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História Presente Divino - Capítulo 21


Escrita por: _luaaguiar

Notas do Autor


Mais um,
Espero que gostem,
Boa leitura a todos...

Capítulo 23 - Capítulo 21


Fanfic / Fanfiction Presente Divino - Capítulo 21

Nada dura para sempre

Mas isso está ficando bom, agora...

- Wildest Dreams- Taylor Swift

 

Luna alisou os cabelos da filha deitada sobre as pernas do pai e com a cabeça virada em direção ao corredor, as luzes estavam acesas e o avião deveria decolar em breve, agasalhou melhor o cobertor na pequena, esperava que aquela fossa uma viagem tranquila, mesmo sabendo que naquele momento seu maio medo era como seriam as coisas no solo.

- Ela está sorrindo- Luna sorriu pelo jeito encantado do jogador pela filha, era claro como ele era entregue aquele pequeno ser, ela suspirou.

- Espero que ela não tenha problemas dessa vez- Ao menos não tinha acontecido nenhuma das outras vezes que viajaram juntas, imaginou as poucas vezes que tinha viajado com a pequena e a correria que era sempre, ter Paulo ali ao lado delas, tinha tantos significados.

- Fica tranquila- pediu ele em um tom baixo, eles praticamente sussurravam diante do grande silêncio que predominava ali, talvez por conta do horário, era o único horário que tinham conseguido bem no meio da madrugada, Luna encostou a cabeça no ombro do jogador e exalou o perfume masculino, sentiu os dedos dele em seus cabelos e sorriu.

- Como sabe que estou inquieta? -ela franziu a sobrancelha e ele sorriu achando aquele um gesto muito fofo.

- Porque você está mexendo as mãos sobre as pernas sem parar- Luna encarou as próprias mãos e as obrigou a parar de entrelaçarem-se uma a outra, Paulo beijou seus cabelos e ela sentiu o impacto do avião deixando a pista, fechou os olhos por um breve momento.

 

Os três desembarcaram no grande aeroporto de Córdoba no meio da manhã, depois de boas horas de voo e duas conexões, pegaram um táxi e seguiram para casa de Letícia, mãe de Luna, era cerca de uma hora do aeroporto até lá e Luna estava ansiosa por vê-la outra vez, sentira tantas saudades concluiu analisando a cidade a qual ela tinha vivido nos últimos anos.

- Sentiu saudades? -Paulo questionou, uma música local soava baixinho preenchendo o veículo.

- Você não? -ela rebateu, o jogador questionou a si mesmo, vivia a tanto tempo na Itália que já estava habituado e amava o país, sentia-se em casa, mas a Argentina sempre seria especial.

- Claro que sim, sua mãe está mesmo bem quanto a mim? -Luna sorriu, sua mãe sabia sobre eles e tinha ficado feliz quando ela contou há alguns dias, Paulo e ela não tinha esclarecido nada oficialmente, mas era claro para os dois que aquilo funcionava como um relacionamento sério, Letícia estava radiante com a chegada deles.

- Ela sempre adorou você, isso não mudou- ela riu baixinho, Sara dormia novamente, infelizmente tinha tido uma noite de sono instável e ficava bastante irritada quando acontecia.

Quando chegaram em frente a casa com paredes claras e as janelas francesas em tinta branca abertas Luna sorriu, tudo estava exatamente igual, não fosse pelas margaridas espalhadas no gramado próximas a casa, que agora estavam grandes e quando ela partiu sua mãe tinha acabado de plantar, eram as preferidas de seu pai e por mais que Luna soubesse que a mãe realmente estava bem agora, tantos anos depois ela também era consciente de aquilo ela jamais poderia deixar para trás.

Letícia atendeu ao primeiro toque, tinha um sorriso largo no rosto e a neta praticamente se jogou nos braços dela, nos primeiros segundos era como se só existissem as duas ali em uma conversa baixa e cheia de risos, Sara já nem parecia a garotinha irritada de segundos antes.

