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História Pra você guardei o amor - Capítulo 9


Escrita por: OnlyMaria

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 9 - Capítulo 9


O dia nem havia amanhecido direito e as amigas já estavam na estrada. A mãe de Regina, Cora, vivia em um sítio em Nova York. Havia se aposentado da carreira de Advogada e desfrutava da vida no campo. Segundo Regina, sua mãe estava doida para conhecer Emma.

                A loira também queria conhecer um pouco mais da família de Regina. Sabia que ela trabalhava e antes morava com o pai em Boston, mas aparentemente essa relação não era das mais promissoras, afinal sendo quem ela era, tendo o nome que tinha, poderia morar nas áreas mais nobres da cidade, e ela escolhera aquele local. Bonito, mas comum. Emma nunca havia perguntado, mas podia sentir. Esperaria até o dia que ela se sentisse confortável para contar.

                Conversavam amenidades pelo caminho. Podia sentir como Regina estava feliz. A rádio tocava musicas variadas e ambas cantavam junto com algumas.

                _Bem que me avisou para não pedir que cantasse. – disse Emma aos risos. – você é pior do que eu.

                _Falei que eu era uma decepção. – Regina ria dela mesma.

                O caminho foi preenchido pelos risos, pelas amenidades e pelas cantorias. Poderiam dirigir o dia inteiro que nem perceberiam, mas seis horas e meia depois Regina desacelerava o carro  entrando à direita em uma rua de cascalho que dava em um portão de ferro que se abriu sem ninguém aparecer. Alguns metros mais a frente, após passarem o portão Emma pode admirar a incrível casa de estilo renascentista, grande, branca e imponente com suas grandes pilastras.

                _Uau. – Emma não conseguiu reprimir a admiração e Regina sorriu – é linda.

                _Mamãe é um pouco exagerada, mas a casa dá essa impressão nas pessoas. O conjunto é exuberante. – Disse indo em direção à garagem.

                _Põe exuberante nisso. Você tinha que ter me avisado que era pra um lugar desses que eu estava vindo. – Ela passou a se olhar – teria me vestido mais apropriadamente.

_Emma você está ótima. – Regina disse rindo.

_Sei muito bem a impressão que causei em você com meu jeito de me vestir. – falou meio contrariada, já odiando a ideia de ter ido encontrar uma senhora elegante em suas roupas de grife. Regina parou o carro e se virou para Emma que estava completamente desconfortável.

_Essa é quem você é Emma. E você é uma das poucas pessoas nesse mundo que pode vestir essa camiseta com esses desenhos, essa calça acabada e essa jaqueta e estar extremamente linda.  – Emma corou furiosamente, Regina nunca havia dito nada disso, ao contrário, sempre implicou com suas camisetas.

_Você sempre implicou com minhas camisetas. – retrucou fechando a jaqueta.

_Porque implicar com você e te ver contrariada é um dos meus passatempos favoritos. Pode me culpar? – Ela ria da cara de Emma – Mas o mais importante é que você é autêntica. E é só com o que minha mãe se importa. Seja você. Ela vai te amar. – Regina colocou suas mãos em cada lado do rosto de Emma e lhe beijou a testa como se ela fosse uma criança. – Agora vamos antes que ela venha aqui nos tirar do carro.

Ambas saíram do veículo, pegaram suas coisas e marcharam até a frente da casa onde uma mulher muito bonita as esperava sorrindo de orelha a orelha e acenando.

_Meu Deus, achei que teria que buscar vocês em Boston. – disse descendo os degraus em direção a elas – Regina minha filha desnaturada – apertou a morena em seus braços – que saudade minha florzinha. – beijou todos os lados do rosto de sua filha. Emma sorria com a cena. Então a mulher virou para ela.

_Você deve ser a Emma. Criança, você é eternamente mais bonita do que nas fotos. – Emma corou novamente – E ela fica corada com elogios – a mulher riu abraçando-a também. – seja bem vinda a minha casa, é um prazer enorme conhecer você, Regina me disse coisas maravilhosas a seu respeito.

_Tudo mentira. – Disse fazendo todas caírem na risada.

_Duvido querida. Duvido. Venham, Regina vai te mostrar seu quarto. Robin, Zelena já estão por aí. Regina, Úrsula veio com os netos. Estão enormes. Estão brincando lá no quintal.

Regina levou Emma ao quarto que iria ocupar e foi para o seu. A loira colocou as coisas e ficou receosa de sair, não gostava muito de ficar na casa dos outros, mas ao olhar pela janela do quarto pode ver a parte de trás da casa, não muito longe passava um riacho e sentiu uma vontade enorme de ir lá.

