História Predestinados - Shawmila - Que Comecem Os Jogos.

   Areia. Água. Sol. Vento. Senti alguém segurando minha mão e quando olhei pro lado era ele. Todo lindo com um sorriso sem graça no rosto. Na hora eu fiquei sem entender nada, mas a sensação de tê-lo ali ao meu lado me deixou tão confortável que eu só queria continuar ali. Aproveitei e deitei com a cabeça em seu ombro e ficamos em silêncio por alguns minutos. Ele então, segurando minha mão, puxou-a para beija-la.

 - Eu sempre quis fazer isso – Ele disse todo fofo.

- Ficar de mãos dadas comigo? – Eu disse fazendo uma gracinha.

- Ficar com você – Ele disse entrelaçando mais firmemente nossas mãos. – Achei que nunca teria coragem de pedir, e você muito menos de aceitar.

- Sempre vou estar com você – Eu disse desencostando a cabeça de seu ombro e encarando aqueles olhos castanhos que me fitavam como se eu fosse uma joia rara.

- Eu te amo, Camila. – Ele disse se aproximando para me beijar.

   Eu fechei os olhos esperando ele me beijar.

- Hora de levantar, bela adormecida – Disse Normani me dando uma sacodida e rindo da minha cara.

- Hã? – Eu abri os olhos sem entender nada.

- Tava sonhando com o que? Você estava com cara de apaixonada. – Ally se meteu. Oh cacete. – Só faltou fazer um biquinho pra ganhar um beijo do príncipe.

  Eu suspirei frustrada. Camila respira, foi apenas um sonho. Procurei meu celular para ver que horas eram: 7:12.

- Nossa. Dormi bastante – Eu disse esfregando os olhos e esticando os braços.

- E olha que nós estamos tentando te acordar há um tempão – Dinah disse passando no corredor e eu fui me levantando.

- Espera, o banheiro é meu. – Eu praticamente corri na frente dela.

- Camila, você demora muito. Me deixa ir primeiro.

- Não vou demorar, juro. Estou apertada para fazer xixi. – Já disse fechando a porta.

- Não precisar dizer o que você vai fazer no banheiro né Mila. – Ally implicou.

- Ah vai falar que você não faz xixi?! Você fala dormindo Ally Brooke. – Eu disse mais alto e ela ficou em silêncio do outro lado da porta. Quando eu sai, a vi com cara de bola e fui rindo em sua direção abraça-la.

- Sai daqui traíra. Eu não falo dormindo coisa nenhuma. – Ela respondeu.

   Passamos o resto da manhã passeando. Não teríamos show para fazer com a Taylor naquele dia, mas ficaríamos lá para assisti-lo.

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  Olhei no relógio e vi que indicavam exatas 14:30, então suspirei cansado. Estava praticamente o dia todo fugindo da Camila, na verdade estava louco para vê-la, mas não sabia muito o que pensar depois da noite passada. Mas uma hora ou outra eu precisaria falar com ela.

 Resolvi ir no camarim delas e quando cheguei somente Dinah estava lá.

- Oi Dinah – eu disse um pouco sem jeito – Cadê todo mundo? – perguntei olhando em volta.

- Oi Shawn. As meninas estão na outra sala. – Ela disse enquanto procurava alguma coisa – Procurando a Camila? – senti uma segunda intenção em sua voz.

- Talvez – já estava pensando em sair correndo e ela me fitou seriamente – Sim, estou. – assumi.

- Não acredito que você não beijou ela ontem – simplesmente DO NADA ela deu uma surtada e eu arregalei os olhos. Não esperava por isso.

- O-que qu q que – comecei a gaguejar.

- NÃO TRAVA NÃO! Qual é cara, não acredito, sério.

- Eu também não acredito – disse por fim entrando no camarim e me sentando.

- Você gosta dela não é?! – Vish. O que eu falo agora? Nem eu sabia muito bem o que estava sentindo.

- Eu não sei – ela me olhou confusa – digo, ela simplesmente é... maravilhosa – por fim eu assumi.

- E por que você não abre o jogo? – Ela sentou-se perto de mim.

- Ela me vê como um amigo. Apenas isso.

- Então faça ela te ver como um crush.

- An? O que? – Não entendi.

- Nada... vem comigo. – Ela levantou e puxou a minha mão me levantando também.

