História Possessive (camren) - Capitulo 14

Já havia passado uma semana e Mani ainda fazia questão de não olhar em minha cara e isso doía pra caramba. E eu ignorava Lauren de todos os modos possíveis, pois eu coloquei em minha cabeça que eu não iria mais ser feita de idiota por ela, é como se eu quisesse me livrar e deixar de ser atraída por ela.

-Mani, posso falar com você? – perguntei esperançosa ao ver ela passar por mim no corredor, desde que a gente havia se desentendido eu não deixava de correr atrás dela nem uma única vez. Ela não me respondeu, apenas continuou andando. Segurei a droga do choro.

-Ih! Acho que sua amiguinha não quer mais saber de você... Até que eu entendo ela.

-Lauren... – revirei os olhos ao avistar ela, que se mantinha com as mãos no bolso.

-Linda como sempre. – ela disse e eu fechei a porta do meu armário com certa força.

-Não, idiota como sempre.

-Posso até imaginar porque ela não quer falar com você. – ela disse e riu.

-Ah é? Então me diz o porquê? – a desafiei.

-Simples... eu e você. –ela disse indiferente. – Vá lá e confiei na sua amiga, conte pra ela que nós transamos, que você é apaixonada por mim e eu te proporciono muito prazer. – eu ri debochada.

-Não sonha. – falei.

-Mas não é verdade? Ou você vai dizer que nós nunca transamos?

-Vou dizer que nós nunca transamos, pelo menos para tentar ficar feliz... – Lauren me olhou e riu.

-É incrível como você mente para todos e para você mesma. – ela tocou em minha ferida, aquilo me atingiu em cheia. – pensei que você fosse mais inteligente... Me ignorar, não vai fazer você se afastar de mim. Eu te tenho. Entenda isso.

-Não, você ACHA que me tem. É bem diferente.

-É aí que você se engana... MILA. – ela deu ênfase no meu apelido.

-Me deixa em paz, Lauren. Eu estou apenas tentando ser quem eu era antes de te conhecer.

-Ok, mas só pra te avisar que: sua pureza não volta, eu não posso te devolver ela. Desculpe. – ela disse implicante como sempre, riu e saiu. Filha da puta.

Bateu o sinal e eu fui para a sala de aula sem vontade alguma. A aula de inglês foi normal, tirando a parte que eu tive que ver minha melhor amiga rindo loucamente com uma outra garota, Becky, como se elas fossem amigas super intimas, coisa que nunca foi. Ridículo isso. A verdade era que a Mani me fazia falta, ela era minha única amiga, a única pessoa que eu podia confiar e não confiei.

-Professora? – chamei e ela me olhou. – Será que eu posso ir tomar água?

-Não está se sentindo bem de novo, Camilinha? Ahan, sei. – Alexa se meteu.

-Garota, me responde uma coisa, eu te chamei no assunto? Ah claro que eu não te chamei, é que ser metida é sua especialidade.

-Eu falo o que eu quiser. – ela tentou se defender.

-Só fala o que quiser pessoas com conteúdo, e não, você, você não tem isso. – Alexa ficou quieta. – Ah e eu tenho uma pergunta: Como vai as coisas com seu pai? Fiquei sabendo que ele descobriu que havia uma garota na sua casa, alguma coisa assim... – fui uma verdadeira megera, confesso, mas não mais do que ela era. Alexa me olhou com uma cara do tipo “como você sabe?” e eu ri, enquanto a turma cochichava. – Ah e se você quer saber, eu não estou me sentindo mal.. Só estou com sede. Isso te incomoda?

-Não. – ela disse seca e desviando o olhar de vergonha.

-Ok, posso ir professora?

-Sim, Camila. Vá. – ela disse com um sorriso breve nos lábios. Saí da sala.

Havia um bebedouro no mesmo corredor que ficava minha sala, mas eu comecei a ouvir algumas vozes e resolvi prolongar minha caminhada, até porque estava meio suspeito, pois as pessoas estavam sussurrando.

Desci as escadas cuidadosamente tentando não fazer barulho algum, segui reto pelo corredor, estava um silêncio sem fim, possibilitando de ouvir os sussurros que ficava mais fácil de ouvir a cada passo que eu dava. Parei em um canto próximo as escadas e no corredor do lado, avistei Lauren e mais um garoto. Comecei a escutar a conversa, apesar de ter chego no meio dela.

-Eu quero o que você roubou de mim. – Lauren dizia com certa raiva em sua voz.

-Eu não roubei nada, garota. – pude ver o garoto com a pele quase um chocolate, alto, parecia ser bonito. Ele tinha certa tensão em sua voz, como se estivesse em uma roubada, e ele estava.

-Não mente, seu merda. – Lauren disse. – Minhas câmeras filmaram todo o seu furto, era você lá. Quero os meus 15 milhões roubados de volta. – lembrei-me quando Lauren disse que só estava nessa escola porque estava a procura de alguém, conclui. – Ou se não... você já sabe. -  Ela o mataria.

Espiei mais um pouco tentando reconhecer o tal garoto, e nossa era Fred. Um garoto que estudou comigo, ele estava na outra turma do terceiro ano. Era estranho, porque eu não imaginava Fred invadindo a casa da Lauren e roubando 15 milhões de dólares. 15 milhões.

