1. Spirit Fanfics >
  2. Posso entrar? >
  3. Azul, casaco e art.

História Posso entrar? - Azul, casaco e art.


Escrita por: Oh_Sol

Notas do Autor


Ola meus pichulquinhos amadossssss. VOLTEIIII.

Eu tô dando meu máximo pra atualizar essa fic e espero mesmo que vocês estejam gostando.

Respirem fundo, porque hoje vai ser um dia de ódio kkkkkkkkk muito.

Tem bastante Adrinette nesse cap, e atendendo a pedidos, evolução da história de Plagg e Tikki. Não se preocupem, vou atender todos os pedidos.

Amo vocês de mais e espero que vocês gostem.

Capítulo 19 - Azul, casaco e art.


Fanfic / Fanfiction Posso entrar? - Azul, casaco e art.

 

Caio Júlio Cesar.

César foi um patrício, líder militar e político romano. Desempenhou um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano. 

E sinceramente, um fantástico guerreiro, expecialista em rotas de fuga.

Conseguia desviar-se do perigo, mesmo que para os outros, aparentemente, não existisse saída. Saia sempre, ou na maior parte das vezes, com seus homens vivos e prontos para atacar novamente.

E vencer.

Adrien queria uma rota de fuga mais do que trabalhar na Nasa, ter um Rolls Royce- que era simplesmente o carro oficial da Rainha da Inglaterra- ou participar de um projeto que visava incorporar e criar tecnologias que tornariam possível a vida na lua.

A única coisa que desejaria mais do que uma saída de emergência, um túnel secreto ou uma escada engraçada de bombeiro, era um beijo de Marinette. 

A única coisa que o faria desistir de entrar pelo duto de ventilação, além de sua claustrofóbica, era aquela mestiça perfeita, que tinha um charme diferente quanto usava preto.

Nunca a tinha visto maquiada, não pessoalmente, somente quando ela vinha a sua casa para uma festa.

Ver de longe era diferente de ver de perto.

Marinette era bonita de todo jeito, mas vê-la arrumada para uma ocasião como aquela, lhe dava uma sensação boa no peito.

A de que estavam saindo juntos. A de que os dois, estavam fora de seu habitat natural, quarto, fazendo algo de que se lembraria, mesmo que não gostasse muito da atividade que fariam.

Estava tão linda, que o deixou meio bobo. Com uma carinha completamente apaixonada, o denunciando logo no primeiro momento que a tinha visto, saindo do banheiro de seu quarto.

Ela era apaixonante.

E além de um ótimo estrategista, Júlio era um guerreiro. Um lutador. 

"Os soldados mais fortes não são descobertos em tempos de paz e sim resistindo em meio suas guerras."

Adrien desprezava qualquer um que inicia-se uma guerra armada ou fria, conflito ou desentendimento, mas naquele momento, seu lado obscuro estava preste a aparecer.

Odiava aquele seu lado. O que sentia raiva, ódio ou qualquer coisa que o fazia ter vontade de bater a cabeça na parede, até o concreto, ou seu crânio se partirem em dois.

Se tivesse uma espada, sabre ou até mesmo uma adaga pequena, já teria lançado contra Luka a muito tempo. Armado uma emboscada e dominado seu território, tomando posse de suas terras.

Se tinha dito que Luka tinha qualidades e talento, ele retirava sua sentença precipitada. O odiava de mais para reconhecer nele qualquer coisa boa ou de valor, mesmo que tivesse.

Sentia raiva até de seu tom de voz. De sua respiração. Do piscar de olhos e de como ele andava como se fosse dono do lugar.

Mas bem...ele era dono, mas não precisava de tanto ego, muito menos dar em cima de sua namorada bem em sua frente.

Namorada. 

Começaria a chama-la disso pelo menos em sua cabeça. Se sentia um psicopata sem qualquer pudor, mas pretendia chama-la assim perto de Luka na primeira oportunidade que tivesse. 

Ele já tinha vindo na direção dos dois, três ou quatro vezes, perguntando se queriam algo, se tinham bebido ou se precisavam de alguma coisa. Se Marinette queria dançar, beija-lo ou transar em um dos quartos.

Claro que ele não tinha dito isso, mas para Adrian, que quase já não tinha mais os cabelos presos na cabeça, era exatamente isso que ele queria propor quando se tornava presente entre eles e seu grupo, fazendo perguntas completamente fora de contexto.

Está gostando da música? O que achou do palco improvisado? Espero que os vizinhos reclamem bastante e você?

Na verdade, se aquele não fosse o cara que estava interessado em Marinette, Adrien o teria achado um ótimo anfitrião.

Estava com tanta raiva, que seu instinto de esgrimista, que estava adormecido dentro de si a um bom tempo, podia explodir e apossa-lo, o transformando quase que em um mosqueteiro francês.

Não conseguia disfarçar a cara emburrada e o desgostoso. Não queria ser insuportavelmente chato em sua primeira festa e muito menos um parceiro extremamente ciumento, que controlava com quem ela falava ou para onde ia.

Queria que a noite fosse boa ao menos para ela, que se divertisse e que fizesse amizades.

Adrien estava mais interessado no pós festa, aquele em que Marinette dormiria consigo por dias e que não o deixaria só com seus pensamentos durante as recomendadas oito horas de sono.

Ele poderia aguentar algumas horas de agonia, em troca de dias de calma, carinho e noites bem dormidas.

Nunca acontecia nada de mais quando dormiam juntos. As vezes carinhos mais íntimos, mas nada de mãos bobas ou exageros. Um beijos antes de dormir e conversas até um dos dois pegarem no sono.

Os pensamentos acelerados de Adrien se acalmavam enquanto a respiração tranquila, de quem tinha um sono profundo, de Marinette, reverberava por seus ouvidos.

Ela fazia o máximo para ficar acordada até que ele adormecesse, mesmo que nem sempre conseguisse.

Marinette era ótima de sono, ao contrário do loiro, que levava horas e horas para relaxar os músculos e se acomodar de verdade na cama, quando estava sozinho.

Mas com Marinette, aconchegada em seu peito, sorrindo, pronta para dormir junto a ele, seu corpo cabia no colchão em menos de dois minutos.

Já se encaixavam perfeitamente, de um jeito especial, aonde o rosto dela ficava escondido em seu peito e o nariz do mesmo enfiado em seus fios cheirosos, nos quais ele amava fazer carinho.

