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História Potest ( Vmin ) - A prova de tudo


Escrita por: len_bear

Notas do Autor


Se preparem para os impactos depois desse capítulo, boa leitura ✨

Capítulo 16 - A prova de tudo


Fanfic / Fanfiction Potest ( Vmin ) - A prova de tudo

Mesmo perplexo diante daquela situação, Jongin permanecia segurando Kyungsoo jogado para trás, sobre a parte metálica da pia de lavar louças. Foi tão rápido o jeito que Kyungsoo conseguiu se entregar a si. Não que fosse alguma surpresa isso acontecer consigo, mas Jongin o via diferente de outros que já havia se relacionado por pouco tempo, principalmente porque era só diversão repleto de sangue no final. Com isso, Kyungsoo estava longe de ter um final como este se dependesse de Jongin e sua paixão pelo mesmo.


Sabendo que tinha Kyungsoo em suas mãos, teve consciência de que não era para ser daquele jeito, ele era especial e tinha de o tratar como tal. Para Jongin: amor não era o bastante. Precisava de provas, apostar em tudo, inclusive, da parte do mais novo.


Vivido há mais tempo, sabia a decisão a ser tomada naquele momento.


— Você não está pronto para isso ainda — Ditou olhando nos olhos redondos e confusos do garoto — ...Entenda que não é como nos filmes em que se descobre que a pessoa que gosta também gosta de você e automaticamente se beijam e transam no mesmo dia.


— Ah... É...E-eu só fiz o que eu senti n-no momento — Seu rosto se tornou completamente avermelhado, desviando o olhar direto de Jongin ainda em cima de si — ...Sinto muito se te irritei.


— Não me irritou, me …preocupou — Se distanciou ficando em pé direito, puxando Kyungsoo pelas costas o fazendo sentar — Entendo que foi de sua vontade, mas você precisa saber que tem um tempo para essa hora chegar. E eu não estou inventando desculpas, você é novo e inocente. Alguém poderia te usar emocionalmente tão fácil…


— Claro que não! Eu gosto de você, eu sei o que fazer — Disse certo do que queria. Jongin suspirou fundo segurando suas duas mãos, brincando com as divisões dos dedos do menor — ...Eu sou estranho, né?


— Hm? — O olhou atento.


— Só não me diz por pena — Se entristeceu, Jongin não permitiu que olhasse para baixo, jogando sua própria cabeça para a frente do outro o parando.


— Você é perfeito ao meu ver, garoto. Eu estou apaixonado por você, odeio admitir, mas é a mais pura verdade. É o sentimento mais puro que eu tenho por você e eu quero ficar com você sempre — Lhe deu um beijo estalado soltando uma risada no final — Vou te levar para sair hoje.


— Aonde vamos? — Perguntou animado, balançando os pés soltos na bancada, longe do chão.


— Aonde já quis ir? — O questionou segurando o sorriso tramando algo.


— Ah, eu nunca fui ao shopping center…


— Não, tô falando qualquer lugar mesmo. País, cidades… Enfim — Deu de ombros. Kyungsoo o encarou sem entender o contexto daquilo, se era real mesmo o que havia dito — Pode escolher aonde você quiser.


— C-como? E vamos de quê? Eu não tenho dinheiro… Minha nossa, eu ainda estou de pijama! 


— Relaxa, só escolhe — Se apoiou na cadeira sentando do lado oposto, olhando de frente para Kyungsoo.


— Bom, eu não sei como ou o que está pensando, mas eu sonho em ir para Londres. Lá parece ser um sonho... Eu sei tudo sobre lá — Dizia desejando o lugar, visto apenas com o modo em que dizia — E então? Vai me explicar?


— Ah, sim. Temos um vôo marcado para daqui a 10 minutos, dá tempo para você se arrumar, não precisa de malas, vai ser só hoje e talvez amanhã, quem sabe, em outro lugar — Se levantou. Kyungsoo correu dando um pulo da bancada, até a escadaria de cima, deu meia volta para Jongin sentado.


— Aquilo que disse sobre mim… Era verdade mesmo? — Disse ruborizando suas bochechas. Jongin assentiu sorridente ficando com as bochechas iguais das do menor — Então tá bom — Travou o corpo não querendo sair de perto de Jongin, mas aquele pijama de ursinho o deixava com mais vergonha ainda. Se aproximou do moreno o dando um beijo estalado e depois saiu até seu quarto, Jongin ria bobo achando o garoto uma completa graça.


Realmente, era fofo demais.


Kyungsoo desceu vestido casualmente com um moletom médio e uma calça jeans. Jongin sorriu ao vê-lo segurando em sua mão as entrelaçando enquanto caminhavam até a porta de entrada. 