- Não acredito- sussurrou ela cheirando os cabelos castanhos da neta e sentindo o shampoo infantil inebria-la, aquela casa tinha ficado tão sem cor depois da partida das duas- Como você cresceu meu amor- a pequena soltou um sorrisinho como se realmente entendesse o que a avó dizia.

- Filha- então foi Luna a ser acolhida nos braços calorosos da mãe e sentir de novo aquele velho perfume de flores aquecer seu coração- Paulo- os dois se abraçaram rapidamente, mas Luna percebeu que a mãe ainda tinha os mesmos olhos calorosos para o jogador- Que bom tê-los aqui- ela soltou a neta de seus braços assim que encostou a porta.

- Mãe, não deixe a Sara entrar assim, ela vai revirar tudo- a mulher revirou os olhos ajudando Paulo a entrar com as malas as deixando no canto do pequeno hall, o jogador encarou o espaço aconchegante, tinha estado ali poucas vezes.

- Deixe de besteira- a mulher reclamou- Eu vou adorar que alguém bagunce um pouco, é tudo sempre o mesmo- Luna fez uma careta.

- Diz isso porque ainda não viu o estrago que sua neta é capaz de fazer- a mulher gargalhou.

- Venham, vamos sentar e conversar um pouco- e então eles sentaram na sala enquanto Sara se perdia analisando tudo e procurando algo para mexer, Luna se dividia em interagir com os dois e observar a pequena, tomaram um café com biscoitos, Luna os observou ao longe enquanto interagiam e sentiu seu peito aquecer, era bom está ali.

 

Depois do jantar Luna ajudou a mãe com as vasilhas na cozinha enquanto ouvia a voz de Paulo e Sara perdidos entre conversas e risadas na sala ao lado.

- Ele cuida muito bem dela- declarou a mulher enquanto também observava a cena e tinha um sorriso no rosto.

- Ele a ama e ela o ama, e é um amor tão lindo de se ver- Luna sorriu emocionada- Pensar que eu quase estraguei isso- Letícia colocou sua mão sobre a da filha lhe pedindo atenção.

- Ele superou isso, você também precisa, perdoar a si mesma é um ato de amor e crescimento querida- Luna acenou e suspirou.

- Você tem razão, acho que só preciso de um pouco de tempo- Letícia acenou.

-  Dê tempo ao tempo e as coisas se encaixam, verá- Luna sorriu diante do conselho - Porque vocês não dão uma volta pelo condomínio? É noite de lua cheia e o céu tem muitas estrelas, seu pai e eu adorávamos essas noites- Luna sorriu gostando da ideia.

- Claro, vou chama-lo depois que colocar Sara para dormir- declarou.

- Eu posso fazer isso- Luna sorriu.

- Tente convencer aquele jogador - ambas olharam para pai e filha outra vez e riram.

Luna e Paulo caminhavam pela noite escura e silenciosa, os passos ecoando contra o asfalto, algumas casas na rua ainda tinham suas luzes ligadas e cortinas abertas, um casal de idosos assistia ao noticiário, um par de crianças assistiam desenhos. Um vento gélido soprava e Luna agasalhou melhor o casaco que vestia.

- Está uma noite linda- Paulo sussurrou, os dois tinham as mãos entrelaçadas, Luna olhou para a lua brilhando no céu e sorriu.

- Está sim, isso sempre me lembrou aquela noite- ambos sorriram um para o outro- Eu sempre gostei de vir aqui fora e olhar para as estrelas ou para lua, me acalmava e acho que estranhamente fazia o mesmo efeito com Sara.

- A noite em que nos beijamos- Paulo suspirou- Eu fique tão perdido depois- Luna surpreendeu-se com a confissão.

- Mas, você soube exatamente o que fazer, parecia tão seguro- ele sorriu.

