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História Predestinado - Um final de semana tranquilo


Escrita por: moonbbit e heynnie

Capítulo 13 - Um final de semana tranquilo


A luz do sol que entrava através da janela de Jin foi o que o despertou. Ele grunhiu, irritado quando sentiu o efeito da ressaca chegar, a cabeça e o corpo doendo. Deitou-se de costas e abriu os olhos, encarando o teto branco de seu quarto. Piscou algumas vezes enquanto tentava se lembrar do que aconteceu depois de ter bebido algumas doses de Whisky, e desistiu logo depois que a dor de cabeça se agravou. Ficou deitado durante mais uns 15 minutos até decidir se levantar e caminhar vagarosamente até o banheiro. Ele olhou para o reflexo no espelho e se assustou. A parte da frente da camisa estava aberta, e seu peitoral estava marcado com marcas de beijos, sem contar dos mamilos, que estavam com uma marca enorme de chupão. Seu rosto estava ainda mais deplorável, as olheiras estavam fundas e metade da maquiagem adormecida devia ter ficado no travesseiro, já que o hematoma estava “meio coberto”. Ele esfregou o cabelo fortemente, num sinal de frustação e abafou um grito. Despiu-se e entrou debaixo do chuveiro, permitindo que a ducha lavasse a sujeira e a confusão. Enquanto enxaguava o cabelo, as lembranças do dia anterior vieram borradas e desfocadas, mas entendíveis o suficiente para Jin desejar escoar pelo ralo junto com a água. Lavou o rosto, tomando cuidado com o hematoma em sua bochecha e desligou a torneira, sentindo-se limpo e apresentável o suficiente. Estava colocando uma camiseta branca folgada quando sentiu o cheiro do café da manhã e se apressou para a cozinha, estava varado de fome. TaeHyung estava em frente ao fogão, vestindo roupas casuais e o cabelo estava bagunçado. Olhou para Jin quando ele entrou no cômodo e sorriu educado.

- O que temos para o café da manhã? – Jin perguntou, puxando uma cadeira e se sentando.

- Para o café da manhã, nada. Mas para o almoço, teremos peixe assado e salada – TaeHyung respondeu, abrindo a geladeira e tirando uma jarra de liquido verde de lá. Abriu o armário e puxou um copo, servindo-o a Jin – Suco para ressaca, você parece estar precisando.

Jin agradeceu baixinho, incapaz de encará-lo nos olhos e tomou o suco, sentindo o gosto amargo descer pela garganta. Olhou para o relógio na parede, e se assustou com o horário. Já passara das 12h, e isso explicava o motivo da fome. TaeHyung desligou o fogão e preparou a mesa, os servindo com uma refeição, aparentemente, apetitosa. A comida de TaeHyung estava cada vez melhor por causa da prática, e também porque ele parava alguns minutos para trocar informações com o chef do hotel, que adorava explicar e revelar alguns truques culinários para Tae. Comeram em total silêncio, mas Jin sabia que havia questões pendentes entre eles. Engoliu em seco antes de começar a falar.

- Então.. – ele começou, encabulado – Sobre ontem... eu realmente não lembro de muito depois de termos ido para o meu quarto.

TaeHyung engoliu a comida que estava em sua boca antes de responder.

- Sim, porque não aconteceu nada depois daquilo – TaeHyung o respondeu – Quando eu voltei, você estava adormecido. Apenas arrumei seu corpo e o cobri antes de sair e voltar para o meu quarto.

Jin ficou aliviado, mas tentou não deixar isso transparecer em sua expressão. Apenas murmurou um agradecimento e voltou a comer. Pensou por mais uns minutos e percebeu que ainda faltava falar mais alguma coisa.

- Me desculpe... – Jin pediu – Por qualquer confusão ou aborrecimento que eu possa ter causado ontem à noite.

- Por qual confusão você está se desculpando? – TaeHyung perguntou, capturando o olhar em fuga de Jin – Pela bagunça que você fez pela casa ou pela bagunça que você anda fazendo no meu coração?

