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História Portais da alma - Vitalício


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Mais um capítulo gente, espero que gostem, ta sem revisar e escrevi agora que to com sono, perdoem os erros.

Capítulo 40 - Vitalício


Fanfic / Fanfiction Portais da alma - Vitalício

Thranduil passou um bom tempo com Lara em seu colo, o granizo foi cedendo aos poucos, de modo que tornou-se apenas uma chuva comum.

- Duil?! – tinha percebido que ele estava um tanto estranho. – Você está bem?

O CEO tinha a face no da garçonete, o cheiro tão doce que vinha dela, o calor do corpo tão junto ao seu, a impressão ruim ainda impregnada em si mesmo. A voz dela soou tão suave, adorava ouvir seu apelido saindo dos lábios corados. Sentiu uma das pequenas mãos em seu rosto, ela tinha dito algo.

- Sim?! – estava em dúvida sobre o que ela havia dito.

- Está mesmo bem? Parece aéreo e melancólico... – o abraço a sua volta apertou-se, tinha que assumir ele era muito carinhoso e realmente gostava disso, talvez fosse por carência, mas não somente isso seria raso. Sentiu os lábios dele de encontro aos dela, foi tão rápido e tinha selado sua boca, pareceu tão cuidadoso a princípio, lento e forma quase torturante, mas quando aprofundou a volúpia foi tanta que quase alastrou por seu sangue.

Havia pousado uma de suas mãos no rostinho delicado, queria dissipar de si mesmo a sensação incômoda, ela estava em seus braços no momento e nada a atingiria, nem mesmo uma bala perdida. Tão pouco fofocas e intrigas os atrapalhariam, se teria que sustentar o café vitalício de Tauriel faria com prazer. “Espera, vitalício?” quanto tempo ele planejava ter Lara em sua vida? A conclusão quase o assustou “vitalício”.

Passou uma mão por sua nuca, alcançando os úmidos, provavelmente ela estava algum frio, afinal o vento frio entrava na sacada de como incômodo. Quando ela cessou o beijo simplesmente a aninhou melhor contra si mesmo, percebia o quanto era afetuoso com a doce garçonete, não que fosse frio com suas parceiras, era um excelente amante e totalmente ciente disso, porém não havia tanto cuidado e doçura em sua lida, havia muito desejo e ímpeto que costumava ser arrebatador, mas breve, sem grandes momentos onde apenas daria carinho.

Com Lara a coisa parecia estar invertida, primeiro derramava sobre ela carinho e atenção, até mesmo cuidado, isso sem nem ao menos ter dormido com ela no segundo sentido da palavra. Estava praticamente grudento e derretendo a olhos vistos, porém isso ser tão confortável e natural que jamais reclamaria.

- A chuva não vai passar tão cedo... – a garçonete comentou, estava tão confortável estar ali junto de Duil, apesar das ressalvas em confiar em estranhos, parecia nele haver sim algo estabelecido, quando aceitou o convite dele no dia em que comeram cachorro quente, o fez tanto por ser um cliente regular, quanto por nada ter a fazer. – Quer me ajudar a encontrar pela internet mesmo algo útil? – ficar no colo dele por tempo era muito tentador.

Sendo sincera consigo mesma podia assumir que ia um pouco além, Duil era sim atraente e isso era inegável, mas somente isso não a deixaria tão à vontade, jamais esqueceria o contexto em que verdadeiramente o conheceu, no dia da demolição ele esteve a seu lado e por sua influência conseguiu visitar a casa de tia Amaris uma última vez. Depois disso ele ainda teve a sensibilidade de tirar alguns minutos com ela e simplesmente comer manga com sal, assegurando que haveria mangueiras descendentes das da antiga casa. Ele a tratou com a dignidade que achava que todos mereciam, podia parecer um ato pequeno e natural para alguns, porém o contexto todo o pintou como uma pessoa sumariamente empática.

- Claro, o que precisa? – Thranduil faria o que ela sugerisse, mas sentiu seu corpo esfriar de modo incômodo quando de seu colo ela levantou, poderia ficar horas do modo que estava antes.

- Eu até tentei olhar imóveis online para ter uma noção, mas é totalmente fora da realidade para mim... Mas móveis posso dar uma olhada online... – tinha o celular em mão.