O único problema disso tudo, era que não eram todos os dias que podiam dormir juntinhos. As vezes ela tinha que resolver coisas em seu apartamento ou ir a seu curso de corte e costura. Sair cedo ou comparecer a algum compromisso.

Nesses dias, Adrien sofria.

Abraçava o travesseiro e vestia o moletom que tinha o cheiro dela, tentando de alguma forma preencher o vazio enorme que se formava a seu lado durante a noite. O vão ali deixado, parecia muito maior do que realmente era.

Sem a pele macia dela lhe dando conforto e sua voz sussurrando alguma coisa bem baixinho em seu ouvido, era quase impossível dormir.

Estava cada vez mais mal acostumado.

Não que dormisse muito quando ainda não tinha contato real com ela. Duas horas por noite no máximo, quatro quando tinha muita sorte ou ajuda de remédio.

Com ela, era difícil faze-lo se levantar. Dormia bem a noite inteira, acordando assustado as vezes, procurando por ela entre seus braços e no lençol.

Quando a encontrava, no mesmo lugar aonde tinha a visto pela última vez, o suspiro era tão aliviado, que se equivalia a paz mundial. A abraçava mais forte e dormia instantes depois.

Nunca em sua vida teria imaginado estar naquela situação com ela. Na verdade com absolutamente ninguém.

Sentir o coração acelerar, as mãos tremerem e o peito doer toda vez que brigavam ou quando ela precisasse ir em bora.

Dormir juntos e pensar no seu beijo o dia todo, todo tempo. Querer dizer coisas que ele não sabia ao certo o que eram. Saber tudo que ela gostaria de falar e dar sorrisos bobos e aleatórios simplesmente do nada só de lembrar dela.

Era bom de mais.

Marinette, tinha lhe dado uma sensação maravilhosa, depois de anos na escuridão, vivendo de migalhas e segundos de alegria.

O encheu de carinho, amizade e compreensão. De palavras, conversas sem sentido e risadas longas e altas, que o contagiavam quase que imediatamente.

Ela estava ali, como tinha prometido a ele. Abraçada a sua cintura, com o rosto em seu peito, conversando com as amigas e lhe enviando sorrisos meigos e significativos de tempos em tempos.

Os braços dele descansavam em sua cintura e pescoço, tentando focar no corpo quentinho que se agarrava ao seu, o deixando menos ansioso e desconfortável com o som alto misturado ao falatório de tanta gente.

Ficaram por um bom tempo em um canto, junto com o resto do grupo, que conversava animadamente. Ele não acrescentava muito no diálogo, mas ria vez ou outra, fazendo o coração de Marinette palpitar de felicidade.

Ouvir a risada dele era um presente. Nada a deixava mais feliz do que ver seu sorriso carinhoso e a alegria em sua gargalhada.

Tinham trocado carinhos quando os mais próximos a si se dispersaram, cada um para um canto, na busca de conhecer, interagir ou beber algo.

-Está meio cheio.-Falou, rindo fraco por conta do nervoso, tentando esconder o incômodo de que aquele lugar caberia de dez a quinze pessoas de modo confortável, não de cinquenta a sessenta.-É sempre assim?

Usar as palavras com ela, tentar conversar sem jogar nenhuma grosseria sem sentido, era um exercício. Tinha praticado muito, se tornando tão bom naquilo, que nem mesmo se imaginava tratando Marinette de um jeito diferente.

Não tinha coragem. Coragem de gritar ou falar qualquer coisa estúpida ou de má educação.

Não tinha peito para lhe tratar mal ou afastar. Nem se precisasse muito, ou se estivesse extremamente bravo ou zangado, teria palavras ou atitudes para magoa-la.

Não sabia como tinha a afastado com o propósito de protege-la da amargura que tinha em si. Não conseguia mais imaginar um dia em sua vida inteira, sem o jeito perfeito e doce daquela de cabelos curtos.

Não iria machuca-la nunca mais. Não existia lugar mais seguro do que ali com ele, conversando de pertinho.

Talvez ele não tivesse força física ou mental o suficiente para defende-la de todo o mal que o assombrava, mas que ele se esforçaria para cuidar do coração que tinha ferido, era fato.

-Depende. As vezes tem o dobro e em outras nem a metade. Eu particularmente gosto quando não tem uma superlotação assustadora. Só as pessoas que eu realmente conheço.-Riu baixinho, vendo ele concordar freneticamente com a cabeça.-Já seu irmão...

-Félix, em outra vida, foi uma formiga.-Alegou em rapidamente, fazendo o irmão que tinha se aproximado a pouco tempo o olhar questionador.-Ele sente a necessidade de viver em colônias, entende?

Bridgetted e Marinette riram, mas o irmão revirou os olhos e fez uma careta engraçada.

-Vou dormir tranquilo sabendo que as formigas são os seres mais fortes do mundo, carregando até cinquenta vezes o seu peso.-Olhou para as próprias unhas, as admirando como se tivesse vencido uma discussão.-Isso equivale a um ser humano carregar duas toneladas e meia.

-Na verdade, o animal mais forte do mundo é o Ácaro oribatídeo.-Falou simples, agradecendo a seu pai mentalmente, por ter uma pequena parcela da biblioteca de Yale em sua própria casa.-Eles são capazes de resistir a uma tração de até 1.180 vezes o seu próprio peso, o que seria equivalente a um humano puxando 82 toneladas. Pode ser a formiga, me satisfaço com os ácaros.

-Os ácaros também vivem em colônias, acrescente isso a seu repertório. Colônias muito maiores que as das formigas e mais nojentas.-Disse provocativo, ficando irritado, como sempre ficava quando Adrien se exibia com seu conhecimento.

Só ele podia se exibir.

Se ele soubesse que o mesmo só fazia aquilo para impressionar Marinette, que parecia ficar mais encantada e com um sorriso meio bobo quando via que ele era um homem inteligente, o perdoaria e deixaria passar.

Ela gostava de como ele sempre tinha uma resposta inteligente para tudo. A frase de um livro, um altor ou filme. Algo que tinha visto em um documentário ou na internet.

Tinha passado a fazer aquilo, ao em vez de dar uma resposta completamente fria.

-Adoro quando você fala desse jeito.-Sussurrou baixinho, perto de sua orelha. Deixou que a ponta de seu nariz fizesse carinho sobre sua bochecha, dando um beijo demorado na mesma.

Se inclinou para abraçar mais seus ombros, o prendendo em um abraço bem apertado, enquanto mordia o lóbulo de sua orelha devagar. Amava, amava, provoca-lo.