— Fecha os olhos e me diga como imagina lá — Ditou sereno e o menor obedeceu, ainda caminhando lentamente lado a lado.


— Eu sempre imaginei lá nevando… sei lá, acho que combina, e como estamos no outono, sempre penso nas folhas alaranjadas caírem e que as luzes da cidade iluminam a cidade junto com os barulhos do relógio da cidade badalando e… Eu não sei mais o que dizer, acho que só estando lá — Deu uma risadinha no final. Jongin os teletransportou enquanto ouvia o garoto sem que o mesmo percebesse. Foi rápido e prático. Parando ambos na frente de uma estação de trem, numa calçada do lado de fora. 


— Pode abrir agora — Deu duas apertadinhas na mão de Kyungsoo o convencendo a abrir rapidamente — Estamos na estação central, eu conheço o mundo todo, se precisar me perguntar algo…


— V-você me trouxe… — Deu pulo para trás quando percebeu que estava na cidade dos sonhos — M-mas com- como isso é possível?


— Usei método que vocês não estão acostumados a usar — Deu uma piscadela. Kyungsoo não conseguia esconder sua reação, não tendo palavras para descrever o quanto estava feliz — Pode dizer " obrigado " depois, agora é engraçado sua reação.


— Jongin… — Sua respiração se tornou ofegante e em seguida pulou no maior o agarrando para um abraço, rodopiando ambos — Você é incrível — Voltou ao chão dando pequenos pulinhos.


— Quem diria aquele garoto mal humorado de fone que eu conheci virar essa gazela de repente — Brincou levando um soco frouxo do menor — Agora posso te chamar de ursinho quando eu quiser.


— Quando soube que esse era meu apelido?


— Hm, segredo — Voltou a segurar sua mão, agora caminhando para a cidade — Tomara que não me reconheçam depois da chacina que fiz na última vez — Segurou o riso.


— Jongin?! — O olhou apavorado — E se reconheceram, eu vou ficar aqui sozinho? Se meus pais souberem que…


— Sabia que essa seria sua reação — Gargalhou mas Kyungsoo não conseguia achar graça naquilo — Que foi? Ah, fica tranquilo, eu não vou ser preso ou seja lá o que está pensando. Eu vim com você e adivinha? Ninguém está nos vendo.


— N-não?! — Olhou em volta passando despercebido por várias pessoas que passavam por perto quando normalmente passariam ao olhar se percebessem que as encaravam — Estamos invisíveis?


— Exatamente, eu consegui te passar isso por causa do teletransporte, mas não pense que vai dar uma de homem invisível por aí, viu? — Riu fraco — Achei que se sentiria mais confortável se fizesse o que quisesse aqui sem ninguém o julgando.


— Você faz isso quando está sozinho?


— A- às vezes — Admitiu.


— Sendo assim — O puxou para atravessar a rua enquanto os carros ainda estavam em movimento. Jongin se assustou de primeira, mesmo sabendo que nada aconteceria.


Kyungsoo começou a se jogar na frente dos carros que o atravessava, rindo sem parar, Jongin começou a fazer o mesmo. Entre outras coisas o dia inteiro. Chegando o fim da tarde começando a ventar deixando as folhas secas das árvores caírem como Kyungsoo imaginou. O garoto olhava para o céu sentindo a brisa fria batendo em sua pele, seu rosto estava rosa de frio. Jongin o deu um gorro tirado de qualquer canto. Kyungsoo o encarou enquanto o moreno colocava o gorro em sua cabeça levemente, ajeitando para que ficasse aquecido. Jongin o encarou da mesma forma, sentindo um frio na barriga toda vez que sentia aquela sensação de estar com uma pessoa que gosta de um jeito especial. E Kyungsoo causava aquilo toda vez que se encontravam, mesmo percebendo somente depois. Se aproximaram aos poucos durante a troca de olhares persistentes, tocando os lábios um do outro, se arrepiando com o toque sútil. Debaixo do sino badalando, indicando a hora vindo do grande relógio da cidade de Londres, o beijo se fortalecendo aos poucos… Kyungsoo não precisava se preocupar com mais nada. Jongin estava se arriscando em se apegar tão profundamente ao garoto, ignorando o fato do amanhã e vivendo o agora.


Seu coração estava batendo depois de muito tempo inativo por causa dele.



