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História Preferida (MadaSaku) - Ainda sobre dia 5 e noite.


Escrita por: ciclame

Notas do Autor


Boa noite!
Não batemos a meta então apareci só hoje, fico chateada em ver o número consideravelmente alto de visualizações e quase nada de comentários, não ganho nada como a maioria dos autores e o mínimo que gostaria era saber o que estão achando da história.
Por hora, sigo em consideração a alguns leitores que tenho enorme carinho.
Capítulo com pitadinha de sensualidade no ar, como diriam, dedo no c* e gritaria nesse cap.
Descrevi as músicas no meio do capítulo porque não tenho ideia qual plataforma vocês usam para ouvir música e achei mais prático desta forma, prometo responder todos os comentários ainda essa semana, ótima leitura.
PS: Fiquei com muita preguiça de betar, busco urgentemente alguém que possa me ajudar nisso. Obrigada!!!

Capítulo 8 - Ainda sobre dia 5 e noite.


Fanfic / Fanfiction Preferida (MadaSaku) - Ainda sobre dia 5 e noite.


A saliva desceu seca e ácida, realmente vou aceitar tomar café com Uchiha Itachi? Não, a pergunta correta é, Uchiha Itachi quer tomar café comigo? Depois de todo esse dia, semana e mês turbulentos, sei que mereço a única coisa é que de verdade não quero entrar numa fria maior ainda. 

Deixei o ar fluir em meus pulmões, tomei coragem e respondi, sinceramente não sei se estou fazendo a coisa mais coerente, sem falar que Madara tem razão, algo muito confuso tá acontecendo nisso. 

Qual Sakura que tipo de sabotagem é essa? Você não é tão feia, tem seus dotes é porque você não lavou o cabelo depois de uma noite a base de sofrimento não quer dizer que você não mereça um homem gostoso. 

Continuando a parte que não sou uma múmia e respondo, vou me dar a esse luxo. 

— Só preciso me trocar. — Um pigarreio no corredor foi mais que suficiente para que eu soubesse que Madara continuava com aquele olhar fixo. 

— Pra depois do café, um filme ? Recomendo Ghost, já viu Sakura? — Coloquei as mãos no bolso um pouco envergonhada com a recomendação do loiro, é claro que já vi e choro até hoje com ele, mas não vou assumir meu romantismo quase incurável na frente do Itachi. 

— Filme? Não conheço.. — Menti obviamente.

— É aquele onde o protagonista morre. — Um soco bem fundo no estômago que garanto ter acertado o ar de mais alguém ali, claro que seria um comentário adequado a Madara, sentou em posição de lótus na cama e parecia interdito com um livro de capa vermelha. 

— Não ligue para eles, Sakura, não é uma má ideia. Posso te esperar na recepção então? — Você pode me esperar em todo lugar, só quero saber se de verdade você não está me sacaneando. Balancei a cabeça e sorrindo, sorrindo até demais, saltitei até o trocador, sério, isso tá acontecendo comigo? 


Quando fechei a porta do meu armário encontro a ninfeta da minha amiga, vulgo, Hinata, de braços cruzados e com um olhar: Vai me contar ou vou ter que arrancar? 

— Não, nem vem, começa logo você, o que fazia na sala da direção? Sua depravada! — Ela riu, amarrou o cabelo em um coque e tirou talco da bolsa, o que essa maluca faz com isso? 

— Prometo que depois que você me explicar tudo, conto. Aliás, suspeito que o motivo desse sorriso idiota seja porque o belíssimo Itachi está na recepção sentado e aparentemente nervoso. 

— Nervoso? — Minha auto estima não ficou elevada, ela explodiu, ansioso para sair comigo? 1 ponto para minha loucura que às vezes pode ter razão.  