Se pudesse passar as vinte quatro horas do dia grudada a seu corpo, sentada em seu colo, sussurrando sacanagem em seu ouvido, faria.

O se faria.

O arrepiou percorreu sua espinha de uma forma gostosa, o fazendo abrir um sorriso ladino e maravilhosamente sexy.

A puxou para mais perto si, a deixando bem colada em seu peito. Se abaixou um pouco para alcançar seu pescoço, distribuindo selares que a fizeram suspirar baixinho.

-Sapiossexual.-Falou a mestiça, entre uma risada alta, olhando para os olhos arregalados do loiro e suas bochechas vermelhas. Ele riu logo em seguida, meio constrangido, mas ainda sim feliz.

Ela amou o fato dele ter entendido.

Deixou vários beijinhos sobre suas bochechas, a fazendo sorrir para a atitude que ele nunca tinha feito na frente de ninguém. Beijou suas bochechas, nariz, queixo, testa, têmporas, tendo coragem para lhe dar um selar no cantinho da boca.

Sapiossexual (sm);

Aquele que é atraído sexualmente pela inteligência. Visão do mundo, bagagem de conhecimento e/ou nível de cultura.

-Você quer brincar disso?- Perguntou rindo, encostando suas costas em uma parede para poder relaxar um pouco as costas. A viu sorrir e assentir, o olhando com desafio.

-Boa sorte. Sou muito boa nisso, pra ser sincera.-Se exibiu, olhando para os lados para procurar um lugar aonde poderiam se sentar.

Uma pequena poltrona ficava no canto do cômodo, tendo a seu lado uma mesinha de madeira e um abajur grande, de pernas feitas de madeira -do outro lado- que ficava no chão e iluminava o lugar de forma charmosa.

Ele se sentou primeiro, obedecendo ao pedido da menor, que se apoleirou em seu colo rapidamente, se sentando em suas cochas. O acento era pequeno para que ficassem lado a lado, mas mesmo que fosse grande, ela daria um jeito de ficar sobre o loiro, que teve novamente as bochechas tomadas pelo rubor.

-É uma boa ideia?...Digo, tem tanta gente olhando...-Falou, não querendo parecer chato. Sentiu os braços dela rodearem seu pescoço novamente, tendo uma de sua mãos fazendo carinho em sua nuca e cabelo.

Aquela mulher sabia como acalma-lo.

-Eu não me importo...mas se quiser se levantar, podemos.-Disse simples, perdendo um puco do brilho. Não queria sair dali. Estava acomodada e se sentindo mais confortável do que nunca em seus braços.-Vamos para outro lugar se quiser.

Sempre era atormentado com o pensamento de que estava sendo visto, vigiado e avaliado a todo tempo, mesmo que não tivesse lógica alguma dentro da sentença.

Cada um parecia tão focado em suas conversas e interações, que provavelmente nem tinham notado sua presença ou atitude.

E aliás, qual era o problema? Não podia ficar perto dela?

-Aqui está ótimo. -Sorriu, fechando os olhos para sentir o carinho dela, a puxando para mais perto, segurando sua cintura.-Quem vai começar?

-A gente tira no par ou impar.-Falou animada, preparando os dedos para jogar.-Se eu ganhar, quero uma recompensa.-Alegou, olhando para ele sapeca, rindo de suas sobrancelhas arqueadas.

-Posso saber o que a senhorita deseja?-Perguntou, ouvindo a risada dela e a negação de sua cabeça.

-Quando eu ganhar você vai descobrir.-Anunciou, se aproximando mais dele, se é que isso era possível.-E você, já sabe o que vai querer?

-Isso é fácil. -Respondeu, subindo e descendo sua mão pelas costas dela, lhe dando um carinho gostoso. Subia as vezes para seu pescoço, arrancando arrepios da azulada, que sorria contra sua bochecha e lhe dava selares ali.-Dormir na minha casa, todos os dias, até o fim do mês.

-Me chama pra morar contigo logo garoto.-Riu, já se imaginando chorando nas noites que dormiria sem ele. As vezes, durante a madrugada, acordava chorosa pelo fato de não encontrar as pernas dele enroscadas nas suas.-Olha que eu aceito.

Ele revirou os olhos, focando logo em seguida em seu dicionário mental que não poderia deixa-lo na mão agora. Precisava de verdade da vitória, ou dormiria no meio das aulas de física por conta do sono.

Tiveram um pequeno desentendimento, que mais se parecia com uma briga de criança, para saber quem era par e quem era impar. No fim, Marinette acabou por convence-lo que tinha ganhado, começando.

-Petrichor.-Falou, sorrindo para ele, que tinha o seu sorriso convencido nos lábios.

-É o cheiro de terra molhada, que fica no ar depois que chove. Essa é fácil My Lady.-Riu, adicionando um ponto para si em seu placar.-Agora...Begadang.

-Não me lembro da origem, talvez seja turco, ou indonésio, mas acho que é o ato de ficar a noite inteira acordado, conversando.

-Certo.-Sorriu, colocando em seus dedos um ponto para ela.-E vem do indonésio. Sua vez.

-Abrassear.-Proferiu, olhando bem para os olhos dele. Ela sabia, somente de olhar, que ele tinha ciência do significado daquela palavra. O puxou para um abraço apertado, que ele retribuiu com força.

Colocou o rosto entre o pescoço da garota, sussurrando em seu ouvido.

-É a estranha vontade de abraçar forte quem a gente nunca viu.-Respondeu.- Eu sei muito bem o que isso significa.

-Digo o mesmo.-Respondeu sorrindo, se lembrando da primeira vez que o viu. Na cozinha da mansão, usando um moletom quentinho e fones de ouvido, ligados no máximo.-Naquele dia...se eu tivesse ido procurar você, te chamado...o que você teria feito?

-Eu certamente teria fugido como um covarde, gaguejado ou desmaiado na sua frente.-Foi sincero, se sentindo mal com a verdade. De maneira nenhuma teria tido coragem de abraça-la.-Talvez fosse caligenofobia.

Ela franziu o senho, confusa.

-Agora você me pegou.-Riu, não fazendo ideia do que seria.-Imagino que seja sentir medo de algo.

-Medo de interagir com mulheres bonitas.-Riu, vendo ela sorrir e morder o lábio, negando com a cabeça, tendo as bochechas tingidas de vermelho.

Adrien flertava com seu conhecimento.

-Fiquei vinte minutos paralisada naquela cozinha, tentando me mover. Você me deixava nervosa desde aquela época. -Riu, vendo os olhos dele ficarem meigos e felizes.

