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História Portais da alma - Hospitaleiro


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Acabei de escrever e não revisei, mas taí!!!


Boa leitura!!!!

Capítulo 31 - Hospitaleiro


Fanfic / Fanfiction Portais da alma - Hospitaleiro

Lara dormiu a sono solto pela noite toda, teve sonhos estranhos, algumas lembranças se mesclando, a dor que seu corpo sentia parecia ser convertida em confusão e tumulto em subconsciente. Quando finalmente despertou assustou-se, não estava claro, mas era nítido que já era manhã, então recordou que não trabalharia, ter levando no solavanco a fez amargar. Duil tinha mesmo a convencido a tirar o atestado, já tinha passado mensagem para Mateus e Lucia, sabiam que ela não trabalharia por três dias, claro que prometeu repor nas folgas seguintes, ou algo do tipo, ainda tinha receio de ser dispensada.

Respirou fundo tomando coragem para o dia que seguiria, tinha combinado que Duil passaria ali para buscá-la, ficaria em seu apartamento durante os dias do atestado, ainda se perguntava como tinha aceitado isso, quer dizer não se conheciam bem o bastante para que ficasse hospedada por ele, nem mesmo queria tirar esse atestado, mas viu-se cedendo aos argumentos, verdade era que além de se sentir atraída realmente gostou da sensação de ser cuidada, mesmo que isso pudesse se mostrar ilusório, havia sim alguma carência afetiva em si mesma, além é claro de ele ser lindo e ter desejo físico praticamente palpável.

- Bom dia... – passou pela sala cumprimentando Bilbo, na noite nem o tinha visto, o remédio a fez capotar antes que o Bolseiro subisse.

- Bom dia, está melhor hoje? – perguntou de modo atencioso, viu-a assentir em confirmação. – Sabe que não há problema em ficar aqui esses dias, né? Tanto Frodo quanto eu queremos seu bem, já dissemos bem antes que devia descansar...

- Eu sei, realmente sou grata por tudo que tem feito e ainda fazem por mim, mas eu realmente tenho medo de saturá-los, eu já tiro bastante da privacidade de vocês... – respondeu de modo mais polido.

- Tudo bem... – Bilbo conseguia compreender, mas ainda achava que ela devia ficar ali. – Mantenha contato em todo caso... – tinha sim algum receio de que ela se hospedando com o gigante houvesse desentendimentos. – Se quiser voltar antes do atestado vencer as portas estarão abertas.

- Obrigada! – Lara separou uma roupa para vestir, tomaria um belo banho, lavaria o cabelo, seu único desafio era o curativo que, tamparia com plástico para evitar que molhasse. Enfiou-se no banheiro, aquele dia estava tão frio, mesmo assim precisava dar um jeito em seu cabelo à água escaldante com certeza daria algum frizz.

Usou uma esponja para esfoliar sua pele de modo mais eficiente, enquanto isso a máscara de tratamento que havia no banheiro agia em suas madeixas. Erguer o braço para manipular seu cabelo dava uma aflição e dor considerável. Quando finalmente terminou finalizou seu cabelo ali mesmo, usou o hidratante de frutas vermelhas que havia comprado, o cheiro era agradável e o efeito satisfatório. Já limpa e seca vestiu-se, sua blusa era manga longa e fina, já seu moletom tinha dado um jeito na mancha, claro quem teve a ideia foi Bilbo que sabia tirar a mancha, ainda havia o buraco da bala, mesmo assim era o que possuía no momento.

Arrumou sua mochila como deu, deixaria ali somente a sacola com colchonete e manta, mesmo que algo dentro de si gritasse que levasse junto, uma insegurança tão grande e um medo de passar frio ao relento numa madrugada de inverno rigoroso. Era exagero seu, afinal o senhor Bolseiro havia dito para que voltasse antes se necessário.

Ouviu o som do interfone tocando, ele já tinha chegado? Pegou os casacos que tinha que devolver a ele, ambos estavam limpos.

