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História Possessive Heart - Te achei, princesa


Escrita por: iCRalx e Cxmalx

Notas do Autor


Olá e

BOA LEITURA

Capítulo 21 - Te achei, princesa


Fanfic / Fanfiction Possessive Heart - Te achei, princesa

 

Hailey Baldwin P.O.V.

 

A aglomeração naquele local me fazia ficar um pouco mais receosa que normal - ainda mais em lugares novos, onde diversas pessoas decidiram ficar em nossa volta. Também, do jeito que estava, quase não havia espaço - principalmente em lugares fechados ali.

Com poucas das conversas que tivemos, já percebi que Khalil adorava essas coisas e que, pelo que notei também, fazia com muito mais frequência a um tempo atrás.

Era uma coisa que não tínhamos em comum.

Não era bem algo em que me fazia não gostar da situação. Na verdade, era o conjunto de tudo. As bebidas, a gritaria, o som alto, muita gente em um lugar só e, de novo e com bem importância, as bebidas.

Não tinha nada contra com quem bebia, mas eu não entendia como funcionava e, em locais assim, ingerir álcool é como se fosse uma regra para se divertir e, seguindo assim, eu me sentia bastante deslocada nessa parte.

Às vezes até pensava em fazê-lo, só que apenas em lembrar da sensação horrível - bem pior que ressaca e nem um pouco comparável - que ficava em mim quando eu ficava sóbria, conseguia deixar essa ideia de lado rapidamente.

E, ainda mais, não dava para entender como ninguém sentia o mesmo que eu.

Bem, para completar um pouco, eu não sou nem minimamente acostumada com lugares assim - nunca fui.

 

Encostei o meu corpo no de Shawn mais uma vez ao, novamente - depois de dez minutos divertidos -, me sentir perdida naquele espaço.

Não tinha ideia alguma do que fazer ali - era difícil saber como agir - e também não entendia como os outros não estavam na mesma situação que eu.

Era simplesmente a primeira vez que eu participava de uma festa assim, pelo menos uma que contivesse bastante adolescentes e nenhuma supervisão adulta.

E, por alguma razão, como eu não parava de olhar para os lados - para me certificar de que nenhum desconhecido e, aparentemente, suspeito se aproximasse muito de mim -, pude reparar um moreno ao longe, me fitando no fundo da sala.

Quem é ele? ㅡ pensei alto sem nem perceber.

Parecia conhecê-lo de alguma forma. Talvez seja porque Shawn gostava de descrever as pessoas com quem falava e, que estávamos na festa de alguém, é muito possível que ele conheça muita gente aqui.

Como parei de ir a escola na infância, nem me lembrava como era ter colegas e, assim, ninguém ali era familiar a mim de verdade, só Shawn.

Além de mim - como uma pessoa da mesma idade, ou nessa base -, ele nunca teve muitos amigos também - então ainda é confuso o porquê de estarmos aqui, que não é bem fácil ser convidado -, dizia que tinha o suficiente - e eu não concordo tanto.

Shawn? ㅡ virei-me ligeiramente para o lado, para tentar me certificar se ele havia ou não me escutado e, rapidamente, o notei vindo de outra direção, sendo que, da última vez, ele estava bem do meu lado ㅡ Sabe quem é ele? ㅡ indiquei discretamente com o olhar quando ele estava próximo o suficiente.

Nem ao menos sabia se ele estava prestando atenção o bastante para compreender do que eu estava falando.

ㅡ Alex. Garoto novo. Ele quem fez isso ㅡ suas palavras saíram um pouco mais arrastadas - o volume também havia ultrapassado do normal - e, logo, ele parecia ter explicado tudo, quando também me disse que ele é o dono da festa. E era exatamente isso que ele queria - Shawn adorava ser direto ㅡ Agora bebe ㅡ num estalo suas mãos se ergueram e então eu pude ver uma garrafa em sua mão e, na outra, um copo ㅡ De uma vez ㅡ estendeu o copo mais para frente e fez com que ele se encaixasse ㅡ Rápido, Hails.

