História Possessive Heart - Mereço ser amada

Justin Bieber P.O.V.

E mais uma vez, como eu sentia que tinha que fazer, esperava Hailey sair de dentro daquela escola. Eu já estava cansado de ter que ver ela entrar e sair daquele espaço, sendo que ela não precisa, de maneira alguma, trabalhar, ainda mais quando homens, que querem se aproveitar dela, estão no local.

Eu estou tentando a todo custo proibir aos poucos, mostrando e mostrando para ela que trabalhar não vai mudar em nada em sua vida, se ela já me tem - se ela já tem o que precisa. Hailey vai mudar, vai ver que tudo isso não tem necessidade e eu vou mostrar para ela, antes que algum cara queira chamar a sua atenção - atenção não só dela, como também minha e de todos - mais que o recomendado.

Assim que a vi sair de lá de dentro, acenando para um grupo de adolescentes que chamavam sua atenção, fiquei atento somente nela. Balançando a sua cabeça para os lados, como se estivesse procurando por algo ou alguém - por mim, talvez -, ela franzia o cenho. Quando seus olhos pousaram em mim, Hailey me lançou um sorriso, que consegui idetificar o quão forçado era.

Eu sabia que ela ainda estava com medo, provavelmente insegura também, mas eu mostraria para ela que isso não tem sentido - e realmente não tem. Não quando diz respeito a ela.

No período em que Hailey estava trabalhando, pensei em como faria para reverter essa situação e, até então, continuva pensando. Tem que ser algo que a faria parar, de uma vez por todas, de ter esse sentimento desnecessário por mim.

Com poucos passos de distância entre Hailey e eu, olhei ao redor somente para verificar o que eu já imaginava: Fitzalan ainda estava lá, dentro do seu carro, me observando, possivelmente pensando que eu não havia visto que ele me seguia desde o momento em que entrei no meu carro.

A última coisa que eu queria era que ele visse a Hailey, que ela se tornasse o seu ponto de partida. Isso não poderia acontecer e não aconteceria, pois eu ainda sei o que eu estou fazendo e a última coisa que eu quero é a minha mulher em perigo. Deixar ele pensar que tem algum poder, pode ser divertido.

Fitzalan saiu de seu carro, sendo acompanhado pelo o meu olhar discreto - já que o ângulo permitia -, mas ao ameaçar andar em minha direção, se manteve parado, olhando para algo em minha frente.

Voltei a atenção para a loira assim que ouvi os seus últimos passos, mas, mesmo assim, continuei a pensar no que aquele cara iria querer me seguindo.

Meus olhos foram de encontro com o rosto da Hailey, analisando o mesmo, logo também sentindo que, certamente, aquele era o momento ideal para fazer o certo. Não teria muito sentido Hailey fazer parte da minha vida e não querer fazer parte dela, e por mais que isso não fosse de tanta relevância, seria melhor com ela contribuindo para tudo - me traria um sentimento maior de alívio, e eu faria qualquer coisa para que ela estivesse comigo, sendo assim, vamos pela parte fácil.

Afastei o meu corpo do banco do carona, dando um espaço maior para que ela enfim abrisse a porta do carro e se sentasse ao meu lado.

ㅡ Tem uma caixa no banco de trás ㅡ apontei para a mesma, assim que liguei o carro e vi que Hailey já havia se acomodado ao meu lado ㅡ Pegue para mim.

Ela balançou a cabeça e, confirmando, inclinou seu corpo em meio aos dois bancos dianteiros, um tanto hesitante sobre. Conseguia sentir o seu aperto em meu ombro, na óbvia intenção de se segurar em meio ao movimento do carro. Não pude ignorar e olhei para o lado, na sua direção, me frustrando ao perceber que a mesma já estava se sentando.

ㅡ Justin? ㅡ mexeu-se ao meu lado, colocando a caixa de tamanho médio em cima de suas pernas ㅡ Você quer que eu abra para você ou...