-O dinheiro n-não era pra mim cara. – Fred disse quase se cagando.

-Então fala pra quem era, filho da puta. – Lauren disse bruta o segurando pelo colarinho, até eu fiquei com medo. –A mando de quem? Fala porra. – Lauren exigia respostas. Mas na mesma hora, o diretor saiu de uma sala qualquer fazendo os dois fingirem que estavam conversando normalmente e então eu vi que era hora de eu voltar para a sala, até esqueci de beber minha água, porém eu tinha que saber mais sobre isso, sobre esse tal roubo, não sei porque, mas a curiosidade despertou em mim.

Final da aula, Mani passou reto por mim como se nem me conhecesse, tentei segurar a dor, mas era tarde demais, pois senti uma lágrima escorrer. Guardei o último material na mochila, pelo visto eu havia sobrado na sala, mas eu mudei de ideia quando senti alguém cutucar minhas costas, vire-me.

-Como você sabia aquilo? – Alexa perguntou com a maior cara de nojenta.

-Tenho os meus contatos. – disse indiferente.

-E quem são esses seus contatos? – ela insistia.

-É segredo. – disse dando de ombros e colocando minha mochila nas costas.

-Estou impressionada, Camila. – ela dizia. – você mudou né? Pelo menos abre a boca para me enfrentar agora, antes você só faltava chorar – ela riu.

-É, somos obrigados a mudar, você não acha? Ah claro que não, você sempre foi tão igual, nunca mudou, é a mesma desde a primeira série. Continua sem cérebro. – falei.

-Vamos direto ao assunto... Você sabe quem é a garota? – ela perguntou com medo, pois eu poderia espalhar para a escola toda.

-Sim, eu sei. – ela arregalou os olhos.

-Como? Não, você está brincando...

-Não estou não, olha ela ai... – bem na hora Lauren entrou na sala.

-Viraram amiguinhas? – ela perguntou irônica.

-Ela sabe sobre a gente, Lauren. – Alexa disse e eu ri.

-Sabe? Como? – Lauren se fez de boba.

-Eu não sei. – ela disse e eu já não aguentava mais tanta ladainha.

-Eu contei para o seu pai. – joguei as cartas na mesa e ri de sua cara, Lauren me olhou rapidamente.

-O que? – ela perguntou incrédula.

-Ah sei lá, eu achei que ele deveria saber. Dei de ombros e sai da sala deixando as duas lá.

Fui direto para o meu armário deixar alguns livros lá, pois minha mochila estava um peso, havia várias fotos loucas minha e da Mani o que me fez chorar novamente, mas dessa vez sequei as lagrimas. Lauren passou por mim, mas nem me deu bola, ela já estava indo para sua casa eu acho, Alexa fio logo atrás dela, como se as duas nem se conhecessem. Quando percebi, o corredor estava vazio... ou não.

-Ok, cara. Eu vou me encontrar com você. – ouvi alguém falar no outro corredor, fui ver, fazendo o mínimo de barulho, claro. - A coisa está feia, ela me achou. – Fred disse com certo pavor em sua voz. – Lauren é perigosa, cara. Você sabe. – eu não acho. Ok, eu acho. – Ela vai me matar por sua culpa cara. O que eu faço? – Fred era um medroso. – Ok, já estou indo até aí. 

Fred desligou e começou a vir na direção que eu estava e por alguns segundos eu pensei estar fodida, mas logo fui correndo de volta para o meu armário e fingi estar organizando as coisas.

-Meu Deus. – falei ao ver Fred aparecer. – Que bagunça está isso aqui, não existe pessoa mais desorganizada do que eu. – dei uma risadinha e olhei para Fred que parou de andar, agora me olhando desconfiado. – Uh, você tem muito estilo cara, gostei. – Disfarcei, mas ele tinha mesmo.

-Obrigado... Mas você ouviu alguma coisa? – ele perguntou.

Ouvi. – falei e Fred arregalou os olhos. –Meu armário gritando por socorro. – ri da minha piada sem graça. – isso está tão desorganizado, nossa... – e não era mentira, estava mesmo.

-Ah... ok. –Fred disse. – então tchau. E acho melhor você vir também, porque a escola fecha em... – ele olhou em seu relógio. – Exatamente 3 minutos. – ele saiu correndo. Droga. Fechei meu armário com força e saí correndo também, o que eu menos queria era passar a noite nessa droga de escola. Fred era rápido demais, enquanto minhas pernas já estavam começando a doer.

Chegamos a saída da escola, e o cara que fica encarregado de fechar o portão nos olhou desconfiado.

-O que vocês estavam fazendo lá em cima? Por pouco vocês não ficam trancados aqui. – ele disse totalmente desconfiado.

-É cara, ela é gata e deu em cima de mim dizendo que eu tenho muito estilo, mas não rolou nada. – Fred disse.

-Eu não dei em cima de você. –neguei.

-Deu sim.

-Não, eu só disse isso... – porque eu estava ouvindo sua conversa e era uma maneira de disfarçar. – Porque eu sou legal e gosto de elogiar as pessoas. – disse simples.

-Olha, eu não quero saber. – o cara foi grosso. – Apenas saiam daqui.

Fui para o meu carro e Fred para o dele e um pensamento maluco reinou em mim “siga ele”.