História Portas da Alma - Capitulo 4

Nova York - Blooklyn, apartamento de Magnus Bane.

O barulho de algo sendo arremessado contra parede foi ouvido até o fim do corredor do prédio, Jace que subia as escadas apressou o passo, chegando lá arrombou a porta preocupado com o que poderia ter acontecido ao bruxo, achando se tratar de algum ataque, o caçador sacou uma lamina serafim e foi em direção à sala, quando chegou, porém tudo o que viu foram livros de feitiços caídos no chão perto da parede, uma garrafa de vinho quebrada e o liquido vermelho escorrendo por toda a parede e alguns respingos no sofá, o cheiro de enxofre cobria a sala toda, um pentagrama estava desenhado no meio da sala e algumas velas que foram usadas no que Jace suspeitou ser um ritual de invocação estavam caídas, algumas apagadas, outras, no entanto haviam caído mas continuavam acesa e foram essas que começaram um pequeno incêndio na cortina.

Jace entrou correndo na cozinha e pegou uma jarra de água tentando apagar o fogo, quando finalmente conseguiu apagar o fogo, olhou para Magnus que durante todo o processo se manteve ajoelhado no meio do pentagrama com o olhar perdido, aproximou-se cautelosamente do bruxo e tocou seu ombro.

— Magnus o que houve aqui? Você foi atacado? - Perguntou preocupado.

— Atacado? Não. - Disse o bruxo o olhando com o olhar perdido, parecia não se dar conta do caos em que se encontrava seu apartamento.

— Então o que houve Magnus?! Quem fez isso no seu apartamento?

— Eu fiz isso, eu joguei tudo na parede. - Magnus agarrou o braço de Jace, seu desespero era tanto que assustou o caçador. - Não consigo Jace, não consigo acha-lo! Ele conta comigo para encontra-lo, mas eu não consigo, nenhuma pista, nada! Já fazem três malditos meses sem notícias de Alexander, não suporto mais essa angustia! Não consigo viver assim!

Jace estava assustado com o descontrole do feiticeiro, era muito raro Magnus perder o controle desse jeito, porém ele sabia exatamente o que o bruxo sentia, ele próprio sentia o mesmo desespero, a mesma ânsia por encontrar Alec, mas não podia se deixar levar pelo desespero, tinha que manter a cabeça sóbria ou nunca conseguiria, o mais importante no momento era fazer Magnus voltar a si, tinha que dar algum tipo de esperança ao bruxo, pois se este desistisse, Alec estaria perdido para sempre.

O mundo parecia estar ficando cada dia menor, o mundo estava dando voltas e mesmo que Jace quisesse de alguma forma ajudar Magnus, ele não tinha ideia do que poderia fizer, do que poderia falar, ou mostrar.

Nada que ele pensasse era bom o suficiente.

O seu celular começa a tocar, mas quando o loiro o pega e encontra o número de Clary, ele ignora a ligação, fazendo com que Magnus soltasse uma amarga risada.

-Não deveria ignorar aqueles que ama. –Afirma, desgostoso. –Qualquer momento pode ser o último. –Garante, levantando-se e seguindo em direção ao bar.

-Não pode estar falando sério. –Acusa, gritando. –Você está desistindo dele? –Pergunta, angustiado. –Ou você quer somente uma desculpa para ver o meu tanquinho de novo? –Questiona, sarcasticamente.

Por um momento Magnus parou, encarou a parede e logo em seguida, marcha em direção ao seu armário de ingredientes de poções.

-Tire a camisa. –Manda, estalando os dedos.

-Tudo bem. Eu sei que eu sou gostoso, mas eu não gosto de homem. –Afirma, negando com a cabeça.

-O quê? Não! –Afirma, indignado. –Você não faz o meu tipo. –Garante, pegando alguns vidros.

-Magnus, eu sou o tipo de todo mundo! –Lembra, indignado.

-Você está mesmo chateado por que eu não estou dando em cima de você? –Pergunta, intrigado. –Eu tive uma ideia. –Afirma, puxando Jace em direção ao sofá. –Tire a camisa e deite. –Manda, estalando os dedos.

Enquanto Jace faz o que lhe foi mandado, Magnus arrumava uma poção, tão concentrado que nem reparou na expressão engraçada de Jace.

-O que você vai fazer? –Pergunta, confuso.

-Vou usar a sua a marca parabatai como um elo. Vou rastreá-lo por você. –Responde, olhando-o nos olhos. –Pode ser perigoso, mas é a única alternativa que eu consigo pensar. –Confessa, suspirando.

-Você consegue fazer isso? –Pergunta, agitado.

-Eu sou o magnifico alto feiticeiro do Brooklyn. –Responde, severo.

-Faça. –Manda, categórico. Magnus preparou uma poção e deu para Jace, começando a murmurar um feitiço.

A marca começa a arder, de uma forma tão insuportável que Jace soltou um berro de dor, era como se estivesse sendo marcado várias e várias vezes com a ponta de um ferro quente.

A sua visão fica nublada e logo ele começa a sentir a sua cabeça latejar, sente as suas mãos presas por grilhões, um cheiro de umidade e ouve ratos andando por todos os lugares.

Uma sede inacreditável toma conta do seu ser, seu coração não está batendo como antes, o ritmo está lendo e fraco, assim como a sua respiração, a sua mente tem pensamentos confusos, ele olha para frente e vê Magnus com uma roupa diferente, com um olhar carinhoso, mas nada ali era real.

Ele sabia disso.

Jace sabia que Alec sabia.

Ele estava no corpo de Alec, Magnus estava usando a fração da essência dele em Alec para consegui localiza-lo.

Os pensamentos desconexos de Alec, estavam-no deixando louco, nada que ele via ou que ele ouvia era real, nada que ele queria era real e ele queria desesperadamente, jogar-se nos braços do Magnus a sua frente.

Como se estivesse sido acordado de um sonho ruim, Jace se viu no apartamento de Magnus, com o bruxo de joelhos, respirando ofegante e com o rosto pálido.

-Ele precisa de você. –Afirma, forçando Magnus a encara-lo. –Ele precisa mesmo de você. –Garante, ainda sentindo as sensações de Alec.

Jace não sabia se era um eco dos desejos de Alec, ou se ele precisava mesmo de um abraço, mas quando o loiro se deu conta, ele estava abraçando Magnus, sentindo as suas mãos tremerem.

-Eu sei onde ele está. –Garante Magnus, fracamente, logo em seguida desmaiando nos braços de Jace.