ㅡ Pode abrir se quiser ㅡ dei de ombros ㅡ É seu mesmo.

No momento em que a última palavra saiu de minha boca vi sua curiosidade crescer junto de um sorriso, agora verdadeiro.

Era bom saber que, de alguma forma, as coisas das quais eu fazia surtiam um efeito bom, mesmo que eu só estivesse começando e isso não fizesse bem parte do que eu queria que fosse toda uma coisa legal para ela.

Vendo-a ainda receosa sobre, continuei todo o caminho para a mansão. De  alguma forma, não demorei tanto quanto normalmente - coisa que já não ocorria - para chegar em casa.

Parei o veículo em frente aos grandes portões, virando meu rosto automaticamente para o lado para observar Hailey respirar fundo diante do cenário atual e, assim, olhar-me um pouco mais, sendo convencida a abrir aquilo de uma vez quando arqueei as sobrancelhas sugestivamente.

Hailey passou os dedos entre o tecido da fita, desfazendo o laço que se encontrava na mesma com calma, tirando seguidamente a tampa da caixa, fazendo finalmente o seu olhar cair no tecido preto do vestido que eu havia escolhido. Eu tinha certeza que o mesmo não ficaria nem curto demais, nem apertado demais. Irá ficar perfeito.

ㅡ Ok... ㅡ deslizou os seus dedos por ali, transformando o seu pequeno sorriso numa completa feição de alegria ㅡ Obrigada, mas... Eu não sei...

ㅡ Você não gostou? ㅡ arqueei minhas sobrancelhas outra vez, enfatizando a minha pergunta.

ㅡ Não, não é isso ㅡ deixou as palavras saírem ao tirar o vestido de dentro da caixa e analisar o mesmo ㅡ Eu adorei, só que... ㅡ virou sua cabeça na minha direção, olhando nos meus olhos. Esse pequeno contato era tão bom ㅡ Não tenho um lugar para usá-lo... Provavelmente vai ficar parado dentro do closet, porque ele é lindo demais para usar a qualquer hora.

Isso era a sua preocupação? Não era como se eu não pudesse arrumar qualquer tipo de evento para que ela pudesse colocar aquilo no corpo e mostrar mais um pouco o quão é linda. No entanto, eu já tinha algo para substituir as ideias que me vieram a cabeça nesse instante.

Eu tinha planejado algo por umas curtas horas e não podia simplesmente trocar o meu destino em cima da hora. Isso tinha que ser realmente bom. Algo que Hailey goste, completamente pensado para isso.

ㅡ Não se preocupe com isso ㅡ levei as mãos até seu braço, sentindo o seu cabelo contra a minha mão ㅡ Nós vamos sair hoje. Daqui a... ㅡ desci meus olhos para o relógio em meu pulso ㅡ três horas.

ㅡ Ah ㅡ emitiu um ruído, demonstrando sua surpresa ㅡ Certo ㅡ soltou o ar de forma lenta ㅡ E... e onde nós vamos?

ㅡ Eu ainda não sei, mas você vai gostar ㅡ fiz pouco caso.

Era mentira, mas eu tinha que mantê-la, por mais que soubesse que Hailey fosse gostar.

Seguidamente me inclinei, encontrando os seus lábios, a puxando pela nuca de modo que minha língua se acomodasse melhor em sua boca. Movimentando a mesma contra a minha, Hailey desfez o beijo segundos depois. Afastei-me com seu lábio inferior entre meus dentes, soltando o mesmo de forma preguiçosa. Logo movi minha mão para seu queixo o segurando, fazendo a mesma olhar em meus olhos.

ㅡ Vou ter que sair agora. Às seis eu venho te buscar.

Assentiu lentamente, afastando as minhas mãos e abrindo a porta do carro para sair. Assim que vi os seguranças liberarem a sua passagem, tornei a ligar o veículo.