- Lara é ele... – foi um Frodo um tanto desconfiado que a informou. – Volte antes se quiser e me mande notícias... – ainda carregava um pouco de culpa por Lara estar ferida, e tinha a impressão que o gigante pularia nela tal qual um leão faminto em carne fresca. Eram adultos e não se importava se eles realmente decidissem dar esse passo, desde que fosse algo totalmente consensual e que não incluísse iludir uma moça em situação vulnerável. – Pedi para que subisse...

Thranduil estava ansioso, realmente teria ela junto de si por três dias, claro que não ficaria com ela tantas horas assim, afinal tinha a empresa a administrar, mesmo que desmarcasse seus compromissos, isso pegaria muito mal, claro que não queria que Lara soubesse no momento que era o CEO da Mirkwood, tinha medo de sua reação, especialmente sendo essa empresa a culpada por deixá-la sem teto do dia para noite. Também não queria dar a entender que era um desempregado, ainda mais sabendo o quanto Lara trabalhava, merecia alguém tão focado quanto ela. Quando ouviu a voz do jovem Frodo dizendo para subir foi o que fez.

- Aí está você! – Bilbo sorriu abrindo a porta e dando passagem. – Tomem café vocês dois...

- Eu não quero incomodar... – tentou ser polido, queria correr dali com Lara, tinha a impressão que os Bolseiros estavam o escrutinando em busca de algum defeito, pareciam sim querer o bem da garçonete e isso incluía duvidar um pouco de suas intenções, compreensível, queria conhecê-la e dela cuidar, a oportunidade era única, mas seria mentira dizer que se rolasse clima adequado não poderiam... Bem, ele se esforçaria em ser paciente, para que pressa? Gostava dela o bastante para desacelerar, geralmente era muito carnal com suas parceiras e pouco interesse emocional havia envolvido, se queria ser carnal com a dama açucarada? Claro que sim, mas havia uma soma de afeto e curiosidade ainda maiores que sua volúpia. 

- Não vai, é melhor irem comer logo... – Frodo disse. – Têm bolo e torta na bancada, Lara já sabe onde fica cada coisa pode servir vocês dois...

- Tudo bem... – sorriu um tanto sem graça, pegou uma das mãos de Duil e o puxou de leve em direção a cozinha.

O CEO analisou o ambiente, os Bolseiros eram bem organizados e a cozinha era realmente boa, notava-se que gostavam de comer muito bem.

- Sente... – Lara disse indo em direção a geladeira. – Quer leite ou suco?

- Pode ser suco, por favor... – já tinha comido, mas compreendeu que se recusasse seria uma desfeita e também tinha comido as cinco e já era quase nove. Percebeu o moletom surrado agora marcado por onde o tiro estraçalhou estava limpo e mesmo estando longe sabia que cheirava a amaciante, realmente seu olfato perto da pequena e doce garçonete voltava a ser o que em sua vida imortal era.

Uma das razões pela qual Lara não queria ficar ali todos esses dias eram as despesas, afinal de contas estava comendo as custas dos Bolseiros, tomando banho ali e gastando água e energia, imagina nos dias onde até o almoço seria ali? Claro pensava em no futuro ressarcir, ou no mínimo fazer uma festa quando tivesse um lugar para morar, transbordava em gratidão, porém temia ser fardo.

Thranduil lembrou da sopa que havia feito junto dela, agora tinha o suco de abacaxi servido a sua frente, escolheu comer da torta que havia ali, um pedaço fino, mas logo sua gula aumentou, era ainda melhor que a do Sam.

- Quem fez essa torta? – perguntou se deliciando.

- Eu acho que foi o senhor Bilbo... – Lara respondeu.

- Sim, fui eu! – sorriu radiante e entrando na cozinha. – Quer a receita?

- Daria mesmo? – O CEO duvidou.

- Dar? Jamais, mas eu venderia... – riu um pouco da própria piada sem graça.

- Que tentador! – ergueu uma sobrancelha imaginando sim que compraria e valeria cada centavo.