Nunca em toda a minha vida tinha visto o meu melhor amigo agir desse jeito e, nem tinha me importado no porquê, eu nem pensei que poderia ser em razão daquilo que ele segurava. Portanto sem nem respirar fundo - por confiar totalmente nele até naquele instante eufórico -, virei o copo, seguindo como ele disse - de uma vez.

E, no outro momento, eu quase vomitei. Não que fosse ruim a esse ponto, mas foi uma surpresa muito grande.

Claro, achei que fosse refrigerante.

ㅡ O que é isso? ㅡ por alguma razão, a minha desocupada fora diretamente até a minha boca - como se fosse tirar o gosto daquilo da minha boca.

ㅡ Tequila ㅡ Shawn dizia pausadamente ㅡ Eu sei, parece ruim, mas melhora em alguns minutos ㅡ ele acenou com os dedos, como se descartasse qualquer resmungo meu sobre aquilo ㅡ Bebe mais ㅡ me incentivou quando, novamente, começou a encher o meu copo depois de erguer o meu braço - para que não derramasse no chão.

Outra coisa: nunca havia ingerido algo assim. Sem chance.

de pensar que agora tinha álcool em meu corpo, minha mãe e o meu pai me lançando um sermão gigante ficava preso em minha mente. O pior é que eu iria decepcioná-los. Com toda certeza.

Nunca nem pensei em fazer isso, pelo menos não agora.

Até onde conheço, Shawn também não havia experimentado - até hoje.

ㅡ Isso é permitido? ㅡ fora uma das primeiras coisas que surgiram ㅡ Eu só tenho 15 anos... E nem preciso falar de você.

Não se importe com isso agora.

 

Me agarrei forte ao braço de Justin um pouco mais - não me sentia confortável com a ideia de ele sair do meu lado e me deixar sozinha.

Me fazia, de fato, sentir-me deslocada.

Só não sabia muito bem o porquê de estarmos ali. Claro que é um lugar para se divertir - isso é óbvio -, mas Justin não aparentava estar muito ciente dessa ideia. Na verdade, eu diria que 50% do seu semblante era mal-humorado.

Apesar de lá fora estar um frio exorbitante, dentro da casa - pelo que começou a se fazer agora - estava um calor extremo. Faltava apenas o suor descer em minha testa para eu poder concluir totalmente que iria começar a passar mal, porém, ainda bem, logo essa ideia fora rejeitada no segundo em que Justin me guiou para um local menos movimentado, onde lá quem nos esperava era Khalil.

Não conseguia ver Calvin em lugar algum - e meio que esperava que ele estivesse aqui, já que da última vez estava. Eu tentei procurá-lo enquanto estava vindo para cá, mas nada dele - posso admitir que, dos amigos do Justin, ele era o que mais me fazia sentir confortável com toda essa situação, desde que conheci Justin.

ㅡ Olhe para mim, Hailey ㅡ numa súbita exigência, tive que olhá-lo, para, de maneira, conseguir entender melhor a situação ㅡ O que tanto procura?

Não sabia se isso poderia ser importante para ele, por isso que ainda não havia questionado. Agora, parecia bastante interessado no que eu pensava - ou no que eu olhava - e eu não tinha muita noção se ele iria desistir de saber - também não estava escondendo nada -, sendo assim, coloquei a pergunta em voz alta:

ㅡ O Calvin não vem? ㅡ e, no mesmo instante, tive a conclusão de que aquela pergunta não estava sendo feita em um bom momento, visto que, também, o rosto de Justin seguiu daquele forma - como se eu nem tivesse falado nada.

ㅡ Quer que ele venha? Pra quê?

