar e sentar-se em uma das poucas cadeiras que haviam ali. – Está sangrando...

- Não seria o caso de chamar uma ambulância? – Elrond se aproximou, via o sangue a manchar o moletom, ela sangrava em seu braço esquerdo.

Lara finalmente estava voltando a si, havia um copo de água com açúcar gelado em suas mãos, era doce, mas era o que tinham no momento para abrandar o choque sofrido.

- Ir ao hospital para mim não é opção... – disse em tom baixo, estava com muita dor em seu braço haviam amarrado um pedaço de camisa limpa.

- Por que não? – Elrond viu-se diante daquela que ele julgava conhecer de algum lugar.

- Não tenho plano de saúde e sistema só tem atendido pessoas de classificação vermelha ou branca... – citou como vinha ocorrendo no sistema público de saúde, classificação vermelha era risco iminente de morte e a branca ainda pior.

Engoliu o que diria, não podia ser ácido com uma pessoa que estava ferida, pensou em pagar suas despesas médicas, era o que faria.

- Façamos assim, eu pago pelo seu atendimento... – Elrond ofereceu ao final. – Deve precisar de pontos...

Lara ergueu o olhar o cravou no homem que havia falado com ela, era uma pessoa orgulhosa, mas seria burrice negar ajuda quando precisava.

- Poderia mesmo? Eu não sei quando poderei retribuir... – todo seu dinheiro estava contado e estava economizando para alugar um lugar para morar.  

- Não se preocupe com isso... – já ia pegar o celular para ligar e chamar uma ambulância.

- Sabe que ambulâncias não chegam aqui, as ruas são estreitas... – Sam falou, finalmente, estava abrindo o kit de primeiros socorros. – Vou improvisar um curativo melhor...

- Tudo bem, então vamos de carro ao hospital... – decidido disse, estava realmente impressionado com tudo que aconteceu ali, tinha que tirar Sam daquele muquifo, daria seu jeito.

Thranduil despertou dolorido, tinha sido difícil cuidar daquilo, fez algo que até certo ponto era antiético, era fato que podia mover-se no plano astral quando repousava, mas interferir no plano físico era algo ostensivo. Estava assim tão ligado a ela? Muito mais do que havia imaginado, agora ela estava em uma situação delicada, sabia que sua interferência foi o que evitou que ela fosse ceifada, pelo rumo da bala provavelmente pegaria em seu coração ou se instalaria em seu pulmão, mas tudo que ocorreu foi uma bala de raspão em seu braço. Agora sabia que ela estava sentindo muita dor, queria vê-la pessoalmente, com certeza poderia fazer algo por ela pessoalmente, com certeza cuidaria para que estivesse tranquila e confortável para se recuperar.

O CEO levantou-se, sentia que tinha tomado uma surra muito bem dada, praticamente estava macerado, amassado, esmagado e pisoteado. Olhou-se no espelho e constatou que estava realmente com uma cara péssima, foi muito lento por não ter pedido o celular de Lara, queria falar com ela e ver como estava, tinha certeza do que viu, mas perdeu-se antes de ver se foi devidamente cuidada. Ela trabalharia no dia seguinte no Baobá, teria que ir lá ver pessoalmente como estava, porém ela conseguiria trabalhar?

- No meu carro... – Elrond disse finalmente. – É blindado, suba você também garoto! – referia-se a Frodo, era nítido que ele a ferida estavam juntos quando chegaram.

- Tem certeza, ela está sangrando... – a última coisa que Frodo queria era que alguém como Elrond se irritasse com Lara, ela estava machucada e pelo que viu de Elrond ele podia sim ser o tipo que encrenca quando algo não está em ordem.

- Jura? Pensei que isso vermelho fosse calda de morango... – foi irônico. – Não me importo se sujar o carro, senhorita entre... – abriu a porta dando espaço para que entrasse na porta de trás. – Sem cerimônia você também pequeno... – já disse mais brando.

Frodo sentou-se ao lado de Lara e pegou sua mão, estava um pouco suja, mas não se importou, ela parecia muito cansada.

- Vai ficar tudo bem, depois que for atendida com certeza vão passar algo para a dor... – o Bolseiro disse tentando encorajar.

- É Lara? Relaxe como ele disse, vou levá-la a um bom médico... – Elrond guiou o carro, pensou em ir em um hospital seria o mais adequado, mas logo lembrou-se de Alef, discou o número o selecionando no menu. – Alef preciso que cuide de uma pessoa, ela está sangrando, levou um tiro...

- Sério? – Alef estava junto de Hale, tinham jantado junto, agora assistiam um filme na TV da mesma, tinha consolado toda sua carência, de modo bastante ampla, gostava de Hale, de nenhuma forma se assemelhava a paixão ou amor, mas sim tinha afeto e muito tesão por ela. – Vá para meu consultório, abrirei agora... – levantou-se. – Hale tenho que cuidar de alguém.

- E por que tem de ser você? – questionou abandonando a pipoca.