- Certo, eu te dei o wifi? – perguntou só naquele momento lembrando disso. – Vamos para a sala... – buscou por seu notebook, colocou na mesinha de centro e sentou-se no tapete, quando ela se acomodou a seu lado ligou o aparelho. – Começamos pelo que?

- Cama e colchão, ou só colchão... – respondeu, mas logo viu ele jogando no Google e aparecendo os nomes de lojas com valores. – Duil, vamos por um lugar que venda usados, comprar em loja seria muito oneroso.

- Certo, vamos procurar colchão avulso primeiro... – pesquisou e pesquisou, estava incomodado por vê-la comprando até mesmo o colchão usado, fosse apenas à estrutura da cama incomodaria mesmo.

- Acho melhor ser solteiro, não sei o espaço que vou ter e nem sou tão espaçosa... – verdade é que colchão casal era mais caro.

- Vamos olhar no geral... – queria sim que ela comprasse casa. Logo se recriminou, estava calculando que dormiria ao lado dela? Tinha sido boa a noite que passou a seu lado, claro que o contexto não era o ideal a se sonhar, mas era bom tê-la por perto e sentir que a protegia de algum modo.

- Certo não dá para ir nesses mais baratos, já pode descartar até o décimo mais barato... – apesar de querer sim economizar não dava para comprar um colchão manchado de sangue de pessoas desconhecidas. – Esse! – Lara escreveu no bloco de notas do celular. – Mande o link para mim, por favor?

- Conjunto de cama com colchão, talvez compense mais... – era tão estranho estar garimpando coisa barata aquele ponto, com Lara ele explorava uma realidade que ele sabia existir, mas que antes parecia vir de outro mundo. Tinha canetas suas que valiam mais do que o colchão avulso que ela desejava comprar, a diferença social e econômica de ambos era muito distinta, para ser mais discrepante que isso só se ela estivesse passando fome e sede.

- Ótimo a cama tenho noção, talvez eu fique a princípio só com o colchão... – pensou em outro item necessário. – Se der quero um fogão elétrico, pode ser de uma boca só...

Thranduil teve vontade de gritar de desespero, já formava mentalmente a imagem de como ficaria a residência da pequena açucarada, não haveria o mínimo de conforto, vê-la fazendo essas escolhas quando podia muito bem ajudá-la era desesperador, ela merecia um lugar decente e mobilhado, conforto e dignidade. Estar escondendo quem era estava custando caro para si mesmo, se revelasse logo que era um CEO e que gostava dela, para que aceitasse sua ajuda, ela aceitaria? Ou seria como Sam era com Elrond?

A vida parecia tão mais doce junto dela, mais calorosa também, tinha que assumir que esses poucos dias junto foram como achar um oásis, uma tranquilidade tão grande, tinha amado para ser sincero, para ser perfeito só se a tivesse amado em carne. Miro veio a sua mente falando sobre por um anel de compromisso no anelar de Lara, de repente não era assim tão difícil imaginar, muito menos absurdo.

 

- Certo simulando uma cama com colchão e o mini-fogão... – somou os valores, era barato, muito barato, mas Lara parecia pouco convencida se era mesmo bom negócio. – O que mais vai precisar?

- A princípio essencial é só o colchão... – Lara respondeu, os olhos verdes de Duil cravados em si mesma.

- Vai conseguir viver só com o colchão? – exasperou-se.

- Pretendo comprar coberta e lençol! – defendeu-se, não é como se fosse dormir em um colchão usado sem ao menos o forrar com um lençol limpo.

- Lara... – aquilo doeu, lembrou da noite em que foi buscá-la na obra, ela passou por tanta coisa dolorida.

- O que realmente preciso é de um lugar confortável para deitar, se vai ter cama ou ser só o colchão forrado é o de menos... – explicou, sabia que para uma pessoa normal o perrengue que ela estava passando chegava a ser grotesco, afinal ele tinha um apartamento onde morar. – Preciso mudar o quanto antes, estou abusando da hospitalidade dos Bolseiros... A chuva passou, podemos ir?

- Sim... – levantou e buscou sua chave, viu Lara sumir um momento.

Lara trocou o absorvente e usou a ducha apenas para se higienizar, quando estava fresca novamente voltou para a sala.

- Tem ideia de para onde vamos? – abriu a porta permitindo que ela passasse.