Saiu do quarto, desceu as escadas e não sabia muito para onde ir. Tomou uma direção diferente da que viera e chegou na lateral da casa que dava para um imenso jardim com piscina, árvores e um gramado extenso, Zelena e uma outra senhora conversavam na borda da piscina e a ruiva acenou quando viu Emma.

As crianças andavam com o carrinho de Roland pelo quintal. Encontrou Robin e Cora conversando no deck.

_Venha cá querida. – Chamou Cora e Emma foi até eles. – quero que fique a vontade Emma, a casa é sua.

_É muita gentileza da senhora...

_Cora. Nada de senhora. – disse gentilmente.

_Certo, é muita gentileza sua.

_Como andam os estudos Emma? – Quis saber a mulher – Regina me disse que faz mestrado.

_Estão ótimos. É bem puxado, mas eu adoro. Às vezes passamos pelos escritórios da ONU ou pelas embaixadas e isso realmente me anima. – Sua voz era pura animação.

_Já sabe o que fará depois?

_Vou me inscrever para o doutorado. Mas só poderei ficar se conseguir a bolsa. Para isso tenho que me formar como a primeira da turma. Estou me esforçando.

_Aposto que conseguirá. – Disse Robin. – Ela é bem estudiosa mãe.

_Obrigada Robin. – Disse Emma sincera. – Tento pensar positivamente todo dia. Estou gostando tanto daqui que não sei se quero voltar. – eles riram – apesar de sentir falta da minha família, das minhas sobrinhas.

_Oh, você tem fotos delas com você? – Quis saber Cora.

_Tenho sim – disse Emma pegando seu celular e já abrindo os álbuns. – Essas duas são filhas de David, meu irmão do meio, e essa aqui é filha de Graham meu irmão mais velho.

_São lindas. – Emma ia passando as fotos para que Cora e Robin vissem até que chegou em uma foto que não deveria estar ali. Era a mesma foto que usava para as chamadas do ex namorado. Kiliam de pé, com Emma em sua cacunda. Os dois sorrindo.  – Oh, - disse Cora. - Vejo que alguém deixou um amor em casa. Namorado?  - perguntou.

_Ex. – Disse Emma olhando para a foto.

_Sente falta dele, não é? – Emma olhou para aquela senhora antes de sorrir e responder.

_Curiosamente não.  – Estava sendo sincera e Cora podia ver isso em seus olhos. Bem que Regina havia dito que o verde naqueles olhos pareciam janelas transparentes para a alma da loira.

_Então não era um amor?

_Acho que Kiliam era o que era. Naquele momento da minha vida ele era uma pessoa maravilhosa que me fazia companhia, me fazia rir, e me amava, e eu o amava de volta. Se tivesse ficado, provavelmente nos casaríamos. Mas quando a oportunidade de vir para cá chegou, a decisão foi fácil demais. Então eu prefiro acreditar que não era para ser. Prefiro acreditar que a vida me reserva algo muito melhor. – Ela sorria enquanto falava – E sinceramente,- olhou para os dois Mills a sua frente -  não estou podendo reclamar. De forma alguma.

_Nossa. – Foi tudo que a mais velha pode pronunciar antes de Regina chegar.

_Fico até com medo de ver essa reunião. Aposto que estão falando mal de mim. – Disse Regina chegando e abraçando o irmão – Não vão assustar minha amiga.

_Você não é o centro do universo Regina. – Disse Robin dando um beijo estalado na bochecha da irmã. – Nós falamos de outras coisas também.

_Chato.

_Parem de brigar na frente de Emma crianças. Vocês deveriam crescer um pouco. – Cora ralhou com os dois.

_Mãe, você devia ver como essas duas convivem. É pior do que eu e Regina juntos. – Disse Robin.

_Duvido. – Disse cora.

_É mentira mãe. Eu não tenho vontade de matar Emma sempre. Só quando ela desaparece e não manda um sinal de fumaça. – Regina disse.

_Ela nunca mais vai me deixar esquecer disso. – Emma falou se virando para Cora.

_Regina é um pouco protetora. – Cora tentou defender a filha.

_Um pouco? – Emma riu – Descobri tons de vermelho no rosto dela que ainda não foram estudados pela ciência Cora.

Todos riram e Regina deu um tapa no braço de Emma que ralhou com ela fazendo Robin dizer que ele estava falando a verdade sobre a convivência das duas. A conversa entre eles parou quando Zelena fez sinal para Emma ir até ela. Estava com seu filho no colo.