— É, não sei se nervoso e a palavra adequada mas inquieto, fofo até. — Não percebi aquela aproximação de Hinata até começar por uma quantia generosa de talco na palma da mão e despejar na minha cabeça oleosa, era tanto que irritou meu nariz e comecei a espirrar. — Menina fica quieta, vai sair tomar café com ele e fritar o bolinho nesse cabelo? Claro que não. Tá com a depilação em dia? — Ops, faz um bom tempo que não cultivo a área dos Países Baixos, revirei os olhos lembrando da minha menstruação fora de época e que não,não estava em dia, minha deusa interior do pânico urrou de desespero, afinal, é só um cafézinho e não uma ida para o motel da rodovia. Deixei que o ar negativo sumiço com a conversa fiada de minha amiga que cuidadosamente prendeu meu cabelo em um mini rabo de cavalo que se a Betty da novela mexicana visse, iria me achar tenebrosa. 

A situação só “melhorava”, decidi aceitar contra a minha vontade usar um perfume extremamente doce que Hinata tinha para ocasiões de sufoco, só que esse cheiro incomodou meu nariz, muito.  

Itachi já deveria ter desistido da ideia maluca, sinceramente, eu teria feito. 

— Sakura, você tá pálida, reagi, ele te chamou pra um  encontro extra oficial. Falando em extra oficial, fofoca/notícia, um novo paciente chega hoje, mas pelo grau de segurança que está exigindo não deve ser pouca coisa. 

— Extra o que? É só um cafezinho, aliás, tô pálida mesmo, esse seu perfume é muito doce Hina. — Ela fez uma cara de poucos amigos e parecia uma garotinha birrenta, droga, que imbecil, ela só tentou me ajudar e como a ingrata agradece? Preciso consertar isso ou ela não vai me contar pra quem está dando. — Ele fica bom na sua pele, seu cheiro natural é bom sozinho amiga, e sobre esse paciente sabe mais algo? — Ok, que parte de mim possuiu o Gaara? E a merda toda é que colou, ela sorriu de forma tímida e totalmente contente, minha sorte que quando chegamos na recepção Itachi ainda estava lá, e não precisei continuar bancando a mentira a lá Gaara. Hinata não me respondeu e bancou a sonsa. 

O moreno mantinha os cabelos bagunçados e apoiava o rosto de forma cansada na beira do balcão de mármore, a morena pigarreou e tirou ele de qualquer devaneio de loucura sobre me convidar. 

— Olá garotas, achei que tinha desistido do nosso café, Sakura. — A forma que ele virava o rosto para a direita quando se sentia desconfortável com algo que dizia era fofo, não que existisse algo fofo nele mas pelo menos terno era. Será que Madara tinha razão? Sobre Itachi.. Xô negatividade, só boas vibrações. 

Levei uma cotovelada de Hina para responder que quase roubou meu ar. Às vezes a descrição dela era duvidosa. 

— Um pequeno imprevisto no banheiro, só coisas de mulheres… — Coisas de mulheres Sakura? Que fora órbita criatura. — Ele pegou o casaco e a maleta sobre o balcão e nos conduziu para fora, pelo jeito Hinata também iria sair com alguém, só reparei depois que vi ela nos seguiu até o estacionamento. Os meninos não estavam mais lá, quem os avisou? 

— Sakura é por aqui. — Nossa, se meu rosto era pálido agora é um vermelho escaldante, sai andando olhando para o céu escuro, um misto de anoitecer com mais chuvas, os raios clareavam anunciando mais tempestades, só imagino o estado da minha casa. 

Itachi parou ao lado de um Mercedes G63 cinza escuro, parei por um instante olhando meu cabelo branco meio oleoso meio indescritível, meus olhos verdes com lindas bolsas abaixo deles para completar minhas roupas dignas de andar a pé. 

Esse carro era lindo tal como o dono, que ao perceber minha confusão mental abriu a porta, WHAT? 

Ele realmente abriu a porta desse carro pra mim? 

— Sakura, tudo bem? Parece que tem algo te incomodando? — Claro que não, será que ele vai me matar? Não pode ser que ele esteja me cortejando, eu? Sério? Não, não mesmo. 

