Era exatamente a mesma coisa. Porém, a atmosfera estava diferente. E algumas partes do cenário pareciam... Erradas, imperfeitas. Era difícil de descrever. Porque, aos meus olhos, era tudo exatamente igual.
O portão da escola estava aberto. Avistei um incêndio próximo, e corri para ver o que estava acontecendo.
Algumas pessoas começaram a correr como loucas. Atrás delas, uma imensa gosma roxa pulava correndo, deixando um rastro gosmento no chão.
- O que está acontecendo aqui?! Onde está Tomoe?!
- Tatiane, acho que devemos ir... – Jack murmurou, olhando em volta preocupado.
- Como assim?! Eu tenho que deter esse monstro!
- Esse é o problema... Não existe monstro...
- H-Hã...?
De repente, a gosma roxa torna-se poeira, junto com as pessoas correndo e a escola inteira. E tudo torna-se o cenário do tribunal.
- O que está acontecendo?!
- Vocês são péssimos com arte – Jack aproxima-se, encarando cada um dos monstros com desdém – Estão mexendo com a pessoa errada.
- Oh, Jack. A nossa querida Tatiane aqui – Diz um júri, distante. Um guarda aproxima-se de mim e me ameaça com uma enorme espada, bem próxima ao meu pescoço – Não pode usar seus poderes nesse mundo.
“Quanta limitação...” – Pensei, encarando o guarda com uma expressão fervente. Ele até se afastou um pouco.
- Por enquanto – Disse o jacaré, alto – Ela logo aprenderá a dominar seus poderes.
- Não se ela morrer aqui e agora – O júri levantou-se de sua poltrona e apontou para mim – Pode fazer as honras, soldado.
O soldado riscou o meu pescoço com a espada, deixando escorrer um pouco de sangue. Gemi alto, desesperada.
Em seguida, a lâmina do soldado teve seu ferro amassado, deixando-a inútil.
- Corra, Tatiane – O jacaré gritou, puxando-me pelo braço – Eu que a a amassei. Não se preocupe, irei te proteger.
- Jack, você não conseguirá ir muito longe! – O júri gargalhou – Soldados, cerquem-os!
Imediatamente, inúmeros soldados fizeram uma meia-lua, cercando-nos na parede, e foram lentamente se aproximando, com suas espadas.
Suas lâminas foram amassadas, e corremos novamente. Porém, senti algo extremamente afiado riscar o meu ombro. Um soldado ainda tinha uma adaga na mão. Ele foi se aproximando, e imediatamente corri. Senti ele puxar o meu cabelo. Me rebati, mas o soldado era muito forte.
Avistei a lâmina amassada da espada pendurada no uniforme, na cintura dele. Ela não estava tão inútil. Com um movimento rápido e preciso, roubei sua arma e cortei meu cabelo. Não foi um corte muito drástico, mas agora ele certamente estava em péssimo estado. O soldado encarou os fios de cabelo em sua mão, espantado. Demorou a se recompor, mas voltou a correr atrás de mim.
Eu agora estava apenas com uma espada com sua lâmina amassada.
Jack e eu avistamos outro soldado correndo e atirando com dois revólveres. De repente, ele simplesmente fica paralisado, e cai duro no chão. O outro soldado com a adaga também caiu da mesma forma.
- O que você fez...? – Perguntei, ofegante.
- Amassei o cérebro deles.
- Nojento. Vamos.
Ele se aproximou do soldado com as armas e as pegou, oferecendo-me uma.
- Sabe usar?
- Huh, não! – Bufei como se fosse óbvio - Nunca usei uma arma antes.
- Isso não facilita... Olha: puxa o gatilho, recarrega se precisar. Tem poucas balas. Faça valer à pena.
- Certo... – Engoli em seco ao olhar a arma – Eu vou pegar a adaga também – Pus a adaga em minha mochila.
Os soldados se aproximavam cada vez mais, dessa vez mais preparados.
Um praticamente pulou em cima de mim. Instintivamente, levei a adaga até sua barriga.
- Filho da mãe... – Murmurei, partindo para o ataque – Preparem-se, seus cuzões!
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