Só espero que tudo isso tenha o efeito que eu quero que tenha. Não aguento mais vê-la insegura na minha presença, por mais que ela tente disfarçar, eu consigo ver o seu medo - já perdi as contas de quantas vezes eu pensei nisso somente hoje.

Tinha que ser fácil. Todas as mulheres gostam disso - aparentemente -, então por que Hailey não gostaria?

Hailey Baldwin P.O.V.

Olhando pelo reflexo do espelho, confirmei mais uma vez sobre a minha aparência. Estava me sentindo bonita - o que eu nunca reparo acontecer tanto.

As alças do vestido eram postas ao redor de meus braços, de uma forma que me deixava confortável - e destacava um pouco mais os meus ombros. O seu comprimento era poucos centímetros a cima do meu joelho e, também, havia um decote em minhas costas - não muito longo -, apenas o suficiente para não me deixar usar sutiã. O tecido me cercava de um modo cômodo, era exatamente do meu tamanho - o que era impressionante. Também trajava uma jaqueta de Justin - o que eu já esperava que ele não se importasse -, pois hoje ainda se encontrava num clima gélido e eu nem havia me precavido para isso - além do mais, ultimamente estava fazendo calor.

Decidi que o meu cabelo ficaria melhor preso em um coque - e baixo -, então é como ele está no momento. Em minhas orelhas estavam os brincos de argola que tinham algumas pedrarias, que - também - encontrei dentro da caixa, vindo juntamente com o vestido e o salto - o qual encaixou como o vestido - que eu estou usando.

Minha maquiagem era apenas o básico, pois as que eu trazia comigo no dia a dia eram apenas para alguma emergência, então tive que me virar.

Saí de frente do espelho ao ouvir o barulho de notificação que vinha do meu celular. Pegando o mesmo que estava jogado em cima da cama, fui direto para a barra de notificações, observando ser Justin.

"Estou te esperando".

Soltei o ar que eu nem sabia que estava preso, verificando a hora que marcava no celular, vendo, então, que Justin estava exatamente no horário em que ele havia falado para mim que viria. Fui em direção a porta, mas não antes de olhar-me no espelho mais uma vez e analisar-me por mais alguns poucos segundos.

Descendo as escadas dei de cara com Justin, com o celular na mão, possivelmente esperando a minha resposta. Ele trajava uma camiseta de manga longa, com alguns detalhes em preto por dentro das mangas, uma calça também da mesma cor e tênis escuros - que eu não consegui distinguir a cor entre marrom ou, também, preto.

Justin levantou a cabeça assim que os saltos fizeram barulho contra o piso de madeira. Umedecendo os seus lábios, veio em minha direção em passos lentos, descendo o seu olhar por todo o meu corpo enquanto percorria o trajeto. Parado em minha frente, o homem desceu as mãos até a minha cintura.

ㅡ Eu sabia que ficaria perfeito em você ㅡ mexeu os dedos até a barra do seu vestido, deslizando-os ali, de modo que, também, encostasse os mesmo no final de minha coxa ㅡ Melhor do que eu imaginei.

Aquilo era um elogio ou... Bem, até onde pude levá-lo, seria um elogio. Uma coisa boa.

ㅡ Tudo bem... Obrigado ㅡ resmunguei ansiosa, tentando desviar o foco do assunto ㅡ Onde nós estamos indo?

ㅡ Em um... ㅡ em um movimento repetitivo, desceu e subiu os dedos por minha barriga um pouco abaixo da cintura. Parecia extremamente ficado nisso ㅡ Eu reservei uma mesa num restaurante e... Você vai gostar.

ㅡ Certo ㅡ ele olhou diretamente em meus olhos, como se quisesse ver a minha reação. Eu realmente não esperava isso agora. E obviamente me repreendi por pensar na possibilidade disso não aconteceria somente porque ele havia me contado que era traficante ㅡ Eu... Ok, minha nossa... É tipo um... Um encontro?

Eu estava indo em um jantar com o meu namorado, uma coisa boa e legal que definitivamente nunca havia me acontecido.