- É bom que tenha conseguido passar o que queria, eu sabia que precisava, que o aconteceria dependia de mim também e eu não queria que você simplesmente escapasse, não depois de ver você sair com Jensen- Luna riu ao ver a careta que ele fez ao falar sobre o breve namorado da adolescência.

- Isso é ciúmes jogador? – ela brincou e ele a puxou para mais perto.

- Qual é? Todas as garotas da rua olhavam pra ele e quando eu vi que você andava suspirando por ele...- Luna gargalhou.

- Foi uma paixonite Paulo- ela continuou a rir quando viu que a careta do jogador não se desfez.

- Mesmo assim, durou o que, cinco meses? – Luna gargalhou outra vez.

- Um mês Paulo- selou seus lábios aos dele quando pararam por um instante- Que tal focarmos no agora? – ele sorriu os lábios a apenas alguns centímetros dos dela.

- Eu acho uma excelente ideia- Pararam quase ao fim da rua e analisaram a noite iluminada, Paulo a puxou para um abraço e se perderam nos lábios um do outro por um longo instante.

 

Paulo acendeu o abajur ao seu lado e viu quando Luna se mexeu sobre o travesseiro, sorriu olhando para o rosto sereno e puxou os lençóis de si.

- Onde vai? -ela ainda tinha os olhos fechados, mas ele sabia que ela estava acordada.

- Pegar um pouco de água- declarou ele calmamente, sabia que deveria ter levado um pouco para o quarto, péssima mania a que tinha adquirido, sempre acordava no meio da noite para tomar um pouco de água- Quer vir comigo? – Não se sentia exatamente confortável em andar pela casa que não era dele.

- Não, te espero aqui- agora ela tinha os olhos abertos, bocejou e sorriu em seguida- Mas, fique a vontade, quero que fique se sinta confortável aqui- ele acenou antes de sair, o corredor estava vazio, passou pelo quarto da filha, era um lugar lindo, Letícia e Luna tinham planejado os mínimos detalhes, as paredes em tom lilás, os pássaros e nuvens pelo espaço, pegou-se imaginando como seria se estivesse estado ali, suspirou, estava feliz por ter a chance de conhecer aquele espaço.

Bebeu um copo do líquido gelado e surpreende-se a ver a luz da varanda acesa, Letícia estava sentada na área dos fundos, tinha algo em mãos e uma xícara sobre a pequena mesa ao canto, Paulo se perguntou se não deveria dar meia volta e quando estava prestes a fazê-lo, ela percebeu sua presença, um sorriso doce surgiu nos lábios da mulher.

- Paulo, não percebi que estava aí- o jogador cocou a nuca subitamente envergonhado.

- Não faz muito tempo, eu vim pegar um pouco de água- ele olhou para trás, constrangido demais para olhar nos olhos dela- Vi a luz acesa, decidi conferir, ela apenas continuou sorrindo nos próximos segundos.

- Eu e minhas noites de insônia- ela confessou sem qualquer receio em sua voz e o jogador respirou fundo, espantando a tensão sobre seus ombros- Então eu sento aqui, pego um pouco de ar fresco e revivo velhas lembranças, porque não senta um pouco? – ele sorriu brevemente antes de tomar um lugar na cadeira de balanço ao lado dela, percebeu que ela tinha um álbum sobre as pernas, um breve silencio recaiu e Paulo percebeu que o vento estava gélido- Passei a pouco no quarto de Sara, senti saudades dela dormindo ali- o jogador sorriu- Ela está enorme.

- Sim ela está- ele concordou- E me parece mais esperta a cada dia- ambos riram.

- Bem, quem sabe ela não pague o trabalho que os pais me deram- Paulo riu ao relembrar a infância, outro silêncio recaiu sobre eles e o jogador mordeu o lábio inferior nervoso se deveria ou não tocar naquele assunto.

- Acho que Luna comentou sobre nós- a voz dele soou baixa.