Mesmo que eu não tivesse motivo algum para isso, me sentia contra a parede - mais em relação a sua feição do que a sua questão em si -, assim, como toda vez que Justin me perguntava coisas "bobas" - que poderiam ser respondidas facilmente e, na maioria das vezes, sem nem eu ter que dizer nada -, mas ele tratava aquilo como se fosse extremamente complicado - e isso me deixava bem inquieta.

ㅡ Não quero discutir ㅡ para início, logo expressei ㅡ Por favor, eu não quero mais isso.

Estava exausta de todos esses questionamentos e como eles pareciam confusos. Eu amava a companhia do Justin, no entanto e especialmente quando ele não me fazia sentir tão cansada quanto agora.

Ele apenas assentiu e, com o meu cenho franzido, senti a surpresa me afetar quase que completamente mais uma vez naquele dia. Então com o seu semblante um tanto indiferente, ele desviou o seu olhar do meu de novo.

ㅡ O que aconteceu com você? ㅡ repentinamente ele quis saber, ainda sem me olhar - como se fosse algo urgente, mas que, mesmo assim, ele não dava tanta importância.

ㅡ O que você quer dizer com isso? ㅡ mantive o tom da minha voz - que era alto - para ter como ele me ouvir.

A maioria das vezes - até quando estávamos tendo uma conversa séria - Justin complicava as coisas duas vezes mais do que seria considerado o normal e eu quase sempre demorava um pouco para entender o raciocínio - afinal.

ㅡ Foram só dez dias longe, babe ㅡ para falar um pouco mais baixo, ele aproximou um pouco mais a sua boca da minha orelha ㅡ, e você não é mais a mesma.

Shawn e Justin. Ambos tinham uma questão idêntica sobre mim. Eu havia mudado e, ambos, também achavam - conseguia entender pelo tom de voz - que aquilo não era uma coisa boa num todo.

Antes do meu tempo, eu convivia mais com Justin e admito que isso fez eu ficar perdida sobre a minha personalidade e, logo depois, passei mais tempo com o Shawn e pus os pés no chão. Talvez eu tenha voltado a ser a Hailey do começo e Justin captou só agora.

ㅡ Parece péssimo ㅡ indaguei ao franzir o cenho.

E era verdade. Eles faziam eu, de novo, ficar confusa sobre eu mesma - e nunca achei que fosse tão difícil assim.

ㅡ Fique calma ㅡ suas mãos agora foram parar em meus ombros, como uma forma de me fazer ficar um pouco mais segura ㅡ Eu amo você de qualquer jeito... até mesmo quando é rude comigo ㅡ seus dedos deslizaram para o meu pescoço e depois foram parar em meu rosto. Ficou ali por alguns segundos, até que retornasse a falar ㅡ E olha que eu não admito arrogância ㅡ então desviou o olhar.

Definitivamente não era algo que eu reparava e que, muito menos, repararia. Era algo que eu não gostava: grosseria. Sendo assim, não gostava de forma algum que isso fizesse parte de mim de alguma maneira. Então, explicando melhor, eu não prestava atenção nessa parte de mim, porque ela não existia.

E, bem, parece que agora eu fiz existir sem nem notar.

ㅡ Sinto muito se fui rude com você! ㅡ com um tanto de exaspero, logo quando percebi a sua fala, exclamei. Não tinha percebido que havia sido grossa - eu mesma não me permitia ser assim ㅡ Me desculpe, Justin, eu não queria.

Em uma simples demonstração de "Está tudo bem", ele tornou a me envolver firmemente em seus braços - como de início - e me trouxe para a sua frente, onde se pôs a depositar um beijo curto em meu ombro e, num instante depois, em meus lábios - tão rápido quanto o último (fora apenas um selinho).

Com certeza, é bom saber que Justin também tem aquela pequena parte que todo ser humano tem, onde compreende as pequenas coisinhas como pequenas coisinhas - e às vezes esse lado parece inexistente.

ㅡ Quer algo para beber? ㅡ o seu sussurro - bem mais alto do que se o ambiente estivesse silencioso - fora próximo do meu ouvido mais uma vez - caso contrário, eu nem teria percebido que ele tinha falado algo se não estivesse o fitando.