_Vai lá Emma, seu fã numero um te espera. – Disse Robin, no que Emma pediu licença e foi em direção ao jardim. Quando Ela já estava fora de alcance Cora e Robin olharam sério para Regina. A morena estremeceu, coisa boa não vinha por aí.

--**--

_Você sabe que está jogando um jogo perigoso, não sabe Regina? – Sua mãe sempre fora conhecida pelo seu jeito direto de abordar os assuntos, sem muita firula ou embromação. – Não preciso repetir para você uma das frases que eu mais gosto.

_Quando você olha muito para um abismo, o abismo olha de volta para você! – Ela mesma repetiu – Eu já sei mãe. Mas está tudo sobre controle. – Regina não tinha nada sobre controle. Estava perdidamente apaixonada por Emma, e não podia lhe dizer porque o medo de perdê-la ainda era muito maior.

_Controle? – Zombou Robim – Você quase fica de quatro, late e abana o rabinho quando ela está por perto. E ela nem tem ideia disso porque ela jamais imaginaria que sua amiga possa estar apaixonada por ela. A séria Regina se apaixonar pela boba da Emma. Isso nem passa pela cabeça da loirinha sister. Até porque ela tem fortes tendências a não gostar de mulheres, não do jeito que você gostaria.  – ele não parou por aí - Você não está olhando para o abismo, você está saltando de ponta nele, contando com o poder de asas que você não tem. - Regina baixou a cabeça, seu irmão estava certo.

_Já está em um ponto irremediável, não está? – Perguntou Cora fitando sua filha. Regina levantou seu olhar e mirou a loira brincando com seu sobrinho. Eles estavam em um tipo de valsa. Ela o segurava e rodopiava com ele. Não podiam ver, mas com certeza o pequeno estava sorrindo, os cabelos loiros soltos balançavam junto com a dança com uma sincronia. Todos miravam a cena.

_Vocês podem me culpar? – Não. Ninguém podia. Emma era cativante, radiante e o melhor, não parecia fazer ideia que tinha esse poder sobre as pessoas, o que a tornava muito mais adorável.

_Eu espero que as coisas fiquem bem. Adoraria ter Emma de vez na família, e se isso não for possível que as coisas continuem do jeito que estão.  – Cora abraçou Regina de lado.

_Eu também mamãe. Eu também.

_Não demore para contar a ela. A verdade sempre vem ao encontro da gente de uma forma ou de outra. – Cora falou antes de ir ao encontro de sua amiga que a esperava na borda da piscina.

Regina já havia procurado Emma em cada canto da casa e do jardim. Precisavam sair se não quisessem chegar muito tarde em Boston, mas ela não conseguia encontrar a loira de jeito nenhum. Ponderou por algum tempo e lembrou que só havia um lugar que ainda não havia procurado. No seu lugar preferido. Debaixo da macieira perto do lago. Será que Emma tinha descoberto aquele lugar?

Atravessou o jardim e de longe pode ver aquela cabeleira loira encostada na árvore olhando ao longe.

_Finalmente achei você. – disse chegando perto – Encontrou meu lugar?

_Não vi seu nome aqui em nenhum lugar. – Respondeu ainda sem tirar os olhos do riacho.

_Engraçadinha. – Regina sentou ao seu lado. – Adorava vir aqui. Meu cantinho do pensamento. – Emma sorriu.

_Temos mesmo que ir embora? – Perguntou manhosa.

_De forma alguma. – Regina respondeu encostando na árvore também – vamos ficar aqui e viver as alegrias do campo. Podemos virar duas atoas, de bem com a vida. – Ela completou e Emma deu uma gargalhada.

_Eu acho que não faz parte do nosso perfil viver as alegrias do campo. – Emma disse se levantando convencida. E Regina riu. – vamos.

_Agora que eu sentei? – Regina reclamou – me ajuda – estendeu a mão e Emma a puxou com força e por pouco as duas não vão parar dentro d’água. A loira conseguiu se equilibrar e segurar Regina ao mesmo tempo, suas mãos pousavam na cintura da morena. Ambas riam e ficaram um tempo assim até o ar mudar sutilmente a volta delas. Emma ainda sorria quando encostou sua testa a de Regina que não se mexia e só tinha consciência das mãos de Emma na sua cintura.

 _Eu dirijo para você. – Disse com a testa ainda encostada a da morena, soltou Regina e começou a fazer o caminho de volta ignorando o formigamento que sentia em suas mãos. 



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