— Tá sim. — Não tá, quando entrei no carro fiquei mais paralisada ainda com o cheiro de homem limpo com carro limpo, luzes, conforte e bancos de couro, bancos de couro que lembram ao Ryu… 

— Então, como já está tarde, pensei que talvez pudéssemos sair e já procuramos algum lugar para jantar, antes do mundo cair. — Tô no mundo da lua, não vi quando ele entrou, o estralo do cinto me fez lembrar que ainda não tinha colocado o meu. Puxei sem sucesso três vezes e ele não saía do lugar, no carro dos meninos não tem esse problema. — Deixa que eu te ajudo.— Nossa, Itachi era um problema para o meio das minhas pernas, uma mão se apoiou na borda do banco e a outra facilmente arrumou o objeto de segurança, aquele cheiro, pude notar a barba um pouco crescida e as veias de seu pescoço. 

— Eu não conheço muito a área aqui, então deixo a seu gosto. — Deixo tudo a sua vontade, só preciso me orientar e não bancar a tonta o tempo todo, ele sabe que sou classe núcleo da terra só não preciso escancarar. Torci os dedos para que ele não decidisse ir em nenhum restaurante com mais de dois talheres. 

— Foi um dia e tanto, meu tio não é nada fácil… — 

Tio, essa palavra tão doce e familiar não combinava nada com Madara, parecia que qualquer ligação positiva não poderia estar conectada a ele, e no fundo talvez existisse um certo ressentimento da parte de Itachi é claro por ele ser como é. 

Depois que saímos do estacionamento notei que um carro vermelho cujo o valor deva ser de 10 rins meus saio de forma apressada, cortando nossa frente, Itachi resmungou algum palavra e buzinou, o que me deu certo alívio, era difícil de acreditar que ele não era perfeito e que Deuses do Olimpo também dizem “caralho”. 

— Nossa, quem é? 

— Tobirama Senju, irmão mais novo de Hashirama, ele voltou da Inglaterra, é um cirurgião fenomenal pena ser um filho da puta egocêntrico. 

— Não conheço… 

— Não perde nada, se acha difícil o gênio de Madara… Aliás, não dê importância ao que ele diz, Madara sente prazer em atormentar qualquer pessoa. 

— Tudo bem já tô acostumada e não fico calada, e sobre esse Tobirama, deve ser horrível. — Alguns pingos de chuvas caiam e o clima estava ficando gostoso de uma forma bacana, a conversa começou a fluir e Itachi procurou uma música enquanto falava sobre o irmão do diretor, Hashirama também me causava calafrios, era lindo mas existia alguma coisa estranha nele. 

— Acho que essa não é da sua época. — One in a Million, conhecia sim porque era fã do filme Miss simpatia e quando ele notou o quanto me animei com a música seu semblante ficou leve. — Ou talvez você seja uma caixa de surpresas. 

— Eu? Não, nada disso, sou muito rasa, sem segredos. — Isso foi depressivo mas era verdade, de canto consegui ver o olhar de Itachi despontar com um sorriso reprimido de galã. 

— Não acho isso. — O que você esperava Sakura? Ele é um homem, está flertando contigo, preciso reagir e corresponder, quero, só não sei se consigo. 

— Por que não? — O sinal fechou bem na hora, e a música atingiu o ápice, parece uma cena de filme anos 90 e eu sou a donzela, chupa essa mundo. Se meus cabelos não estivessem grudados na cabeça, tentaria seduzi-lo mexendo-nos, mas se fizesse isso derrubaria talco por todo banco preto, então preferi cruzar as pernas. 

— Gosto da forma que você sorri e especialmente da forma que seus olhos se movem quando isso acontece. — Ele era bom, alerta de perigo, quantas vezes ele já fez isso? Itachi não desviou os olhos do semáforo mas diminui o tom de voz como se me prendesse. — Tem uma pizzaria ótima aqui perto, você gosta? 

— Do que? 

— De pizza? — E do que mais seria Sakura? Engoli o ar e virei o rosto para o vidro quase tentando me enfiar ali, que burra, é claro que era da pizza, como eu dei um balão desses? Vi o reflexo dele agora me olhando e rindo, que visão divina. 

— Você é engraçada Sakura, gosto da sua companhia. — A segunda música era Bills,bills,bills, começo a gostar cada instante mais dele. 

— Obrigada, também gosto da sua, apesar de ainda estar um pouco confusa porque me chamou para sair…— Uau, a primeira coisa pensada e que pronunciei de forma coerente. 