Aquela a sua pergunta me parecia muito mais como um teste. Parecia que, dependendo da minha resposta, ele iria escolher ser bem rígido ou, simplesmente, entender - mesmo que sua fisionomia não dissesse exatamente isso.

ㅡ Eu não bebo, Justin.

Talvez essa tivesse sido a resposta que ele queria, mas, afinal, essa é a verdade.

Bem, ele poderia estar tentando entender se antes eu tinha mentido para ele, já que eu também tinha uma forte sensação de que já tinha comentado sobre aquilo para ele antes.

ㅡ Bom, então ㅡ umideceu os lábios momentos antes de novamente virar o seu rosto para o outro lado ㅡ Não quero que consuma álcool, não quero que se descontrole ㅡ quando entrelaçou nossas mãos uma na outra, o observei colocá-las de frente aos olhos - como se ali tivesse algo estrondoso ㅡ Eu odeio ver mulheres bebendo e não quero que a minha beba ㅡ os dedos da sua mão livre escorregavam pela minha cintura ligeiramente, até que estivéssemos ainda mais colados - aquilo, de alguma maneira, me deu mais segurança ㅡ Apenas com a minha permissão e na minha frente ㅡ a cada segundo a sua voz se desligava da arrogância

Não parecia querer me ofender - e nem estava o fazendo (por não sei que motivo aquilo não me atingiria) -, por essa razão teve que manter o seu tom um pouco mais simpático - o que, às vezes, não era tanta novidade assim. E era a forma dele que eu mais gostava, certamente.

Mesmo que não fosse mais tão necessário, ainda queria me impor de verdade, entretanto se eu o fizesse, Justin iria começar uma discussão - e das longas (parecia conhecê-lo o suficiente para achar isso) -, e isso era justamente o que eu não queria - e, colocando em uma balança, é melhor mesmo ficar quieta.

ㅡ Cara, eu acho que achei ela.

Num rápido corte de vista, Khalil - que estava do outro lado do espaço - veio parar em nossa frente quase sem fôlego. Ele parecia ter acabado de correr - e eu nem ao menos tinha notado que ele havia saído do lugar.

O que ele tinha acabado de falar parecia ter uma importância absurda, ainda mais pelo desespero em conseguir falar.

ㅡ Ela? ㅡ confuso, Justin logo quis saber ㅡ Ela quem?

O meu namorado não estava tratando aquilo como se fosse absurdo, afinal, então eu não sabia no que me concentrar, também não tinha muito pelo que eu me interessar - não quero me envolver nisso.

Só estava curiosa pela preocupação repentina sobre Khalil. Ele não parecia muito bem com a própria notícia que dava.

ㅡ A amiga daquele hacker lá ㅡ de relance Khalil me olhou - mas por poucos segundos - enquanto também dava de ombros.

ㅡ Onde ela está? ㅡ então Justin indagou - agora parecia o assunto um pouco mais sério - de uma forma que mostrasse que a sua confusão ainda estava ali ㅡ Você trouxe ela para cá? ㅡ atento ele olhou em volta, a procura de algo - deve ser de quem falam.

ㅡ Não...

ㅡ Khalil, como você sabe que é ela? ㅡ bufou o loiro quando me permitiu observar a sua face descrente.

Tentava colocar em minha cabeça para não ficar bem curiosa sobre o assunto, já que obviamente se tratava do trabalho dele - só que eles estavam gritando do meu lado, era um pouco difícil de não ouvir, apesar do som.

ㅡ O Calvin me passou as características ㅡ disse como se fosse extremamente óbvio ㅡ Para você não?

ㅡ E da mesma forma não dá para saber se é ela ㅡ Justin ignorou a última pergunta de Khalil para poder afirmar convicentemente ㅡ Traga-a até aqui ㅡ soou como uma ordem - é, estava agindo como o chefe e, no final, era o que eu suspeitava que ele fosse ㅡ Vamos ver se é ela e, principalmente, se sabe de algo.