-Quando eu te via no corredor, só faltava ter um ataque do coração. Saia correndo e me escondia no primeiro lugar que encontrava.-Falou sem vergonha nenhuma, se sentindo milagrosamente confiante para confessar.

-Que ódio.-Indagou rindo, sentindo raiva das bobagens que o afastaram durante aquele tempo.-Eu sempre passava pelo seu corredor devagar, esperando você abrir a porta pra sair ou aparecer. Ai, como eu era iludida por você Adrien Agreste.

Mais algumas palavras e risadas depois, os dois chegaram a um empate, aonde Marinette rezava para acertar a bendita última questão, para conseguir seu prêmio.

-Ipseidade.-Falou o loiro, tendo deixado aquela para o final, não só porque queria tentar ser romântico e elogia-la com uma característica tão específica, mas pelo fato de ser algo difícil, que ela não acertaria tão facilmente.

A olhou, deixando bem claro que aquilo era sobre ela. Que era sobre tudo que via na mesma.

-É aquilo que distingue um ser de todos os outros. Característica que torna o mesmo alguém único, singular.-Sorriu, roçando seu nariz ao dele devagar.- Você...-Não soube o que dizer ao certo, se perdendo totalmente nas palavras.-Basorexia.-Disse por fim.

Basorexia era a única coisa que descrevia com perfeição o momento. Que dizia tudo que ela queria expressar a tanto tempo.

Agradeceu ao das palavras, por serem tão descritivas em momentos como aquele.

Puxou o rosto dela com suas mãos, o tendo ali perto do seu, com carinho. Seu polegar acariciou sua bochecha, a mantendo ali.

A menos de um palmo de si.

-Basorexia é...o desejo incontrolável de beijar alguém.-Falou por fim, suspirando alto, vendo ela fechar os olhos e grudar suas testas. Adrien tinha tantos pontos fracos, mas Marinette, sem dúvida nenhuma, era o maior deles.-Guardou essa pro final, pra fazer eu me apaixonar de novo por você?

O coração batia com uma força sobre humana dentro do peito. Queria gritar. Chorar. Beijar aquele homem de cima a baixo.

Adrien tinha dito que era apaixonada por ela. Apaixonado.

Mesmo fazendo questão de demonstrar cada dia mais o que sentia, ele nunca tinha dito todas as letras juntas em uma frase.

Era especial.

Não podia estar mais feliz. Nunca quis tanto beija-lo quanto naquele dia, desde que o conheceu.

Não esperou nem mais um segundo para avançar na direção dos lábios dele, lhe dando um selar leve e gentil.

O primeiro contato foi molhadinho e suave, aonde a macieis dos labros de Marinette amoleceram Adrien no mesmo instante. Os olhos se fecharam e o corpo relaxou sobre o acento, moldando o corpo da menor sobre seu peito.

A abraçou, o calor tomando conta de cada parte sua, junto com os lábios que tinham se aberto devagar.

Teria sido um beijo incrível caso o susto não tivesse os separado. Os lábios se perderam rápido.

Quis morrer quando um som alto reverberou por seus ouvidos, o de um microfone em estática, sendo testado.

-Boa noite galera!-Gritou Luka, com a guitarra que praticamente era uma extensão de seu corpo, com seus dedos prontos para tocar seu instrumento.

A platéia relativamente grande, que parecia animada, aplaudiu e gritou. Um grupo de garotas parecia feliz até de mais, aglomeradas perto dos músicos, que gostavam daquele tipo de atenção.

Os dois se levantaram da cadeira, um pouco irritados, mas ainda sim, continuaram perto, com os braços de Adrien a abraçando por trás, com carinho.

-Eu ganhei gatinho.-Falou a menor, sorrindo, sentindo os braços do loiro a apertarem mais.

-Não não princesa, eu ganhei.-Renunciou, rindo sobre seu pescoço, que ele fez questão de beijar com carinho e dar um cheiro, o que fez a mestiça rir por conta das cócegas.

-Mas eu queria tanto ganhar.-Falou com uma voz de choro, fazendo um biquinho com os lábios, se virando de frente para ele, para tentar convence-lo.

-Se você dormir na minha casa, não me importo de realizar o que você quiser.-Falou sorrindo, ouvindo o barulho dos saltos dela no chão, quando a mesma deu pulinhos de alegria.-Eu faço se isso pra te deixar feliz.

-Você sairia comigo? Tipo um...encontro?-Perguntou baixo, alternando o olhar para seus pés e o rosto dele. Estava nervosa.-Iriamos pra onde você quisesse...e você escolheria o dia e a hora.

Quando estavam viajando para Reims, tiveram um encontro, que surpreendendo a todas as estatísticas, ele quem a tinha convidado.

Mas parecia diferente agora. Eles já estavam viajando, então passearem juntos era algo que seria quase inevitável naquele momento.

Daquela vez, eles sairiam para fazer algo planejado. Com antecedência. Marcariam hora e lugar.

-Eu ia gostar muito.-Falou sorrindo. Quando saia com Marinette, o nervosismo era bem menor, mas ainda existia, não mais como uma pedra no sapato, mas como o calo enorme que ela tinja deixado depois de anos.-Nunca saímos para comer, nós dois sozinhos.

A última vez que tinham comido algo juntos, foi em um posto de gasolina, com seu irmão e a namorada acompanhando.

Queria algo mais íntimo, romântico e só para os dois, em um lugar que ambos gostassem. Se pudessem passear em um lugar tranquilo como tinham feito da última vez, seria mágico.

-Teremos um encontro.-Cantou feliz, fazendo uma dancinha com seus quadris, comemorando, rebolando perto do corpo do homem que sorria e sentia vontade de apertar suas bochechas.- Vou sair com Adrien Agreste.

Desceu devagar até o chão, rindo um pouco quando precisou de força para levantar de volta. Não tinha aquele costume, fazendo somente para faze-lo rir.

Mas ele não riu.

-Não me provoca bagboo.- Disse baixo, mesmo com a música, a segurando pelo queixo, com carinho quando ela estava novamente ereta.

-Não estou fazendo nada May chaton.-Falou com inocência nos olhos, tendo os cílios piscando como uma boneca.- Nem comecei.

Riram mais um pouco, se abraçando e combinando o quanto era importante fazerem um menu degustação dos doces da padaria, para assistirem Sabine e Ralf discutirem e no segundo seguinte fazerem as pazes com um selinho tímido e carinhoso.

