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História Portais da alma - Jogo dos erros


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Mais um capítulo, ta um pouquinho maior que a média.
Não revisei, mas taí!!!

Capítulo 35 - Jogo dos erros


Fanfic / Fanfiction Portais da alma - Jogo dos erros

Lara percebeu o abraço de Duil a ficar mais firme contra si mesma, era como se tivesse receio de que saísse de perto dele, ou como se estivesse separando de um perigo em potencial.

Thranduil teve real receio de que Lara descobrisse quem ele era, obviamente que aquela pessoa poderia entregá-lo. A dama açucarada ficaria ressentida? Doeu somente o fato de pensar em como ela podia se sentir mal, quando ocultou tudo fez o que sempre fazia, ela não sabia que era um CEO, sentia-se confortável em levar uma vida mais comum quando em campo íntimo, realmente temeu perder o pouco que havia construído.

- Muita coincidência, não acham? – Tauriel dirigia sua palavra tanto a Thranduil quanto a outra pessoa.

- Na verdade nenhuma... – Miro tomou a palavra, queria que Tauriel evaporasse da sua frente, assim como Thranduil ele também era muito discreto quanto a sua vida pessoal.

- Nenhuma realmente... – o olhar que lançou a Tauriel foi praticamente assassino, a iluminação no momento era de lanternas e também dos faróis do bombeiro.

- Que coisa... – os olhos da bela ruiva brilhavam, ela sabia que estava sendo inconveniente.

- Faça-me o favor e evapore... – Miro disse ácido, obviamente não estava sozinho, mais que bem acompanhado, junto de Pamie.

- Isso tem um preço, sabia? – desafiou a secretaria voltando seu olhar para seu chefe direto.

- Café? – Thranduil imaginou, nem mesmo ele se importava tanto com a qualidade do café que ingeria quanto Tauriel, era comum que o dela fosse mais caro que o dele, era uma delícia, mas para ele pouco importava.

- Cookies? – arriscou-se Miro, ele tinha muito bem fingido que não viu o CEO, sabia os poréns de seu amigo, estava contente de ver que conseguiu avançar com a garçonete.

- Para começar... – fez-se entender daquele modo. - Vejo vocês depois... – tinha certeza que ambos ficariam devendo um favor que ela saberia muito bem como cobrar. De repente estava economizando horrores, tinha a manicure paga o café, se continuasse assim certamente. Tinha pensado em fazer ambos passarem vergonha, com as especificas ficantes.

Finalmente podia respirar aliviado, sua secretaria soube calar, mas já imaginava o tipo de agrado que teria de providenciar, era péssimo dever favores a uma pessoa, principalmente uma que conhecia tanto de sua rotina. Só não desejava que ela soubesse de Lara, não ainda, queria manter somente para si mesmo a relação que tinham, desfrutar melhor sem que pessoas inconvenientes interviessem.

- O que foi isso? – Lara questionou curiosa, tinha percebido Miro ali, lembrava dele do dia da demolição e de estar junto de Duil no Baobá.

- Isso é uma dívida sobre café... – sorriu e sua face.

- Sério? – achou aquilo no mínimo inusitado.

- Sim, ela tem um vício quase patológico por cafeína, sempre que pode enche a paciência até ser dispensada, com a promessa de doses homéricas do líquido negro e cheiroso... – foi o mais verdadeiro que conseguiu naquele momento, embora houvesse leve exagero em suas palavras.

- Nossa Duil, isso foi poético! Se cada vício fosse descrito dessa forma... – achou graça da situação, em dado momento ela tinha pensado que talvez eles se conhecessem de modo íntimo, não é como se tivesse ciúmes dele, mas foi levemente incômodo, aquela mulher era uma beldade, totalmente enquadrada no padrão de beleza, era alta, esguia, ruiva e tinha olhos claros, muito diferente de sua aparência.

Passaram algum tempo ali, cerca de quinze minutos, logo o problema foi contornado e puderam finalmente entrar novamente no prédio.

- E nada da energia voltar... – Thranduil comentou enquanto subiam os vários lances de escada com a luz de dois tocos de vela.

- Nem me fala, eu tenho que trocar o curativo e vai ser complicado a luz de velas... – Lara dificilmente reclamava, mas dessa vez estava um pouco difícil manter-se otimista. Só raciocinava que estar no escuro com Duil era melhor que estar no escuro sozinha ou cuidando do restaurante, mais confortável sem dúvida.

Thranduil de certa forma estava aliviado pelo tipo de interrupção que tiveram, estava para lá de excitado com Lara em seu colo e não tinha certeza se ela estaria disposta a ir adiante.  Ela ficaria ali por mais duas noites, teriam tempo, somente sonhava em ser por ela aceito, existia atração mútua e isso era nítido, não é como se a história de ambos mesmo que curta fosse inconsistente.