Khalil então bufou. Ele não parecia ter gostado nem um pouco da ideia - especialmente por ter que obedecer Justin. Antes de dar as costas, ele soltou um sorriso forçado, olhou para mim como se eu fosse começar a defendê-lo - ou fosse ao menos ajudar na situação (só que eu não sabia muito bem como fazê-lo) e, outra de novo, não quero me meter nessas coisas - e começou a sair de nossas vistas com passos firmes.

ㅡ Nós estamos aqui para isso? ㅡ eu imaginava que, inicialmente, estávamos para diversão - apesar de eu não estar muito ligada a isso -, porém logo por agora eu já sentia que não.

ㅡ É, Hailey ㅡ da mesma maneira cansada que ele se expressava depois de nos reencontrarmos, ele respondeu-me.

Apoiei a minha cabeça em seu ombro - como se aquilo fosse ajudar em algo - e, ao mesmo tempo em que levava a minha mão até a sua - a qual estava em minha cintura, fazendo um carinho na mesma -, só que apenas até que eu pudesse ser interrompida ao sentir o meu celular vibrar em meu bolso e, assim, ter que pegá-lo.

Ao pôr o aparelho em frente aos meus olhos, não consegui reconhecer o número que me ligava naquele instante. Mas, também, logo percebi Justin fitar-me por cima do ombro, a procura de encontrar o que eu havia me colocado a fazer.

Como já destacado, não tenho tantos números e, como não conheço muita gente, os quais são desconhecidos não ficam fazendo o meu celular tocar com frequência.

Portanto, sim, era extremamente estranho a situação em que eu estava. Mas poderia ser apenas um engano - na maioria das vezes é, bem na maioria dela.

Com a ansiedade gritante, me pus a arrastar o meu dedo indicador na tela, então, momentos depois, coloquei o meu celular próximo a minha orelha, só que, a princípio, não escutei muita coisa além de alguns burburinhos e, por fim, uma voz mais concreta:

ㅡ Bom dia, falo com... ㅡ a voz feminina fez um pausa pequena, deixando-me ainda mais confusa com o seu "Bom dia" até eu reparar que se tratava de uma da manhã ㅡ Hails?

Assim, quando ela proferiu o meu apelido, fiquei perdida por longos minutos, fazendo com que eu pensasse demais sobre durante estes e, logo, não compreendesse nem mesmo o que eu estava fazendo mais.

Poucas pessoas sabem sobre o meu apelido.

ㅡ Meus amigos me chamam assim... ㅡ comentei - mantendo o tom alto - ao lembrar-me de Carl e Shawn ㅡ Mas, na verdade, o meu nome é Hailey... Hailey Baldwin ㅡ ainda me pergunta se, naquelas condições, ela conseguia me escutar.

ㅡ Certo, senhorita Baldwin ㅡ novamente tornei a olhar para Justin e segui o observando franzir o cenho ㅡ O seu número aparece na lista de emergência de Shawn Mendes... ㅡ foi então que a preocupação surgiu em mim - e com força ㅡ No seu número de telefone consta o DDD do estado...

Bom, o meu dia estava sendo ótimo até então e, logo agora, havia o deixado totalmente destruído.

Algo poderia ter acontecido com o meu amigo e se um mal fosse, eu nem ao menos saberia como agir. Não é todo dia que tenho alguém me ligando, falando sobre emergência e colocando o Shawn no meio.

ㅡ Desculpe, mas de onde estão me ligando? ㅡ indaguei, já me castigando com a angústia da suspeita.

Não podia ser bem de onde eu estava imaginando. Era agoniante só pensar na ideia.

ㅡ Claro... ㅡ o seu resmungo fora ouvido, apesar do barulho ㅡ Do hospital... O senhor Mendes deu entrada nessa madrugada.