-A próxima música vai para uma garota muito especial.-Falou Luka, no microfone. Se sentou sobre um banco pequeno, pegando seu violão. Aparentemente era uma música lenta, já que o tecladista diminuiu o tom. Sorriu diretamente para ela, Marinette, que se sentiu perdida. Sem o chão por baixo de seus pés. -A música se chama Azul.

O jeito que Adrien a olhou, gelou cada parte de si. Um olhar de interrogação, de quem estava perdido e não sabia se queria uma explicação. Se aguentava a explicação.

Não dava para ter certeza. Não dava para ter certeza que era sobre ela somente com o olhar, já que durante o tempo que se conheciam, não era o suficiente para escrever uma música.

A letra era romântica e bem bonita, mas Marinette não tinha vivido nada daquilo com ele. Mas porque ele continuava a olhar para si? E com aquela intensidade, que a deixava cada vez mais constrangida.

-Vou deixar vocês dois terem sua serenata em paz, não quero atrapalhar.-Falou Adrien, se desvencilhando do abraço da mestiça, que ouvia a melodia sobre um beijo doce e quente, completamente encabulada.

-Adrien.-Falou baixo, segurando o braço dele com força para que não se afastasse dela. -Não. Não mesmo. Não.

-É por isso que estamos aqui? Pra você ouvir o vizinho que flertou com você a noite toda, cantar uma música sobre a noite incrível que vocês tiveram?

Ele se desvencilhou das mãos dela sem brutalidade, não querendo machuca-la. Andou para o lado de fora, pegando seu casaco na saída, em um tripé que estava abarrotado de outros, dificultando sua missão.

Marinette o seguia.

-Adrien espera, por favor.-Pediu suplicante, tendo dificuldade de correr atrás dele por conta dos saltos.-Eu não fiz nada disso.

-Me desculpa, mas é bem difícil de acreditar.-Ressaltou, continuando seu percurso a passos largos. Marinette não teria o alcançado caso não tivesse tirado os sapatos, para correr com toda a velocidade que tinha.

-Me diga quando então Adrien.-Falou alto, provavelmente incomodando mais ainda os vizinhos, que já precisavam aturar a música.-Se eu conheci esse cara a duas semanas, como passei tantas noites com ele assim? Me responde Adrien, por que se eu não me engano, eu fiquei com você de segunda a sexta nessa semana, e na passada, por três dias. E não venha me dizer que encontrei ele na faculdade, porque quando não estou tendo aula, estou com você ou com minhas amigas.

Ele nada disse, apenas descruzou os braços, notando que não tinha muitos argumentos.

-Se eu e ele tivéssemos alguma coisa, você acha que eu chamaria você pra vir comigo hoje?-Perguntou, tentando se acalmar, mantendo a voz em um tom educado novamente. Se colocou no lugar dele, percebendo que se a situação fosse inversa, também teria uma reação parecida. Talvez até pior.-Acha que eu chamaria todos os nossos amigos? Que eu chamaria seu irmão, caso estivesse tentando esconder alguma coisa?

-Eu sei.-Falou baixo, bagunçando os fios de cabelo e passando a mão no rosto, estressado.-É só que...ele claramente dedicou pra você. E a música se chama azul. Azul é sua cor Mari.

-Eu sei.

-Ele gosta de você.-Falou meio chateado, com a voz embargada e com o ciúmes nítido.-E deixou isso bem claro desde a entrada, eu só...você sabe...vocês combinam.

Respirou fundo e tomou coragem para chegar mais perto dele, tocando seu rosto, ficando aliviada ao ver que ele não recuou ou a repeliu. Segurou sua mão contra seu rosto, deixando claro que queria que ela continuasse ali. Com ele.

-Combinamos no que, meu amor?-Perguntou, sentindo as lágrimas vindo. A dor no coração de vê-lo chateado a magoava. Quebrava tudo dentro de si, despedaçando a coleção de sorrisos que ela tinha dele.-Na cor do cabelo?

-Estou falando sério May lady.-Disse, sentindo a cabeça latejar de repente.-Os dois gostam de festas, de arte, de fazer amigos e de provavelmente mais um monte de coisas, porque quem vê de fora sabe que vocês se combinam.

-A única coisa na qual eu quero combinar com alguém é nisso que a gente tem.-Falou seria, sentindo a lágrima escorrer por seu rosto. Ele logo ficou mais perto, totalmente preocupado secando a mesma de imediato.

-Por favor não chora.-Pediu com desespero e dor na voz, acalentando o rosto que se tornava cada vez mais molhado pelas lágrimas. -Pedir para que ela não chorasse, era como abrir a torneira que segurava toda a água. -Não suporto ver você chorando, principalmente por minha causa.

-A gente tem tudo a ver Adrien. Tudo.-Disse, o puxando pelo colarinho, precisando dele perto de si.- A gente se gosta. A gente se quer. Quer ver o outro bem e passar o dia inteiro juntos. Eu e esse cara não temos isso em comum, e se não temos, todo o resto é anulado.

-Mas...

-Eu quero você Adrien. Eu quero ficar só com você e com mais ninguém.-Disse soluçando, tendo certeza que a maquiagem já estava completamente borrada.-Eu quero dormir com você toda noite e te beijar todo dia. Eu quero ouvir sua voz de sono...eu quero até brigar, gritar de raiva, se isso significar te ter comigo.

Pulou nos braços dele, chorando com força contra o peito dele, apertando seu corpo contra o seu, o puxando pela camisa e implorando mentalmente para que ele acreditasse.

Porque era verdade. A mais pura verdade.

-Eu não estive com mais ninguém desde o dia em que você me deixou entrar no seu quarto naquela noite e cuidou de mim. Eu juro, juro, que só tem você na minha vida agora.-Confessou para ele de uma vez, deixando tudo sair e fluir sem seu controle. As frases se montavam sozinhas e em desespero, sendo ditas ainda cruas, sem filtro algum.- Eu nunca tinha chamado ninguém de amor antes. Só você...você é especial de mais pra mim.

Ficaria ali por horas se declarando se ele não tivesse a pego em seus braços, como uma princesa e a carregado pelo corredor que acendia suas luzes automaticamente a medida que passavam, até que chegassem no elevador.

-Para onde vamos?-Perguntou a menor, o vendo apertar o botão que os levaria para o térreo. Se olhou no espelho das paredes rapidamente, limpando com os dedos a bagunça que tinha feito em sua maquiagem.-Meu andar é o terceiro.