- Sim, ela o fez- Letícia ainda tinha sua postura serena e Paulo esperou que ela continuasse- E fico realmente feliz por isso, sabe, por você, por minha filha e pela minha neta, Sara merece o melhor de vocês- ele acenou- Eu realmente entendo como pode ser o amor.

- Você sente bastante a falta dele- o jogador concluiu as folhas sendo balançadas pelo vento noturno, eram a trilha sonora- Luna também.

- Foi uma perda difícil- ela sorriu, apesar de um lampejo de tristeza em seus olhos.

- Eu entendo- um silencio se estendeu por um tempo que o jogador não soube precisar- Você está mesmo bem...- ele pigarreou e os olhos castanhos caíram sobre eles, eram profundos e lembravam muito os de Luna- Quanto a nós dois? -Letícia sorriu e os olhos encaram o jovem de forma calorosa.

- Sabe, quando Luna e você terminaram eu realmente pensei que voltariam outra vez, ela sofreu muito e não duvido que você também o tenha- ela deu de ombros- Sara lhe trouxe alegria e um brilho que eu não via a um longo tempo, mas eu sabia o quanto ela se sentia culpada, o quanto ela não estava completamente feliz- Paulo sentiu uma pontada no peito, ele odiava saber que ela tinha sofrido tanto quanto ele, mesmo reconstruindo sua vida, encontrando novos caminhos e vivendo novas experiências, ele ainda queria está lá, ainda a queria ao seu lado- Então hoje eu olhei pra vocês e sinceramente não acho que minha opinião conte muito, mas estou feliz com isso- Os dois sorriram- Só tente não deixa-la aos pedaços dessa vez, está bem? – Paulo engoliu seco.

- Nunca esteve em meus planos- confessou com sinceridade- Mas, acredito que nunca estive tão empenhado em seguir essa promessa quanto estou agora- Leticia suspirou e acenou feliz, passos foram ouvidos e Paulo encontrou Luna vestida em um robe encostada ao batente que levava a cozinha.

- Hey, o que faz aí? -a voz dela era baixa e ele sorriu estendendo a mão para que ela fosse até ali, a jovem franziu a sobrancelha ao encontrar a mãe- Não conseguiu dormir? – a mulher lhe sorriu.

- Foi um dia alegre e agitado- Leticia justificou-se, mas Luna encarou o álbum sobre as pernas da mãe e acenou em compreensão, Letícia lidava bem com a ausência de Romeo, escolhera não voltar a se casar e não fazia qualquer esforço para conhecer outra pessoa, saía com suas amigas, ia a igreja aos fins de semana, participava de inúmeros projetos para a caridade, mas haviam noites em que ela sentava e olhava as fotos, revivia momentos e se permitia sentir a saudade do homem que amara, de um modo que para Luna soava estranho aquilo fazia bem para sua mãe- Bem, eu já estava indo- ela levantou-se e seguiu para dentro, Luna observou a mãe caminhar e deixar a xícara sobre a pia e seguir pela casa.

- Sobre o que vocês conversavam? -ela questionou ao jogador assim que percebeu que Letícia ficaria bem, ele sorriu selando seus lábios aos dela de modo rápido.

- Nada demais- ela acenou, estivera um tanto preocupada sobre como suas famílias agiriam com aquela nova tentativa dos dois- Pensei que tivesse voltado a dormir.

- Estava frio sem você colado a mim- ela sorriu e ele retribuiu- E não tem travesseiro melhor que seu braço- o jogador riu baixo.

- Você me explora- foi a vez de ela rir.

- Você adora a minha exploração- Ele a beijou outra vez.

- Definitivamente- sussurrou, não mentia.

- Vem vamos voltar a dormir, sua menininha vai nos acordar cedo- então os dois seguiram de volta para dentro.


Notas Finais


Espero que tenham gostado,
O próximo sai já já


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