ㅡ Quase ㅡ parecia que ele estava com dificuldade de falar ㅡ Na verdade, chame do que quiser ㅡ deu de ombros, demonstrando estar indiferente quanto a isso, mas eu não me importava, em realidade, estava animada demais para me importar.

Me encontrava nervosa e feliz ao mesmo tempo. Ver que Justin está me mostrando esse lado dele me anima.

Não quero pensar no que ele pode se transformar num momento de raiva. Eu quero pensar que eu o conheci de um jeito e ele não vai mudar a sua personalidade apenas porque eu descobri qual era o seu trabalho - e eu nem quero isso.

[...]

Meus olhos percorreram por toda a fachada do restaurante, logo me vendo dentro do mesmo. Era tudo muito grande e bonito. Com decorações rústicas e uma iluminação que dava um clima mais refinado.

Quando já em frente a um pequeno balcão, olhei por alguns segundos para a mulher atrás dele, observando a mesma dar algumas instruções para Justin, assim que o mesmo deu o nome da sua reserva.

Foi tudo muito rápido e organizado; em um momento havíamos chegado e em outro já nos encontrávamos sentados na mesa indicada.

Justin tomou a frente, puxando a cadeira para que eu me sentasse. Fazendo o que foi premeditado, sentei-me, observando o mesmo quando Justin o fez. Assim que o mesmo se acomodou a minha frente, a hostess disponibilizou um cardápio para mim e outro para o loiro, o entregando em nossas mãos.

Passando os olhos por todos aqueles pratos no menu, percebi que a maioria eu já havia comido em toda a minha adolescência, com clara influência da minha mãe. Levantei minha cabeça rapidamente, ao ter em mente o meu pedido.

Havia tudo de muito familiar nisso.

Parei os meus olhos em Justin, para, assim, verificar se ele havia feito o mesmo que eu, mas me surpreendi ao deparar-me com um par de olhos cor de mel me encarando.

ㅡ Justin?

ㅡ Sim? ㅡ e então sorriu.

ㅡ O que você...

Franzi o cenho quando percebi as sobrancelhas arqueadas de Justin e sua cabeça inclinada para o lado. Ele queria me dizer alguma coisa, mas eu não entendia o quê.

ㅡ Com licença ㅡ virei minha cabeça na direção da voz que havia me interrompido, imaginando que estavam falando comigo. Um homem que parecia trabalhar no restaurante balançou a cabeça em minha direção ㅡ Hailey Baldwin?

Ok. O que é isso?

ㅡ Sou... Sou eu, sim.

ㅡ Isso aqui é para a senhorita ㅡ esticou os seus braços, de modo que me influenciasse a pegar o que continha em suas mãos, que carregava - coisa que eu havia percebido somente nesse instante - um lindo e colorido buquê de, como identifiquei, Lírios. Imediatamente o peguei em meus braços, com um sorriso - que mal havia percebido que estava em minha face -, feliz e confuso ㅡ Tenha uma boa noite.

Assenti ainda cética sobre isso. Tornei a olhar para Justin e ele parecia sério e curioso ao pôr os seus olhos em mim.

ㅡ Você gostou?

Ainda mais surpresa, sorri para ele, confirmando mais uma vez com a cabeça. Sim, eu havia amado.

ㅡ Eu... ㅡ suspirei ㅡ Foi você que...

Afroxei o pequeno aperto que distribuía nas flores com medo de amassar. Com isso, também melhorei o modo como sentava na cadeira, já sentindo que um pé estava distribuindo mais força no chão que o outro.

Apenas... queria ouvir bem o que ele tinha para me dizer.

ㅡ Sim, babe ㅡ inclinou o seu tronco para frente, abrindo um sorriso fraco ㅡ Pensei que você iria gostar, então...

ㅡ Eu amei ㅡ mordi os meus lábios, evitando que minha alegria fosse vista ainda mais ao sentir a embalagem contra o meu colo. Fazia tanto tempo que eu não recebia flores - ao menos desse modo ㅡ Obrigada.