••Ω••



Taemin acordou mais tarde do que deveria, percebendo a ausência das atividades de Jimin normalmente, trazendo um silêncio duvidoso no apartamento. O garoto parecia nem ter acordado hoje, e aquilo assustava Taemin de alguma maneira. Pensava que havia passado mal ou algo do tipo e não prestou ajuda para o loiro por receio. Era bem típico de Jimin fazer isso para não o preocupar. Taemin deu uma breve olhada no vão da porta meia aberta para ter certeza de que não havia ninguém. 


Se levantou passando pela porta, não se deparando com o garoto na sala de estar, nem no corredor ao lado. Andou pela cozinha e nada do garoto, porém a carta jogada no chão o chamou atenção. A pegou mas não entendia nada do que estava escrito, parecia uma outra língua cheia de símbolos em cada linha. Taemin a deixou em cima do balcão ignorando aquilo, voltando a procurar por Jimin. O banheiro estava aberto e com as luzes apagadas, obviamente estava vazio. Taemin começou a se preocupar pensando que havia saído e ainda não voltado. Parou para pensar com calma uma solução para isto, mas não tinha nem como ligar para Jimin. 


Entretanto, no meio daquele silêncio, se pode perceber alguns sons abafados vindos da varanda. Taemin correu para onde se ouvia o barulho, abrindo a cortina e o vidro. Jimin estava sentado encolhido olhando para a vista do hotel. Se assustou com a presença repentina de Taemin, virando sua cabeça rapidamente em sua direção, transparecendo as lágrimas molhando seu rosto, debaixo dos olhos inchados. 


— O que houve? — Deu um passo  afrente  — Se machucou em algo e não quer me contar?


— Queria que fosse, talvez me machucava menos — Mostrou um sorriso falso, se acabando de chorar novamente. Taemin se pôs de joelhos no chão o abraçando, encurvando seu corpo, o fazendo deitar na curva de seu corpo. Jimin mal conseguia falar deixando Taemin sem reação ao vê-lo daquele jeito.


— Pelo visto, eu não vou conseguir adivinhar o que você tem… — O confortava em seus braços — Me conte o que houve, talvez eu possa ajudar…


— ...Eu...Eu me lembrei — Sua voz estava trêmula, deixando o jeito de falar fanha — Eu me lembrei de tudo…


— De tudo? — Exclamou contente — Mas, e essa carinha? Pensei que ficaria feliz quando se lembrasse.


— ...E estou — Mentiu, não teria sentido em dizer sobre Taehyung e muito menos o fazer entender que estava morto — Senti tanta falta da minha família e vida boa que acabei não aguentando… Eu quero tanto os ver, ver Nico, eu não aguento mais ficar longe deles… Eles não sabem da minha situação, eu preciso os ver antes de tudo… —  Tinha um propósito. 


Tudo o que era necessário para Jimin agora era o conforto da família que não via há muito tempo por estar sempre ocupado com a missão difícil. E agora que estava preso em apenas um mês no campo vital, não tinha chance de aproveitar seus últimos momentos com quem mais importava.


— Eu te levo, não precisa se emocionar tanto… Está tudo bem, vocês vão se ver — Acariciava sua cabeça cuidadosamente enquanto dizia baixo — Prometo que isso vai acontecer.


— Não precisa se doer por mim — Fungava baixo — Foi um baque para mim, eu precisava disso…


— Mas não precisa sofrer sozinho — Continuava as carícias nos fios do menor — Me assustei quando não te vi acordado, já está de tarde até.


— Sinto muito por ter te assustado… — Jimin se afastou aos poucos do loiro, enxugando as lágrimas com as pequenas mãos — Eu preparo a refeição hoje, você me parece exausto.


— E estou…


— Melhor dormir, eu te ajudo com isso.


— Eu não consigo, já tentei — Abaixou o olhar — Você precisa se alimentar, ainda preciso te dar o remédio…


— Deixa, eu tomo, preparo tudo hoje enquanto você descansa — Se ofereceu, apoiando a mão no ombro do rosado o despertando a atenção, olhando para seu rosto — Prometo tomar o remédio, não precisa duvidar.


— Vou confiar em você, Taemin — Ditou sério — lembre-se do que eu te disse sobre mentir para mim sobre sua dependência alcoólica….


— Eu sempre me lembro — Confessou — Não quero te afastar, você me faz bem e os meninos gostam de você. Seria burrice te enganar sobre algo que está se esforçando para me fazer melhorar.


— Que bom que sabe — Balançou a cabeça em seguida rindo baixo com a seriedade do assunto — Você tem que escovar os dentes depois que levanta, sabia?


— Ei! — Deu um soquinho de leve no joelho do outro enquanto checava o mau hálito — Não está tão ruim assim.


— Está péssimo — Provocou — Não imagino como consegue não sentir isso.


