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História Presente Divino - Capítulo 15


Escrita por: _luaaguiar

Notas do Autor


O ultimo do dia,
Boa leitura

Capítulo 16 - Capítulo 15


Fanfic / Fanfiction Presente Divino - Capítulo 15

Eu tenho tudo o que preciso quando você está comigo

Eu olho à minha volta, e vejo uma vida boa

Flashlight- Jessie J

 

Luna observou o estádio lotado no fim da tarde daquele domingo, nos braços uma Sara impaciente e que ela tentava a todo custo manter sentada em seus braços.

- Desculpa o atraso- ela respirou aliviada ao ouvir a voz de Georgina, estavam na área vip do estádio e tinham uma excelente visão do campo dali- Jr. Demorou, adolescentes- a espanhola revirou os olhos enquanto sorria, o pequeno encarava a mulher a quem chamava e respeitava como “mãe” com uma careta que trouxe riso a Luna.

- Não tem problemas, talvez ele me ajude a manter essa garotinha sentada- ela olhou para a filha que agora ria para o filho de Cristiano Ronaldo, Jr. Acabou pegando a pequena em seus braços e Luna e Georgina seguraram o riso quando ela bagunçou o cabelo tão bem arrumado, no entanto, ele não pareceu se importar.

A Juventus jogaria contra o Milan naquele dia, os torcedores pareciam muito animados enquanto se acomodavam em seus assentos, os jogadores não demoraram a entrar em campo outra vez, Luna gostava de chegar cedo ao estádio, não queria passar por toda aquela agitação com Sara.

Durante o primeiro tempo o jogo permaneceu empatado e Sara chamou o pai algumas vezes, batia palmas e sacudia as pernas enquanto dava pulinhos no colo da mãe e trazia risos de encanto a Georgina.

No intervalo, tomou sua mamadeira com uma vitamina pronta que Luna havia feito antes de saírem, Jr. Acabou dando um pouco de sua pipoca a pequena. No segundo tempo Sara ainda estava animada e gritava pelo pai como se ele pudesse ouvir, Luna viu quando o par de olhos verdes percorreu a arquibancada a certa altura e sorriu ao imaginar que estivesse procurando por elas, Sara acenou quando a mãe indicou e ela se perguntou se Paulo poderia ter visto a tantos metros, concluiu que sim quando ele sorriu e mandou um beijo.

No fim da partida, o Milan infelizmente havia levado a melhor por 2X1, o campeonato italiano estava a todo vapor e a Juventus agora precisava também lidar com a pressão da Champeons League já que as partidas pela competição não deveriam começar nas semanas seguintes.

Sara dormia no colo da mãe, e Luna a colocou no carrinho que havia deixado no corredor enquanto seguia ao lado de Georgina e do filho que contava animado sobre a partida, ele gostava mesmo de ver o pai jogar.

- Cristiano faz aniversario em alguns dias e vamos fazer uma comemoração simples com alguns amigos e colegas do time, você deveria ir- sugeriu a espanhola enquanto elas esperavam pelos jogadores na área reservada, o lugar já estava em sua maior parte vazio, Luna mordeu o lábio inferior- Leve a Sara, aposto como metade do time está curioso para conhecê-la- Luna ainda estava receosa quanto aquilo.

- Vou pensar sobre isso- declarou a morena de modo sincero e Georgina acenou mesmo contrariada.

Cristiano não demorou a aparecer, Luna nunca o tinha visto pessoalmente, mas não era muito diferente do que se mostrava a televisão e as fotos na internet, apertou a mão que o homem lhe estendia, um sorriso gentil nos lábios do craque.

- É um prazer conhecer você- ela acenou com um sorriso, também gentil- Essa deve ser a famosa Sara- declarou ele quando seus olhos já estavam sobre a pequena, Luna viu um sorriso nascer nos lábios dele- Ela é linda, parabéns- ela sorriu orgulhosa.

- Obrigada- agradeceu.

- Hey, afaste-se da minha garotinha, folgado- a voz de Paulo soou pelo cômodo, ele tinha um sorriso nos lábios e Cristiano encarou o amigo de time também sorrindo.

- Parabéns cara, ela é uma garotinha linda- Paulo sorriu olhando a filha que dormia serenamente- Sorte sua ela ter puxado a mãe- brincou ele, Paulo lhe lançou uma careta.

- Tivemos a mesma sorte então- rebateu ele e Cristiano fez-se ofendido, mas acabou rindo.

 

Luna observava as ruas da cidade enquanto Paulo dirigia algum tempo depois, era melhor que fosse direto para casa já que a filha havia “apagado”, Paulo estranhou o fato de vê-la mais quieta que de costume, mas o que lhe incomodava de fato era a feição tristonha que cercava o rosto da jovem mulher.

- Você está bem? -questionou ele assim que estacionou em frente ao prédio onde mãe e filha moravam.

