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História Prazer (doce tortura) - Mobilus



Capítulo 16 - Mobilus


Entrou pela porta uma mulher velha, ela nos falava em latim. Eu sei, porque essa língua fora a minha obsessão adolescente. Recitava algo parecido com um poema, mas também era um encantamento. Era esse encantamento que nos mantinha parados.

Reparei uma mulher mais jovem com uma adaga de marfim vinha na direção do Jean.

Foi o pânico que me fez recitar o mesmo poema da mulher, trocando o imobilus pelo mobilus. Era um duelo de quem se concentrava melhor nas suas próprias palavras. Notei que eu me movia, ao mesmo tempo em que a mulher com a adaga, a levantou alvejando o peito do Jean. 

O Jean desapareceu da cama antes e, a adaga atingiu o colchão com tanta força que ficou presa nele. Eu continuava recitando o encantamento e foi o Jean quem me puxou para a janela a fora.

_ Para com essa ladainha infernal! _ reclamou quando estávamos na estrada principal, já que eu não parei de repetir aquilo.

Parei, mas sentia medo de ficar imobilizada se parasse. Por isso, chequei os movimentos das minhas mãos.

O Jean percebeu e me abraçou _ Está tudo bem.

_ O que foi aquilo? _ estava muito assustada.

_ Nada de mais. Apenas bruxas.

_ Bruxas? Isso existe também?

_ O universo é imenso em possibilidades. Mas eu sei que aquelas coisas eram bruxas.

_ Por que queriam nos matar?

_ Somos seres raros. Usam nossos corpos, e eu não sei o que fazem, mas aproveitam cada pedacinho de nós. Até vendem no mercado negro.

_ Eu vou matar aquelas putas! _ esbravejei zangada por quase ter virado matéria prima de magia.

Fui iniciando os passos de volta para a pousada.

O ruivo se meteu em minha frente _ Ah! Não não não não não. Não se meta com bruxas. Vamos para casa.

O seu temor me convenceu, mas não diminuiu a minha raiva.

_ Vocês estiveram na pousada! _ Andrew adivinhou assim que nos viu em casa.

_ Como você sabe? _ surpresa na voz do Jean Pierre.

_ Cheiram aos fluidos asquerosos daquelas bruxas. Vocês são corajosos ou burros? Só pode ter sido sua ideia _ acusou o Jean que o encarou e eu tive que me meter entre eles.

_ Você sabia e não falou nada _ Jean devolveu a acusação.

_ Eu sei que a Laura jamais entraria naquele lugar, eu dizendo ou não.

_ Que cheiro é esse? _ a Luana entrou na sala já tampando o nariz.

Depois desta fomos tomar banho. O Andrew explicou para a Luana, onde estivemos.

_ De onde vem a sua família? 

O Jean Pierre ficou curioso enquanto esfregava minhas costas e massageava os meus ombros.

_ Não sei de onde, tem um nome estranho. Por que a curiosidade?

_ É preciso ser uma bruxa para um encantamento funcionar. Não adianta nada saber latim. Eu sei latim e já tentei. 

_ Ótimo. Mais um mistério para minha coleção de perguntas sobre de onde eu vim.

_ São muitos?

_ Eu não sei de nada. 

_ É uma pena não poder ouvir o pensamento de outros vampiros, não? Só nos resta perguntar.

_ A Luana não fala. Já desisti.

O casal assistia um filme depois do jantar. Nos juntamos a eles assim que lavamos a louça. Era um filme de terror, adoro.

O clima ficou gostoso naquele silêncio. Todo mundo concentrado na tela, na pipoca, no brigadeiro. Uma pausa nos mal entendidos e companhia.

Jogamos cartas juntos, na noite seguinte. Fomos a missa juntos, no domingo de manhã. O Jean Pierre foi ajudar o Andrew no trabalho da fazenda. Eu ajudei a Luana com a casa e a comida. Parecia que a gente estava se entendendo, afinal.



Notas Finais


❤️


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