— Pois bem — Se levantou — Nada que uma boa escovação não resolva. Já você, vai direto para a cama — O puxou do chão deixando-o de pé — Se não conseguir, me chama.


— O que vai fazer se eu não conseguir? — Questionou curioso causando uma reação sem jeito do loiro soando engraçado.


— E-eu, bem… Cafuné? Algum tipo de chá também…Não sei — Se direcionou para o lado de dentro, batendo de frente com o vidro divisor — Merda, quem inventou de botar um vidro no meio das paredes?


— Você é hilário — Riu enquanto passava para o lado de dentro. Taemin sorriu com o comentário sem que Jimin percebesse — Se eu não conseguir, eu te chamo, só para confirmar…


— Ah, claro — Assentiu e Jimin deu um breve sorriso, passou o olhar para a carta no balcão, a pegando sem que Taemin percebesse, em seguida se fechou no quarto.


Taemin se sentia mais idiota do que de costume, culpava o remédio por estar agindo de tal forma como se fosse algum tipo de efeito colateral. Se sentindo um adolescente possivelmente gostando da pessoa que provavelmente jamais ficaria com alguém como ele. 


Talvez estivesse certo, mas não teria certeza se não se arriscasse. Começando por o ajudar a ver seus pais como forma de retribuição por tudo que já fez por si. Prepararia tudo para ser um grande reencontro. Só precisava do contato deles, o que deixaria para quando Jimin estivesse se sentindo melhor, mas nada passaria dessa semana. Logo, a última em que ficariam naquele hotel e finalmente voltariam para a pousada. Taemin estava aceitando cada vez mais rápido a ideia de procurar um emprego assim que chegasse, sendo um grande passo para sua melhoria, isso depois de se tratar no hospital para desintoxicar seu corpo. 


Voltaria diferente do antigo Taemin. Não tinha dúvidas disso.


No outro cômodo, Jimin se cobriu com as cobertas deitado na cama, mesmo não estando com frio, sentindo essa necessidade por estar ansioso toda vez que via a cena de sua morte quando piscava o olho. Se mexia para todos os lados, angustiado, embrulhando seu estômago. Lia a carta pela segunda vez com mais atenção, amassando-a contra seu peito sentindo a dor de Taehyung naquelas palavras.


" Eu não sei mais no que acreditar…"


" Você era o amor da minha vida… "


"Não sei se deveria te amar depois de tudo…"


" Mentiu para mim esse tempo todo "


" … Eu confiei em você " Ditava mentalmente lutando contra seus sentimentos por Taehyung.


Pensava que iria desmaiar de tanto calor que sentia no meio de tanta coberta, ainda mais naquela tensão mental em confronto entre a emoção e a razão. Tirando sua vontade de dormir mais uma vez.


Hoseok ainda não havia aparecido, estava ocupado desvendando segredos com Namjoon e Jaehyun durante a guerra no reino de baixo, se esforçando para ser o mais rápido possível para impedir que a guerra continuasse. Também sendo difícil para eles terem de agir sozinhos, rondando a sala do trono conseguindo a passagem graças a Hoseok. Jaehyun tentava abrir a porta da estufa mas era quase impossível estando trancada.


— E se não for bem o que ela diz que é? — Indagou Namjoon procurando por alguma pista pelo local.


— Eu pensei nisso, ela sempre consegue se despistar nas falas… — Disse Hoseok fazendo o mesmo do outro lado da sala — Será que é certo o que estamos fazendo?


— Amor, é nossa única escolha…


— " Amor "? — Repetiu olhando rapidamente para ambos em silêncio — Eu estou louco ou foi isso mesmo que eu ouvi?


— Nã-


— Foi — Interrompeu e Jaehyun arregalou os olhos para Namjoon tão confiante — E você não vai falar nada porque estamos todos no mesmo barco agora.


— Namjoon! — Disse Hoseok nervoso.


— Calma, ele não vai fazer nada contra a gente, até porquê ele não tem moral para isso já que faz parte dos akmas mesmo sem entendermos como isso é possível — O tranquilizou sem tirar os olhos intimidadores para Jaehyun  — Temos tempo ainda para achar algo, Hyejin não pode ter escondido tão bem assim.


— Está na estufa, é óbvio — Desistiu do canto em que procurava algo, indo em direção à porta ao lado de Jaehyun — Não tem outro lugar que Hyejin passe o tempo cheia de segredos sem ser lá.


— Eu diria que a porta só não abre porque ela sabia que seria o primeiro lugar que viriamos.


— Mas ela disse que era aqui! — Reafirmou Jaehyun começando a achar que estava errado — Se não for aqui, é aonde?


