#Natalie
As coisas entre mim e a Priscilla estavam ótimas, ela era incrível e trocávamos mensagem o dia todo, a cada dia ela me deixa entrar mais na vida dela e pelas coisas que ela falava era nítido que ela venerava o pai. Só que o assunto da morte de sua mãe e irmão era algo que estava me intrigando, eu tinha algumas suspeitas e estava investigando fora a parte aquele caso, mas eu sabia que teria que ter muito cuidado ao tocar no assunto. Aproveitei que estávamos dando uma volta pelo parque para tentar.
-Pri, eu não sei se vai querer me responder e tudo bem se não quiser, mas eu não entendi algumas coisas sobre a história da morte de sua mãe e do seu irmão.
Senti a mão da Priscilla apertar a minha com mais força e seu semblante ficou sério.
-Desculpa ter tocado no assunto. -Eu me repreendia por ter me precipitado.
Priscilla soltou a minha mão e se aproximou da beira do lago que tinha a nossa frente. Seu ar era pensativo. Ela colocou as mãos no bolso da jaqueta e eu mantive distância, ela parecia em um mundo só dela.
-Eu…- Ela tinha o olhar fixo na água e eu aguardava o que ela tinha a dizer. -Eu tentei apagar aquele dia da minha mente incontáveis vezes. No entanto até hoje eu lembro de quando meu pai chegou ao colégio que eu estudava na época e me deu a notícia. -Sua voz saía cada vez mais emocionada. - Naquele dia meu mundo caiu. Eu perdi as duas pessoas que eu mais amava no mundo. A matéria sobre a morte da minha mãe e do meu irmão saiu em todos os jornais. Eles sofreram um acidente grave porque minha mãe tinha bebido muito, e durante anos eu pensei nisso, pois minha mãe dificilmente ingeria bebidas alcoólicas, ainda mais dirigir depois disso com o meu irmão no carro.
Aquela informação piscava na minha mente, eu tinha achado estranho o fato do corpo do irmão da Priscilla nao ter sido encontrado entre os destrosos do carro que desceu o barranco e explodiu no Rio que passava ali.
-Seu pai não pediu que refizessem as investigações?
- Não. O fato da minha mãe está morta não iria mudar e as buscas pelo meu irmão estava nos deixando desesperados. Ainda tínhamos esperanças de encontrá-lo com vida. -Eu podia ver algumas lágrimas escaparem de Priscilla. -Com o passar dos dias os bombeiros não tinham esperanças de encontrá-lo com vida e logo depois as buscas foram encerradas e nem o corpo dele foi encontrado para nos despedimos de maneira descente. Isso é algo que nunca vou esquecer.
Eu caminhei até onde ela estava e a abracei. Me sentia muito mal por tocar nequele assunto, que eu sabia que a abalava, mas eu tinha dúvidas que precisavam ser sanadas.
-Eu estou aqui com você. -Falei e era verdade. Eu queria poder proteger a mulher em meus braços de tudo que há de ruim no mundo.
-Obrigada. -Priscilla era mais alta que eu alguns centímetros, mas se encolheu em meus braços. - Eu sei que pode parece loucura. Que uma criança de 10 anos não sobreviveria a um acidente como aquele, mas eu ainda sinto como se ele estivesse vivo.
- Eu posso entender o seu sentimento. Você não pode se despedir dele como fez com a sua mãe. - Falei a confortando.
-É...acho que deve ser isso mesmo.
Depois disso procurei conversar sobre coisas mais agradáveis e Priscilla voltou a sorrir. O sorriso dela era incrível.
Passei mais uma noite com a Priscilla, aquilo já estava se tornando um hábito, ou estava mais para um vício, não defini ainda como eu me sentia em relação a isso, mas não conseguia negar que era algo totalmente novo para mim, nem com a minha ex noiva eu me sentia assim.
Naquela manhã eu estava terminando de fazer o café e Priscilla tinha acabado de sair do banho quando Rodrigo chegou.
-Bom dia, Priscilla. - Ouvi a voz dele quando ela abriu a porta e o cumprimentou com um abraço.
-Bom dia, Rô. -Priscilla estava com um sorriso no rosto e eu sabia que era resultado nada nossa noite juntas. -Marcamos algo? - Ela perguntou e eu continuei na cozinha tomando o meu café.
-Na verdade, não. Eu só vim para pedir para você assinar esses papéis aqui, são urgentes e a Laura disse que você só iria a tarde para a empresa. -Rodrigo mostrou uma pasta que estava em suas mãos.