- Sim- a voz dela soou baixa como um sussurro, Luna respirou fundo e fechou os olhos por breves segundos, perguntando a si mesma se deveria dizer algo a ele- É só que...- ela mordeu seu lábio inferior, lidar com aquilo ainda era muito doloroso- Hoje faz três anos que papai se foi- Paulo engoliu seco, ainda lembrava de Romeo e seu jeito constantemente sério, mas para aqueles que o conheciam ele tinha um coração grandioso.

- Ainda dói, não é? -ele questionou mesmo que os olhos da mulher ao seu lado lhe confirmassem isso, ela apenas acenou sem saber muito o que dizer, perder seu pai fora uma grande dor, ainda era difícil lidar com a saudade.

Sem pensar muito Paulo decidiu derrubar suas barreiras e abriu seus braços, talvez não fosse a melhor das ideias, mas ele não queria pensar sobre isso agora.

- Vem cá- então ele a acolheu em seus braços, Luna sentiu ser inebriada pelo perfume masculino e fechou os olhos por alguns segundos, era bom poder sentir o conforto dele.

Nenhum dos dois soube especificar como, mas os olhos se encontraram e antes que pudessem ter qualquer reação, seus rostos estavam a centímetros um do outro, perto o suficiente para sentirem suas respirações descompassadas, para que Luna encarasse os lábios de Paulo e quisesse desesperadamente se perder naquele gosto outra vez, perto demais para que Paulo quisesse se afastar, mas ainda estavam longe, ainda tinham os resquícios do muro construído entre eles.

Luna foi a primeira a recobrar sua consciência e se afastou antes que fosse tarde demais, o clima predominante já era outro e ela sabia que era hora de descer e deixar aquele momento para trás.

- Acho melhor eu ir- sua voz soou mais firme do que ela imaginara, Paulo apenas acenou ainda que quisesse convencê-la a ficar.

- Eu ajudo você- disse ele, enquanto a linha entre eles se desfazia.

Luna encarou o céu estrelado enquanto sentia a brisa contra seu rosto, passava um pouco das 2h da madrugada, mas ela não conseguira dormir, havia falado com sua mãe por algumas horas no telefone, Letícia também sentia muito a falta do marido. Luna encarou a rua calma e teve sua mente inundada pelas lembranças de uma das piores noites de sua vida.

Passava um pouco das 21h, Luna não sabia exatamente onde estava e nem ao menos fazia questão de descobrir, sabia que sua mãe deveria ter ligado inúmeras vezes, que seu celular deveria estar cheio com todos os tipos de mensagens possíveis, mas ela não queria acordar, porque aquela realidade era dolorosa demais.

Romeo havia partido, ela ainda não conseguia acreditar naquilo, seu pai saíra naquela manhã vestido em seu uniforme e com um sorriso de quem estava feliz por cumprir seu dever em mais um dia, ele era claramente apaixonado por seu trabalho, ser bombeiro era parte de quem ele era.

Luna lembrava das noites em que viu sua mãe caminhar preocupada, observar a vista noturna da janela e demorou até entender que ela tinha medo de não ver seu marido voltar para casa, infelizmente agora era algo real.

- Luna- a voz masculina a alcançou, olhou sobre o ombro e avistou um Paulo caminhar apressado até ela- Céus, ainda bem que achei você- ele declarou aliviado ao sentar ao lado da jovem no banco de praça, Luna tinha uma visão desolada e ver aquilo o machucou profundamente.

- Como chegou tão rápido? Como sabia onde me encontrar? -a voz dela soou rouca, talvez pelo choro de antes, ainda sentia os resquícios de lagrimas contra seu rosto, no auge de sua dor, Paulo surgiu em sua mente, ela sabia que agora eles não eram mais os mesmos agimos de antes, que o jogador tinha uma nova namorada, ela sabia de tudo isso, mas ainda assim ela precisava desesperadamente dele naquele momento.

- Eu estava em um voo para cá, coincidentemente- ele declarou sem saber muito o que fazer, Paulo conhecia aquela dor e ele sabia que nada que fizesse poderia aplaca-la- A sua mensagem, eu consegui rastrear- Luna não quis saber como, apenas acenou enquanto observava o lugar vazio, agradeceu por não ter ninguém além dele ali, fechou os olhos e sentiu novas lágrimas inundarem seus olhos, algo rasgava em seu coração.

- Ele se foi...- ela sussurrou mais para si mesma do que para ele- Ele se foi Paulo- soluçou presa em seu próprio choro.

- Como isso aconteceu? -ele questionou um tanto confuso, tinha recebido uma mensagem de Luna há poucas horas, e sua mãe o ligara pouco depois enquanto ele estava no meio de uma conexão voando até a Argentina, Romeo havia falecido enquanto sua equipe tentava apagar um incêndio em uma área florestal, há alguns quilômetros da cidade.