      Cruzamos o corredor e após andarmos uns cinco minutos nós chegamos numa sala. Ouvi risadas conhecidas. Bem conhecidas pra dizer a verdade.

 - Deixa de ser ridícula – Abrimos a porta no momento em que Camila jogava uma almofada na Ally e todas caíram na risada novamente.

- Olha quem eu trouxe pra brincar com a gente! – Dinah disse feliz e eu fiquei mais uma vez sem entender nada.

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  Estávamos na sala esperando Dinah chegar para começar o jogo. Ally começou a me imitar fazendo aquelas dancinhas feiosas.

- Ally eu não danço assim, deixa de ser ridícula – as meninas riram da imitação e eu joguei uma almofada nela. Então, do nada Dinah entra na sala com o Shawn. Ninguém esperava por aquilo. Eu nem me liguei no que ela falou, só olhei pra ele que parecia estar mega sem graça. Só sai do pequeno transe quando Ally foi dar um abraço nele e olhei pra cara da Dinah, e sério, ela estava com uma cara tipo “agora a coisa vai ficar boa”. Vai dar merda, pensei.

   Ele entrou e falou com Lauren, Normani e então foi me dar um abraço de lado. Tadinho, ele estava todo acanhado.

- Senta aí, nós só vamos jogar verdade ou consequência – Disse Lauren. Ele deve ter pensando sobre tipo “nossa, isso é jogo de criança” e eu pensei “nossa, só isso né, só verdade ou consequência” minha parte irônica estava gritando.

- A Lauren sempre escolhe verdade. Por isso que ela tá tranquila – eu disse.

- E você sempre escolhe consequência, porque quer – Ela rebateu.

- Gosto do perigo. – Isso foi tão dangerous woman. Fiz uma carinha sensual, mas zoeira e nos sentamos pra jogar.

- O que que é isso? – Ally após revirar uma caixa veio com as mãos cheias de luzes de natal.

- Pisca pisca? – Eu disse obvia.

- Isso eu sei, mas pra quê? Será que funciona?

- Ally guarda isso pelo amor de Deus – Normani disse e Ally veio com aquilo pra perto da gente.

    Começamos a brincadeira bem light. Primeiro caiu da Normani pra Dinah, era perguntas bem simples, nada bizarro, até mesmo porque ninguém tinha escolhido consequência. Eu disse “vamos animar isso logo” então Lauren rodou a garrafinha e caiu da Dinah pra mim. Que boca. Puta que pariu.

- Verdade ou consequência? – Ela perguntou bem maléfica e eu fiquei com medo, mas quem está na chuva é pra se molhar.

- Consequência – Eu disse mudando a posição pra perninha de chinês. As meninas me olharam tipo “WHAT” e eu continuei encarando Dinah, esperando pela bomba.

- Hm, ok, que comecem os jogos. – ela olhou no celular e disse - Beije a terceira pessoa a sua direita onde eu quiser. Era o Shawn e ele estava de frente pra mim.

- Onde eu quiser? – perguntei olhando pra ela.

- Não, onde EU quiser – Merda. Olhei pra cara dela tipo “pensa bem no que você vai fazer” – Então, já que vocês são tão amigos não vejo problema em um selinho -  Ela disse contente. Ok. Um selinho é um selinho né, nada demais.

- Um selinho com essas luzes enroladas em vocês – Ally abriu a boca grande.

- Pra que isso? Não precisa – Shawn disse sem graça.

- Claro que precisa. Começou a jogar agora não pode fugir. Vamos – Dinah colocou mais pilha. Lauren virou o rosto procurando o celular – O que acontece aqui fica aqui gente. Vamos. – Eu fiz ok com os ombros e fui chegando pra frente. O Shawn estava no shawn, de fato – piadinha sem graça, sorry, não aguentei kkkk – ele ficou meio em estado de choque, mas aos poucos foi se chegando pra frente também.

- Se você não quiser... – Ele foi dizendo com vergonha.

- Relaxa, é só um selinho – Eu disse aparentando estar calma, mas não estava.  Ele se aproximou mais e fez perninha de chinês, igual a mim.