Ambos os três pararam para raciocinar em silêncio. Hoseok deu um pulo chamando atenção de ambos no meio da sala.


— O portal?! Eu não sei como vamos tirar algo de lá, mas…


— O portal está fechado desde aquele evento de Park Jimin, o aventureiro. Não é lá — Disse Jaehyun certo de que não era — Tenho certeza que é aqui.


— Mas a gente não tentou lá, ninguém sabe o que tem atrás dele quando se fecha, nem mesmo eu sei — Disse ficando entediado — Se não acharmos logo, já era tudo.


— Então vão para lá, eu tento abrir aqui — Disse Jaehyun encostado na mesma. Namjoon arqueou uma das sobrancelhas duvidoso, chegando mais perto da porta ao lado de Jaehyun — O-o que foi?


— Vou tentar abrir — Decidiu, Jaehyun saiu de perto da porta temendo que levasse um golpe qualquer do mais alto.


— Cuidado para não quebrar.


— Só quero ter certeza de que não está mentindo para ficar com a verdade só para você e depois levar isso em conta — Jaehyun olhou para Hoseok e o outro deu de ombros pois sabia que esse era o jeito.


— Eu não menti!


— Isso é o que veremos se essa porta abrir — Colocou a mão na maçaneta, não conseguindo abrir — Tenta de novo, Jaehyun, eu vou estar vendo.


— Se você prefere assim. Mas digo que não é nenhum truque — Girou a maçaneta abrindo a porta no mesmo instante — Uau… — Olhou para dentro pelo vão da porta.


— Por que da primeira não foi? — Indagou Hoseok olhando para dentro da estufa junto com os outros.


— Não sei também — Disse Namjoon confuso.


— Então… É aqui que ela vive se mantendo quando se sente mal? — Jaehyun adentrou primeiro, sentindo as flores brilhantes em seus pés, caminhando no meio das mesma tomando cuidado para não pisar. Namjoon e Hoseok entraram em seguida, fechando a porta — O que acharemos aqui? Só tem flores.


— Cada flor é uma parte da história… É uma emoção deixada por ela — Ditou ao perceber a semelhança entre o que criou para seu protegido — Igual as borboletas do Jimin… — Sussurrou a última parte — Eu poderia dizer por onde começar se não fosse tantas, vamos ter que nos separar e juntar tudo depois… Senão não vai dar tempo.


— Hobi tem razão — Disse Namjoon — Eu vejo por esse lado — Caminhou para o lado norte do jardim.


— Parece que nada que vem de mim conta… — O de óculos revirou os olhos, indo de acordo com a ideia de Hoseok bufando.


— O que disse?


— Nada, vamos acabar logo com isso — Se sentou pegando uma das flores em sua mão. Ela brilhava e não tinha uma cor específica, só transmitia uma quando Hyejin estava por perto e emitia a cor dos seus sentimentos. Disso Jaehyun sabia, só não imaginava o que elas eram capaz de contar através de tanta história envolvendo o reino, Akma, e até mesmo a si. Tocou na flor transmitindo a imagem pelo som da voz de Hyejin de fundo, a cada parte contada, uma pétala caia. Não era do inicio de tudo, mas era de uma parte importante.


Namjoon havia pego a parte inicial e Hoseok a última parte.


Sem saberem o motivo pelo qual a Deusa, divina adorada por todos, escondia de seus adoradores.



••Ω••



Seok-Jin e Hyejin se encontraram no meio da batalha, ele não queria brigar, mas ela estava completamente o contrário e totalmente fora de si.


— Pare já com esse drama todo, eu sei o meu erro, eu sei das regras, mas porra, Hyejin! Não precisava disso, só está prejudicando a todos — Se dirigia a mulher ainda em sua forma monstruosa, Hyejin o encarava inacreditada, se mantendo parada em vôo batendo suas longas asas douradas.


— Quando virou empático, Seok-Jin? Não é sua cara falar essas coisas ainda mais quando eu estou certa.


— E está agindo por impulso. Eu sei o que fazer com o garoto, agora pare já com essa merda, vai acabar com tudo! Não estávamos preparados, foi covardia da sua parte.


— Covardia foi o que fez comigo há muitos anos atrás, quando eu tinha acabado de perder Whee-In…


— Chega dessa história, inferno, supera! — Abominava aquele assunto toda vez que Hyejin fazia questão de o lembrar do passado — Agora se ponha no seu lugar como representante e recue, por mais que doa no seu espírito egocêntrico, é o melhor a ser feito desde já — Hyejin se calou o medindo incrédula — Aproveite que eu estou sendo paciente e te pedindo para sair daqui.