- É a intenção... – ergueu uma sobrancelha, o gigante não o enganaria nunca, sabia que ele tinha mais posses do que fazia transparecer, Bilbo sabia reconhecer a posição social de alguém apenas por bater o olho, outro caso é que as gorjetas eram gordas demais para alguém mais humilde. – Coma mais! – serviu o gigante, vendo que sim ele comia de muito bom grado, dava gosto de vê-lo comer.

Lara bebia leite com Nescau e comeu um pouco de bolo, estava praticamente sem fome, seu estômago um tanto embrulhado, levantou-se e foi até a mochila a pegando e botando no chão a seu lado, pegou um comprimido de analgésico e o ingeriu.

- Ainda dói muito? – Bilbo externou sua dúvida, era a mesma que o gigante começava a articular.

- Consideravelmente, mas se não tomar agora daqui duas horas vai estar pior... – empurrou para dentro o comprimido amargo. – Horrível... – comeu um pedaço de bolo tentando apagar o gosto.

- Remédio é assim, criança... – Bilbo riu da expressão facial da garçonete.

- O senhor é malvado! – brincou por ver a cara de satisfação do Bolseiro.

- Eu sei, sou terrível! – fez os gestos com as mãos de quem manipularia um fantoche, tinha reconhecido o divertimento em Lara, os olhos dela brilhavam tanto, era por isso que tinha oferecido sua casa para hospedá-la, ela era tão transparente quanto um cristal, assim como a tristeza pungente, ajudá-la o fazia se sentir bem, como se estivesse realmente cuidando de uma pessoa de sua família, de nenhum modo pesava, era tão branda, se tivesse uma sobrinha próxima o sentimento seria o mesmo.

O CEO quase derreteu ao notar o quanto ela parecia doce, mesmo brincando, teve vontade de mordê-la, devia ser doce possivelmente em mais de um lugar... Estava pensando demais em como prová-la, teria que se vigiar para não virar um tarado completo e ser invasivo fora de hora.

- Obrigado pelo café da manhã... – disse um Thranduil para lá de satisfeito. – Vamos Lara? – ela já tinha comido e tinha consigo a mochila. – Eu levo... – ficou impressionado com o peso que havia ali, devia ser difícil para uma pessoa pequena como ela lidar com aquela carga. Mas precisava lembrar que as posses dela estavam ali, ela possuía tão pouco...

- Obrigada! – Lara já ia seguindo com Duil para a porta, Bilbo estava junto. – Eu volto já para trabalhar no jantar, quando o atestado terminar, eu posso?

- Claro que pode, mas tente não pensar em trabalho, foque em descansar, tanto pelo machucado quanto por sua saúde... – ele disse indo a frente. – Gigante, cuide bem dela...

- Cuidarei... – senti que havia mais peso nas palavras de Bilbo do que se supõe em uma brincadeira. Realmente se esforçaria em deixá-la confortável por todo esse período, era pouco tempo, mas o bastante para que a conhecesse um pouco mais e derramasse sobre ela o que estava acumulando dentro de si mesmo.

- Tchau! – já estavam no nível da calçada e o carro de Duil estava estacionado ali, era esse modelo antes? Jurava que a cor era outra, mas quando recebeu carona era noite e nunca foi boa em reconhecer modelo de carro, dificilmente reparava nisso.

Thranduil abriu a porta detrás e jogou a mochila de Lara ali, claro que com alguma delicadeza, afinal podia ter algo importante para ela ali. Abriu a porta do carona para a garçonete açucarada, o cheiro dela era tão gostoso, frutal definitivamente, mas algo mais doce como o típico chiclete e baunilha, ela toda parecia uma deliciosa sobremesa a tentá-lo o tempo todo.

- Obrigada... – reconhecia o quanto Duil era polido, mas não é como se não fosse acostumada à gentileza desse tipo, seu ex namorado agia de modo bastante similar, o que diferenciava Duil ia além de ser cavalheiresco em gestos mais comuns, sim o cuidado que ele parecia ter e interesse mais genuíno, não parecia haver uma máscara por trás de suas ações, embora tivesse noção que em nada o conhecia.