Já tinha assistido ao vivo Lara dar o fora em um homem bastante atraente, o que o levava a crer que não era sua aparência a motivo principal de ter com ele se “conectado”. Certamente ela se lembrava de o ter conhecido na demolição do quarteirão, embora ele estivesse de olho nela antes disso, com certeza isso pesava no juízo final que ela tinha sobre ele.

A porta do apartamento estava fechada, afinal era do tipo porta americana que basta puxar para que se tranque, abriu dando passagem para dama açucarada, a noite tinha avançado bastante.

- Eu posso ajudar você com o curativo... – sabia a dificuldade que ela teria, provavelmente ia doer bastante e a pouca luminosidade em nada ajudaria.

- Obrigada... – foi pegar o kit que usaria para trocar o bendito curativo. – Acho que vou tomar banho primeiro...

- Por quê? – ela estava para lá de cheirosa, tinha verificado pessoalmente.

- Por que não pode ser molhado depois de feito, se eu molhar agora durante o banho e trocar depois fica mais fácil minha vida... – explicou-se.

- A água está fria, tem certeza que não prefere esperar a energia voltar? – percebeu que ela analisava sua postura. – Quer dizer, posso aquecer a água, é melhor que tomar banho frio... – teve medo que ela achasse que era um péssimo anfitrião e que estaria sendo sovina.

- Isso seria dar trabalho excessivo, posso me virar com a água fria... – sorriu o achando tão fofo e prestativo.

- Nem pensar, vai ficar resfriada, com dor de garganta e ouvido... – se apressou em direção à cozinha, teve que descobrir como acender aquele bendito fogão que felizmente era a gás. A panela que botou no fogo era bastante grande.

- Duil? – ficou um tanto sem graça com todo trabalho que estava dando. – Posso esperar a energia voltar, ou fazer mesmo agora o curativo...

- Não, prefiro que realmente tome banho tranquila para depois trocar... – estava sendo prático e desejando o que era melhor para ela e não o menos laborioso. Pensou em sua vida na Terra Média, era bem diferente, em lugares inóspitos a água tinha que ser aquecida, só assim se tinha um banho decente, no palácio era mais fácil, havia mecanismos rústicos que garantiam água quente.

Ao terminar colocou a água em uma bacia de plástico bastante grande, levou ao banheiro que Lara usaria.

- Pode regular a temperatura a seu gosto... – subia vapor quente, estava realmente escaldante. – Leve o tempo que precisar e já sabe que pode usar o que quiser, não é? – tudo que havia ali estava novo e intocado, comprado pensando especialmente nela.

- Muito obrigada... – sorriu um tanto sem graça, estava dando muito trabalho para Duil. Havia duas velas acesas no banheiro que manteve próxima o bastante.

Escolheu usar o sabonete que havia ali, economizar do seu, tudo naquele banheiro não combinava com Duil. Desde o tipo de shampoo, a fragrância do esfoliante corporal, ele estava acostumado a hospedar mulheres? Se sim elas tinham o cabelo escuro e cacheado como dela e gostavam de baunilha? Não é como se fosse o tipo que tem a beleza rara e exótica, mas era impossível não notar que havia um padrão nisso tudo, algum medo surgiu e sua mente, parecia tudo perfeito demais para ser verdade.  Fora que não havia nada masculino ali, certamente o quarto dele era suíte.

Tomou banho realmente se deliciando com o cheiro dos produtos, sempre foi muito apegada a aromas, especialmente gostava quando o cheiro era doce. Não foi apressada, a água morna que corria por sua pele chegava a causar certo prazer, ensaboou todo seu corpo e enxaguou, fez o mesmo processo por três vezes de tão boa a sensação que tirava disso. Molhou o curativo, mas como ia ser trocado não havia problema. Finalmente via-se satisfeita e jogou o que sobrava da água em si. Secou-se e usou hidratante corporal, estava refeita realmente, vestiu a roupa que tinha separado, a única coisa ruim era o bendito moletom furado, mas isso só poria ao final. Saiu do banheiro deixando tudo em ordem, foi a cozinha devolver a bacia, lavou com sabão e guardou num lugar neutro.

- Quer ajuda para fazer seu curativo? – ofereceu o CEO.

- Eu aceito ajuda... – viu Duil levantando, sentou-se em uma cadeira, o kit para o curativo estava sobre a mesa. Sozinha mesmo se desfez do curativo úmido.