— Por que? Na verdade, sempre segui as normas da clínica e não costumo misturar trabalho com prazer, mas a verdade é que desde que você chegou chamou minha atenção. — Sem palavras, era sério isso? Chamei atenção dele? Mas por que? — Chegamos, quer comer aqui, ou levamos para outro lugar? — Haruno Sakura e a chance de você sair da seca da sua vida, pensa bem no que vai dizer. 

— Am, hum, am… Não sei. 

— Vamos comer aqui e jogar um pouco de conversa fora, se o tempo piorar saímos, pode ser? — Lava essa mente com detergente, ele só se referiu sobre levar a pizza por causa da tempestade, só isso. 

Num movimento rápido ele desceu e eu quase arranquei o cinto do carro, para destravar a porta foi outro parto e por sorte o bom cavalheiro que ele era abriu a porta e me ajudou descer, se tudo der errado na minha carreira já me sinto vitoriosa por descer desse carro, segurando na mão desse homem. Corremos para dentro, a porta avisou sobre nossa entrada e o lugar era quase vazio, que outros malucos sairiam no meio desse caos natural? 

Escolhemos uma mesa no canto, o lugar remetia a lanchonetes antigas, chão de cor preta e branca, mesas e estofados vermelhos, a garçonete corria de patins e com um gingado a mais veio anotar nosso pedido. 

— Boa noite, já sabem o que vão pedir? 

— Eu gosto de atum, e você Sakura? 

— Hm, portuguesa. — Foi chato a forma que a ruiva de cabelos curtos encarava Itachi e colocava o lápis na ponta dos lábios, deveria ter sentado do lado dele e não de frente, mas aí não teria contato visual.

— E para beber? 

— Gin com tônica e pimenta, se tiver. 

— Temos é claro, e para você? — Será que devo pedir o mesmo? Não é uma boa ideia misturar álcool com encontros, é essa assanhada deveria ser mais educada comigo. 

— Acho que poderia ser o mesmo não é? E acrescentar uma dose de xarope de cereja. Se você não gostar eu bebo. — Ela anotou e saiu um pouco descontente ao notar que foi ignorada. 

— A mulher não escondeu nadinha.. Ela vai cuspir no meu drink. 

— Vou mentir se disser que não. — Ouvir a risada dele novamente foi divertido e não, Madara não acertou dessa vez, o jantar foi divertido e falamos de coisas normais, fomos normais, nunca amei tanto a normalidade como agora. Falamos de Naruto, Sasuke, carreira, sonhos e não poderia faltar a clínica. 

— Acho que Lee tem uma quedinha por você. 

— O que? Não! Lee é meu amigo, nada disso. 

— Depois que se trabalha com as mentes mais diabólicas e brilhantes, ler pessoas é algo automático. 

— Nossa eu não percebi, que tonta! — Nossa mesmo, Lee? Não é possível. 

— Isso é normal, você não pode ver algo que não esteja em sua mente. — Que profundo, será que sou capaz de continuar nessa conversa ? O rumo dela é poético demais. Um trovão roubou a cena e em seguida as luzes se apagaram, alguns gritinhos abafados se donzelas em perigo e eu extremamente cheia de comida e uns drinks, minha calça iria explodir a qualquer momento. 

— Acho que minha casa não vai aguentar essa noite. 

— Você tem um humor peculiar, vamos? Já são quase meia noite, não vi as horas passarem. 

— Meia noite? Meu Deus, vamos claro. — Hora da conta, vou oferecer para pagar a minha parte só que se ele aceitar vou ter que ficar lavando os pratos, coisa que é mais segura do que ir para casa.

Itachi ligou a lanterna do celular para chegarmos até o caixa, um homem baixo de meia ideia e bigode com sotaque italiano piscou um pouco perdido quando Itachi ergueu a luz em sua face, e agora Sakura. 

— Eu pago minha parte, por favor. — Sem me dar muita atenção, retirou a carteira de couro envelhecido e retirou o cartão black, nunca tinha visto um ao vivo. 