— Eu não quero esse casal nojento no meu reino, acredito que já se apegou demais ao garoto, a ponto de deixá-lo com Jimin frequentemente… O que prefere? Hm? 


— Para com isso — Pediu irritado — Vai embora, eu estou te dizendo, vai embora!


— Pode fazer o que quiser com Taehyung, eu não me importo. Mas você teve as suas chances e quase botou Jimin em perigo. E como um ser do meu reino, eu não admito essa conexão, você sabe muito bem disso.


— Sabe também que eu não gosto, que odeio tanto quanto você, mas você leva para o emocional e não percebe a merda que está fazendo — A calou novamente não deixando a mesma falar quando apenas tentava — Sabe o pior? Que nada disso é sobre proteger seu reino e muito menos Jimin — A confrontou contra a própria verdade  — É sobre si mesma e o quanto é podre por dentro e, ainda pior, não assume isso.


— O que-


— Somos iguais, Hyejin, aceite. Eu sou cheio de defeitos e percebo isso. Mas você… a Deusa perfeita e divina que todos amam não erra nunca, pobrezinha… — Afinal a voz em tom sarcástico — Não faz nada de errado, e se faz, foi porque não soube como agir de outra forma.


— … Vamos lutar como dois rivais, igualmente há o de anos atrás, quando você era um demônio de verdade. Atualmente, eu estranho você por não fazer nada do que costumava antes, só fica babando em Taehyung o dia todo e não faz nada para merecer isso. Se aposentou ou não dá conta? — O moreno não sabia o que dizer — Vai, pegue sua arma e me perfure, vamos lutar igualmente, soco a soco… — Tentou o dar um golpe mas Seok-Jin a deteve, segurando em seu pulso.


— Hyejin, recue… — Pediu mais uma vez — Isso aqui não vai adiantar nada — O reino estava um caos, pior do que de costume, mas todos estavam conseguindo ficar estáveis durante a luta — Eles não me atacam porque eu sou seu principal alvo, mas nem isso você está conseguindo se concentrar.


— Eles vão pegar Taehyung se estiver sozinho, sabem que é o segundo alvo — Disse convencida — Se você o proteger, eu recuo.


Hyejin o olhava vitoriosa, Seok-Jin negou com a cabeça em confronto contra sua própria decisão. Se dando conta que era melhor recuar do que causar uma destruição da qual tirou a vida do seu antigo grande amor.


— Ele merece ser castigado… — Admitiu voando para trás aos poucos — Mas não por vocês — Voou apressadamente para o palácio deixando Hyejin sozinha no meio das batalhas.


Hyejin sentiu uma pontada no peito, percebendo o impacto daquela fala. Ninguém era importante para Hyejin como Taehyung virou para Seok-Jin. Não tinha quem amar e por isso estava tão desequilibrada em todos os sentidos. 


Porque a falta de amor afeta a alma da pior maneira.


Se deu conta da má ideia que teve ao ver todos os seus seres brigando corpo a corpo e alguns com suas armas ferozmente. Hyejin fez um sinal para que parassem, os fazendo a seguir até Angelus novamente abrindo o grande portal. Os seres de Akma não tentaram nada, apenas se aliviaram do pior que poderia ter ocorrido, permanecendo no reino, grande maioria gritava insultos contra os rivais, e os angelus não podiam dizer nada sem a condição da rainha, que claramente, estava incapaz de tentar algo.


O impacto dessa luta causou um terremoto rápido em vários países. Assustando todos ao redor do mundo,  provocando tremores debaixo da terra, mas nada que pudesse agravar a situação como a primeira guerra fez: destruindo toda a primeira criação tendo que ser refeita em anos depois.


Hyejin se manteve distante em seus pensamentos na volta ao reino, sem nem mesmo verificar se os angelus sobreviventes estavam bem. Pensava somente em si e como aquela frase a afetou.


Quem sequer conseguiria preencher seu coração vazio sem ser Whee-In?


Invejava Seok-Jin profundamente por isso.


Quando que, o mesmo corria para verificar Taehyung jogado no quarto, o garoto estava do mesmo jeito de quando havia saído, e aquilo era bom para Jin. O moreno machucado se tremeu quando viu Seok-Jin voltar em sua forma normal, aproximando os passos apressados até sua direção, Taehyung fechou os olhos sentindo sua boca trêmula.


— Tae… Me desculpa, ok? — Agachou acariciando os cabelos do menor que se afastou por defesa — Eu me precipitei… Fiquei com medo de que viessem te atacar… Me perdoe pela marca no pescoço, eu fui impulsivo. Deixe-me dar um jeito nisso… Puts, sua boca está toda machucada — O encostou sendo barrado pelo mesmo com o outro braço — Por favor, entenda que eu estava de cabeça quente.