-Ainda é cedo.-Disse ele, colocando um das mãos no bolso e com a outra, segurou a de Marinette, entrelaçando seus dedos com carinho. Queria deixar claro que confiava nela e que a raiva que tinha se instalado em si, era para outra pessoa.-Acho que estou pronto para nosso encontro, se quiser, podemos ir agora. Tudo bem?

A cidade estaria toda iluminada e bonita, com poucas pessoas nas ruas por conta da hora, que na verdade não era tão cedo assim. Outro fator era a época do ano, aonde era caro viajar para Paris, afim de fazer turismo.

-Eu acho perfeito.-Disse por fim, fazendo o maior sorrir e lhe dar um beijo suave na testa.

As portas estavam prontas para serem fechadas, quando uma voz pediu que a segurassem. Marinette logo colocou o braço em meio ao metal, impedindo que descessem antes que a dona da voz feminina entrasse no compartimento de metal.

Adrien quase caiu para trás quando viu quem era.

Ficou nervoso com sua presença sem saber ao certo o do porque. Apertou a mão da mestiça com mais força, procurando algum tipo de apoio.

Mas porque estava tão nervoso?

Talvez pelo fato de que aquela garota se sentava todo dia a seu lado durante as aulas, ou pelo menos tentava, tentando flertar ou conseguir tirar algum assunto dele.

Nunca tinha falado de Kagami para Marinette, por motivos confusos, mas que para ele faziam sentido. Não queria que ela se sentisse mal ou triste, tendo ciúmes de algo que ele nem queria que acontecesse.

Não sabia se ela se incomodaria com o que estava, ou não estava, acontecendo entre eles. Do lado do loiro, nunca tinha ocorrido nada, mas não sabia o que ela poderia dizer.

Kioko estava com o semblante amargo e duro, sem nenhuma felicidade aparente, segurando a alça de sua bolça com força sobre os ombros.

Mas abriu um sorriso quando olhou quem eram as outras pessoas presentes no recinto.

Os olhos foram direto para Adrien, com aquele olhar de quem sabia exatamente no que ele estava pensando. De quem compartilhavam o mesmo segredo.

-Ola Adrien.-Falou em um sorriso largo se aproximando abruptamente para lhe dar dois beijos, um em cada bochecha, como era comum na França. -Como vai? Não vai me apresentar sua amiga?-Perguntou, dando um sorriso largo para Marinette, lhe oferecendo também os habituais beijos.

-Oi...como vai?-Perguntou baixo, um pouco constrangido pela situação, contrário a Marinette, que parecia completamente confortável. -Essa é Marinette, minha...

-Sou amiga do Adrien, é um prazer.-Falou sorrindo simpática, como sempre era quando conhecia pessoas novas.-E você? Da onde se conhecem?

-Kagami Tsurugi e o prazer é todo meu.-Falou com um sorriso brilhante, que traria a paz mundial e o fim de todas as guerras.-Eu e Adrien somos amigos, estudamos Física nas mesmas sala e períodos.

Amigos.

Marinette levou cinco meses para conseguir ter uma conversa civilizada com Adrien e aquela garota, em duas semanas, já tinha conseguido o título de amiga?

Impressionante.

Não queria, mas sentiu. Sentiu a pontadinha irritante de ciúmes, do sorriso bonito que ela enviava para ele e da jogada do cabelo curto para o lado.

-Então, amigos?-Perguntou sorrindo maliciosa, arqueando as sobrancelhas em um tom de desconfiança.- Com benefícios, certo?

Os dois riram, Marinette agora por estar mais tranquila quanto a garota e Adrien, pelo contrário. Sentia que aquele comentário não tinha sido muito bem intencionado.

-Já está indo? A festa mal começou.-Perguntou Marinette, desviando do assunto com astúcia, já que ele não tinha nada a ver com ela, o que Adrien aprovou completamente em sua cabeça.

Nunca tinha conversado com ninguém sobre Marinette e não considerava Kioko a candidata perfeita para desabafar sobre seus conflitos internos e relacionamento.

A única pessoa que confiava o suficiente para falar sobre aquilo, era sua mãe, que não estava ali para ajuda-lo. A segunda opção seria seu irmão, caso os dois ainda não tivessem a ferida aberta daquela briga passada.

Eles estavam conversando. Falavam bom dia um para o outro e se comunicavam por piadinhas, quando Marinette e Bridgetted estavam presentes, amenizando o clima.

Elas eram como duas âncoras, caso os dois perdessem completamente o assunto, as irmãs iniciavam outro. O limbo era preenchido pelo charme Cheng.

-Gosto de algo mais animado, entende?-Falou, bebericando um pouco da cerveja de sua garrafa de vidro.-A música...-Revirou os olhos com tédio.-Um porre.

Com aquilo, Adrien concordava.

O percurso até o terreo foi rápido, fazendo a despedida ser mais ainda.

-Acho que deu minha hora.-Falou sorrindo, vendo que seu uber já a esperava em frente ao prédio. -A gente se vê por ai, vamos marcar algo qualquer dia desses, ok?

-Pode ser.-Disse Marinette, dando de ombros, não querendo confirmar nada, sentindo Adrien passar um dos braços por seu ombro, a abraçando de lado.

-Perfeito.-Sorriu novamente, acenando antes e sair em direção a seu ingresso de partida.-Vocês dois são uma graça juntos. Meu casal.

E de alguma forma, os dois ali dentro não tinham certeza se aquilo era algo bom.

...

Tikki acreditava no charme do atraso.

Fazer com que os homens com quem saia esperassem por ela dez minutos a mais, para que ficassem mais ansiosos e nervosos, fazia parte do deu ritual.

Eles sempre tinham um sorriso maior quando viam que ela tinha aparecido realmente.

Nunca exagerava, esperando tempo de mais para sair de casa ou chamar a carona que a levaria ao local de encontro.

Mas aquele pequeno detalhe em sua personalidade forte, nunca tinha feito efeito positivo em Plagg, que odiava atrasos.

"Atrasar era charme no passado... Hoje, é a pontualidade que carrega a pompa e elegância do momento."

Abigail Aquino

Era um rapaz extremamente pontual, não chegando antes ou depois da hora marcada, estando no local combinado no momento certo.

Tikki já não dava a mínima para isso. Se não fosse algo importante e sem brechas, como uma prova para qual ela não poderia perder um minuto em seu horário, ou algo com sua mãe, ela chegaria quando bem entendesse.

Principalmente naquele dia em específico, em que Plagg tinha recebido uma ligação que a desagradou.