“Direto demais”, Jin pensou, corando violentamente. Não esperava que TaeHyung o abordasse dessa forma, e ele não sabia como responder a isso. Por sorte, o telefone de casa tocou no exato momento, salvando-o de uma situação constrangedora. Ele saltou da cadeira, gaguejando um “vou atender o telefone”, e correu em direção à sala, tirando o aparelho do gancho e levando-o a orelha.

- Alô – ele cumprimentou, sentando-se no sofá enquanto via TaeHyung caminhar em direção a ele, lentamente – Quem fala?

- Jin – a voz rouca e suave de sua mãe o chamou, depois de um longo tempo sem ter entrado em contato – Como tem estado?

A expressão dele se fechou automaticamente, e ele iniciou um diálogo robotizado.

- Estou bem – ele respondeu – O que devo pela sua ilustre ligação?

- Não seja assim com sua própria mãe, Jin. Estou ligando porque estou preocupada com você. Seu pai voltou completamente louco de raiva ontem à noite. Disse que você está sustentando um garoto dentro do seu apartamento, e que ele é seu namorado. Isso é verdade, filho?

- Eu disse isso para ele ontem e direi novamente para você hoje... Isso não é da conta de vocês.

- Somos seus pais, é óbvio que isso é da nossa conta também.

- Agora vocês sabem que são meus pais?

Houve silêncio do outro lado da linha. TaeHyung estava encostado no batente da porta, de braços cruzados enquanto observava, quieto, o diálogo entre Jin e a mãe. Jin evitou olhar para TaeHyung, pois não queria que o garoto acabasse se sentindo culpado de alguma maneira, mas precisou buscar apoio em seus olhos calorosos.

Ele ouviu a mãe suspirar do outro lado da linha. 

- Eu realmente não queria me importar com isso – ela declarou – Não queria ficar no meio da discussão de vocês dois, mas acabo precisando te deixar informado de algumas coisas. Seu pai vendeu a pousada ontem.

Jin ficou em silêncio enquanto deixava a notícia entrar em sua mente. Ele precisou perguntar novamente, para ter certeza de que não tinha entendido errado.

- O quê?

- Seu pai vendeu a pousada ontem à noite – sua mãe repetiu – Assim que ele voltou, soltando fogo pelas narinas. Ligou para um dos amigos dele que estava interessado e ambos assinaram o contrato de compra e venda hoje de manhã.

Jin apenas pôde rir de descrença. Ele realmente estava esperando demais do pai dele.

- Ele falou que isso era para você entender as consequências das suas decisões.

- Claro que é – Jin respondeu – Obrigado pela informação, não precisa mais me ligar.

E desligou. Colocou o aparelho de volta na base e permitiu-se afundar no sofá, o olhar sem foco enquanto encarava o nada, perdido em pensamentos. Percebeu TaeHyung se aproximar e sentar-se no assento ao lado do seu, permanecendo quieto, apenas apoiando-o em silêncio.

- Meu pai vendeu a pousada – Jin falou, depois de muitos minutos de silêncio – Assinou o contrato essa manhã.

- Eu imaginei que fosse isso – TaeHyung o respondeu.

- Por que meus pais são assim? – Jin fez uma pergunta retórica – Sempre fiz o que era solicitado por eles, atendi todas as expectativas que eles colocaram sobre mim, e tudo o que eu queria era manter a única lembrança de amor que tive da minha infância. E agora, parece que nem mesmo isso me é permitido.

TaeHyung não o respondeu. Permitiu-o continuar seu monólogo, e liberar tudo o que estava dentro dele, guardado durante muito tempo. Ele aproveitou e voltou até a cozinha, fazendo uma xicara de chá para cada um e ofereceu uma para Jin, esperando que aquilo pudesse acalmar um pouco seu coração agitado.

                                                           ***

O domingo chegou preguiçoso e calmo. Jin se remexia na cama, tentando dormir um pouco mais, mas a força do hábito acabou fazendo com que ele se levantasse e se arrumasse, mesmo que não fosse fazer nada o dia inteiro além de ficar em casa e resolver algumas questões pendentes do hotel. Aparentemente, ele só levantava tarde quando estava completamente bêbado. Checou seu celular e reparou que havia recebido uma mensagem de Dong Sun há algumas horas atrás – “Estou ferrado”, dizia a mensagem – Jin respondeu com alguns pontos de interrogação e esperou a resposta do amigo, que não chegou. “Será que devo me preocupar? ”, ele se perguntou, “Normalmente, Dong Sun é super dramático em relação a tudo, então nunca sei quando ele está falando sério ou brincando”, mas Jin logo se desfez dessa preocupação. Se fosse algo realmente sério, o amigo teria ligado até Jin acordar.