- Acho que aquele bairro que o Sam mora, tenho quase certeza de ter visto algumas faixas daquelas amarelas oferecendo aluguel e coisa e tal... – disse para Thranduil qual o bairro que tinha ruas estreitas demais para ambulâncias transitarem ou caminhões.

- Tem certeza que quer alugar algo aqui? – imaginou Lara indo trabalhar pela manhã, só que quando pensou no doce torrão de açúcar passando ali de noite depois de trabalhar no A Toca, cada pelo de seu corpo eriçou, seria um perigo sem tamanho, não era seguro de nenhuma maneira.

- Nada é certo ainda, só tenho que sondar logo um lugar, assim que seu Augusto me pagar a quinzena eu me mudo... – disse decidida.

O CEO olhou tudo a volta desconfiado, os postes de iluminação pública repletos de gambiarras, via que faltava lâmpada aqui e ali, devia ser pouco iluminado durante a noite.

- Quando vai ser isso? – questionou interessado, estava com sério medo de assalto, apesar do carro em que estava não ser caro, ainda era um modelo muito interessante e do ano, para ele algo simples e irrisório, mas para possíveis ladrões do bairro? Um prato cheio que com certeza renderia um bom dinheiro.

- É para ser depois de amanhã... – estava ansiosa, não tinha comprado absolutamente nada, mesmo assim valia à pena pesquisar as coisas.

Estacionou o carro quando Lara indicou uma placa, já ia sair do carro quando notou quão entristecida a dama de açúcar parecia estar.

- O que foi? – questionou preocupado, estava com medo em alguma parte de si mesmo e tudo parecia cada vez mais tangível, a sensação de antes.

- Nada, só senti saudades... – falou em tom baixo e abriu a porta do carro descendo o asfalto estava molhado ainda. – Nada saiu como eu imaginei... – pensou em dizer algo sobre se sentir sozinha sem a tia Amaris, mas evitaria despejar sobre ele seus dramas, já bastava que ele visse o quanto sua vida era paupérrima no momento, não era nada bom passar por essas coisas, não se orgulhava da pobreza, sabia que com o tempo sua vida poderia melhorar de modo substancial, seguraria a si mesma o direito de viver em total abundância e prosperidade, nesse caso abundância e prosperidade eram sinônimo de uma vida confortável sem que tivesse medo de ficar ao relento. – Mas vamos ver...

Thranduil olhou a placa, pelo horário sabia que quem residia ali estava acordado, era uma espécie de sobrado de dois pavimentos somente. Ao menos era o que podia ver, não parecia tão mal, mas a pintura estava velha e havia sido pichado de fora a fora. Havia uma campainha que prontamente apertou, mas nenhuma movimentação se fez.

- Será que estão mesmo em casa? – ficou incomodado.

- Provavelmente sim, mas acho que tem medo de atender, talvez... – viu o olhar de Duil prender-se nela. – É que se espiam lá de dentro podem ficar com medo...

- Medo? – ergueu uma sobrancelha, deu um sorriso malicioso, claro que associou isso a si mesmo.

- Pavor, a pessoa olha para mim e se sente ameaçada, procura um buraco para se esconder, eu sou pura imponência! – Lara afirmou com divertimento.

- Claro, rainha imponente! – logo procurou o número e ligou. – Estou na frente do imóvel que será alugado, tem como me atender?

- Ah... Claro, claro... – uma senhora respondeu.

Ambos viram uma mulher idosa que abriu a cortina desconfiada, com certeza já os observava antes. A mesma devia ter por volta de noventa anos, sem dúvida muito idosa.

- Bom dia... – a anciã mediu com o olhar o casal que tinha a sua frente. Achou a mulher bem pequena e tinha um ar sereno e um tanto ingênuo, já o homem que a acompanhava era alto e de um porte físico invejável, que casal heterogêneo? Pensou a idosa.

- Bom dia... – Lara sorriu, apesar de velha a mulher que se apresentou ainda do lado de dentro do portão tinha olhos inteligentes. – Vim pedir informação sobre o imóvel que está alugando, na faixa há pouca informação...

- Certo, qual dos dois vai pagar o aluguel? – foi direta na questão.

- Eu, mas pode me passar as informações primeiro... É mais prático... – Lara já começava a duvidar do que tinha a sua frente.