Lila tinha telefonado. Os dois conversaram por um tempo e algo que ela disse durante aquela hora de ligação, fez o moreno sorrir. Ele a esperava no sofá de sua casa, sentado com as chaves do carro na mão, incomodado com os cinco dez minutos que ela tinha se atrasado.

Aparentemente, pelo que ela tinha entendido, os dois se encontrariam na festa de Luka, para qual os dois tinham sido convidados. Ela tinha acabado chegado de uma viagem a Italia, na qual foi visitar sua família.

As fotos em seu feed eram prova de que ela era uma concorrente e tanto.

Estava com tanta raiva, que mesmo pronta, enrolou mais duas horas dentro e seu quarto, antes de saírem, somente para deixa-lo irritado. Resolveu coisas que não existiam e que não precisavam ser resolvidas. Refez a maquiagem leve e bonita mais uma vez, mesmo que já estivesse pronta a muito tempo. Reforçou o iluminador e o liptint, lendo os rótulos dos produtos, pesquisando o que as blogueiras tinham achado a marca.

Trocou de roupa várias vezes, usando por fim a que tinha planejado para aquela noite. A saia jeans preta justa contrastava com a blusa branca simples e sem estampa. A jaqueta era o verdadeiro destaque, sendo feito na cor preta, tendo como adorno um padrão complexo e bonito de brilhantes.

Tinha trabalhado na peça por meses, costurando a mão cada pedrinha. Estava orgulhosa e considerava aquele dia ótimo para mostra-la ao mundo.

A meia calça preta e os saltos simples da mesma cor, finalizaram o look, já contando com seus vários brincos de sempre e o colar de prata, que tinha como pingente um gota brilhante.

O verdadeiro destaque era seu cabelo rosa. Tinha o hidratado e tonalizado naquela manhã, para que ficasse brilhoso e deslumbrante para aquela noite.

Fez tranças, uma de cada lado da cabeça, prendendo o cabelo em um penteado bonito, o deixando sobre a cabeça em um coque despojado, com alguns fios soltos.

Os cachos só lhe davam mais destaque e personalidade.

Estava linda, estilosa e cheia e atitude, do jeito que amava estar.

Depois de ligar para sua operadora de celular e fazer um novo plano de internet, coisa que poderia ser realizada em qualquer outro momento além daquele e se despedir se sua mãe com uma longa conversa, os dois puderam sair.

-Você está linda.-Falou Plagg, com as mãos no volante, já saindo da rua da casa dela, dirigindo em direção ao prédio de Luka.

A que mantinha os olhos vidrados em seu celular, não desviou sua atenção para ele.

-Eu sei.-Falou seca, se esforçando para ser grosseira.

Sabia que estava sendo mal educada e não ligava. Ele não se importava em flertar com Lila em sua frente, porque se preocuparia com o que sairia de sua boca?

Cuspiria até um palavrão se tivesse vontade e oportunidade.

Ele não tinha culpa na verdade, já que estava perdido dentro da bagunça que eram os sentimentos dela. Não sabia que sua melhor amiga estava louca e amores por ele.

Ele seria um idiota caso soubesse dos seus sentimentos e fizesse aquilo em sua frente do mesmo jeito. Caso tivesse ciência, que fizesse longe e que não comentasse nada com a mesma. Que não pedisse conselho e nem desse lembretes do quanto era feliz com outra garota.

Principalmente quando a garota era Lila.

Logo ela.

Doía. Doía de mais. Doía toda vez que o via, que sentia seu cheiro e que escutava a sua voz.

Chorou alguns minutos em seu quarto, quando ele bateu em sua porta e disse que tinha chegado.

Ele também estava lindo. Lindo como sempre ficava quando se arrumava.

A calça de moletom larga e preta, junto a blusa branca grande, lhe dava um estilo swag. Uma corrente de prata no pescoço e um tênis estilo jogador de basquete -vermelho- da Nike, para finalizar.

Mas o que fez seus olhos se encherem de água, foi o casaco que ele usava. Ela tinha o desenhado, costurado e o presenteado com ele em seu aniversário.

Ele ficava perfeito com o vermelho, o preto e o branco que o compuseram. Estiloso e ao mesmo tempo casual, sendo algo que ele poderia usar em uma festa, ou simplesmente para ir ao mercado.

Sempre estava junto a ele, tendo prometido que nunca deixaria ninguém usa-lo além dela. Não queria que as garotas com ele ficava, as muitas, ficassem distribuindo seus perfumes no tecido especial que tinha levado duas semanas para escolher.

Michelangelo tinha levado oito meses somente para escolher o mármore que usaria para esculpir a Pietà.

Aquele casaco era a obra celebre de Tikki.

Luka era um bom amigo dos dois e combinou de fazer aquela social para apresentar algumas músicas de sua nova banda. Os dois deveriam estar ali antes de todos, para animarem o de cabelos azuis e lhe dar apoio moral.

Mas graças ao aparente retorno do namoro de seu melhor amigo, Tikki fez questão de atrapalhar seus planos.

Esperava que Lila já tivesse ido em bora quando chegassem horas atrasados, mas se enganou, quando a viu linda, sobre seus louboutins prateados caríssimos, tendo seu corpo adornado por um Chanel, verde escuro.

Ela estava maravilhosa, assim como seu sorriso quando abraçou Plagg.

-Oi meu moreno. Sentiu saudade?-Falou direta, mantendo seus braços bronzeados pelo sol italiano nos ombros dele.

Ele apenas assentiu com a cabeça, não sorrindo tanto quanto ela. Parecia feliz por fora, mas quem o conhecia como Tikki, sabia que faltava algo.

Faltava a animação que ele exalava pelos poros quando estava feliz de verdade. Faltava o sorriso branco e brilhante que só ele tinha.

Faltava o brilho no olhar. O brilho que aqueles olhos castanhos, grandes e profundos tinham, não estavam lá.

Não tinha paixão nenhuma vindo dele, o que só a irritava mais.

Sabia que ele não estava apaixonado por ela. Sabia que ela não mexia mais com seu coração como fazia antes. Então porque diabos estava nos braços dela? Porque continuava com aquilo, com a pessoa que tinha lhe humilhado e tirado sarro de si, se nem mesmo sentia algo por ela?

Porque?

PORQUE?

O que ela tinha de tão especial? O que Plagg, aquele anjo de homem que tinha o melhor coração do mundo, tinha visto nela?

Ela era bonita, sim, mas e o que mais?