ㅡ Hospital? Mas...

Era disso que eu estava fungindo. Justamente o que eu não queria ouvir.

Se haviam me ligando por urgência e se ele havia entrado em um hospital pela madrugada, não era sinônimo de algo bom. Não era sinônimo de algo qualquer que havia lhe acontecido e que poderia ser resolvido em um instante - disso eu tinha certeza.

ㅡ Senhorita, eu preciso que...

Também, pela primeira vez na minha vida eu me achei no direito de interromper alguém.

Nós estávamos falando do meu amigo.

ㅡ Certo, mas é grave? O que houve com o Shawn?

Eu precisava que ela me confirmasse em palavras. Poderia haver uma chance de não ter algo de tão ruim nisso, mesmo que eu não acreditasse na possibilidade.

Só que, piorando ainda mais o clima, antes que a moça pudesse esclarecer qualquer coisa, o meu telefone fora arrancado da minha mão e arremessado com força no chão - o que, com certeza, o fez parar de funcionar.

ㅡ Eu nunca gostei do fato de você ter um celular ㅡ a única coisa que disse, como se justificasse algo, e fora logo quando o olhei sem entender.

Bem, não era algo que eu estava esperando, ainda mais em um momento onde mais precisava dele. Ele nunca nem tinha reclamado do fato de eu ter um - especialmente porque eu quase nunca o uso.

Basicamente não conseguiria saber como o meu amigo está, e é isso. Ficarei consumida pela ansiedade até quando pudesse ver o seu rosto - o que eu não sabia se iria demorar ou não. Não entendia a situação, não sabia de onde ela havia saído.

ㅡ Meu Deus! ㅡ murmurei, embora tenha exclamado ㅡ Eu preciso... ㅡ respirei fundo mais uma vez para que não conseguisse ser grossa - porque era o que eu queria, e muito ㅡ do meu celular!

ㅡ Você não tem mais celular ㅡ calmamente disse, como se não fosse algo tão óbvio.

ㅡ Como eu vou saber onde Shawn está?

ㅡ Você não vai ㅡ da mesma maneira, continuou a falar.

Até pensei em pedir o seu celular emprestado depois de tanto fitar o meu totalmente quebrado no chão, no entanto eu nem tinha prestado atenção direito no número que me ligava - simplesmente não sabia para onde ligar, que número discar. Também pensei em sair dali e ir para casa, arrumar alguma forma de achar Shawn, mas eu não tinha ideia de como sair dali, não sabia o caminho de volta.

Queria chorar, sentia essa necessidade - e ela era extrema.

ㅡ Babe, é só um celular ㅡ ao pôr a sua mão em meu queixo, a manteve ali, para que eu fixasse o meu olhar diretamente no seu.

ㅡ Não é o celular em si, Justin ㅡ como estava mais livre, segurei também boa parte do meu rosto - para conseguir tocar em seus dedos ㅡ, é as informações que a moça ia me passar por ele.

Simplesmente não. O celular em si não importa - e se tivesse feito isso em outro momento, com certeza iria reagir de uma forma totalmente diferente -, é por causa da situação.

Shawn precisava de mim e Justin fez com que eu negasse isso.

ㅡ Bieber ㅡ quando Justin afroxou o seu aperto por mais alguns segundos ao ouvir chamá-lo, tornei a observar Khalil - que agora estava com uma mulher ao seu lado e a mesma aparentava não estar gostando nada da situação (como Khalil nos minutos passados), aparentava estar irada -, assim também como Justin ㅡ O que quer que eu faça agora? ㅡ o homem arqueou a sobrancelha ao questionar - como se fosse uma pergunta retórica.

Focando minha visão apenas na moça, reparei especialmente na mão de Khalil atrás da sua cabeça, puxando os seus fios de cabelo. Aquilo me fez ficar mais incomodada do que eu já estava.