- Isso ainda dói bastante, não é? – a ferida não era bonita, ela com certeza se esforçou antes, mesmo com a baixa iluminação era possível divisar perfeitamente o lugar onde houve a sutura.

- Está suportável... – respondeu sentindo a mão grande a manipular seu braço com extremo cuidado, foi aplicada uma espécie de pomada com cheiro similar a cravo da índia, longo era enfaixado.

- Avise se a pressão estiver incomodando... – ajustou ao braço de Lara, ela tremia e isso o preocupava, devia ser frio e ao mesmo tempo. Fixou as bandagens finalmente aliviado.

- Belo trabalho... – agradeceu movendo o braço. – Obrigada... – alarme de seu celular tocou. – Hora da medicação da noite...

- Está com dor? – sabia que a medicação era para abrandar dor.

- Não, só incomoda, mas eu sei que se não tomar vai doer... – tinha a impressão de ter explicado isso antes, mas ele parecia estar tão preocupado. Vestiu o moletom com leve dificuldade.

O CEO ficou um tanto perdido sem saber exatamente o que fazer, ainda estavam no escuro, não dava para assistir nada, já tinham jantado o correto seria ir dormir, mas ainda queria estar perto dela, apesar de ser ela a cheirar chiclete o grudento era ele, estava ciente disso.

Lara tinha a mesma sensação que Duil, sentindo-se uma adolescente ansiosa e imatura perto do garoto que gosta. Nenhum dos dois era assim tão jovem, mas a sensação que passava era muito similar ao que somente amores pueris poderiam passar.

Decidido a não pensar tanto assim puxou pela mão, afinal era melhor que ficarem se encarando sem fazer absolutamente nada. Voltou para a varanda junto de Lara, o perfume dela subia pelo ar de forma tão tentadora, não era o mesmo cheiro de sempre, com certeza o sabonete era outro, mas a tornando ainda mais apetitosa que antes, tudo nela despertava gula e até mesmo luxúria.

Viu-se sentada ao lado de Duil, o puff era enorme e acomodava ambos de maneira confortável, fazia frio naquele momento, apenar recostou-se ao lado dele, sentindo o modo como ele a envolveu, era tão confortável, sua  mão foi capturada de modo que estavam muito enlaçados.

O ex elfo afagou os cabelos macios e sedosos de sua dama açucarada, beijou sua têmpora e a aninhou melhor, quase a trazendo para seu colo. Percebeu que aos poucos ela relaxou, até perceber que ela dormiu enquanto afagava seus cabelos. Thranduil estava na sacada olhando para fora, a chuva tinha sido reduzida a um chuvisco tão fraco que era quase inexistente. Sentia uma paz imensa se instalando em si mesmo, leveza de um modo diferente, nem mesmo se lembrava de ter se sentido assim anteriormente. Perdeu-se fitando a escuridão que havia a sua frente, em uma outra janela podia divisar uma vela ou outra. Aquela noite estava diferente do que imaginou que seria, mas mesmo com os contratempos estava satisfeito. Ficou um tempo assim apenas curtindo a proximidade de ambos, Lara estava tão serena.

Depois de um tempo decidiu que era hora de entrarem, as luzes ainda não haviam voltado, foi cuidadoso e pegou-a em seu colo, mas com o movimento ela acordou um pouco confusa.

- Duil? – estranhou um pouco estar sendo carregada. – Eu posso and...

- Pronto, chegamos ao destino... – a depositou sobre a cama macia, buscando por cobertas no baú ao pé da cama a cobriu. – Descanse... – disse colando os lábios a sua fronte. Antes mesmo de levantar para ir a energia voltou, ouviu-se de modo vago o povo exasperado com o retorno da eletricidade, então contemplou o rostinho rubro e adorável, não resistiu e deu um selinho. – Boa noite... – tinha que se afastar logo ou se enfiaria naquela cama com ela.

Quando viu-se sozinha cobriu sua cabeça, abafando a vergonha que antes teve, Duil era de alguma forma tentador e fofo ao mesmo tempo, combinação perigosa para alguém como ela que cresceu ouvindo os contos de tia Amaris. Só não podia ser mais tão ingênua como um dia foi, afinal depois que se racha a cara em decepção, nunca mais se remenda os cacos com perfeição.

Thranduil descansou bem, muito embora tivesse demorado para adormecer, pensar que Lara estava ali tão perto, estava tão tentado a avançar sobre ela, notava que era receptiva, mas algo em sua linguagem corporal entregava que poderia assustá-la com sua fome e sede. Levantou-se, estava bem cedo ainda, foi direto ao banheiro, fez sua higiene oral e em seguida tomou banho, não faria questão de chegar cedo naquele dia, mataria seu início de manhã junto dela, claro se estivesse acordada, as medicações tendiam a deixá-la sonolenta. Quando saiu do quarto indo para sala escutou o barulho na cozinha, seguiu para lá e viu que Lara estava acordada.

