Depois de toda essa confusão, Jason se disponibilizou para me levar até em casa em seu carro.
O agradeci, aceitando seu convite. Estava muito exausta para ir andando, ainda mais pelo fato da mansão de Bruce ser bem longe da delegacia.
Entrei no carro de Jason e então ele me levou até o casarão, levando cerca de vinte minutos de trajeto. Durante toda a corrida, meus pensamentos vagavam em Joker. Me perguntei por um momento se ele estava realmente bem nas mãos do asilo Arkham. Eu rezava para que sim.
- Chegamos, Margot. - Informou Jason, retirando-me de meus devaneios.
Sorri para o rapaz.
- Obrigada, Jason. - Falei - Hoje não foi uma noite fácil, afinal.
- Sim é verdade - Disse ele - Mas o que importa é que já passou.
- Isso. - Concordei - Caso tiverem notícia de Harvey, poderia me avisar?
- Claro. - Ele pareceu tenso quando citei o nome do promotor, já que o mesmo ainda estava desaparecido - Deixarei você por dentro de tudo.
O agradeci e sai do carro, logo o vendo partir dali. Passei pelo imenso jardim que agora não me parecia mais tão macabro e adentrei a imensa mansão.
Alfred pareceu ter ouvido o barulho da porta se abrindo já que veio imediatamente ao meu encontro.
- Margot! - Exclamou ele - Que bom que está bem!
- Não se preocupe, Alfred. - tranquilizei o senhor a minha frente, que parecia aflito - Essa confusão toda já passou.
- Sim, tem razão - Ele concordou - Seu pai está no escritório á sua espera.
Respirei fundo ao ouvir as palavras de Alfred. Eu tinha a leve impressão que levaria uma bela bronca agora.
Assenti em concordância e fui em direção as escritório. Dei dois toques à porta e ouvi um "entre" vindo do lado de dentro da sala.
Empurrei lentamente a porta e tive a visão de Bruce sentado em sua cadeira de frente para a mesa com uma cara nada boa.
- Onde estava com a cabeça? - Seriamente questionou assim que adentrei o escritório e fechei a porta detrás de mim - Você poderia ter morrido.
- Está falando de qual situacao? - Questionei - Porque eu poderia ter morrido em vários momentos hoje.
- Não quero saber de suas piadas, Margot. - Disse em um tom muito sério, erguendo-se da cadeira - Você ainda não entendeu a seriedade do momento?
- Se eu não tivesse feito algo, provavelmente mais pessoas iriam se ferir esta noite. - Falei me referindo ao momento da festa em que lutei contra os capangas de Joker para salvar os reféns.
- Isto não é uma obrigação sua.
- Claro, mas sim do Batman ou da polícia, que chegaram muito tempo depois - Sarcástica, rebati.
Vi Bruce respirar fundo enquanto massageava suas têmporas.
- Você não entende - Disse ele - Joker é manipulador.
"- Isso é mentira! " - Gritou a voz em minha mente.
- Isso é mentira! - Exclamei - O único manipulador que vejo aqui é você e aquele maldito morcego.
Antes que Bruce falasse mais alguma coisa, retirei-me da sala em passos pesados. Incrível, todas as vezes que eu entrava naquele escritório eu me irritava de alguma forma.
Com a exaustidão tomando conta de mim, optei por um bom banho.
Liguei a torneira para encher a banheira e enquanto aguardava me analisei no grande espelho do banheiro.
Eu ainda usava o vestido da festa, porém agora ele estava todo sujo e rasgado, além da minha maquiagem estar completamente borrada. Céus, eu estava assim na delegacia?!
Retirei minha roupa e mergulhei na banheira. Não sei quanto tempo fiquei lá, porém foi tempo o suficiente para recaptular tudo o que ocorrera nesta noite.
Joker quase me matou jogando-me da janela, enquanto que Batman, mais tarde, agiu covardemente contra ele, na delegacia. Algo não estava certo...
Assim que sai da banheira, vesti um pijama e fui dormir sem ao menos jantar. Estava muito cansada para isso.
E mais uma vez, certos olhos azuis invadiram meus sonhos.
E pela manhã, ao acordar, percebi que havia uma carta de baralho sob a cômoda ao lado de minha cama. Ironicamente, era a carta do coringa, e em seu verso estava escrito: "Venha me resgatar como uma prova de amor."
Não sei o motivo, mas algo me dizia que Joker tinha haver com esta carta. Mas como ele me enviara ela se ele estava preso em Arkham?
Decidi então que o faria uma visita mais tarde nesse mesmo dia de domingo.
Me levantei da cama e peguei a carta de baralho em cima da cômoda. Me perguntei por um momento se estava sonhando. Mas não, não era possível.
Vesti uma roupa(1) e guardei a carta no bolso. Saí do quarto e desci as escadas, indo em direção à cozinha.
- Bom dia, Alfred. - Falei assim que avistei o mordomo remexendo alguns ovos fritos na frigideira.
- Bom dia, senhorita. - Sorridente, respondeu.
Sentei-me à mesa e logo Alfred me serviu meu café da manhã. Panquecas! Eu amo panquecas.