-Ah claro. Vem, vamos tomar café enquanto eu assino isso. - Priscilla entrelaçou o braço no de Rodrigo e o conduziu até onde eu estava.
-Natalie?! - Rodrigo não parecia feliz em me ver ali. Na verdade, eu diria que ele estava com um misto de decepção e raiva.
-Bom dia, Rodrigo. -Eu o cumprimentei e Pri me deu um selinho antes de sentar ao meu lado.
-Então sobre o que é esses documentos? -Pri perguntou quando ele os entregou para ela assinar.
-São apenas ordens de pagamento de alguns fornecedores. -Rodrigo não parava de me encarar e aquilo já estava me incomodando.
-Pronto.
Priscilla assinou todos os papéis e eu fiquei preocupada, afinal tenho certeza que ela não tinha lido nenhum.
-Sempre me ensinaram que deveríamos ler o que assinamos. -Comentei e percebi que Rodrigo prendeu o maxilar.
-Eu confio no Rodrigo com a minha vida. -Priscilla falou e Rodrigo me lançou um sorriso convencido.
Aquela noite eu me debrucei no caso Pugliese, a delegada Clara havia me passado novas informações sobre o caso, Júlio Pugliese tinha viajado depois da sua aposentadoria da empresa da família e tudo indicava que ele se dedicando mais as suas atividades ilícitas. Priscilla tinha comentado que o pai finalmente estava tendo as suas merecidas férias na Europa, mas a realidade é que ele nem tinha saído do país.
#Priscilla
Eu e o Lucas fomos juntos a exposição de fotos do amigo dele como tínhamos combinado há duas semanas atrás. Todo esse período eu passei com a Natalie, era incrível como a cada minuto que eu passava com ela eu queria mais e mais.
-Seu amigo é um fotógrafo incrível, Lucas. -Comentei quando já estava no mesmo bistrô que levei a Nath no dia que saímos pela primeira vez.
-O Samuel tem um olhar singular para a fotografia, mesmo. Ele já rodou o mundo sabia?
-Sério?
Rodar o mundo fotografando e conhecendo culturas diferentes era o meu maior sonho na adolescência.
-Podia ser você se…
-Não começa, Lucas. -o Interrompi, pois queria uma noite agradável e não voltar a assuntos que não iam nos levar a nada.
-Eu dia eu ainda vou ver você fazendo o que realmente gosta. Mas mudando de assunto como estão as coisas entre você e a nova namorada.
- Ela ainda não é minha namorada, mas em breve será. - Falei sapeca.
-Você vai mesmo pedir ela em namoro? - Lucas parecia surpreso, mas diferente do Rodrigo ele parecia ter ficado feliz com a notícia.
-Vou sim, só estou pensando em uma maneira especial de fazer isso.
-O Rodrigo vai pirar com isso… -Lucas sussurrou aquilo, mas eu ouvi e o questionei.
- O que o Rodrigo pode ter contra a Natalie?
-Eu não disse nada. -Lucas pareceu nervoso e tomou um pouco da sua bebida para disfarçar.
-Você disse que ele ia pirar quando soubesse. E eu quero saber o que o Rodrigo pode ter contra a Nath. Ele agiu muito estranho quando eu contei que tinha achado a mulher da minha vida. E hoje mais cedo lá em casa ele tava todo estranho por a Nath está lá.
- Pri eu não quero falar sobre isso. - Lucas estava me escondendo algo.
-Lucas se sabe de algo eu quero que me conte. O Rodrigo nunca agiu assim com ninguém, exceto com a Cat logo que começamos a namorar.
Lucas me olhava como se eu já tivesse descoberto a curar para um grande problema, mas eu não sabia o que ele queria dizer com aquele olhar.
-Lucas?!!!- Eu insisti.
-Seu o Rodrigo me matar sabia que quero ser cremado e jogado no mar. -Ele falou dramático.
-Não seja idiota. Fala de uma vez.
Eu tenho muitas qualidades, mas a paciência não é uma delas e ainda mais quando a pessoa fica nessa fase conta uma coisa ou não. Isso chega a me irritar.
-Eu vou falar, mas eu não disse nada, ok? - Ele falou nervoso e eu ergui a sobrancelha. -Ok! Ok! O Rodrigo vai implicar com toda namorada que você tiver, porque é apaixonado por você. Pronto falei.
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