— Débito, por favor. — Claro que seria débito, ele não tem cara que passa nada no credito. — Sakura eu sei que você pode pagar sua parte, mas os bons modos e principalmente eu, faço questão de fazer esta gentileza. — E a segunda vez essa noite que fico sem palavras, existem cavalheiros e homens com H maiúsculo só que é a primeira vez que vejo um em carne e osso. 

A chuva mudou de intensa para o tsunami, corremos para o carro e dessa vez abri a porta assim que ouvi o som do alarme, fiquei parecendo um pinto molhado, já ele, parecia um ator dos comerciais da Klabin Klein. 

— Sakura tem um negocio branco no seu cabelo! — Que grande merda, o talco! Vai parecer que eu tenho piolho e lêndeas, e agora? Outro raio mais forte e até os postes elétricos balançavam ameaçando cair. — Onde você mora? Vou te levar pra casa, a tempestade não parece que vai recuar. 

— Onde eu moro? — Quero ver eu explicar para ele que talvez depois que entre no meu bairro pode ser que precise deixar seu carro na travessia. Engoli seco e tentei descrever, não ficou surpreso, ele também não esperava que eu morasse na esquina com a principal. 

A conversa ficou bem menos atrativa conforme a tempestade dificultava o percurso, confesso que o medo aumentava cada vez mais. 

Itachi acelerou e passou alguns sinais fechados, latas de lixo, folhas, inúmeras coisas voavam em direções contrárias. 

Finalmente estávamos chegando, viramos a esquina da minha casa, encontrei minhas chaves, até ver aquele mesma camionete, não pode ser, era ele? 

Poucos metros longe de minha casa com os faróis desligado, o que fazia ali? 

— Acho que chegamos, é aqui? — Meu coração disparou e senti minhas pernas tremerem, suei frio, o que ele esperava? Eu? A mando de quem? Ou dele mesmo? — Sakura? Tudo bem? O que houve? 

— Nada, nada, besteira. — Minha voz entregou tudo, não conseguia esconder o nervosismo e o pânico. 

— O que foi? Está com medo da tempestade? 

— SIM SIM! — Nossa, que desculpa boa e calhou em ótima hora. Como vou explicar essa neura? E se não for nada, pode ser até ser um distribuidor local dos meus vizinhos, existem vários modelos de carro assim. 

— Eu poderia me oferecer para ficar, mas sua casa não tem garagem pelo jeito. 

— Ah não, tudo bem, obrigada pela noite. — É, está tudo bem. 

— Você quer ficar em casa comigo? Podia ter me dito. 

— Não, imagina, é sua casa, não tem que acomodar uma quase sem teto. 

— Você não é uma sem teto, só sua moradia hoje pode ser um pouco perigosa. — Ele ficou totalmente sem jeito de falar que moro num barraco, só que não, não era medo do clima e sim daquele homem. Qual é Sakura, como vou me enfiar lá? 

Isso é além do limite de ajuda aceitável. 

— Itachi eu realmente agradeço sua bondade mas não quero que interprete as coisas errado, se olhar meu lado e até um pouco vergonhoso aceitar ficar na sua casa porque tem perigo da minha literalmente voar. — Encarei os nós de meus dedos, faz sentido ser honesta sempre, só que isso não quer dizer que não é humilhante. 

— Acho que o errado sou eu, deveria ter levado você direto para minha casa sem sua autorização, não disse que queria que a noite acabasse aqui, apenas fiquei inseguro. — Meu humor variou milhares de vezes essa noite, agora ele ultrapassou os limites de contentamento. Acho que fui uma imbecil em não deixar claro o quanto sua cia foi agradável e lógico que, também preciso sair daqui o mais rápido possível. — Antes que invente alguma desculpa, vamos sair daqui. — No momento em que Itachi fez a volta minhas dúvidas evaporaram, sem dúvidas era ele, comecei a tomar cuidado e analisar a distância segura que nos seguia, a mão do Uchiha ao meu lado pairava sobre o câmbio, sem necessidade já que era automático e ouso dizer que ele tentava um contato, só que minha mão estava nojenta, suada e gelada. 


Nem me dei ao trabalho de analisar a situação de minha casa, quando saímos de meu bairro a camionete simplesmente tomou sentido contrário. 