Ele desceu até a cozinha e colocou água no bule para preparar o café. TaeHyung ainda não tinha descido, o que significava que ele ainda não havia acordado. Ou talvez ele apenas estivesse resolvendo as coisas do seu curso. Jin estava grato pela maturidade de TaeHyung, que respeitou o espaço dele e não o pressionou acerca do que estava realmente acontecendo entre eles, mesmo que Jin devesse isso a ele, aos dois. Mas a notícia de venda da pousada acabou tomando toda sua mente e ele não conseguia mais pensar em muita coisa. Sendo totalmente sincero, pela primeira vez em dias, Jin estava extremamente triste. Estava triste pela pousada, mas principalmente por causa dos pais, estava triste por nunca ter conseguido se aproximar deles e ter uma comunicação afetiva. Estava triste por acabar envolvendo TaeHyung nisso tudo, e acabar fazendo com que o garoto se sentisse inseguro em relação à casa, se oferecendo, até mesmo, a ir embora. Só de pensar nisso, o coração de Jin despencava até o chão.

Seus pensamentos pararam quando ele ouviu TaeHyung o chamar, apressando-se para desligar o fogão, com a água fervendo e o bule apitando.

- O bule está apitando já faz um tempo – TaeHyung falou – Está tudo bem?

- Está tudo bem, sim – Jin respondeu, surpreso. Pegou o bule e despejou o líquido no filtro de café, sentindo o aroma que emanava quando os dois elementos se misturavam – Desculpe, estava distraído. O barulho acordou você?

- Não, estou acordado já faz um tempo – TaeHyung sentou-se na cadeira do balcão – mas como era muito cedo, decidi esperar antes de fazer café. Acabei ficando entretido demais nas minhas tarefas e nem vi a hora passar. Me desculpe por isso.

- Tudo bem, sem problemas. Você tem feito isso durante tantos dias. Realmente deveríamos revezar de vez em quando.

Jin serviu uma xícara de café com leite para TaeHyung. Mais leite do que café, já que o garoto não era muito chegado a bebida amarga. E serviu uma xícara de café puro para si mesmo.

- Estou com preguiça de cozinhar hoje – Jin comentou – Que tal almoçarmos fora?

Os olhos de TaeHyung brilharam, e ele concordou com a cabeça.

- O que vamos comer? – ele perguntou.

- Faz tempo que não comemos Jajangmyun – Jin respondeu – O que acha?

- Finalmente!

- Então vá se arrumar, vamos sair daqui a pouco.

TaeHyung bateu palmas e subiu as escadas, saltitante. Jin deu risada e suspirou. “E pensar que ele e aquele cara sedutor e atrevido são a mesma pessoa”, ele pensou, balançando a cabeça. Terminou a xícara de café e subiu de volta para o quarto, para se preparar para sair. Tomou banho, escovou os dentes e escolheu uma das várias roupas casuais dentro do seu guarda-roupa. Quando o horário do almoço se aproximou, ele saiu e ficou de pé no corredor, apressando TaeHyung.

- Eu já estou pronto, TaeHyung – anunciou – E aí?

- Estou secando meu cabelo – respondeu, a voz abafada por causa da porta fechada – Já estou quase pronto.

Jin desceu as escadas e sentou-se na sala, ligou a TV e assistiu um episódio de anime enquanto esperava pelo mais novo, que apareceu minutos depois, descendo as escadas afobado e ofegante. Aparentemente, TaeHyung secou os cabelos, mas não se preocupou nem um pouco em penteá-los, já que os fios estavam rebeldes e espetados. Jin deu risada e se aproximou, modelando o penteando com as próprias mãos e tentando resolver a bagunça capilar do amigo.