No caminho Thranduil falou de amenidades, tentava parecer calmo e não uma pilha de nervos e empolgação, era como se em seu peito corresse a mais bela queima de fogos, um frio na barriga e um nervosismo tão inocente, era um verdadeiro turbilhão de sensações sob sua pele. Nunca esteve tão elétrico por mulher alguma, realmente o que sentia por ela era diferente, embora não fosse tão preciso ao dar seu veredito, tudo parecia só crescer e germinar e nisso não havia nada o forçando, ou compelindo, além do que em si mesmo havia.

- Eu vou para a empresa assim que você estiver instalada... – comentou chamando o elevador, aquele prédio não era dos mais caros, mas tão pouco dos mais baratos, era muito comum por assim dizer. Tinha capturado uma das pequenas e delicadas mãos, ela estava fria. – Acho que você está com frio... – jogou sobre os ombros dela um dos casacos que ela havia devolvido.

- Estou bem... – corou com o gesto dele, o elevador marcava quarto andar.

- Não queremos que se resfrie... – levou aos lábios o seu dorso, abriu a porta do apartamento dando espaço para que entrasse, estava mais que limpo e organizado, sobre a mesa viu a caixa que pediu para Alef. – Chegamos... Lara vou mostrar seu quarto... – queria mesmo era que dividissem o leito, mas pouco confiava em si mesmo. – Esse... – estava com uma decoração neutra e era confortável. – Pode guardar suas coisas depois... – colocou a mochila imensa sobre a cômoda de madeira.

A sensação que Lara tinha é que o lugar tinha passado por uma rigorosa faxina minutos antes, o cheiro no ar entregava que sim, além do aromatizador de ambiente mais que agradável. O apartamento era confortável e bem mobilhado, mas se sentia um tanto estranha li.

- Venha... – puxou a conduzindo-a. – Não é grande, mas vou mostrar para você mesmo assim... – ele queria dizer que era um cubículo, mas conhecendo o lugar onde ela morava antes da demolição seria algo esnobe a se dizer. – Aqui é a cozinha, pode usar e comer o que quiser, despensa aqui, geladeira Lara, Lara geladeira! – indicou. – O banheiro lavabo fica aqui... Se quiser tomar banho é aqui... – podia ter escolhido um apartamento melhor para hospedá-la, mas a simplicidade seria algo bom ao fim das contas. – Quero que fique a vontade, use do que quiser e como quiser...

Era nítido que ele estava se esforçando para agradá-la, estava com medo de que ele se atrasasse para o trabalho por conta dela.

- Não segredo aqui na sala... – pegou a caixa de medicações. – Caso sinta dor ou algo assim, aqui está tem para tudo quase... – pediu o celular dela. – Vou deixar meu Whatsapp salvo aqui... Se precisar de mim ligue na hora.

- Muito obrigada, é realmente hospitaleiro... – sorriu mais que grata. Sentiu-se envolver pelos braços de Duil, o cheiro dele era tão fresco, ele era muito alto, além é claro de saber que era baixinha, os lábios tocaram sua fronte modo terno e demorado, logo ele selou seus lábios, era carinhoso e ao mesmo tempo caloroso.

- Vou deixar a senha do wifi com você... Use a TV e o que quiser para se distrair... – disse ainda abraçado a açucarada, queria ficar ali, pra que trabalhar? – Mas por favor, descanse Lara, descanse de verdade... A chave vai estar com você... – foi em direção a porta. – Agora preciso ir, mais tarde estarei aqui... – a beijou rapidamente, somente um selinho ou acabaria por se perder e ficar somente ali.

- Tudo bem, muito obrigada Duil... – os Bolseiros teriam uma boa folga sobre aturá-la, o importante é que não demoraria a ter sua nova “casa” aí sim não dependeria de ninguém para ter onde dormir.

Thranduil desceu pelo elevador mesmo, pensando em como aquele dia seria longo, estava tão tentado a voltar para o apartamento e simplesmente grudar em Lara, tentador demais, mas precisava ir à empresa e matar umas horas ali, mesmo que saísse mais cedo.

Continua... 


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; GELADEIRA


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