- Uma árvore o atingiu em cheio, seus colegas se quer puderam salva-lo- ela sussurrou, ainda custava acreditar em tudo aquilo, agora parecia mais real do que quando recebera, ela só não sabia como lidar com tudo aquilo, ela queria seu pai de volta, ela queria abraça-lo outra vez, queria ver ele sorrir, queria escutar sua voz, ela queria voltar a ser criança e ouvir as histórias incríveis que só ele sabia contar, ela queria correr para os seus braços, queria senti-lo fazer cocegas nela até que chorasse de tanto rir- O que eu faço agora? – ela sussurrou um tanto perdida e Paulo queria desesperadamente poder respondê-la, ele tinha se feito aquele mesmo turbilhão de perguntas e não achado respostas para nenhuma delas- Porque ele? Porque- Luna não fazia mais questão de esconder suas lágrimas agora e Paulo se aproximou um pouco mais- Eu quero ele de volta Paulo, eu quero ele aqui- Paulo a puxou para seus braços e a acolheu em um abraço, mesmo querendo fazer muito mais, ele sabia que era tudo.

- Eu sei, eu sei querida- ele sussurrou enquanto acariciava os cabelos castanhos e ouvia os soluços da mulher em seus braços enquanto ouvia seu choro, aquilo doía também no coração do jogador- Eu estou aqui, estou aqui com você- declarou ele em um sussurro- E eu não vou te deixar- prometeu ele.

Luna respirou fundo sem saber muito o que fazer para diminuir a inquietação da filha.

- Papa, papa, papa- Sara chamava pela vigésima vez naquele dia, tudo bem talvez Luna estivesse exagerando, ela sabia que a filha estava com saudades, Paulo tinha viajado há três dias para um jogo importante pela Champeons League na Espanha, ele ligava todas as noites, único horário que tinha tempo, mas pelo fuso horário confuso, Sara não estava satisfeita.

- Filha, o papai vai ligar mais tarde- declarou Luna enquanto terminava de arrumar as frutas picadas e colocava em uma pequena tigela em frente a pequena, Sara a encarou com os olhos verdes brilhando, estava séria e Luna estendeu uma colherzinha para ela que encarou as frutas a sua frente.

- Papa- chamou outra vez, Luna respirou fundo, sua pequena estava sentindo falta do jogador e ela mesmo que quisesse negar também sentia saudades de tê-lo ali.

- Querida...- Luna pensou em dizer algo, mas o toque de seu celular a impediu, a foto de Paulo surgiu na tela indicando uma ligação por vídeo e ela sorriu para a pequena- Parece que ele consegue adivinhar- ela sabia que a pequena não entenderia nada, então atendeu, o rosto de Paulo surgiu do outro lado com um imenso sorriso, pelos travesseiros, Luna imaginou que ele estivesse deitado.

- Papa- Sara praticamente gritou para o homem do outro lado.

- Oi filha, que saudade que o papai tá- Luna apenas observava a conversa entre eles- Você está se comportando? -ele sabia que ela não responderia, mas apenas ver e ouvir aquele risinho que ela sempre distribuía a ele, era a garantia do seu dia- Você está comendo, o que é?- ele questionou na esperança de que ela soltasse mais algumas palavrinhas e Luna sorriu para a filha.

- Fala para ele filha, morango, diz- pediu a mulher, ela estava aprendendo coisas novas e aos poucos novas palavras surgiam.

- Anguuu- gritou a pequena e Paulo franziu as sobrancelhas sorrindo, Luna riu da confusão do jogador.

- Ela aprendeu a falar morango agora- revelou ela- E água- concluiu.

- Ela está mesmo aprendendo rápido- a mulher acenou.

- Só não disse ainda mãe- o jogador observou as duas, deitado em sua cama, não tinha sido um bom dia, mas a visão das duas lhe trazia um pouco mais de paz e calmaria.

- Ela vai dizer- ele tentou consola-la, Luna apenas acenou, precisava ser paciente.

- Eu vi o jogo, sinto muito- Luna havia visto a partida na noite passada, o time italiano tinha perdido por 3x0 para o Bayern- Ela passou o dia chamando você, acho que está com saudade- o jogador sentiu o peito apertar.

- Chegamos amanhã, eu também estou com muitas saudades- ele decidiu não especificar, já que incluiria ela também- Levamos um puxão de orelha, eu esperava ter feito mais- confessou.

- Sabe que fez o suficiente, como está seu pé? -ela questionou preocupada, tinha o visto sair mancando de campo.

- Melhor, ainda um pouco inchado- ele deu de ombros- A festa do Cristiano é em dois dias, você vai, não é? – Luna respirou fundo, ainda não havia decidido.

- Não sei- ela confessou.

- Eu adoraria ter você lá, que fosse comigo- Luna sentiu suas bochechas corarem, as palavras dele a tinham pego de surpresa, a filha fazia sons enquanto batia a colher contra a vasilha.

- Vou pensar sobre isso- declarou ela e ele acenou com um sorriso, se despediu da filha e de Luna e sorriu ao lembrar a cena das duas juntas, não tinha como fugir mais, Luna ainda estava em seu coração, ainda era tudo que ele queria e agora era também a mãe da sua filha, ele só precisava encontrar o momento ideal de concertar as coisas e sabia que precisava ir com calma.


Notas Finais


Espero que tenham gostado,
Boa semana a todos,
Nos vemos em breve,
Fiquem com Deus,
Beijos...


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