ㅡ Não tem que agradecer.

Desci meus olhos para as flores de coloração branco e, nas do meio, quase alaranjada, de dentro para fora. Eram extremamente lindas e delicadas, prendiam a minha atenção de forma realmente fixa.

ㅡ Por que tudo isso, Justin?

Queria muito saber. Ele havia me levado para uma festa muito... diferente e agora, inesperadamente, para um lugar totalmente diferente. Achei que apenas as festas se aplicassem a ele e a sua personalidade - talvez o tivesse realmente julgado mal.

O seu rosto se tornou sério mais uma vez, parecia analisar a situação e a pergunta em si. Não tinha bem o que pensar com tanto a isso.

ㅡ Apenas a quero para mim ㅡ o seu tom foi baixo, piscando lentamente ㅡ Quero que entenda que as coisas realmente funcionam do meu jeito, do meu modo e que, por mais que possa sentir medo disso tudo... ㅡ sua pausa me fez automaticamente prender a respiração ㅡ Não vai ser assim sempre ㅡ então ergueu o queixo, deslizando lentamente sua língua por os lábios ㅡ As coisas às vezes podem funcionar do seu jeito ㅡ apontou para a própria volta, se referindo àquele evento que ele tornou o jantar.

Compreendia o seu lado e sua forma de tentar lidar com as coisas no momento, porém havia horas que... que não eram bem atitudes aceitáveis.

Estava feliz por ele me dizer algo assim, me explicar o seu lado e não... tentar acalmar as coisas dentro de mim de uma outra forma.

Havia um relacionamento e havia dois lados. Era bom que ele tivesse compreendido isso.

Levantei, colocando as flores em cima da mesa e, sem nem ao menos me importar com os empregados do estabelecimento que rondava por ali, parei em frente a Justin.

Ele estava se esforçando para ser romântico - dava para perceber -, por mais... realista que ele tenha sido na sua última fala. Eu sabia que ele não era assim e ver que, talvez, essa seja outra face sua me faz esquecer as que eu havia inventado em minha mente.

Abaixei-me até sua altura, colando nossos lábios - executado essa iniciativa pela primeira vez -, mostrando o quanto eu estava feliz por ter recebido aquilo, aquelas flores, esse jantar, mesmo que mal tenhamos começado com ele.

Justin puxou-me pela cintura, me fazendo sentar em seu colo. Agradeci mentalmente por estarmos em uma área isolada do restaurante, pois eu não me sentiria tão à vontade em fazer isso com os olhos de pessoas em cima de mim, além de que seria uma ação meio mal-educada.

Justin separou nossas bocas, levando a mão até minha bochecha, acariciando ali com os dedos, assim, olhando diretamente em meus olhos.

Faz um mês que nos conhecemos e, nesses últimos dias que eu estava em sua casa, pensei que, talvez, nós poderíamos oficializar nossa relação. As coisas foram rápido demais com responsabilidades grandes demais, então, como havia se passado alguns dias me parecia justo saber onde estávamos nesse relacionamento.

Eu me referia a ele como o meu namorado e ele havia o mesmo - pelo menos na maioria das vezes, as quais não deixava as coisas ainda mais sérias do que deveriam ser -, mas não tínhamos falado para valer sobre isso.

Quem sabe perguntar a ele se era aquilo que ele queria, fizesse isso ficar mais estável. Porque eu não quero entrar de cabeça na relação e acabar novamente chorando no colo do meu amigo.

Com toda a certeza conseguiria viver assim, apenas eu e ele - por mais que lembrar do que ele fazia me deixasse um tanto indecisa -, se ele quisesse ficar comigo de verdade, porque eu acho que mereço isso. Eu mereço ser amada.

ㅡ Justin... ㅡ falei, percebendo só aí que a minha respiração estava levemente ofegante. Nervosismo ㅡ Eu queria aproveitar que nós estamos aqui e conversar com você sobre algo.