- Vou apagar a luz pra dar um clima – Ally abestada só falava besteira. Ela levantou e apagou deixando apenas uma única luz acesa – Espera que falta o pisca pisca – Ela veio voada e jogou aquilo em cima da gente. Eu estava com tanta, mas tanta vergonha que não sabia o que fazer. Peguei uma parte do pisca pisca e enrolei no pescoço dele. OK. AGORA VAI.

   Nossos joelhos bateram, então alguém disse “coloca o seu joelho por cima do dele” então, cheguei mais um pouquinho pra frente e meu coração começou a ficar muito acelerado. Fechei os olhos e fui encostando os nossos lábios.  E QUE LÁBIOS. Tão macios. Encostamos e nos separamos.

- Esse não valeu – Dinah disse como uma criança que não ganha o brinquedo que quer. Eu olhei pra ela e depois pro Shawn, ele fez algo com os ombros que entendi como “tudo bem”. Então encostei novamente a boca na sua, mas diferentemente da primeira ele não ficou só parado. Ele pressionou um pouco mais os nossos lábios e fez um leve movimento para os lados. Minha mão soou frio e eu estava quase agarrando aquele cabelo arrumadinho. Já estava pensando que ele iria me beijar de língua. Quando eu pensei que ia, ele se afastou e eu lamentei internamente. Pior de tudo, me arrependi por não tê-lo beijado na noite anterior.

       Dinah estava atacando de cupido. Eu fiquei com muita vergonha, mas já que estava ali. A brincadeira começou e decorreu de uma maneira bem leve e engraçada. Quando a garrafa parou da Dinah pra Camila nem passou pela minha cabeça uma coisa daquelas. Eu estava esperando ter que fazer uma dancinha muito feia. Fui pego de surpresa e fiquei atento na reação dela. Ela agiu naturalmente. Não ficou toda feliz, mas também não negou. Nos aproximamos e o primeiro selinho foi xoxo, sem graça. Dinah não aceitou e ela me olhou buscando alguma certeza no meu olhar. Eu sinceramente queria beija-la como num filme onde os casais terminam com um final muito feliz, mas não podia fazer aquilo ali. Aceitei fazendo um “tudo bem” com os ombros e ela se aproximou firmemente. Quando ela encostou em mim eu senti algo quente dentro de mim e tive vontade de agarra-la ali mesmo, daquele jeito mesmo, mas me contive e na minha maneira de agir pressionei mais os nossos lábios. Fiz um movimento para os lados na intenção de intensificar o beijo, mas ela não abriu um pouco a boca, o famoso “ok, pode colocar a língua” então antes que fizesse uma merda separei dela rapidamente pedindo secretamente à Deus que não estivesse vermelho, pois estava com um calor absurdo.

- EEEEEEEEEE – as meninas comemoram e eu ri sem graça. A Camila não esboçou reação alguma e eu pensei que ela não tivesse gostado. Me senti mal. Meu celular tocou exatamente na mesma hora e eu agradeci mentalmente.

- Sim. Ok, estou indo. – Olhei de lado pra Dinah que sorria. – Ok. Até mais. – Então desliguei o telefone já me despedindo das meninas – A “brincadeira” estava boa mas eu preciso ir – Disse me levantando e tirando as luzes do pescoço.

- Poxa, logo agora que estava ficando legal – Normani também colocou uma pilha. E olha que ela nunca falava.

- É sério. Estou cheio de coisas pra fazer – Disse dando um tapinha na mão de cada uma – Depois a gente se vê. Valeeeuu – Então sai pela porta como um flash e voei para o meu ônibus a fim de tomar um banho bem gelado.

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Gente, o que eu foi isso. Eu estava toda arrepiada. Não esperava por essa, sério. Quando o Shawn se afastou eu fiquei em estado de choque, mas de uma maneira boa. Nunca quis tanto que um garoto me beijasse. Segundos depois o celular dele tocou e eu agradeci por não ter sido no meio do nosso simples beijo. Eu ficaria com um péssimo humor pelos, provavelmente, cem anos.

- Quê isso em Camilinha – Normani zombou – Só faltou sair faísca.

- Exagerada – eu disse tentando recuperar o ar – Foi só um jogo.

- Você deve estar toda arrepiada debaixo desse casaco – Dinah como sempre certa.

- Ih gente, vou comer minha banana que eu ganho mais – Então levantei e saí pra procurar pela minha banana.