ㅡ Khalil, não precisa disso tudo... ㅡ apontei timidamente aquilo, pois sabia muito bem que não era algo com que eu simplesmente podia falar ㅡ Você está machucando ela ㅡ isso era nítido.

ㅡ Tudo bem, Hailey ㅡ ele acenou com a cabeça, como se não fosse nada demais ㅡ, não vai demorar muito ㅡ então ele sorriu para mim - aquilo parecia realmente divertido em sua visão -, mas logo voltou-se a Justin e desmanchou o semblante mais simpático ㅡ Não é?

Aquilo tudo - não só o que eu havia acabado de passar - parecia estar nas mãos de Justin e, então, a minha opção principal para mudar aquela cena era virar para ele e falar, mesmo que a probabilidade de ele me escutar fosse baixíssima - como da última vez.

ㅡ Justin... ㅡ tornei a olhá-lo ㅡ Eu não quero me meter nas suas coisas, você sabe, não quero mesmo ㅡ tentei evitar engolir em seco. Não estava com medo e não queria que ele começasse a pensar nisso ㅡ Mas é que... vocês não podem machucar mulheres desse jeito.

Definitivamente não, nem mesmo se houvesse algo de errado. Sei que não é bem o recomendado sobre o que eles fazem, mas não é só... conversar? A moça parece ser tão inofensiva que eu não vejo o porquê do contrário.

ㅡ Ela precisa ser controlada, Hailey ㅡ rudemente ele veio a falar ㅡ Não se preocupe, babe, é rápido.

Justin ainda assim parecia estar com raiva de mim.

E eu nem havia feito nada. Quem deveria estar extremamente chateada e furiosa deveria ser eu, porque, além de ter que presenciar essa cena, eu não posso ajudar o meu amigo de nenhuma forma.

Se algo de errado aconteceu mesmo, Shawn deve estar com medo - apesar de tudo - e eu não estou com ele para ajudar da melhor forma possível.

ㅡ Por favor...

Mas ele me ignorou mais uma vez para, assim, pegar o seu celular no bolso - e, por um instante, achei que ele fosse se solidarizar e me entregar, embora não adiante de muito mais - e mostrar o aparelho para a mulher a frente.

ㅡ Reconhece? ㅡ Khalil a balançou com brutalidade quando o meu namorado levantou a dúvida, crendo que, dessa forma, ela iria olhar para o aparelho do Justin.

ㅡ Não ㅡ ela negou com a cabeça rapidamente - nem havia pensado.

ㅡ Não? ㅡ Justin repetiu a frase como se tivesse certeza de que ela estava mentindo ㅡ Pode levar ela ㅡ quando ele disse - apontando para a saída do local -, o pânico que já estava instalado em mim por conta do Shawn, se multiplicou.

Não era como se eu pudesse concluir para onde a levariam ou se fariam mal a ela.

Ainda bufando, Khalil começou a empurrar a mulher para que ela andasse enquanto fazia o mesmo e, assim, ela mesma se debatia.

Mas também era impossível que não houvesse algo para que resolvessem com ela, já que, bem, não teriam o trabalho de tirá-la daqui para nada.

Foi Justin mesmo que pediu para que Khalil a levassem dali, então tentei recorrer a ele, só que mais uma vez o que ele fez foi me ignorar. Assim, me coloquei a tentar - também - escapar dos seus braços, para que eu pudesse seguir o homem e a mulher e ter a certeza de que ela ficaria bem - ou impedir Khalil de alguma forma -, porém antes que eu conseguisse fazer isso, o loiro me apertou mais e mais em seus braços, mostrando-me mais uma vez a sua feição irritada.

ㅡ Por favor! ㅡ exclamei novamente.

ㅡ Pare de se preocupar tanto com os outros ㅡ e, outra vez, ele me repreendeu.

Mas não era como se eu estivesse fazendo aquilo à toa.

Virei o meu rosto mais uma vez em sua direção para responder que, dessa vez, eu pudesse olhá-lo para conseguir respondê-lo melhor, porém fora totalmente impossível.