Tentei relaxar no banco, o ar voltou a entrar no meu corpo e quase senti vontade de chorar, de alívio claro, se não fosse isso, estaria com tendo a melhor noite da minha vida, uma linda mulher passaria vergonha. 

— Vou colocar em alguma rádio ver qual é a situação da tempestade. — Após o locutor nada calmo não tranquilizar ninguém sobre as próximas 24hrs, uma música exatamente sensual e antiga, que particularmente gosto muito, começou a tocar, Careless Whisper, nós olhamos e a risada foi inevitável. 

Para arrematar, uma onda de granizo começou, sorte nossa, parecia que estávamos chegando, imaginei que a família Uchiha morava em um condomínio fechado só para eles, mas pelo jeito não. 

Outra vez em um estacionamento gigante, o prédio ficava no centro da cidade, pelo pouco que pude ver era todo espelhado, mas com a rapidez que entramos anda e certo. 

A garagem era enorme, poderia ficar com qualquer carro dali. 

— Chegamos, são e salvos. — É, nunca essa frase fez tanto sentido. 


Pegamos o elevador, agradeci por não ter que subir sei lá quantas escadas, não tinha notado até então que Itachi tinha desligado o telefone ou posto em modo avião, o celular tocava com inúmeras notificações e ele tentava responder na mesma velocidade. 

As portas de metal se abriram já dentro do apartamento e meu queixo quase caiu, um ambiente simplesmente cinematográfico. 

Preciso pagar para ficar aqui, será?

O piso era de mármore escuro, luzes bem colocadas de forma que entrasse em harmonia com o projeto, não existiam paredes e estava certa quando achei que o prédio fosse praticamente de vidro, conseguia ter uma vista de toda a cidade, as luzes da noite se misturavam com os raios, gotas de água escorriam tornando o cenário, perfeito. 

Um tapete claro ficava entre os sofás do mesmo tom, a lareira acesa ambientava ainda mais. 

— Sakura fique a vontade, quer beber algo? 

— Não obrigada. 

— Quero que fique à vontade, estamos sozinhos, aliás eu moro só. 

— Obrigada, não sei como agradecer por tudo.— Seus olhos fugiram da tela e vieram reto a mim, bloqueou o aparelho com um único toque e jogou no sofá. 

— Você não tem que agradecer se não quiser, já disse isso. — Sua ergueu a minha na direção de seus lábios e beijou a ponta de meus dedos, sua boca era quente e macia, extremamente macia. Banheiro, preciso de um banheiro urgente, não tenho condições de prosseguir fedendo a talco e esse perfume doce. 

— Banheiro, eu preciso ir ao banheiro, preciso de uma ducha. — Puxei a mão e dei um sorriso que não convenceria nem o carrinho do cachorro quente que devo. 

— Claro, claro. Venha, se importa de usar o meu banheiro? 

— Seu-seu banheiro? Não, claro que não, só não quero invadir sua privacidade. 

— Não vai. — Minha não foi outra vez roubada e viramos no corredor à esquerda, cheio de obras de arte, espelhos, seu quarto era o último e confesso, não sou digna de deitar nessa cama nem quando acertar na loteria. 

Com certeza era uma mega big king, com uma coberta branca gelo e almofadas azuis bem escuros, ele abriu a porta do banheiro e aí sim minha pressão despencou. 

Um espelho gigante atrás da banheira, só consegui pensar porque ele o posicionou ali, safadinho. 

— A toalha fica ali, devo ter algum produto de cabelo que sirva e os sabonetes estão naqueles vidros, se precisar de ajuda me chame. 

— Ajuda? 

— É, ajuda, Sakura. — Fiquei completamente chocada com o atrevimento/cavalheirismo/fofísmo desse homem, um combo único, outra risada atrevida e fechou a porta finalmente me deixando sozinha.

Não era meu plano perder a minha virgindade na primeira saída, mas quando vou ter outra chance? É melhor do que um carro velho mil vezes. 

Retirei minha roupa que quase andava sozinha, meu cabelo nem se moveu quando o soltei e quase, quase mesmo me joguei daquele andar quando vi que sai com o homem mais gato do universo e meus cabelos pareciam estar a milanesa. 