— N-não toque em mim… — Rolou para trás batendo contra a parede — F-fique longe de mim!


— Taehyung, colabora, eu só quero me desculpar — Se ergueu indo até o mesmo. Quanto mais passos dava, mais Taehyung se distanciava pelo chão — Você que sabe, eu iria oferecer sua ida até sua família oficialmente… — Disse manso e Taehyung riu debochando.


— Até parece que eu vou cair nessa tão fácil. O que quer que eu faça para ter isso? Uma sentada? Um boquete? É só isso que preciso fazer? Não fode… — Negou com a cabeça, desconfortável pela dor causada por hematomas deixados pelo corpo.


— Eu não estou brincando, se confiar em mim e não mentir como fez das últimas vezes, eu vou o libertar daqui — Disse pleno — Você sabe que é verdade, fiz tudo para que pudesse se encaixar aqui com o tempo que precisasse até ir embora.


— E como posso ter certeza? Como pode confiar em mim assim do nada? Como posso confiar em você?


— Eu te amo, e isso é tudo o que eu peço. Um pingo de confiança e só.


— Ah, ama… Eu posso fugir, sabia? Para bem longe, onde nunca poderia me encontrar.


— Não faria isso se quisesse ver sua mãe e seu irmão — Se virou para trás soando esperto em limitar as opções de Taehyung — Aliás… — Estalou os dedos, o fazendo ficar novinho em folha como antes, sem hematomas e marcas no pescoço — Vai passar o resto do mês aqui. Prometo cumprir a promessa depois desse mês.


— E quanto a minha função?


— Não é preciso agora, ela é uma das poucas necessárias nessa época do ano — Viu Taehyung se levantar, abrindo um sorriso apaixonado enquanto se aproximava do mesmo — Vai ficar somente para mim… Somente eu e você.


— Você sabe que eu odeio isso… Por favor não me toq- — Abaixou o olhar quando Seok-Jin o abraçou de forma amorosa. Taehyung apenas conseguia sentir nojo sentindo aquele cheiro amargo impregnado no seu nariz — Me solta… — Pediu baixo segurando o choro, Seok-Jin o apertou mais forte quase o sufocando no abraço.


— Está tão bonito… Como sempre foi — Passou o dedo para ajeitar a franja do garoto — Por sorte o reino não foi danificado, não precisamos nos preocupar com os restos da " guerra ". Na verdade, vamos fingir que essa nem existiu.


— P-por favor, está me machucando… — Pedia receoso olhando para baixo.


— Hyejin está cada vez mais louca, ela precisa urgente arranjar alguém ou simplesmente passar o cargo adiante, já está patético essas vindas dela aqui — Continuava as carícias perto do rosto do menor — Às vezes penso que ela sente minha falta e de como fui incrível com ela na cama, mas não era como se eu quisesse ela… Foi uma rápida vingança.


— S-seok-jin, eu i-imploro… — Fungou o nariz.


— Quer saber? Melhor deixar para lá esse assunto, morre aqui, agora só quero lhe recompensar pelo o que eu fiz… Eu faço o que quiser, desde que seja vantajoso para nós dois — Riu brincalhão.


— Eu não estou me sentindo bem, Seok-Jin — Deu um passo para trás, se auto abraçando temendo mais uma vez o mais velho.


— Jin — O corrigiu — Somos casados, já disse que não precisa de formalidade comigo. E outra, sei que é tímido, mas você sempre se entrega depois… — Deu várias risadinhas indo o alcançar, recebendo um tapa forte na mão — Que isso, Taehyung?


— Fica longe de mim, por favor, eu não aguento mais olhar na sua cara e ouvir sua voz… Para mim já deu, me devolva para minha família, eu não passo mais um mês aqui sendo manipulado por você seu doente! — Dizia batendo os dentes, e pelo seu corpo estático, cada vez mais nítido o seu medo, estava arriscando tudo com aquele desabafo. Seok-Jin o puxou pelo braço sem cuidado, diretamente para uma porta que dava um quarto escuro — Me solta!


— Você precisa pensar um pouco antes de bater em quem te ama de verdade — O jogou lá dentro — Eu volto quando tiver consciência do que fez e se propôr a pedir desculpas — Fechou a porta deixando Taehyung na completa escuridão.


— Desgraçado! — Berrou não conseguindo enxergar mais a porta. Aquele quarto era extremamente quente, afetando a disposição de Taehyung, o amolecendo aos poucos. Desmaiando em seguida.


