1. Spirit Fanfics >
  2. Pra você guardei o amor >
  3. Capítulo 8

História Pra você guardei o amor - Capítulo 8


Escrita por: OnlyMaria

Capítulo 8 - Capítulo 8


Emma começou a brincar com eles de esconde-esconde que foi evoluindo para uma série de outras brincadeiras. E passaram um bom tempo assim. Às vezes os adolescentes participavam, às vezes só observavam. Ela emprestou seu telefone a eles para que tirassem algumas fotos. Queria ter alguma recordação daquele dia.

Quando as irmãs chamaram a todos para uma refeição Emma finalmente pôde parar para prestar atenção em uma criança em particular. Ela havia brincado pouco e olhava de longe quando Emma começou a contar-lhes histórias, deixando a loira levemente intrigada.

A menina tinha a pele de um tom bronzeado que nem se Emma entrasse em uma câmara de bronzeamento hoje e saísse daqui a vinte anos conseguiria chegar. Tinha traços latinos e cabelos negros tão lisos que você tem vontade de passar a mão. Mas seus olhos são verdes, tão verdes que chegam ser desconcertantes. Quando todos saíram correndo para o refeitório Emma foi até ela.

_Olá. – Disse para a menina que recuou. – Sou Emma. Qual seu nome? – A garota olhava desconfiada para ela. Emma abaixou até ficar da altura dela. – Não tenha medo.

_Sou Sophia. – Um sorriso se formou nos lábios de Emma. Essa era Sophia. Ela era linda.

_Seu nome é lindo sabia? – A menina assentiu – por que não sentou conosco para ouvir as histórias Sophia?

_Não gosto muito de histórias. – Respondeu com uma seriedade assustadora para sua pouca idade.

_E por quê? – Emma questionou.

_Porque elas nos enganam. Não gosto de ser enganada. – disse assustando Emma com sua sinceridade e convicção.

_Não acho que as histórias nos enganem. Eu amo estar em vários lugares sem ao menos sair do lugar. Viajar por diversos reinos e conhecer diversas pessoas, mesmo que sejam no papel. Fiz vários amigos assim.  – Emma disse para a menina.

_Sempre achei triste ler histórias que nunca vão acontecer conosco. É como esperar por algo que nunca vai chegar. - Ela pareceu ponderar por uns segundos - Nunca havia pensado nas história por esse lado. – sua voz infantil era um contraste com sua fala perfeita.

_Isso é muito triste. Sempre considerei as histórias como minhas amigas. Sempre que estava triste lia uma delas, era como se conversasse com um velho amigo. – A menina parecia realente considerar. – Talvez você só tenha que tentar.

_Talvez. – respondeu seca.

_Você não gostou de mim? – Emma perguntou para a criança que corou furiosamente ao ser pega de surpresa.

_Não é que eu não goste de você. – ela disse – é que você é como uma história. Uma enganação.

_Como assim? – Emma quis saber um pouco chateada. Ela não era uma enganação.

_Quando você for embora tudo voltará ao normal e provavelmente nunca mais virá aqui. – lágrimas começaram a se formar em seus olhos – é isso que geralmente acontece. Eu só não me deixo enganar como as outras crianças. Nem todo mundo lida bem com tantos pequenos abandonos. E cada pessoa que vem aqui nos enche de esperanças só para ir embora deixando um pequeno vazio aqui. – A garotinha colocara a mão no coração para mostrar a Emma onde o vazio estava.

Emma não pensou em nada, pulou para frente e abraçou aquela criança com toda a sua força. Tão pequena e já tinha tantos muros, tantas decepções, tantos abandonos. Crescera muito cedo. Relutante e surpresa Sophia passou seus bracinhos ao redor do pescoço de Emma. Desculpa. A loira sussurrou em seu ouvido. Ela não tinha pelo que se desculpar e a pequena sabia disso, mas mesmo assim aceitou as desculpas dela.

Ficaram assim um bom tempo. Quando se soltaram Sophia já sorria, tímida, mas sorria.