Aquilo já não tinha mais importância.

Aquela a sua frase se tornou tão banal quanto qualquer coisa no mesmo no mesmo instante em que um rosto, um olhar e um sorriso se tornou reconhecível naquela multidão. Simplesmente apenas aquele rosto - e tudo que ele podia trazer a mim - fez com que nascesse o medo mais absurdo que já senti em toda a minha vida - o qual havia morrido anos atrás e o qual eu tanto evitava -, fez com que o pânico em meu peito aumentasse ainda mais, o meu coração parecia que ia sair pela minha garganta de tão acelerado que estava.

Era outro conjunto: suava frio e, completando tudo, o gelo que se instalou em minha espinha fez com que eu, de novo, ficasse estática.

Era impossível que ele estivesse ali.

Pensei que ele vivesse na Carolina do Sul.

Logo agora?

Então, além dessa pequena dúvida insistente tão importante, a única coisa que se passava em minha mente era que eu precisava ir embora. Agora.

ㅡ Eu preciso sair daqui, Justin! ㅡ de forma totalmente desesperada, disse. Não havia outra forma de falar aquilo ㅡ Vamos embora, por favor.

Não posso ficar aqui. Pelo menos não no mesmo ambiente que ele. Ele não pode me ver.

ㅡ Nós não vamos sair daqui agora, Hailey ㅡ estava tão calmo...

Talvez ele estivesse pensando que eu queria ir atrás de Khalil, mas naquele momento, infelizmente e verdadeiramente, aquilo não tinha importância alguma - não quanto o cenário de agora.

ㅡ Nós precisamos ir! ㅡ não ousava de maneira alguma olhar para lá novamente. Não queria vê-lo outra vez, ou saber que ele havia me notado ㅡ Eu não posso ficar mais aqui, Justin!

Eu odiava, odiava o fato do medo me corroer tanto que só desejava fugir. Odiava o fato de ele me dar medo - não era para nada disso estar acontecendo. Não era para a gente funcionar assim.

Na minha percepção, tudo naquele momemto havia sumido - nada mais se sobressaía tanto. Estava apenas eu, Justin e ele naquele local. Todas as outras pessoas que antes se encontravam ali não eram mais relevantes. Nada mais tinha relevância além da sensação de ele estar cada vez mais perto.

E ele não podia estar tão próximo assim.

ㅡ Eu não tenho pressa ㅡ silabou enquanto tornava a me olhar nos olhos.

Será que ele não enxergava o meu desespero? Não era possível que ele não o visse, estava mais que óbvio para mim.

ㅡ Pelo amor de Deus!

Gostaria que Justin viesse comigo, pois, dessa forma, me sentiria mil vezes mais segura - além de ser algo para conseguir me tirar do lugar -, ele me passava conforto de alguma forma. Porém eu também teria que sair dali - e sair o mais rápido possível, para que a pessoa que mais me causava ânsia e medo não visse para onde eu iria.

ㅡ Por que está desse jeito? ㅡ o loiro entortou a sua cabeça para o lado para dar uma intonação a mais na sua pergunta - agora parecia preocupado -, o que me deixou ainda mais nervosa.

Assim, a mudança fora drástica.

Quando uma voz que podia me fazer sentir calma - mesmo quando rude -, transformou-se na qual me levava a arrepiar de pânico, proferiu - perto o suficiente para que eu pudesse ouvir - aquele antigo apelido, intitulado por ele como carinhoso:

ㅡ Te achei, princesa...

E eu nunca achei que fosse sentir tanto nojo de uma simples palavra.

Alex sabe o que está fazendo.


Notas Finais


Se vocês lembram do flashback lá do capítulo da viagem, já sabiam muito bem de onde vinha todas essas sensações e suposições da Hailey antes mesmo de ela revelar.

E no flashback deste capítulo aqui, prestaram atenção? Ele parece banal, mas só parece.

Xx Cxmalx.


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