- Bom dia... O que quer comer? – ela questionou, tinha feito sanduíche natural, fez alguns de jeito bem básico. Na véspera tinha sido Duil a providenciar o jantar, seria muito comodismo deixar tudo ao encargo dele, ser inoportuna com o anfitrião seria péssimo, afinal ainda ficaria ali mais dois dias.

- O que você for comer para mim está bom... – foi servido de sanduíche natural.

- E o que quer beber? – questionou vendo que Duil a encarava quieto.

- O que você beber também...

– O que foi? – achou estranho o modo como ele a olhava.

- Nada, mas você acordou bem cedo... – comentou tendo a impressão que começava a corar.

- Geralmente acordo cedo... – serviu leite com Nescau aquecido.

- Achei que a medicação a deixaria baqueada... – ela estava tão perto que podia sentir seu cheiro, ela já tinha tomado banho beijou sua bochecha de modo demorado, afagando seu cabelo de leve.

- E deixa... – fez um carinho no rosto de Duil, antes que se afastasse viu-se ser abraçada, sentia respiração dele junto a seu cabelo, aquela cadeira era um pouco mais alta e ficavam da mesma altura com ela em pé.

- Devia descansar melhor... – roçou os lábios pelo pescoço sensível e a sentiu apertá-lo de leve.

A barba de Duil estava levemente crescida, aumentando sua sensibilidade, o beijo que se seguiu começou lento e doce, mas foi ganhando urgência e paixão, seu corpo colou ao masculino, era pressionada com certa força contra ele, era como ser engolida por seus braços.

Quando ela interrompeu o beijo não se afastou, sentiu-a aninhar-se melhor em seus braço e o beijo dela em seu pescoço o deixou elétrico, chegou a ofegar. Trouxe o rotinho novamente para si e reclamou seus lábios, que bela maneira de se começar o dia... Gastou tanto tempo nessa doce apreciação, se iam comer se ia trabalhar, tudo isso desprendeu-se de si mesmo. O celular de Lara tocou e ela se afastou.

- Alarme... – sentia seu coração mais que acelerado, teve alguma dificuldade de encarar Duil, sentou-se e começou a comer, tentando fingir que não sentia seu sangue começar a ferver, ficar excitada com tal pouco? Era o que via acontecer.

- Entendo... – viu que na bancada havia um jornal velho. – Acho que está desatualizado...

- Tem razão, mas não estou lendo as notícias, estou brincando de jogo dos 9 erros... – passou o jornal para Duil, ele sorriu de um modo tão interessante.

- Sabe viver, não é mesmo, Lara? – ela já tinha marcado três erros, viu a caneta ser entregue.

- Ache mais três! – desafiou.

- Certo... – aquilo não era a brincadeira infantil, era bem mais complicado, mas depois de um tempo conseguiu achar os três. – Sobram três como dividimos?

- Eu acho um agora, depois você, o último quem sabe? – Lara demorou bem mais, afinal os mais óbvios ambos tinham feito. – Cadê... – finalmente encontrou. – Ufa...

- Vejamos... – era detalhista e muito atento, seu serviço de arquiteto o exigia. – Pronto! Falta um, vou te dar vantagem, procure, vou cronometrar cinco minutos, se não der conta será minha vez por cinco minutos também! – estabeleceu a regra.

- Tudo bem... – apesar de tentar não conseguiu. – É, vamos ver se você consegue...

- Já consegui... – mesmo dizendo isso só achou faltando trinta segundos. – Ganhei, dama açucarada?

Lara riu um tanto sem graça, terminaram de tomar café.

- Vai trabalhar agora? – queria um tempinho a mais com ele.

- Ainda não... – disse se acomodando no sofá a seu lado.

- Vamos terminar Mulan então! – sugeriu.

- Vamos... – não faltava tanto assim do filme, foi ameno assistir uma animação depois do café da manhã, mas quando finalmente terminou viu-se obrigado a sair. Tinham conversado sobre amenidades e comentado a trama, achava o senso de lealdade de Mulan muito afiado, definitivamente a dama açucarada tinha bom gosto. – Agora tenho que ir... – disse quase cansado de um trabalho ainda não iniciado. – Fique bem Lara, por favor...

Tinha coisas sérias a tratar, entre elas subornar uma secretaria, livrar-se o quanto antes de suas funções, estava entre alegre e tenso com o que tinha a sua frente, tinha de ser mais verdadeiro com Lara, mas não sabia nem por onde começar.

Continua...


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; SUBORNO


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