_Quer conhecer um amigo meu?  - Ela perguntou.

_Claro.

Emma segurou aquelas mãozinhas enquanto era conduzida para dentro da construção. Sophia a levara por alguns corredores até chegar em uma sala que tinha várias crianças menores. Ela encaminhou a loira até um berço. Quando chegou perto a mulher pôde ver um bebê branquinho com os cabelos pretos lá dentro, sentadinho com um brinquedo na mão.

_Esse é o Henry. Ele não gosta muito de visitas. – Ela disse parecendo preocupada chegando perto do bebê que imediatamente largou o brinquedo e engatinhara até a grade para chegar perto da amiga.

 Emma se aproximou calmamente. Olhar as duas crianças ali interagindo mexera com ela de uma forma que não sabia explicar. Ia avançando devagar com medo de assustar o neném. Podia sentir todos os olhares da sala em si. As irmãs pareciam já se preparar para entrar em ação caso a criança começasse a chorar.

Chegou no berço e se abaixou na altura de Sophia, o bebê deixou de prestar atenção na pequena e olhou para Emma. Ele se ajoelhou e com uma mão atravessou a grade que o prendia tocando o rosto de Emma que não ousava se mexer. Sua mãozinha pousou em seu nariz, depois em seus olhos e por fim em sua bochecha. O silêncio era mortal.

Henry então deu uma gargalhada e bateu palminhas quase caindo para trás se desequilibrando, mas Emma o segurou a tempo. A loira se levantou e imediatamente o garotinho balançou os bracinhos e  a mulher prontamente o pegou. Ninguém parecia acreditar no que estava vendo. Nem Sophia. Ela sabia que tinha gostado de Emma desde o primeiro momento, agora mais do que nunca devia tomar cuidado. Ela sempre saía machucada. Já se virava para sair do local quando Emma se abaixou e a chamou, seus olhos brilhavam.

_Vem brincar com agente Sophia. A gente não gosta de brincar sozinhos. – O bebê ria e Sophia se aproximou, todos os seus medos deram lugar a um sentimento que ela, aos seis anos, ainda não sabia lidar. Esperança. Emma conquistara Henry e ainda assim queria estar com ela.  

Uma lagrima silenciosa passou pelo olho de Madre Cecília que observava a cena com o celular de Emma na mão. Tinha ido devolver o aparelho que tocava insistentemente. Mas desde o pátio fez algumas fotos que emocionariam qualquer um.

Emma poderia não saber o que fora fazer ali. Mas ela sabia, e era uma questão de tempo até que mulher descobrisse também.

 Quando finalmente recuperou seu celular Emma ficou assustada com a hora e com as vinte ligações de Regina. A morena iria matá-la. Ao largar as crianças sentiu um vazio incomodo em seu estomago, conversou com a Madre sobre uma ideia que tivera, e a senhora aceitou de bom grado.

 Mas precisava ir. Correu para casa digitando uma mensagem para a amiga.

--**--

Regina já ligara para todos os hospitais da cidade e nada de Emma, e isso não a tranquilizara nem um pouco. Já iria discar para a polícia quando seu celular vibrou. Era uma mensagem da loira, “já estou chegando. Desculpa.” Segundos depois chegou outra. “Não me mate.”

Mas isso serviu como um combustível para Regina que só queria bater em Emma com um gato morto até que o gato miasse de novo. Ela não podia fazer isso, Regina quase morreu de preocupação.

E o pior, fizera ela imaginar mil coisas que não fizeram nada bem a sua sanidade. Ao pensar que ela poderia estar com um namorado o ciúme tomara conta da morena de uma forma que ela não estava gostando.

Quando a porta do apartamento abriu Regina dirigiu seu olhar até lá. Quando viu Emma chegar com a roupa toda amassada e o cabelo desgrenhado parecia que ela tinha engolido um dragão que queria desesperadamente sair. Ela quase matara Regina para ficar se amassando com um cara que ela nem se dignou a contar para a amiga. 