- Entrem... – abriu o portão principal. – Venham... – abriu uma porta lateral que havia ali e seguiu por um longo corredor, até desembocar em um segundo portão. – Aqui é bem seguro... – tentou assegurar abrindo dois cadeados. – Esse é o lugar, tem um quarto aqui! – mostrou um quarto de porta de madeira bem gasta.

Thranduil analisou friamente o local, o quarto era bastante pequeno, calculou o que podia ser colocado ali, tinha perfeita noção de tamanho e as dimensões daquele quarto o enervaram, era arquiteto e entendia tanto de espaço quanto de estrutura física.

- Aqui fica o banheiro... – mostrou um banheiro bastante simples. – Está sem chuveiro por que o último inquilino simplesmente roubou... Mas você pode instalar um quando se mudar... Esse é o segundo quarto! Qual dos quartos vão querer alugar?

- Espere, você está alugando esses dois quartos avulsos com um único banheiro compartilhavel, é isso? – Lara detestou a ideia. – Nenhum desses quartos tem uma pia ou tanque...

- E que tipo de quarto tem pia menina? Que quarto tem tanque? – retorquiu de imediato. – Se quiser lavar louça ou roupa tem esse tanque que é compartilhado com o morador do lado...

- Entendi... – o lugar era péssimo, teve que morder a língua para não responder de modo ríspido.

- Você pode alugar ambos se quer exclusividade... – esperta a proprietária falou.

- Mas a conexão e espaço comum não é coberto, se for passar de um quarto a outro nessa época de chuva vai precisar de guarda chuva... Diga-me quanto está o aluguel de ambos? – Thranduil questionou, aquele lugar era inviável para Lara.

- Setecentos e aluga ambos, se quiser alugar apenas um dos quartos saí por quatrocentos... – informou. – Vocês não são irmãos, são?

- Não... – Thranduil respondeu.

- Casados? – continuou perguntando.

- Não... – foi à vez de Lara se fazer ouvir.

- Espero que não seja seu cafetão, aqui não permito esse tipo de coisa... – despejou sobre os jovens o que tinha a dizer.

- Está sendo ofensiva ao extremo... – Thranduil tomou a palavra, aquilo o ofendeu, mais por dar a entender que Lara fazia esse tipo de coisa, fato era que se ela fosse garota de programa não estaria em situação tão delicada em seu financeiro.

- São namorados então? – a mulher disse já especulando.

Lara suspirou, estava ficando enervada com aquilo, tinha que ter ido sozinha procurar por aluguel, mas com Thranduil junto iam sempre questionar se eram um casal e não tinham nada definido, eram ficantes somente, não via problema nisso, mas era indigesto o tipo de olhar acusador que havia.

- Noivos... – Thranduil respondeu de supetão, logo capturou uma das mãos de Lara.

- Ah sim, são um belo casal, são sim! – a anciã sorriu, agora estava mais disposta a alugar. – É que tenho um pouco de medo de garotas de programa e também de moças liberais demais... Nunca se sabe o homem que está junto...  

- Até certo ponto compreendo suas ressalvas, mas por favor seja mais branda com minha noiva, ela é especialmente bondosa com pessoas de idade e não responderia como se deve... – se Lara não era ácida o bastante, ele o seria, deixar que a tratassem de qualquer modo a sua frente seria terrível.

- Tudo bem, confesso que fui muito direta, mas então são esses os termos, para entrar pague o valor integral do aluguel... Se quiser visitá-la será aceito, só sejam discretos e não façam muito barulho tarde da noite... – terminou de despejar seus termos.

- Muito obrigada por nos apresentar o imóvel... – Lara agradeceu. – Ainda estou procurando um lugar e vou anotar o número daqui, devo mudar em alguns dias...

- Tudo bem, qual o nome da senhorita? – a mulher finalmente perguntou.

- Lara e a senhora é? – incentivou a que falasse.

- Charlotte! – a anciã respondeu abrindo caminho para que fossem embora. – Vamos, tenho que trancar isso tudo...

Thranduil não separou sua mão da de Lara um só segundo desde que disse que era seu noivo, aquilo tinha sido puro impulso, mas não se arrependia, mas com certeza ela perguntaria a respeito, o que diria? Estava ficando difícil de lidar com o que ele mesmo aprontava.

Continua...


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; CAFETÃO


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