E após uma boa refeição, senti meu celular vibrar no bolso, indicando que alguém me ligava.
Ao olhar o visor do aparelho, percebi que era Jason.
Prontamente atendi.
- Alô? - Falei.
- Margot? - Uma voz pôde ser ouvida do outro lado da linha - Sou eu Jason.
- Sim eu sei. - Disse enquanto me sentava ao sofá da sala - Aconteceu alguma coisa?
- Sim. - Seu timbre era tenso - Encontramos Harvey.
- Onde ele está? - Questionei enquanto me levantava do sofá em um pulo.
- No pronto Socorro de Gotham. - Respondeu, e então percebi que havia algo de errado pelo fato de Harvey estar no hospital - Meu pai e eu estamos indo para lá agora.
- Eu também vou. - Respondi prontamente.
- Ok então, até lá.
- Até.
E com essa breve despedida, encerrei a chamada.
- Vai aonde? - Questionou Bruce, surgindo do nada.
Pulei de susto com sua aparição repentina.
- Oh, god - Falei ofegante por conta do susto, colocando a mão no peito - Você tem que parar de surgir do além assim.
- Você não vai sair de casa hoje. - Disse ele ignorando minhas palavras.
Indignada, o acompanhei até a porta de saída ao vê-lo se locomover.
- Jason Todd ligou-me avisando que encontraram Harvey - Falei - Eu gostaria de ir vê-lo.
- Eu sei que encontraram ele - Disse - Estou indo para lá agora.
- Eu vou com você. E não adianta negar.
Assim que chegamos à imensa garagem da mansão, sentei no banco do passageiro de um dos carros e Bruce, sem pestanejar, se sentou ao banco do motorista. Ele sabia que eu não iria dar o braço a torcer, então deixou que eu isse.
Cerca de vinte minutos depois, chegamos ao destino.
Bruce desceu do carro e fui consigo. Adentramos ao hospital e ele foi em direção à atendente.
- Viemos ver Harvey Dent. - Disse o Wayne.
- Nomes, por favor? - Questionou a mulher.
- Bruce Wayne e Margot Ghul Wayne.
A mulher parece espantada quando ouviu de Bruce o sobrenome Wayne.
- Quinto andar, sala número dois. - Informou ela prontamente - Podem ir.
Bruce agradeceu e fomos em direção ao elevador.
Assim que alcançamos o quinto andar, avistamos o comissário Gordon saindo da sala número dois, que era nosso destino. Seu olhar transpassava tristeza e rancor.
- Comissário Gordon - Chamou Bruce quando nos aproximamos de si - Harvey está bem?
Aparentemente sendo retirado de seus devaneios com as palavras de Bruce, o velho homem suspirou antes de se pronunciar.
- Vejam vocês mesmos. - E se sentou em uma das cadeiras que havia no corredor.
Olhei para Bruce confusa, que também não compreendia.
Assim que adentramos a sala de hospital, vimos Harvey deitado na cama. Seu rosto estava virado para a parede, e quando nos ouvir se aproximar, virou-se para nós, oque nos surpreendeu. Metade de seu rosto estava completamente desfigurado por conta de queimaduras.
Fiquei em choque por alguns instantes.
- Harvey... - Sussurrou Bruce - Não consigo acreditar...
Harvey apenas suspirou, olhando para o teto.
- Nem eu, Wayne... - Respondeu ele - Nem eu...
Após alguns instantes, o médico pediu para que nos retirassemos da sala. Segundo ele, Harvey precisava descansar.
Assim que deixamos o recinto, ainda chocados, Jason veio ao nosso encontro.
- Bruce, Margot - Disse ele - Com estão?
-B-bem. - Respondi por nós dois.
Jason suspirou antes de se pronunciar.
- Pelo visto já sabem da situação de Harvey.
- Sim. - Disse Bruce - Por conta dos ácidos.
- Ácidos? - Confusa, indaguei.
- É. - Respondeu-me Jason - Joker o sequestrou e o jogou em um imenso tanque de ácido, o queimado quase que por inteiro, principalmente metade de sua face. Por sorte ele sobreviveu.
Joker havia feito mesmo essa barbaridade? Mas já não me assustava tanto.
- Eu juro que ainda me vingarei - Disse Jason entre os dentes - Harvey era meu amigo.
Ainda assustada com tudo aquilo, recordei-me da carta que eu recebera hoje cedo. Tinha de ir à Arkham para esclarecer isso de uma vez, mas Bruce nem ninguém poderiam ter a consciência disso.
Jason saiu para acudir seu pai e decidi que inventaria uma desculpa a Bruce.
- Preciso ir a casa de uma amiga hoje para fazer um trabalho de escola - Comecei - Posso?
Bruce pareceu pensar por uns instantes antes de responder.
- Tudo bem. - Respondeu, aparentemente exausto por tudo o que ocorrera - Mas tome cuidado.
Assenti e então nos despedimos de Gordon e Jason, logo em seguida indo para o carro para podermos voltar para casa.
Quando era por volta de umas cinco horas da Tarde, decidi chamar um táxi que me levaria à Arkham. Eu tinha de esclarecer isso de uma vez por todas
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