Nenhuma das duas disse nada no primeiro instante. Emma via que a amiga estava furiosa e ficou com medo de provocar sua fúria ainda mais. Conhecia bem a morena. Morar com as pessoas ensinava isso.

_Desculpa. – Disse incerta se deveria ou não ter sido a primeira a se pronunciar. E Regina explodiu. Provavelmente não deveria ter falado nada.

_Desculpa? Você está pedindo desculpa?  -sua voz estava umas oitavas acima do normal, e ela caminhava lentamente na direção de Emma. – eu quase morri de preocupação. Liguei para seus amigos, para os hospitais. Você tem ideia de quantas ideias horríveis passaram pela minha cabeça Emma? – a loira recuou um pouco – não poderia ter mandando uma mísera mensagem? Regina estou me atracando com alguém aqui e vou me atrasar. – Agora ela já estava realmente gritando.

_Você acha que eu estava me atracando com alguém? – foi tudo que Emma conseguiu dizer. Regina não podia estar falando sério.

_Me parece meio obvio. -  Regina disse mais calma fazendo um gesto para Emma que se olhou. Suas roupas estavam todas amassadas. Ela riu e Regina ficou três tons mais vermelha, mas Emma só conseguia rir ignorando o perigo a sua frente – eu não acredito que você está rindo.

Emma atravessou a sala e correu em direção à amiga e a abraçou. Regina foi pega de surpresa, ainda estava chateada e não a abraçou de volta. Emma a apertou mais ainda.

_Desculpa. – Disse apertando a morena. Regina não cedeu. – por favor. – Regina não resistiu ao tom pidão de Emma e a abraçou de volta. Ficaram algum tempo assim. Regina empurrou Emma e a olhou sério antes de dizer.

_Nunca mais faça isso. Você não sabe o quão angustiante foi esperar aqui sem ter notícias se estava bem ou não. – Seus olhos expressavam toda a chateação de Regina e Emma se sentiu extremamente culpada.

_Não farei.  – Prometeu. E não estava mentindo.

_Quando sair com seu namoradinho me avisa por favor. – Emma riu de novo.

_Eu não estava me atracando com ninguém – Regina arqueou as sobrancelhas – eu sei que minhas roupas dizem outra coisa. Venha aqui, - Emma a puxou em direção ao sofá – vou te mostrar algo.

Elas sentaram no sofá. Emma pegou o celular. E pegou uma caixa que estava em uma sacola.

_Toma, devem estar todos revirados. Mas eram para você. – Regina abriu e viu vários bolinhos embolados. O cheiro era delicioso. Maçãs.

_Obrigada, mas não vai me comprar com bolinhos. – Regina ria com o canto da boca.

                _Não pretendia te comprar com os bolinhos. – Regina deu um olhar cético. – Olhe...

                Emma abriu o álbum de seu telefone. Tinha mais fotos que imaginava.

                _Onde é isso?  - Regina perguntou ao ver Emma em uma roda com várias crianças. A loira sorria encantadoramente. O interior de Regina se agitou.

                _Um orfanato a duas quadras daqui. Comprei seus bolinhos e quando caminhava para casa parece que algo me atraiu lá para dentro. Perdi completamente a hora brincando com essas crianças. Elas são tão carentes de atenção Regina. Você precisa ver. As irmãs fazem o que podem, mas nem todas tem a sorte que eu tive de encontrar uma família já não sendo mais um bebê.

                Olhando a cara de Emma e as fotos que iam passando Regina entendia porque dela não ter avisado nada. Nas fotos ela corria, segurava as crianças e contava histórias. A morena sorria. De repente Emma passou uma foto e seu sorriso se alargou.

                _Oh, não sabia dessa foto. – O retrato mostrava uma Emma sorrindo de todo coração para uma menininha linda, passaram a foto e as duas se abraçavam em um pátio aberto, Regina sentia um aperto no estômago com aquela cena, mas não estava realmente preparada para as próximas. A foto seguinte já era em uma sala fechada e só podia se ver um bracinho saindo de um berço tocando o rosto em perfil de Emma. A próxima era quando Emma levantava o bebê sorrindo. Aliás, todos que apareciam na foto sorriam com lágrimas nos olhos.