-Olá Tiffany.-Disse a morena de olhos verdes, que se dava ao trabalho de falar com ela somente para agradar o homem com quem estava abraçada. Se não agradasse Tikki, não agradava Plagg.-Seu cabelo...ficou...uma graça. -Falou, pensando exatamente o contrário e deixando isso nítido em sua frase.

Tikki não dava a mínima para o que o único neurônio sobrevivente de Lila pensava sobre sua aparência. Ela se achava linda e não era a madame viajada que a diminuiria. Foi-se o tempo que as palavras dela a colocavam para baixo.

-Eu sei.-Respondeu, o que tinha dito para ele a minutos atrás, com o mesmo semblante cínico que ela, arqueando as sobrancelhas com o deboche nítido e cruel que só a Rosi possuía.-Sua roupa...um..não. -Concluiu, não tendo nada para elogiar.

-Tikki...-Tentou dizer Plagg, soltando a cintura da modelo para tentar conversar com a de cabelos rosados, que não pretendia ficar para ouvir a voz fina e esganiçada da princesa perfeita, sem defeito algum.

-Vou cumprimentar alguns amigos.-Sorriu para ele, fazendo seu melhor teatro para convence-lo de que nada estava errado. -Dar um beijo em Luka e pedir desculpa pela demora. Digo que você mandou um beijo também, só que na boca.-Riu, fazendo ele abrir um sorriso. Aquele sorriso.

Lila também fingiu uma risada, para se incluir dentro da conversa. Se ele tinha achado engraçado, ela tinha achado também.

Saiu de perto dos dois logo em seguida, não querendo olhar nem mais um segundo para a mão que fazia carinho no rosto dele.

O que os olhos não vêem, o coração não sente e seguir esse lógica tinha funcionado, pelo menos até ver Plagg de novo.

Ela estava sorridente, dançando a música animada, conversando com os colegas de faculadade e até flertando com alguns  garotos que elogiavam seu visual novo, seus olhos, sua voz, sua risada e sua respiração.

Tinha conseguido até mesmo algumas encomendas, para que fizesse peças para as calouras que queriam ir a mais festas, no objetivo de se enturmar com mais facilidade.

Qualquer lugar era lugar para trabalhar e ganhar dinheiro.

Estava aproveitando, até ver o batom vermelho da italiana, borrado na boca de Plagg e na barra de sua camiseta. Seu cabelo estava bagunçado e a camiseta meio desalinhada no corpo, como se tivesse sido tirada e largada no chão a pouco tempo.

Mas o pior disso tudo, era o casaco, o bendito casaco, nos ombros de Lila, que carregava seu sorriso borrado pelo batom como um troféu.

Aquilo partiu seu coração. Tinha a magoado mais do que qualquer sexo casual, rápido e dentro e um banheiro sujo, que os dois poderiam ter feito.

O casaco.

A garganta fechou e a vontade de ir para o colo de sua mãe, para chorar era mais forte que a gravidade. E foi o que ela fez.

Se despediu de Luka rapidamente e inventou que sua mãe tinha lhe ligado e que precisava de ajuda para resolver algumas coisas. Assuntos de família, coisa essa que o azulado também não gostava de conversar, então não fez tantas perguntas.

Saiu antes que Plagg desse por sua falta e a visse chorando. Correu direto para as escadas, dispensando o elevador, se sentando nos degraus de concreto, não tendo forças para chegar até o andar de baixo. Colocou as mãos sobre o rosto, querendo derrubar aquele prédio com a força de seu grito.

Se sentia patética. Patética por estar naquela situação novamente, depois de ter prometido si mesma que não deixaria o romance conturbado dos dois a fizesse  chorar naquelas escadas e novo.

E nem em lugar nenhum. Estava exausta de chorar por conta deles.

Checou sua carteira, se certificando de que tinha dinheiro para um táxi e para comprar alguma coisa para comer. A fome era grande de mais para que a matasse somente quando chegasse em casa.

Casa. Era o único lugar em que queria estar naquela momento.

Ligou para sua mãe, que de certa forma, já esperava uma ligação da filha em prantos. O soluço veio com muito mais força quando a voz suave, porém firme, de Eleonor chegou a seus ouvidos.

-Precisa contar para ele Tikki.-Falou, sem nem mesmo ouvir uma palavra saindo da boca da filha. Ela já sabia exatamente do que se tratava e o que diria para resolver.-Precisa dar uma chance a ele...uma chance de mostrar que merece o seu afeto. Ele tem esse direito.

-Mas mãe.-Choramingou, ouvindo um suspiro dolorido do outro lado da linha.-E se eu estragar tudo? Eu não vou aguentar se a gente acabar se afastando pra sempre. Vai ser doloroso de mais mãe, de mais.

-Mais doloroso do que estar me ligando a essa hora, de novo, pra chorar por esse cara?-Pergunto, ouvindo um choro mais alto como resposta.-Tikki.-Chamou a mãe, que ouviu um chiado como resposta.-Conte a ele.

-Mas como mãe?-Perguntou, limpando o rosto, vendo o marrom da maquiagem tingir seus dedos.-Eu não sei mais o que fazer pra que ele entenda que eu o amo.

-Você é uma artista Tikki.-Falou simplesmente.-Fale com arte.

E naquela noite, as exatas 01:24 da madrugada, sentada naquela escada, precisando escolher entre gastar seu dinheiro para pagar a corrida de taxi ou um croissants de baunilha, com o penteado completamente desgrenhado e a maquiagem destruída, Tiffany tinha tomado a decisão que mudaria sua vida para sempre.

Plagg descobriria seu amor da forma mais artística que ela conhecia.

O plano art, estava pronto e ansioso para ser executado o quanto antes.


Notas Finais


PEGA FOGO NO CABARÉ.
ENTÃO FOI ISSO MEUS PICHULEQUINHOS.

Eu devo admitir que chorei junto com a Tikki, porque só quem viveu sabe o quanto Friendzone é dolorida.

Sim, o Luka atrapalhou o beijo de propósito. Surtem.

Me diz de quem você sentiu mais raiva hoje? Kakakkakakakaka
Me: Lila.

Eu espero mesmo que vocês estejam gostando do meu jeito de escrever e que ainda estejam ai. Amo muito vocês. Muito mesmo.

ME FALEM SUAS TEORIAS. FALEM TUDO.

Gente. O que será esse plano???????
Jaja vocês descobrem kakkakakakakakaka

Amo vocês. Vocês são tudo pra mim.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...