Hinata eu vou comer o seu fígado. 

Isso não é uma coisa que eu diria, isso é coisa que ele diria, não, não vou permitir que essa maluquice destrua minha noite, nem pensar. 

Se minha mínima experiência ajudasse ligaria a banheira mas como também não sou abusada, apenas utilizarei o necessário, liguei o chuveiro e deixei que a água quente lavasse minha alma por um momento, peguei a bucha e quase arranquei uma camada de pele afim de tirar esse adocicamento. 

Procurei um shampo e fiquei com vergonha caso em um sonho ele viesse a tomar banho na minha residência não tenho como pagar 200$ em um vidro, meus cabelos iriam ter uma noite de vitória depois do passaram hoje. 


O banho me devolveu a lucidez,ouvi uma gentil batidas na porta enquanto secava os fios. 

— Com licença Sakura, quer uma camisa minha? Não tenho nada do seu tamanho mas deve ser mais confortável do que suas roupas agora. — Aham, deve sim e também deve ser mais fácil para você tentar tirar, só que não vamos poder passar para o nível 2 já que, minhas áreas baixas estão inabitáveis. 

— Claro, eu agradeço. — Abri um pouco a porta e o achei usando calça jeans e um suéter cinza, esticou o braço fingindo fechar os olhos. 


Depois de usar algo caro, macio e confortável, sorri para mim mesma de certo modo, posso também ter dias de alegria e esqueci completamente como eles eram incríveis. 

Voltei para sala, agora quase pronta, pelo menos para umas possíveis preliminares, sentei ao seu lado com o cabelo molhado e cheirando a frutas cítricas, cheiro de gente rica é claro. 

— Obrigada, esse banho me deixou nova. 

— Vinho? — Ergueu a garrafa e peguei a taça vazia. 

— Vinho! 

Jogamos conversa fora, ao som da chuva e boas risadas, volta e meia olhava seus lábios e disfarçava, tentava pelo menos, sabia que o efeito do vinho tinha chegado a um bom tempo. 

A terceira garrafa chegava ao fim e quando tentei servir uma última gota acabei sendo a Sakura, virei o restante do líquido na camisa que nem era minha. 

— Nossa, meu Deus, sinto muito, eu vou lavar. 

— Vem Sakura, você bebeu bastante e não quero que acorde com dor de cabeça. 

— Ah, dor de cabeça não mas…

— Mas nada ué. — Quando o álcool entra a depravação sai, na mesma ordem e rapidez. 

Itachi me puxou pelos braços, quase não via direito mas sentia tudo maravilhosamente bem, sua boca sussurrou ao meu ouvido, ao mesmo tempo que senti sua ereção quente rente a mim. 

— Que dor você quer sentir? Você só está falando isso porque bebeu mais que deveria. 

— Com que cara vou te ver no trabalho depois disso? —  Agora eu quero me justificar? Lastimável. 

— Com essa, o que tem de errado em dois adultos aproveitarem a vida? — Nada, a parte em que sinto meu corpo suspenso do ar e algo rodopiar ficou pra trás e deu lugar a algo que meu estômago não sabe decifrar. 


Quase vi a luz no fim do túnel, mas era só minha consciência voltando à tona em uma manhã qualquer depois de todo álcool ingerido. Todo meu corpo parecia ter sido mutilado internamente, sentei na cama cuja cor não era a minha é só então comecei tomar nota das últimas horas, droga, será que eu? Não, não pode ser. 

Ela estava completamente bagunçada, me encontrava sozinha, ergui o edredom e vi uma mancha de sangue, uma espécie de gelo desceu minha espinha,olhei para o lado e no balcão um bilhete escrito à mão.

 

Bom dia Sakura, como está de folga hoje não quis acordá-la, espero voltar logo, precisei ir à clínica cedo pois tivemos problema a noite com o novo paciente e Madara. Volto logo, não tenha dúvidas.” 


Novo paciente? No meu corredor? E raios, eu transei? 





Notas Finais


E quais os palpites para os questionamentos da dona Sakura ?


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