                As amigas se olharam, ambas estavam com lágrimas em seus olhos. Emma ficou profundamente emocionada com essas fotos. Ficaram em silencio algum tempo.

                _Me desculpe. – Emma pediu de novo secando as bochechas. – eu me apaixonei por eles e perdi a noção da hora e do tempo. - Regina entendia, sem nem os ver já estava apaixonada também.- Eu ofereci a Madre duas tardes da minha semana para um trabalho voluntário lá. Um clube de leitura, aulas de culinária, essas coisas.

Regina olhava boquiaberta para Emma. Ela sempre se surpreendia. Mas era a cara da amiga fazer isso. Teve que rir de si mesma por pensar que a loira estava se encontrando com alguém.

_Você sempre me surpreende, sabia? Sua ideia é muito linda. – Falava com o orgulho estampado em sua face.

_Então me perdoa por ter sido uma amiga relapsa e ter esquecido de te avisar e quase te matar do coração? – Perguntou fazendo uma cara tão travessa que Regina não aguentou e riu.

                _Perdoo se fizer algo por mim – Emma a olhou – vamos comigo a casa de minha mãe esse final de semana? Fui ameaçada por ela. Zelena e Robin estarão lá. Por favor? – Pediu choramingando juntando as mão como se fizesse uma oração.

                _É claro que eu vou. Mas você já tinha me perdoado antes mesmo de saber minha resposta. – Deu uma cotovelada em Regina.

                _Provavelmente. Mas gosto de pensar que sou um pouco mais durona do que isso. Afinal, tenho uma pose para manter. – a morena respondeu mordendo o bolinho de maçã e rindo para a loira.

                _Me dá um bolinho desses. – Emma disse tentando pegar um da caixa.

                _Não. São de minha propriedade.  – Regina tentava tirar a caixa do alcance de Emma. A loira subiu em cima dela no sofá o que fez com que Regina caísse deitada, mas ainda assim esticou seu braço para longe de Emma.  A loira estava por cima e começou a lhe fazer cócegas.

                _Para pelo amor de Deus. – Pedia a morena entre os risos. Com uma mão ela tentava parar Emma que estava sentada em cima dela. E com a outra segurava a caixa. Emma se aproximou perigosamente do rosto de Regina que vacilou, seus cabelos loiros caíam para frente.

                _Só se você se render. – Disse perto de seu ouvido. Pobre Emma, se soubesse como Regina já estava rendida e fazia um esforço incrível para não a puxar pelo seu pescoço e dá-lhe um beijo apaixonante. E claro todo bolinho do mundo que ela quisesse.

                Emma percebeu a distração da amiga e conseguiu pegar a caixa.

                _Hey, isso não vale. – Disse uma Regina tentando pegar a caixa de volta.

                _Primeira regra de batalha. Nunca se distraia. – Emma pousou o dedo no nariz da morena rindo da cara dela e depois saiu de cima dela.

                Regina continuou lá. Suspirou forte quando a loira se levantou. Seu corpo imediatamente reclamou sentindo falta da loira. Passou a mão nos cabelos frustrada. E jogou os braços ao lado do corpo mole. Como Emma podia não perceber que Regina estava de quatro por ela? Ainda não conseguia se mexer, não tinha confiança na força de suas pernas. Nunca pensou que se sentiria assim em relação a uma pessoa. Será que isso era o tal do amor? Regina não sabia essa resposta.

                _Já desistiu Regina? – escutou a voz de Emma de longe – eles estão deliciosos, acho que dá para comer todos.

                _Nem se atreva a me deixa sem Emma Swan. – disse enquanto ouvia a gargalhada da outra e se esforçava para levantar ainda sentindo a pele queimar com o toque da amiga.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...