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História Presa em Si - PREFÁCIO


Escrita por: marichalom

Capítulo 1 - PREFÁCIO


Fanfic / Fanfiction Presa em Si - PREFÁCIO

 

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O corpo de Aurora fraquejava em lentidão, as têmporas latejavam como se várias formigas trilhassem um caminho por baixo de seu rosto. Recordava-se de uma maca metalizada, um travesseiro desconfortável e as luzes presas ao teto de um longo corredor piscando quase que descontroladamente. Tudo doía, desde a cabeça até os pés, tentava acreditar que estava com sensações reais e não criadas por si. Não sabia onde estava, queria descobrir, mas... não conseguia. Os olhos se abriam, mas não enxergava nada. O corpo estava pesado, ou já havia perdido o controle de tanta fraqueza que se estabilizou; Aurora não conseguia raciocinar mesmo com o maior dos esforços. Remexia o globo ocular, tentando procurar algo, conseguir enxergar, mas falhava em todas as tentativas.

A boca seca com a língua áspera eram as únicas percepções que a garota conseguiu identificar. Inspirava procurando cheiros que em questão de segundos conseguiu. Não fora um acontecimento positivo, a escuridão que a angustiava havia se transformado numa imensidão de fumaça, recuperou a visão mas só conseguia enxergar o acinzentado junto do cheiro sufocante de algo queimando. Atravessava as mãos pelos meios indecifráveis de fumaça, era como se nadasse dentro de nuvens sem fim.

Talvez aquilo fosse um purgatório, um sinal de um Deus ou uma força do universo dizendo para Aurora que ali era seu fim, no caso era só passar por todas essas decifrações sem sentido - e lotadas de angústias - que logo teria as explicações. Antes fosse, continuava a passear pelas cinzas, sentia gotículas de suor passeando pela sua pele, enroscando em fios de cabelo, deixando-a com coceiras na nuca. Uma distração, já não enxergava por onde ia devido a fumaceira, por agora o corpo parecia cada vez mais úmido, como se estivesse numa sauna, com a respiração complicada, transpirando.

Por mais angustiada que estivesse, não transparecia. Nem sabia ao certo se estava sentindo algo, alguma comoção. O coração bateu forte por um mísero segundo, quando não estava mais sentindo os pés no chão. Tentou correr dando os passos mais exagerados como se estivesse fugindo de algo, ou procurando uma terra firme para sentir o pisar; mas não conseguia.

A queda foi rápida como um salto de paraquedas, os olhos abriram desesperados a procura de sanidade. Estava deitava novamente na mesma maca de sua memória, sentia o corpo mais desconfortável do que de começo, as costas incapacitadas de cooperar a fazer qualquer movimento. Revirava o globo ocular com cautela, até chegar ao centro, fitando uma figura humana, se era mulher ou homem, não conseguia decifrar. Suas vestes eram como se estivesse analisando um alienígena. Aurora queria gritar, se debater, queria explicações. Continuava a ser observada, uma luz esbranquiçada e forte veio diretamente aos seus olhos, a última coisa que conseguiu ver, foi uma seringa com líquido esverdeado, a agulha pontiaguda. Os olhos remexiam-se de desespero, até fecharem pouca a pouco.

Benignum-D é uma grande empresa farmacêutica, reconhecida pela criação de antibióticos e anestesias para as demais doenças e procedimentos cirúrgicos pelo mundo todo. De origem americana, já foi reconhecida por premiações de profissionais que tinham uma porcentagem mínima de falhas, principalmente com cobaias. Um recém grupo de estudantes científicos após o sucesso de sua pesquisa com o teste em ratos de laboratório, procuravam cobaias humanas para seu novo procedimento da inibição da dopamina, substância importantíssima que atua no controle do movimento voluntário, memória e sensações prazerosas. Receberam trinta permissões de cobaias por questionários via e-mail. Selecionaram apenas quinze avaliando o perfil de cada um, a partir de conseguir uma experiência além do necessário durante o procedimento.

A primeira etapa do método era fora essa. Aurora foi a primeira viva, dentre os quinze selecionados, dez haviam morrido durante o mesmo procedimento, faltavam apenas quatro.   

 



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