Ele pareceu intrigado. Como confirmação disso, o vi torcer os lábios, respirar fundo e olhando fixamente para mim, atrás de alguma resposta.

ㅡ Sobre o quê? ㅡ ele mudou totalmente a sua feição, a tornando visivelmente apreensiva.

ㅡ Eu não sei se é importante para você, mas pra mim é ㅡ Justin parecia tenso, demonstrando isso, apertou a minha cintura com mais força ㅡ Você nunca me disse o que queria exatamente... ㅡ dei de ombros, idealizando o que eu iria falar em seguida ㅡ Mas eu queria saber se você está decidido a ter algo, sabe, um relacionamento comigo. Ou se você quer só... tipo, deixar para lá.

ㅡ "Deixar para lá", Hailey? ㅡ eu podia ver o quão irritado ele estava agora somente em ver as aspas usadas. E eu nem sabia o porquê, era só uma dúvida ㅡ O que você quer dizer com isso? Eu não vou deixar você.

ㅡ Eu só... Eu queria saber se você quer realmente ficar comigo, ou...

E se for algum tipo de brincadeira? Eu não duvidava do caráter de Justin - por mais que parecesse isso nessa última frase -, eu só tinha a duvida sobre mim. Não conseguia acreditar que isso estava acontecendo comigo depois de tanto tempo.

ㅡ Você está me perguntando se eu quero namorar com você?

ㅡ É, mais ou menos isso.

ㅡ Ou quer que eu te peça em namoro?

ㅡ Não é bem desse jeito ㅡ não quero acabar passando a impressão errada. Não quero que ele faça algo por pressão ㅡ Quero dizer, isso faz parte, mas não é isso... Você sabe do que eu estou falando.

Quero uma coisa mais séria, mais firme. Não algo baseado em uma frase que Justin disse em algum momento, a dias atrás, em uma viagem.

ㅡ Ok ㅡ seus ombros cairam, em um típica cena de alívio ㅡ Se eu não quisesse que você fosse a minha mulher eu não estaria aqui com você ㅡ assenti, movimentando a minha cabeça discretamente.

ㅡ Certo.

Depositei um beijo em sua bochecha e, logo, me levantei do seu colo, ao som do um único protesto de Justin. Talvez ele estivesse ciente de que estávamos em um estabelecimento e que, de forma alguma, dava para continuar em seu colo. Voltei prontamente para o meu lugar.

Como Justin já havia escolhido o que iria comer, decidimos fazer o pedido. Eu estava feliz com os acontecimentos de hoje que, por mim, não faria tanta diferença o jantar. Era bom pôr tudo em seu devido lugar.

Tudo se passou rapidamente, pois o Justin queria ir embora. E, ao chegar novamente no estacionamento e me encontrar de novo olhando para aquelas flores - eram lindas -, balancei a minha cabeça, para prestar atenção no caminho antes que eu caísse.

Assim que o loiro destravou o veículo - o qual eu tinha quase certeza que era o maior que ele tinha em sua garagem, em questão de tudo -, abri a porta traseira para, assim, colocar os Lírios cuidadosamente no banco traseiro, porém, logo, fui surpreendida com as suas mãos em minha cintura, fazendo uma pressão, também me assustando um pouco - pela maneira repentina - e, por reflexo, larguei as flores ali, virando a minha cabeça para olhar por cima do ombro, vendo o momento certo em que Justin colocava as suas mãos próximas da barra do meu vestido, quase que adentrando, de um modo cuidadoso para que o mesmo não subisse.

Puxou a minha cintura com certa força, fazendo com que a minha bunda batesse contra o seu quadril. Prendi meu lábio entre os meus dentes ao sentir um ruído baixo sair da minha garganta.Eu consegui sentir sua respiração em minha nuca e seus dedos no elástico lateral da minha calcinha. Logo as suas mãos se encontravam apertando minhas nádegas com certa força, fazendo-me de automático prender a respiração.