Seok-Jin se sentou na sala do trono como se nada tivesse acontecido. Percebeu a presença de Jeon por perto, abrindo a porta logo antes do mesmo bater.


— Diga, não estou no meu melhor dia — Suspirou profundo. Jeon adentrou fazendo uma reverência.


— Perdão o incômodo, mas queria que soubesse que eu vou cuidar de toda a destruição causada por hoje, e ajudar na regeneração dos akmas, pode ficar despreocupado — Avisou de um jeito responsável.


— E? — Indagou e Jeon parou sem reação — Eu não estava afim de fazer nada hoje… Agradeço sua boa vontade, veio na hora certa, agora pode sair…


— Há algo que o incomoda, senhor? 


— O que acha? Meu reino foi invadido por aquela louca e o bando dela de empáticos e salva vidas da sociedade. Eu me matei para a convencer ir embora e agora meu marido está puto comigo, tem como piorar?


— Sinto muito por isso… Talvez eu ajude fazendo o que me propus — Engoliu em seco — Espero que fique bem.


Assistiu o mesmo dando meia volta saindo da sala. Analisando alguma vantagem do garoto competente a seu favor depois de um dia medíocre e caótico, massageando sua mão no queixo enquanto pensava.


— Jeongguk, você é um dos meus melhores aqui… — Realçou — Tem a obrigação de fazer tudo para manter o reino, por isso te deixei perto do palácio agora. Isso quer dizer também que pode fazer mais que o necessário para ser sempre o melhor, estou sendo claro?


— Está insinuando que a minha parte não é o suficiente, senhor? — O mediu captando a mensagem — O que é preciso eu fazer para conseguir sua total confiança?


— Me tirar do estresse… — Mordeu o lábio inferior e Jeon fez o mesmo caminhando em sua direção — Se conseguir, terá vantagens, mais do que já tem — Se levantou — Taehyung não precisa saber.


— Sou bom em guardar segredos — Passou um olhar provocante para Seok-Jin — Eu também precisava disso… Preciso das minhas vítimas lá fora urgente… Kim me faz falta, pena que tive que a matar...


— Você é competente — Passou a mão por baixo da camisa de Jeon, arranhando seu abdômen — Gosto de gente de palavra.


— E eu gosto quando me dominam — Encravou as unhas de Seok-Jin em sua pele gemendo em seguida — T-tem problema se eu gritar?


— Nenhum. Taehyung agora deve estar num sono bem profundo… — Massageava no meio das pernas do menor por cima do tecido de couro da calça — Que fique somente entre nós, quem sabe não fazemos mais vezes?


— Muitos queriam estar no meu lugar agora… Eu darei o meu melhor — Se aproximou para o beijar, porém, Seok-Jin desviou, sorrindo perto de sua orelha.


— Ninguém mais pode encostar a boca além de Taehyung — Sussurrou lentamente de forma manhosa — De resto, é seu — Mordiscou a ponta da orelha do garoto, chupando no final.


Jeongguk se deixou levar pela lábia de Seok-Jin, se entregando para o mais velho em seu quartinho particular. Teria retornos favoráveis a sua reputação, pensando em um dia chegar no lugar de Seok-Jin se fosse preciso. Jeongguk era ganancioso e falso, sabia muito bem como conseguir as coisas por cima das pessoas. Seok-Jin tinha noção disso mas não ligava muito. Ele achava que nenhum de seus seres o apunhalaria pelas costas. Bom, Jeon tinha um plano para isso, igualmente ao que fez contra suas vítimas diárias, incluindo Kim, sua favorita, e seu melhor amigo, Yoongi. Era grato por todos por ter chegado aonde estava atualmente. 


Mas ele queria mais, necessitava de mais. De ser o grande e maior. Seok-Jin seria seu maior alvo por agora, focaria totalmente nele. E agora com esse ato de dormir com o patrão, bem, apenas facilitou o plano do pequeno diabo seduzente.


Como seu outro eu estava aprisionado em uma solitária, pensava em usar disso um pedido para Seok-Jin. Era muito mais eficaz trabalhar em dois de si do que somente um. Garantindo mais competência aos poucos e conseguiria provar do que era capaz e que não era somente como um mero akma. Não como Yoongi que apenas reclamava e não fazia acontecer. Jeon era mais que isso. Era impossível matar Seok-Jin com um poder mísero que tinha, mas isso ficaria para o último instante.


Quando tivesse certeza da dominação tomada do próprio rei.


Quando seria o Jeongguk jamais visto naquele reino e por todo mundo.


Notas Finais


Ah, e já decidi qual dos finais usar e tipo, mais um vai morrer com a dor no coração.


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