- Jamais negaria algo para Elrond...  – respondeu saindo apressado, seu consultório ficava bem perto, questão de quinze minutos de carro. Desde que chegou abriu novamente seu consultório, finalmente ficaria um tempo na cidade. Quando chegou viu o carro estacionado a frente. – Vou abrir, espere um momento... – tinha varrido com o olhar a mulher machucada, parecia desconectada de si, realmente fragilizada.

Apressou-se em liberar caminho, abriu e acendeu as luzes, dando passagem para a paciente entrar assim como os dois que a acompanhavam.

- Então me diga, como aconteceu? – perguntou enquanto secava as mãos recém lavadas, ia calçar um par de luvas.

- Acho que uma bala me achou... – respondeu de modo vago.

- Vai precisar tirar seu casaco... – Alef já estava aparamentado para cuidar do ferimento.

- Céus... – quase chorou quando se moveu para tentar tirar.

Elrond se aproximou preocupado, considerando sua personalidade ordeira ela estava só farrapos, porém nenhum nojo em si havia.

- Posso te ajudar... – viu que Frodo também se posicionou. – Eu ajudei muito a cuidar da minha irmã mais nova... – Elrond disse enquanto com a ajuda do jovem a ajudou a tirar o moletom. – Por favor, não chore... – seu coração doeu, ela definitivamente deixou algumas lágrimas escaparem embora reclamação alguma tivesse feito. Analisou-a melhor, realmente parecia familiar, então abaixo de seu ombro uma marca. “Deve ser coincidência...” pensou reconhecer aquele sinal.

- Vou anestesiar você... – Alef disse aproximando-se, ela retesou-se com a agulhada. – Pronto... – esperou alguns segundo e começou a limpar o lugar, quando estava satisfeito fez a sutura. – Você teve sorte, foi de raspão, mas precisa ser bem cuidado...

- Obrigada... – praticamente mal achava sua voz.

- De nada, tem alguma alergia? – perguntou já pensando no que daria para dor.

- Não que eu saiba... – respondeu já mais estável.

- Bem a anestesia vai durar pela próxima hora, então você deve tomar um analgésico agora... Você pode tomar no soro que é melhor... – explicou.

- Espera, isso faria com que ficasse aqui até o soro correr por completo? – o viu assentir, respirou fundo. – Muito obrigada, mas isso demoraria e não posso ocupar vocês, além disso amanhã eu trabalho, preciso dormir...

- Trabalhar amanhã? Eu recomendo que tire ao menos 48 horas de descanso... – Alef percebeu que ela tinha medo de incomodar e ser um peso.

- Eu não posso, ainda não fui efetivada se ficar dando atestado... – realmente queria poder tirar esse tempo para se recuperar, mas se ela ficasse sem emprego o que seria dela?

- Muito bem, então farei um menos potente e você vai tomar um comprimido agora... – aspirou o conteúdo na injeção, faria de modo rápido, a dose era bem menor, mas era o que podia fazer no momento.

- Muito obrigada... – conseguiu sorrir ao final.

Elrond estava com ideias estranhas, era coincidência demais, ela parecia alguém que conhecia, só que a marca que viu...

- Obrigado, Alef... Acerto com você depois... – Elrond disse se retirando com os mais jovens. – Eu levo vocês para casa... – percebeu que a moça tremia, não conseguiria vestir o moletom, já foi difícil para ela retirar, mesmo anestesiada se forçasse poderia abrir os pontos. Tirou seu casaco e jogou em ombros.

- Obrigada... – Lara deu um sorriso fraco, ela estava manchando o casaco do homem, mas ele parecia atencioso.

- Por nada... É no A Toca? – questionou já tirando o carro daquela rua.

- Sim, senhor... – Frodo respondeu.

- Então vamos lá... – percebeu mais atrás o movimento de ambos, a mulher estava chorando.

- Está com dor? – Frodo perguntou.

- Podemos voltar, o Alef ainda está lá... – ofereceu Elrond.

- Eu estou bem... – estava se sentindo tola e fraca por chorar naquele momento, mas o baque do que aconteceu veio, pensou nos dias difíceis que teria, logo sentiria dor enquanto trabalha, não podia esmorecer, tinha lutar por si mesma, ao final isso seria uma lembrança um pouco amarga, mas a vitória seria doce.

Finalmente estacionou diante do restaurante e viu os mais jovens descerem, também desceu para o caso de ela precisar de ajuda.

- Muito obrigada, de verdade... – Lara disse finalmente.

- Por nada... – Elrond já ia entrar no carro, mas antes quis vê-la partir, ela deu meia volta. – Fique para você... – se referia ao casaco que ela ia devolver. O modo como ela baixou a cabeça e agradeceu fez com que a achasse fofa e quisesse apertar suas bochechas, era o mesmo instinto que tinha com Sam. Logo deu brecha ao que havia em si. – Amaris?

Lara estacou no lugar, esse nome não era comum, com quem ele estava falando? Deu a volta e ficou de frente para ele.

- Como chamou? – viu o sorriso se desenhar face antes tão séria e serena.

- A senhorita... – estava contente, estava muito contente, valeu ir na festinha de Sam, valeu muito.

Continua... 


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; BALA


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