- As pessoas vão pensar que você é um desleixado desse jeito – Jin falou enquanto puxava alguns fios para baixo.

- Eu estava com pressa – TaeHyung murmurou, meio envergonhado.

- Por quê? Está com muita fome?

- Sim, e é Jajangmyun, cara.

Jin deu risada e finalizou os últimos toques. Não estava ótimo, mas estava apresentável. Ele desligou a televisão e os dois saíram, certificando-se de que não deixaram nada ligado e trancando a porta da frente. Desceram até a garagem, entraram no carro e dirigiram-se em direção ao restaurante, que ficava a uns 20 minutos de distância. Eles iam naquele local de modo tão frequente antes, que o dono de lá os reconheceu imediatamente e começou a preparar os pratos, antes mesmo deles falarem o que queriam.

Sentaram-se na mesa do canto e aguardaram o pedido ficar pronto.

- Você parece super atarefado – Jin observou – Tem muita tarefa de casa para fazer?

- Não é tanta – TaeHyung respondeu – O problema é a qualidade. Estamos fazendo várias visitas técnicas, e o professor espera que façamos um relatório super detalhado sobre as obras, expressando nossas próprias opiniões.

- Parece complicado. Você está gostando?

- Sim! Apesar de ser bem trabalhoso, eu sinto um prazer enorme em cada etapa e me sinto totalmente satisfeito quando vejo meu trabalho finalizado. E ainda mais quando ganho uma nota alta pelo meu esforço.

Jin sorriu, totalmente contente pela felicidade do mais novo.

- Você é um garoto muito esforçado – ele falou, sorrindo – Fico feliz que seus professores reconheçam isso, além de quê, seu trabalho deve ser maravilhoso.

- Nós estamos organizando nossa primeira exposição – TaeHyung comentou, animado – Será totalmente gratuita e aberta para o público. Você quer vir, hyung?

- É claro que sim! Que dia vai ser? Onde vai ser e qual o horário?

- Vai ser na nossa escola mesmo, no pátio 5, que tem o espaço maior. Será no final de semana que vem antes do feriado de Natal, daqui 2 meses.

- Estarei lá – Jin respondeu, prontamente, mesmo sabendo que dezembro era um mês super atarefado, já que todo mundo queria aproveitar o recesso de fim de ano e viajar.

O pedido chegou, e eles devoraram o macarrão preto e delicioso, dando risada da boca de suja de cada um.

- Então – Jin começou, depois de ter terminado e limpado a boca – Você tinha me dito que existem vários segmentos de fotografia. Já decidiu qual pretende seguir e se especializar?

- Ainda estou em dúvida em relação a duas – TaeHyung respondeu – A fotografia artística e a fotografia de paisagens. Eu, particularmente, gosto das duas, e meus professores dizem que eu me dou bem em qualquer uma. Mas não sei, é uma dúvida enorme.

- Entendi – Jin respondeu, pensativo – E você não consegue juntar os dois?

TaeHyung encarou Jin por uns minutos, em silêncio, e depois pulou da cadeira, pegando as mãos dele e chacoalhando-a para cima e para baixo.

- Hyung, você é um gênio – TaeHyung falou – Como eu nunca pensei nisso antes? Vou levar essa sugestão para o meu professor. Obrigado!

Jin ficou envergonhado, já que o mais novo estava chamando atenção para eles, mas apenas sorriu, feliz por ter sido útil na indecisão do garoto.

Eles pagaram a conta e voltaram para o apartamento, discutindo sobre coisas banais como a equipe do trabalho de TaeHyung, e questões relacionadas ao hotel. Jin o explicou sobre o problema que eles estavam passando para sair definitivamente da crise, e TaeHyung falou um pouco sobre os hóspedes que passavam pelo restaurante e dos funcionários que trabalhavam com ele. Jin estava falando sobre Dong Sun e os outros executivos, quando chegaram no apartamento para dar de cara com o Vice-Diretor, vestindo chinelos e roupas casuais, e com duas malas de rodinha em cada lado do corpo.

- Eu realmente não tinha mais para quem pedir ajuda – Dong Sun falou, como se pedisse desculpas adiantadamente.


Notas Finais


Por favor, não me matem pela demora da postagem T^T


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